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História Codependence - Prólogo


Escrita por: PeterQuill

Notas do Autor


Minha primeira fic original.
POV dos gêmeos e datas dos acontecimentos serão ditos no começo do capítulo.
Boa leitura!

Capítulo 1 - Prólogo


POV WARNER

Maio de 2015

Toda vez que perguntam o que Thea está pensando, sou eu que respondo por ela.

Não é por eu querer me exibir, ou de fazer graça com ela. Mas porque eu sei o que ela está pensando.

Nós não brigamos muito, como a maioria dos outros irmãos. Mesmo sendo gêmeos, pode-se dizer que temos uma relação estável. Algo que todos considerariam adequado para qualquer pessoa que não fosse filho único.

Talvez pelo fato de termos nascidos juntos, sabemos muito bem um do outro. Sei quando ela mente. Sei quando ela está prestes a chorar. Sei quando alguma coisa boa aconteceu com ela antes que fale. Tudo só por causa das expressões dela.

Olho para ela, sentada no meu lado do sofá, assistindo à televisão. Thea estava concentrada no programa, seu cabelo castanho claro solto, os braços cruzados enquanto seus dedos da mão direita batiam em um ritmo no braço esquerdo. Usava uma camisa de manca comprida listrada e calça comprida.

Ela nota meu olhar e levemente se vira para mim. Seus olhos castanhos me encaram por um momento, me olhando de cima para baixo. Sua boca se mantém rígida e sem expressão, mas eu sei o que Thea está se perguntando por dentro. O que foi? O que está pensando?

Eu desvio o olhar para o chão, me mantendo sério e batendo com a perna repetidamente no chão. Hoje é um daqueles dias em que eu não quero falar nada, com ninguém. Tenho estado nervoso e impaciente nessa última semana, com os meus tiques nervosos sendo a prova disso. Mesmo refazendo as práticas de relaxamento que aprendi quando eu era pequeno, não estava adiantando.

Quando volto a olhar para minha irmã, ela dá um pequeno sorriso, as pálpebras quase fechando seus olhos, como se estivesse caçoando de mim. Se uma pessoa visse Thea fazendo isso, acharia que a próxima coisa que aconteceria seria minha irmã tendo um ataque de risos, dando um soco leve no meu ombro e falaria “qual é?”.

Mas não era o que seus olhos diziam. Apesar do sorriso, seu olhar manteve uma sensação de indiferença, como se tentasse me animar mas no fundo não se importasse. Às vezes, sinto como se Thea fosse uma estátua que foi moldada para ser fria e séria, mas alguém pintou um sorriso em sua cara e tentaram apaga-lo. A maioria das pessoas vão achar que ela está feliz; mas analisando-a bem, você começa a se questionar.

Eu olho para os lados, desconfortável, e dou um suspiro. Minha cabeça parecia uma bomba-relógio que foi acionada para explodir, mas não dizia quanto tempo restava até acontecer. Eu coloca minhas mãos no meu cabelo, puxando-o para trás, como se eu quisesse arrancar todos os fios de uma vez. Percebo que estou suando frio nas mãos, mesmo não fazendo muito calor aqui dentro.

Respira. Respira.

Inclino-me para frente, apoiando meus cotovelos em cima de minhas pernas, uma ainda tremendo, e entrelaço meus dedos, colocando-os perto da minha boca. Eu não era assim. Eu nunca cheguei a esse ponto. Estou perdendo o controle da minha ansiedade, que há anos me atormentou. E está piorando a cada dia.

Sinto um toque leve no meu ombro, e um arrepio atravessa o meu corpo. Viro-me lentamente e vejo Thea com a mesma expressão estampada em seu rosto. Seus olhos estavam concentrados nos meus, como se estivesse falando o que seu gesto significava. Não se preocupe. Tudo vai ficar bem.

Afasto lentamente dela, sua mão ainda suspensa no ar onde antes estava meu ombro. Ela olha para a mão dela por um segundo, me examina rapidamente e deixa a mão cair no sofá, voltando para sua posição de antes. Thea sempre foi muito carinhosa e se preocupava muito comigo, até pelas situações mais insignificantes que fossem. Eu também sou assim com ela.

Nós sempre cuidamos um do outro. Mas considerando o histórico de nossa família, temos boas justificativas de sermos tão dependentes. Nosso papel de “filhos” foi completamente extinta em casa, a menos se nossa mãe tivesse que explicar ou fazer algo em público para nos representar.

– Warner. - Thea disse, sua voz tendo um tom doce e inocente. – Eu sei que sua ansiedade... Ou qualquer tipo de problema psicológico você também talvez tenha... Tem te afetado nesses dias. – Ela me encarou, seus olhos mostrando preocupação. – Mas você vai superar isso. Não deixe que um nervosismo atrapalhe a sua vida. Nós já passamos por tanta coisa... E você sabe disso.

Ponto para minha irmã. Placar: um a zero para ela.

– Se nós chegamos até esse ponto, então não vale a pena você se deixar ser consumido pelo seu próprio sofrimento.

– Mesmo se eu tivesse feito algo de errado? - perguntei, segurando minhas lágrimas. - Algo que eu me arrependo até o fim da minha vida, mesmo que...

– Warner. - Thea me interompeu. - Você não tem culpa de nada. Você sabe que você só faz o que deve ser feito. - Thea sorriu. - Eu estou bem. E você também deve estar. Por mim. Por todos nós. Ok?

Se eu pedisse para fazer alguma coisa pro meu próprio benefício, Thea aceitaria na hora, sem questionar nada. O oposto também aconteceria, se ela perguntasse.

Eu faria qualquer coisa para fazer minha irmã feliz. E ela também faria.

Eu dei um suspiro e abri a boca para responder.


Notas Finais


O que acharam?
Críticas, sugestões e dúvidas são bem vindas.
Seu comentário é muito importante para eu saber como está o progresso da fic e de eu poder continuá-la.
Beijos.


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