Desculpe
A ponte e a Estrela
Desculpe, não era para ser assim. Eu deveria ser imune. Deveria ter aprendido. Deveria ter entendido. Deveria estar bem agora – vendo um filme ou comendo pipoca. Eu deveria ouvir músicas e não me lembrar de você. Eu deveria não te reservar um espaço nos meus sonhos e um pouquinho de esperanças. Eu deveria não ler mensagens antigas e sorrir feito uma menininha que acordou na véspera de natal.
Mas é assim.
Sinto muito por ser tão masoquista – por errar e insistir no erro. Por ser tão eu. Por não conseguir. Por evitar. Por não dizer. Mesmo que não correspondido, sou uma cópia de coisas erradas; sou problemática. Sou in-amável. Sou amadora. Sou incerteza. Sou vento – do tipo ruim. Sou as quatro horas da manha das crises existências.
Você é meio-dia ou duas da tarde quando tem bolinho de chuva. Você é dormir sem hora para acordar e ver filme com pipoca. Você é sol, é nuvem, é vitamina D. Você é abraço apertado, corpo colado e calor corporal. Você é leve, pluma, azul, bolha de sabão. É fácil, é doce. É meigo. Você é como respirar.
E ela.
Ah, ela.
É arco-íris, aurora boreal, eclipse lunar, cine belas artes, floco de neve, brilho, mar. É sonho vívido, livro de faz-de-conta, canção de ninar. É complexa. É linda. É inconstante. Volta e vai. Sem parar. Ela é a escolha. Ela é desejo. Ela é uma espera de quem não se importa de esperar.
Ela não é o certo, e muito menos eu. Mas ela é o erro que você preferiu amar.
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