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História Zona de Dragões - Poço das Sombras


Escrita por: leittora

Notas do Autor


Boa leitura.

Capítulo 1 - Poço das Sombras


Fanfic / Fanfiction Zona de Dragões - Poço das Sombras

  

   O sol estava batendo em minha cabeça, como uma mãe acaricia os cabelos de um filho em um momento ruim, tentando me passar seu calor e sua luz de um jeito gracioso. Grego já havia me pedido para pular, mas como? Era alto, e o poço estava muito escuro lá em baixo. Nem o sol mais forte do mundo entraria sem permissão das sombras que ali viviam.

   As nuvens trancaram todo o céu por detrás das mesmas, mas ainda era possível ver o sol pela fechadura. Celsiu já havia me pedido para pular, mas como? Era íngreme e de um sujo tão preto quanto às próprias sombras, que eram donas do poço escuro. Grego e Celsiu se calaram e entreolharam-se quando eu finalmente os respondi, dizendo:

   - Espera o sol entrar na posição certa.

   Podia ouvir o som da natureza gritando para eu retornar, esquecer o poço e o pulo e ir embora. Porém, não era o que eu queria. Estava esperando o sol parar a minha frente, ficarmos olho ao olho, rosto a rosto, até ele iluminar o poço e amostrar a verdadeira face do mesmo. Celsiu estava inquieto atrás de mim junto de Grego que, por sua vez, gritava meu nome e me chamava de covarde por culpar o sol pela minha falha. Grego gritava alto, alto até demais.

   - Desisti logo! Aron, vamos! Não seja covarde, seu merda! – gritava Grego. – Vamos, desista, vai Aron!

   Foi então, enquanto Grego gritava, que o sol se alinhou com o meu corpo. A luz forte invadiu o poço sem a permissão das sombras que ali viviam, e as próprias sombras, donas do poço escuro, fugiram com a chegada do calor e da luz da bola flutuante acima de nós. O sol estava agora deixando a amostra algo que o poço tentava esconder em todos os momentos do dia, menos neste horário, pois agora era possível ser. Era possível ver dragões.

   Grego e Celsiu calaram-se. E, de braços abertos, eu pulei.

   Caudas, patas e rabos. Asas, fogo e chifres. Isso era tudo que eu sentia na queda livre. Em berros de medo e loucura, me encontro tonto pelos rodopios. Estava começando a entrar em pânico pelo simples fato de eu não estar encontrando um chão firme para por meus pés. Meus gritos entrelaçaram-se nos deles. Nunca tinha visto uma concentração tão grande de dragões juntos em um mesmo lugar.

   Muitos humanos já vieram aqui, poucos já saíram – da toca dos dragões. E os que saíram ilesos sempre dissertavam as mesmas coisas, as mesmas características do lugar – que há uma saída, sim, com a luz do sol que entra pelo canto superior a direita do poço, lá, lá é a saída. Ainda em queda livre e em berros de loucura e angustia, me lembro de meu primo que ao sair daqui, voltou sem os braços, que foram arrancados por um dragão chamado Sombra, o mais perigoso dos dragões, porém ninguém nunca acreditou em meu primo, pois Sombra só ataca para matar – como todos os outros dragões.

   Pensamentos vêm, pensamentos vão. O fundo do poço chega mais rápido do que eu poderia imaginar. Tudo estava um breu e meu ombro doía com o impacto realizado com a queda. Ouço Grego e Celsiu gritando se estava tudo bem comigo. “Está! Vão para a entrada à direita!” Grito para eles. Azul, verde, vermelho, preto, cinza... Dragões de todas as cores me olhavam escondidos dentro de tocas no poço agora; pois o sol os queimava, como a um vampiro. Por isso esse era o melhor horário para se estar ali, mas o sol ia e vinha muito rápido para a nossa graça, e eu precisava ser mais rápido que ele, pois fui acostumado durante anos a desafiar a vida todos os dias junto de Celsiu e Grego às escondidas. Eu digo não para a morte, mas a adrenalina que percorre meu corpo e minhas pernas dizem sim.

   Ao meu redor eu via apenas luz do sol, nenhuma saída no canto superior à direta do poço. Fiquei de pé enquanto os dragões faziam seus barulhos sonoros tentando me intimidar, não os dou ouvidos e sigo em direção à direita, porém, quanto mais eu andava em passos rápidos, mais escurecido o poço começar a ficar – significando que o sol já estava batendo em retirada. Começo a correr quando percebo alguns dos dragões saindo de suas tocas, com um Sugarian entre eles. Vermelho, com calda e asas enormes e algumas manchas pretas.

   - Preciso correr. – disse em um sussurro a mim mesmo. Minha respiração estava ofegante enquanto corria.

   Vejo uma fenda bem curta na parede, que daria para a passagem de um humano – talvez seja essa a tal saída falava pelos sobreviventes. Ando em direção a ela rápido, fico parado em sua frente ajoelhado, pronto para sair, quando sinto um arrepio na espinha, havia um Math-Rains cheirando minha nuca como um urubu cheira uma carne jogada na rua semimorta. Viro-me depressa, tiro uma pequena faca de meu bolso esquerdo e aponto em seu rosto, tudo em menos de três segundos – como havíamos sido treinados em nosso império. E, ao contrario de muitos, ele nada fez. Olhou nos meus olhos como um pedido de socorro mal compreendido. Nada fiz a ele naquele momento, apenas fui me rastejando para trás até sair por completo pela fenda, sem parar de olhar para o Math-Rains, quando a luz do sol me invadiu, para me limpar de tudo que o poço deixou em mim. Eu estava do lado de fora. Celsiu e Grego já estavam ali para a minha espera.

   - Aron, está bem? – perguntou Celsiu, o mais velho entre nós.

   - Está sim... – respondo. Grego me olha sentindo que eu queria dizer mais, mas preferi me calar. Math-Rains, como qualquer outro dragão, nunca agiria como agiu perto de mim. Por que não me atacou?, Penso. Isso eu não poderia dizer de imediato, mas queria descobrir assim que possível. – ...Está sim.


Notas Finais


Espero que tenham gostado do primeiro capítulo, pois eu amei.
É difícil começar uma nova fanfic com 0 visualizações e 0 comentários e, como essa parte só depende de vocês, agradeço se puderem me ajudar o máximo possível dando suas respectivas opiniões abaixo.


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