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História SuperAfim - Dois


Escrita por: Sayen

Notas do Autor


Falo com vocês nas notas finais.

Os locais, como o Kekoisa e a Rua das Marias são fictícios e me pertencem.

Capítulo 3 - Dois


Fanfic / Fanfiction SuperAfim - Dois

— Pode sair mais cedo hoje, Rafael. – Disse Maria, se aproximando. — Tenho bingo às nove.

Tirei minha atenção da tela.

— Bingo de novo?

Maria abaixou os óculos.

— Eu não estou velha para me divertir.

— Tem balada pra isso Dona Maria.

— Vai-te catar, moleque! – Se aproximou. – Só tem vagabundo nesses lugares.

Eu ri.

— No bingo todo mundo presta?

— Lógico. - Apontou para si. — Veja a classe de quem frequenta o bingo!

Rimos.

— Ok, Maria. Falta eu anotar os livros da sua amiguinha.

— Lívia.

— É, essa daí. - Fingi trabalhar.

— Adoro aquela pequena. - Começou Maria. - Conheci a mãe quando estava grávida dela. São idênticas.

Continuei fingindo desinteresse.

— Hm.

A velha ficou calada. Virei o rosto de a encontrei chorando baixinho.

— Tá tudo bem?

Ela abaixou os óculos e enxugou as lágrimas.

— Nada menino. Vá cuidar da sua vida. – Levantou – se em seguida. Deixando-me mergulhado em questionamentos, sobre, de que raio de lugar, Maria conhecia aquela guria.

 

[…]

Foi um pulo até eu chegar em casa, tomar um banho e cair...

Na cama.

 

— Porra Rafael! - Reclamou Marcos quando me viu no beliche. - Carlos não te deu o endereço? Dá pra ir de busão e-

O interrompi.

— Não vou.

— Não?

— Não.

Marcos bufou.

— Você vai nessa porra. Agora. - O gordo tentou puxar meu braço.

Puxei de volta.

Ele desligou a TV. Levantei e bati a cabeça na cama de cima.

— Ai. Porra.

Ele me fitou.

— Que é cacete?- Grunhi impaciente.

— Rafa, sou seu amigo e tenho que te dar uns conselhos… - Lá vem. - Você tem 23 anos, um emprego de bosta e é meio nerd. E pra fuder, é virgem.

O observei continuar. Fingindo prestar atenção.

— Vai ao Kekoisa e pega alguém, coma alguém, grave e vire homem. Prove que você é mais do que um vendedor de livros com poeira.

— É um sebo. - O corrigi, irritado.

— Foda-se. Levanta essa bunda branca daí, coloca uma roupa e some!

Bufei quando ele bateu a porta

 

 

Toda essa palhaçada parecia seleção natural. Marcos deixaria de ser meu amigo caso eu negasse ir ao Kekoisa. E eu me perguntava à necessidade de não ser mais virgem. Eu não estava afim ainda.

Amizade zuada.

 

O problema é sair dessa situação. Parecia, na maioria das vezes, que minha sexualidade estava sendo questionada, em cada vez que este assunto vinha à tona.

E pra tentar mudar alguma coisa, levantei do beliche.

Procurei em meu armário uma camisa. Encontrei a minha antiga dos Strokes e fui pro espelho.

 

— Rafael, cê tá gordo. - Me contei.

A camisa coube, com dificuldade. Coloquei a calça e encontrei na mesinha de centro o papel do Carlos.

 

— Volto às seis.

— Vou tirar uma foto sua e colocar de legenda: Rafa comedor! - Satirizou Pedro, quando cheguei à sala. Estavam todos os quatro jogando no Xbox.

— Que orgulho do meu branquelo!- Disse Bruno mandando beijo.

— Vão se foder.

— Rafa. - Carlos tacou uns pacotes na minha direção. Quando caíram no chão reconheci: Camisinhas.

— Já tenho as minhas.

Riram.

— Não vale camisinha de posto que você ganhou na faculdade, Rafa.- Brincou Carlos.

Virei-me pra porta e ignorei.

Enquanto eu seguia para a escadaria da república, Aline estava subindo. Bati de frente com ela.

— Boa noite.

Ela me secou.

— Ora, ora. Se não é o punheteiro virgem do Alpha. - Aline se aproximou. Seu cabelo ruivo batia em seu rosto. - Tá cheiroso hoje, bonito até.

— Eu tento. - Virei pra esquerda, a fim de descer. Ela me bloqueou.

— Que tal perder a virgindade aqui?

Titubeei. Seria bom perder o cabaço. Mas seria bom com qualquer outra mina, menos ela.

Segurei seus ombros e a joguei para o lado.

— Tenho coisas a fazer agora, Aline.

— Vem cá. - Manhou com a voz rouca, e em seguida tentou me dar um selinho. O cheiro da cerveja barata me veio ao rosto. A encostei na parede outra vez e desci. Ainda escutando ao longe:

“Você é um cabaço babaca! Volta aqui!”

 

— Antes cabaço do que... - Suspirei. Não havia outra coisa em minha mente, capaz de diminuir a cabacice.

Peguei um ônibus e desci na Paulista. A rodei e não encontrei a porcaria do Pub/Bar ou seja lá o que for.

Resolvi, por fim, perguntar a um vendedor ambulante.

Era noite e eu mal vi seu rosto.

— Eai cara. - O abordei.

— Boa noite.

— Sabe onde fica o Kekoisa?

Ele levantou a sobrancelha.

— O que um rapaz da sua idade faz no Kekoisa?

Finque a expressão. Não entendi o que ele quis dizer com isso.

Porém, antes que eu abrisse a boca para perguntar, ele prosseguiu.

— Fica na travessa da Brigadeiro. Lá, você entra na primeira a direita. Vai cair na Rua das Marias. Fica no 119.

Ele me contou como chegar em gestos, me deu boa noite e mesmo depois de eu agradecer, senti seus olhos queimando minhas costas. Seria o Kekoisa um lugar para gays? Ou pior, travestis? Ou pior ainda! Um monte de nerd virgem?

 

 

Não precise me matar para descobrir o que o vendedor quis dizer com aquilo por muito tempo. Os frequentadores eram em sua maioria...

Velhos.

 

Idosos.

60/70 e 80 anos.

 

Marcos filho da puta!

 

Queria que eu pegasse uma velha!

 

Ou o Carlos que era ingênuo de mais e achava que eu só teria papo com idosas.


Notas Finais


Eu peço perdão pela demora e já aviso algumas coisas.
As atualizações da SuperAfim serão SOMENTE aos finais de semana.
Eu trabalho e não tenho tempo pessoal. (Estou correndo aqui, neste momento. rs)

Já quero pedir desculpas pelo tamanho do capítulo e já aviso que os dois próximos são grandes e contém cenas de sexo. Caso não gostem, me avisem, OK?

Agradeço a todos os que comentaram e aos que favoritaram. Vocês são demais!

Até a próxima e se quiserem falar comigo, podem me adicionar ou me procurar no twitter: @wtf_sabrina.

Beijos!


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