História Dark Angel - No Roads Left

- Mas poque eles estão vindo para cá? - Alejandra grita, ela é a primeira a voltar a si.

Não sabia o que fazer, agora era a hora para eu usar o que aprendi no livro, eu sabia disso, mas estava com medo, medo de não conseguir.

Como eu não conseguiria? É isso que eu iria fazer? Morrer e matar quem eu amo, não libertando minhas irmãs? Isso que eu iria fazer? Não.

- FIQUEM QUIETOS!! - Tive que berrar, Ian e Zayn estavam discutindo - FICAR AQUI DENTRO GRITANDO UM COM O OUTRO NÃO VAI RESOLVER PORRA NENHUMA!

Eles pararam, respiro fundo e digo, mais calmamente:

- Eles não vão embora, temos que lutar contra eles.

- Mas eles são muitos. - Alejandra diz olhando para a janela, uivos e rosnados soavam, com outro barulhos estranhos, eles estavam ali no quintal.

- Aquele livro há de servir para alguma coisa. - Digo suavemente.

- Você não vai lutar. - Zayn diz, me olhando sério.

- Ah então eu treinei essa semana inteira para nada? - Rebati.

- Não, você não vai.

- Porque não?

- Você tem que ficar segura?

- E deixar vocês serem mortos lá fora? Não obrigada e além do mais Liliam não me entregou o livro atoa.

- Não. - Ele me olha sério, quem ele pensa que é para querer me mandar desse jeito?

- Você não manda em mim.

- Ele está certo, você tem de estar segura. - Ian diz, olho para ele e ele desvia, eu com certeza estava com um olhar mortal.

- VOCÊS NÃO MANDAM EM MIM, EU VOU LUTAR, VOCÊS GOSTANDO OU NÃO! 

Já estava irritada, isso ja é um exagero.

Vou na direção da porta e a abro, vou para o frio da noite. Paro ao pé da saca, realmente eles são muitos, reconheço os lobos, mas também há tigres, raposas, cachorros, águias, leões e outros muitos animais, devem ser os metamorfos.

Eles param e me olham, um silêncio mortal cai sobre o enorme pátio cheio de criaturas sobrenaturais, mas dura pouco porque tudo volta e eles vem todos na minha direção.

Sinto o poder fluir em mim, levanto o queixo e digo as palavras que somente eu além de Liliam tem conhecimento.

E ele se faz diante de mim, os que estão na linha de frente caem agonizando na neve, os que vinham atrás não têm tempo de parar e caem por cima destes e assim com os outros que vêm logo atrás, que idiotas.

- Eles são uns idiotas não é?

Dou um pulo quando Zayn diz parado ao meu lado, não havia percebido sua aproximação, nunca percebi. Ele pega minha mão, nossos anéis se tocam, sinto a magia fluindo de um a outro, viva, ligadas.

- Obrigada pela proteção, e me desculpe por aquilo. - Ele me olhava fundo no olhos, pelo canto dos olhos vi os idiotas se recompondo e rugindo de raiva, e dois lobos do meu lado.

Fico na ponta dos pés e o beijo. Nos separamos e ele estica o braço, e em suas mãos há uma águia que grita, ele a segura pelo pescoço e o torce, posso ouvir o estalo, e a joga no chão.

Ele beija minha bochecha e se dirige a luta que se aproxima, um tigre pula encima dele, fico agonizada com a cena, os dois lobos que estavam ao meu lado me olham e seguem há luta, Ian, o lobo preto, já pegando uma raposa com a boca e a jogando longe.

É a minha vez.

Estendo os braços e pronuncio as palavras, o vento começa a ficar forte e eu estou levitando, uma águia vem voando na minha direção mas eu a impeço, mexendo meus dedos sem nem tocar nela quebro suas asas, ela cai imponente no chão. Fico pensando o porque desses metamorfos menores virem.

O feitiço estava funcionado, não queria fazer nada muito complicado, então joguei um feitiço na matilha, eles ficariam confusos por um tempo, tempo suficiente.

Volto até o chão e pego um galho que caiu quando Zayn jogou um lobo em uma árvore e vou até a confusão, estava cansada de ficar parada só fazendo feitiços, queria ação, queria bater na cara de um lobo que perseguiu minha família e minhas irmãs.

Mesmo com meu feitiço eles ainda eram muitos, a loba marrom, Alejandra, estava lutando com um tigre, mas raposas e águias estavam em suas costas, atrapalhando-a.

Dou uma pancada em uma raposa e  jogo no chão, a águia vendo isso dá um pio de estourar tímpanos e voa para mim com suas garras á mostra, mas com um movimento rápido do galho a acerto.

Algo pula em minhas costas me jogando no chão, me viro e há um cachorro preto encima de mim, o galho caiu e eu estou com as mãos vazias, não totalmente na verdade.

Com apenas um movimento dos dedos jogo o cachorro longe, usei uma luz azul agora, muito poderosa, demorei para conseguir controlá-la, mas é bem eficaz, ela sai das minhas mãos e em contato com outras coisas tem uma força.

Pego meu galho e continuo. Mesmo com a proteção que havia colocado em todos eles ainda eram muito, parecia que a cada paulada que eu dava em um aparecia dois para este.

Até que percebo, bem no fundo mais escuro da clareira, algo diferente.

Havia pessoas, nuas eu podia ver a bunda delas. Estavam em círculo, de mãos dadas, diziam alguma coisa, e havia uma luz vindo do centro.

Afasto alguns do meu caminho e chego mais perto, há uma cratera se abrindo no meio daquela roda; uma raposa pula em mim e eu a afasto com um golpe só; a luz está vindo de dentro dessa cratera, eles cantam mais alto e eu reconheço algumas palavras, magia negra.

A terra abaixo de mim treme um pouco e a cratera se abre um pouco mais, olho para a borda e o que vejo me paralisa.

Sombras saem dela, criaturas de olhos vermelhos e arrastam para fora da cratera, sombras negras sobem e oscilam acima de nós, as criaturas demoníacas fazem uns barulhos como o ralhar de metal, elas sobem em algumas árvores e ficam lá olhando para nos, não elas olham para mim, me encaram, com seus olhos vermelhos.

E mais sombras e criaturas saem da cratera, eles dizem as palavras mais alto, eles não sabem o que estão dizendo, estão loucos, o que eles estão dizendo pode não conseguir voltar!

Mas um lobo pula em mim deixo a atenção do que estão fazendo. 

Este lobo rosna bem na minha cara, mostrando seus dentes há centímetros de  meu rosto, suas patas enormes pressionando minhas costelas, ele poderiam me matar agora, se não fosse pelas proteções e pelo fato dele não estar tentando me matar, apena rosnava e apertava minhas costelas.

Não deixei isso me distrair, jogo um feixe da luz azul na sua cara e el cai pra trás, desmaiado.

Olho a nossa situação: Zayn enfiando cara de um lobo na neve; ele olha pra mim e sorri, sangue nos lábios e ele tem um olhar feroz, seus caninos expostos e veias escuras saem de seu pescoço, essa é a "aparência vampira" dele, por um segundo desejei ele, daquele jeito, mordendo meu pescoço, mas logo tiro essa ideia da cabeça; agora consigo ver a diferença, tem vários lobos caidos no chão humanos desmaiados, encontro Alejandra e Ian, Alejandra rosnando na cara de uma raposa que se encolhe e Ian sacudindo o corpo de um cachorro, ele olha para mim, seus olhos dourados ferozes.

Olhos vermelhos chamam minha atenção, tem mais agora, todos fazendo barulhos de ferro contra ferro, as sombras negras se arrastam pelo chão ou sobre nossas cabeças, a luz que vem da cratera está mais forte e eles gritam, e do nada soltam suas mãos e caem de joelhos.

As criaturas param de fazer o barulho, tudo fica muito quieto, até a luta para, olha para Zayn, ele olha para mim também.

As criaturas agora chiam, todas elas, olham para mim e apontam, com seus dedos de garras assustadores, para algo preto no chão, parece um casulo negro, que se remexe, e se solta, uma gosma preta se espalha e algo sai de dentro, duas coisas, se arrastando.

Duas pessoas, elas ficam de pé e se viram para mim, a gosma negra ainda nelas, e então uma sombra negra desce do céu e as cobrem e quando saem, revelam duas  mulheres pálidas.

Primeiro vem a surpresa, aqueles olhos negros idênticos que me encaram, depois a raiva por aqueles olhos negros, e depois  a verdade do reconhecimento.

Luce e Leiht, as irmãs que queimaram Liliam, as mesmas mortas pelo pai de Liliam, e as que voltariam quando para impedir que quando a maldição fosse quebrada.

Elas sorriem. O livro que eu encontrei na minha casa foram escritos pela minha família, relatos sobre o que aconteceu, diziam que Luce e Leiht só conseguiram derrotas Liliam porque seu coração estava partido.

- É bom ver você. Liliam. - Uma delas diz. Elas são horríveis.

- O mesmo. - Digo.

A outra faz cara de nojo e diz:

- Não mudou nada. - Sua voz era mais aguda que a da outra.

- Não posso dizer o mesmo. - Digo olhando-as de cima a baixo. - Reencarnações teem suas vantagens.

Eu estava dizendo aquilo para provocá-las, não sei porque mas é meio impossível não fazer isso, já que não posso fundar a cara delas na neve, não agora.

Ela dá uma risada, que horror de risada.

- Teve bastante tempo, não é.

Não respondo, estou prestando atenção em outra coisa.

Um dos homens que estava pronunciando as palavras  de magia negra se arrasta até uma delas e beija seus pés, ela se vira e chuta a cara dele.

- Bicho nojento.

Ela se vira para mim novamente.

- Pena que não por muito tempo. - Elas dão uma risada e levantam os braços.

As sombras negras que antes se arrastavam no chão e flutuavam acima de nossas cabeças se juntam e caem encima de mim,  deixando tudo negro.

Fico apavorada, está tudo escuro, não consigo ver nada, me sinto claustrofóbica e fico com dificuldade para respirar, fico tonta, o cheiro disso é muito forte, minha respiração não sai e fica presa na garganta, pareço sufocar, não vou conseguir sair disso.

PARE COM ISSO! Grito comigo mesma, estava entrando em pânico. Acalmo minha respiração e penso melhor.

Despedaço a sombra no chão e saio na direção daquelas vadias, elas vão sentir a luz azul bem na cara delas.

Mas o que vejo me deixa em choque por um segundo, elas estão com Zayn, uma segura seus braços e enquanto a outra passa os dedos pelo seu cabelo, seu rosto, seu abdômen! Ah não, elas não sabem com quem estão mexendo.

Ele rosna para elas, elas riem e a que segura seus braços o segura com um só e passa a mão no seu peito, descendo até seu abdômen e segurando seu...

Meto um soco em seu nariz com tanta força que acho que quebrei minha mão, mas o estalo que seu nariz deu foi como analgésico para mim. Pego a outra pelos cabelos e a arrasto até o chão, esfrego sua cara horrível em uma pedra e puxo seu cabelo, arrancando tufos.

A outra levanta e vem na minha direção, tenho que largar a outra no chão e pular na outra, caímos nos duas no chão, eu por cima dela. Não perco tempo e dou tapas e socos em sua cara, cravando as unhas em sua bochecha, quero uma cicatriz na cara dela! Alguém puxa meu cabelo e eu tenho que deixar ela, em um movimento só sou um soco na outra que puxou meu cablo e me levanto, dando um chute na cara dela.

Chuto essa mais um pouco e vou para a outra, ela estava se levantando e dou uma joelhada na cara dela, jogando-a no chão. Volto para sua irmãzinha e fico por cima dela, dando socos em sua cara, mas ela faz um movimento com a perna e eu perco o equilíbrio, caindo, ela não perde tempo e sobe em mim, puxando meus cabelos, essa puta pode ter matado Liliam, mas agora mão há mão ela vai se ver comigo.

Dou socos em seu peito e puxo seus cabelos, ela perde o ar e eu consigo jogá-la no chão, fico de joelhos e levo um golpe na barriga, a outra puta que mais.

Ela vem na minha direção pronta para chutar, mas eu desvio dela e seguro sua perna, fazendo-a perder o equilíbrio, ela cai e eu dou um soco na cara dela, estava pronta para dar outro, mas alguém me puxa.

Estava dando outro soco, mas Zayn segura meu punho a centímetros de seu rosto.

- Você bate muito. - Ele diz rindo.

- Ainda não terminei. - Vou e dou um chute na cara das duas, que caem desacordadas de cara na neve.

As criaturas estavam chiando, digo algumas palavras e o buraco começa a se fechar, as criaturas correm para entrar junto com as sombras. Tentei jogar elas mas ela não entravam.

- Temos que ir meu amor. - Zayn diz, ele ainda tinha o olhar selvagem e seus caninos estavam expostos.

Uma delas estava acordando enquanto eu ia para uma ferrari vermelha e, antes de eu entrar, digo:

- Só um gostinho do que eu vou fazer se vocês mexerem com meu homem de novo.

Baro a porta e saímos com a ferrari correndo, deixando para trás vários corpos nus quebrados e duas vadias que ainda não terminei de acertar as contas.

Ian e Alejandra vinham atrás em uma porshe preta.

- Seu homem? - Zayn diz quando entramos na pista, os pneus cantam com a velocidade.

- Meu homem. - Digo olhando para ele, que sorri, meu sorriso preferido.

Me recosto no banco, exausta, ainda sinto o poder, mas fisicamente estou exausta.

- Durma um pouco. - Zayn diz.

Fecho meus olhos, não achei que conseguiria, mas entro em um sono profundo, com sonhos.