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História Dont Let Me Go - Campo de Guerra


Escrita por: Mrscurly

Notas do Autor


Olá, flores!
Desculpem-me pela demora para postar esse capítulo, mas tive uma grande dificuldade em escrever ele, espero que me perdoem.
Quero agradecer a todos os comentários e favoritos que recebi. Vocês são demais!
Espero que gostem do capítulo.
Boa Leitura.

Capítulo 30 - Campo de Guerra


Fanfic / Fanfiction Dont Let Me Go - Campo de Guerra

Eu me sentia em um campo de batalha, sem nenhuma proteção, enquanto recebia ataques dos dois lados dos times guerrilhando. Totalmente desarmada, nenhuma das minhas investidas para trazer um pouco de paz entre os dois lados funcionava.

Hazel não falava comigo sobre o assunto desde o dia depois da briga, que havia me feito pensar que as portas do nosso apartamento não existiam mais. Até aquele dia, pensava que eu conseguia lidar com qualquer coisa que Haz enfrentava, mas a situação havia saído um pouco mais fora do controle do que esperava.

Algumas horas depois de receber a ligação de Harry, peguei meu travesseiro e migrei para o quarto de Hazel, deitando-me ao lado do corpo trêmulo de minha amiga, que já se encontrava acordada, e chorando.

− Haz, o que aconteceu? – Murmurei, abraçando a cintura dela e limpando as lágrimas que lavavam seu rosto moreno.

−Não quero falar sobre isso, Nora. – Ela respondeu duramente, apertando mais nosso abraço, e meu coração se apertou, sabendo que Hazel estava pior do que eu achava.

− Mas você não espera que depois do que houve ontem à noite, eu simplesmente ignore tudo e deixe minha melhor amiga assim, não é? – Perguntei, fazendo com que ela olhasse em meus olhos, e acabei encontrando os dela totalmente vermelhos.

− Desculpe se acabei com alguma coisa que estava acontecendo entre você e Harry. – Haz mudou de assunto, tentando abrir um sorriso malicioso, mas seu rosto apenas se transformou em uma careta triste.

− Como você sabe que ele estava aqui? – Perguntei, me perdendo em meio a nossa conversa, e acabando por ficar corada.

− Vi quando ele saiu, estava na cozinha tomando um copo de leite. – Hazel se aninhou mais contra mim, sorrindo sem mostrar os dentes. – Você tem sorte de tê-lo, Nora, ele é tão carinhoso com todos; quando me viu na cozinha, simplesmente veio até mim e me abraçou, beijando minha testa, dizendo que ele podia não ser você, mas se precisasse era só ligar que ele me ouviria.

Tentei esconder o sorriso bobo que se formou em meu rosto, pois mesmo eu não conseguindo tirá-lo de meus pensamentos, aquele não era o momento certo para falar de Harry, pois Simon e Hazel haviam brigado, e eu nunca a vi ficar daquele jeito tão desolado.

− Ele saiu cedo, pois ele e os meninos vão para a Austrália, fazer alguns shows. – Resumi toda a história, pronta para voltar a conversa anterior. – Mas não estamos aqui para falar sobre Harry, eu quero ajudar você, Hazel, mas você precisa me contar o que ouve com você e com Simon. Pensei que você tinha ido até a casa dele para conversar, como eu disse ontem.

Hazel se remexeu, resmungando algumas coisas desconexas, antes de se soltar do aperto de nosso abraço, sentando-se na cama com as pernas cruzadas e passando as mãos pelos cabelos cheios.

− Eu fui, toda idiota esperando mesmo que você estivesse certa sobre eu estar apenas com um ciúme exagerado, mas quando eu cheguei lá... – Hazel suspirou e balançou a cabeça, voltando a olhar para mim. – Nunca deveria ter ido “conversar”, pois isso só fez me arrepender de ter amado o Fray.

Esperava que Haz despejasse toda a história sobre o dia anterior, mas aquela explicação apenas me deixou confusa e mais impotente em querer ajudar; tudo aquilo já estava me deixando irritada, então apenas levantei da cama com um pulo e cruzei os braços sobre peito, olhando com minha melhor expressão de brava para Hazel.

− Hazel Rawlins! Você vai me explicar tudo, agora mesmo! – Disse, autoritária, apontando um dedo para ela.

Infelizmente, Haz também sabia ser muito irritante quando queria, e tinha o dom supremo de fazer pirraça, e naquela batalha, eu sabia que iria perder.

− Eu não quero falar nada! – Ela saltou para fora da cara, jogando os cabelos revoltos para longe. – Aliás, não quero mais ouvir o nome daquele garoto!

Com isso, Hazel foi até o banheiro batendo o pé, deixando-me sozinha no quarto bagunçado, totalmente confusa e frustrada.

E aquele voto de silêncio permaneceu até o final de semana, sendo os dias mais estranhos e chatos que já vivi. No trabalho, Hazel não desgrudava um segundo de mim, nunca citando a briga, mas falando sobre assuntos soltos e sem nexo, e quando Simon cogitava chegar perto de nós, ela lhe lançava um olhar mortal, agarrava meu braço e nos arrastava para bem longe dele, fazendo com que eu nunca conseguisse conversar com Simon.

Minha cabeça não parava de pensar sobre o aniversário de Harry que estava se aproximando, mas aquela estava se tornando uma tarefa impossível, e com a quantidade de matérias que se acumulavam em minha mesa na Daily, já não conseguia mais ter horário de almoço, para pesquisar algum presente muito bom.

“O que dar para alguém que pode comprar qualquer coisa? ”

Aquela pergunta estava corroendo-me, e sem nenhuma ajuda extra de Hazel, que chegava do trabalho e se trancava no quarto para chorar baixinho, tive que recorrer aos blogs de fãs de Harry, para tentar achar alguma paixão maluca dele, que me levaria ao presente perfeito.

Fiquei um tanto perturbada quando descobri que ele havia comprado quadros com sistemas reprodutores, chagando a conclusão de que não queria encontra-los na parede da casa dele.

Nossas conversas de madrugada, no Skype, resumiam-se em minha longa narrativa sobre como eu estava vivendo em um hospício, e como eu estava precisando dele para dormir.

− Só para dormir, Nora? – Ele perguntou, abrindo um sorriso malicioso para mim, com a cabeça apoiada no travesseiro, e o peito nu.

− Claro, meu travesseiro já não é mais confortável que o seu corpo. – Respondi, abrindo um sorriso envergonhado para ele, que apenas sussurrou um “Eu te amo”.

− Logo estarei de volta, amor. – Harry sussurrou, logo após um longo bocejo.

− Você não pode voltar! – Berrei, fazendo com que ele arregalasse os olhos com a surpresa. – Eu ainda não achei um presente de aniversário para você.

− Já disse que só quero estar com você no meu aniversário. – Ele sorriu maroto, como se estivesse com um plano em sua mente, deixando-me curiosa. – Aposto que vai ser o melhor aniversário de todos.

− Não acredito que não pensei em nada ainda. – Resmunguei, fazendo bico, passando o dedo na tela em um movimento involuntário. – Estou com saudades.

− Eu também. – Ele sussurrou, fazendo o mesmo movimento com os dedos de como se estivesse acariciando meu rosto.

Mordi a parte interna de minha bochecha, deixando que o silencio tomasse conta daquele momento entre nós, até que uma voz sonolenta nos atrapalhou, fazendo com ambos nos assustássemos.

− Casal meloso, sinto muito interromper, mas tem uma pessoa com sono aqui. – Reconheci a voz de Niall mesmo ele não aparecendo na imagem de vídeo.

− Ele não tem quarto próprio? – Perguntei baixinho, mesmo sabendo que Niall podia ouvir, recendo uma risada de Harry, enquanto ele olhava para o lado.

− Ele tem, mas as vezes gosta de invadir o quarto dos outros para dormir. – Harry disse, alto e pausadamente, como se quisesse deixar claro que não estava feliz em dividir a cama de casal com um irlandês.

− Estou ouvindo! E obrigada pela parte que me toca.

E depois de alguns minutos rindo escandalosamente, Harry desligou a chamada, me fazendo perceber o quão ele estava fazendo falta para mim, ao meu lado.

E depois de um resto de semana totalmente maluco, finalmente o sábado tinha chego, e agora me encontrava parada na calçada em frente ao meu prédio, me abraçando fortemente para que meu sobretudo esquentasse-me naquele dia congelante.

Esperava o Toyota de Simon aparecer na esquina, para me levar ao orfanato, e finalmente ter um dia com meu amigo.

Hazel não ficou nada feliz em saber que eu iria passar o dia com o Simon, e ficou a ponto de jogar uma xícara de chocolate quente em mim quando contei que iria passar a noite na casa dos Fray.

− O que você vai fazer lá? – Ela perguntou, agarrando a xícara com muita força.

− Ele também é meu amigo, Hazel, e não é por causa de uma briga que eu não entendo entre vocês dois, que eu vou deixar de fazer as coisas que eu sempre fazia com ele. – Estourei, antes de pegar as chaves de casa e sair para a rua.

Enquanto eu rezava mentalmente para que Simon não demorasse, pois estava começando a não sentir mais meus dedos, percebi que além de extremamente raivosa com Simon, Hazel agora tinha me visto como uma traidora que pulou para o time inimigo.

Ou eu estava assistindo muitos filmes de ação e guerra.

O Toyota prata tão conhecido, finalmente parou em minha frente na rua, fazendo com que eu saltasse em direção ao banco do motorista, suspirando com prazer quando senti o ar quente preencher meus pulmões.

− Olá, Nora. – Simon disse, puxando para um abraço apertado, fazendo-me perceber o quão eu sentia falta de seu rosto familiar. – Estava ficando com saudades de vocês.

− Oh, eu também Simon. – Resmungo, prendendo meu cinto enquanto Simon saia para as ruas. – Mas estou vivendo com uma ditadora agora, que não está nada feliz comigo nesse momento.

Um suspiro cansado saiu dos lábios de Simon, enquanto ele apertava com mais força o volante e seus lábios formassem uma linha tensa.

− A manta reserva está no banco de trás caso você queira, Nora. – Simon sussurrou, aumentando a temperatura do aquecedor, fazendo-me perceber que eu tremia e batia os dentes.

A colcha de retalhos que a senhora Fray havia feito para Simon quando ele era pequeno, se encontrava dobrada sobre o banco traseiro do carro, lugar que sempre passava a ocupar quando Londres recebia seus dias mais frios.

Enrolei-me toda na coberta, sorrindo agradecida para Simon, e pronta para começar o meu interrogatório com ele, sobre a briga com Hazel, pois sabia que eu não seria ignorada dessa vez.

− Simon, a Haz não me contou nada sobre aquele dia... – Comecei, falando baixinho e mordendo a parte interior de minha bochecha, em um ato nervoso. – E eu estou muito preocupada com ela, com vocês dois. Você pode me contar o que aconteceu?

Alguns minutos se passaram em silêncio, e eu apenas olhava pelo vidro embaçado do carro, observando Simon entrar em várias ruas residências até que chagássemos no subúrbio do orfanato. Eu tinha que confessar que estava quase rasgando-me de curiosidade, mas estava respeitando o espaço de Simon.

− Nem eu entendi muito bem o que aconteceu. – Ele começou a falar, baixinho, olhando firme para a rua. – Hazel apareceu em casa pedindo desculpas por ter sido tão ciumenta em relação à Amanda, e até aquele momento eu não sabia porque ela havia passado o dia de cara virada para mim.

− Ela viu você conversando com a Amanda, e sabe como a Hazel é quando não gosta de uma pessoa. – Esclareci para ele, abaixando o som do rádio, para que pudéssemos conversar em paz até o orfanato.

− Bem, nós estávamos conversando sobre o trabalho, já que a Mandy acabou de se formar em jornalismo, ela estava com algumas dúvidas. – Simon explicou, finalmente olhando para mim e abrindo um sorriso. – Mas Peter tinha razão quando disse que Mandy era ótima com textos. Lembra-se do Peter?

Uma garoa fraca começou a escorrer pelos vidros do carro, e eu me enrolei mais na coberta de Simon, perguntando-me mentalmente porque não coloquei uma meia a mais, ao mesmo tempo que tentava distinguir qual era o Peter dentre os milhares de amigos que Simon já havia me apresentado.

− Peter é aquele seu amigo do RPG? O que sempre aparece na sua casa vestido de Gandalf? – Perguntei, vendo Simon rir baixinho enquanto confirmava. – Não sabia que ele e Amanda eram parentes, eles não são nada parecidos.

− Eles não são mesmo, Nora, eles são namorados. – Simon disse, enquanto eu arregalava os olhos.

Nunca pensei que um dia veria um dos amigos do Simon com uma namorada de verdade, não uma personagem de gibis ou de vídeo games, pois sempre que saímos, eles entravam em uma conversa estranha sobre quem era mais “gostosa”: a princesa Leia ou a elfa Tauriel.

− Não sei o que me deixa mais surpresa. – Murmurei, ainda espantada pela notícia repentina.

− Você devia ter visto a cara do Samuel quando Peter contou sobre a namorada. – Simon disse, rindo baixinho com a lembrança. – Pelo menos eu parei de ser o único “anormal” entre eles.

− Seus amigos me assustam. – Disse, por fim, resumindo todos os meus pensamentos sobre os amigos nerds de Simon. – Mas volte a contar sobre Hazel.

− Depois que ela passou o dia inteiro sem falar comigo, apareceu em casa, falando algumas coisas cobre estar com ciúmes bobo, e como você era boa em dar concelhos. – Ele disse, fazendo uma careta de desentendimento. – Não estava entendendo nada que Haz dizia.

− Eu disse à ela, que estava com ciúmes sem motivos, pois você e Amanda deveriam estar conversando sobre trabalho, o que eu estava certa. – Conclui, vestindo as luvas que havia colocado dentro da bolsa. – Disse à ela que fosse conversar com você para resolver as coisas.

− As coisas fazem mais sentido agora. – Simon riu baixinho, balançando a cabeça e parando em um sinal vermelho. – Simplesmente disse a Hazel que estava tudo bem entre nós, e então fomos para o meu quarto e ...

Nesse momento, joguei minhas mãos até a boca de Simon, que arregalou os olhos de surpresa, enquanto eu tentava apagar as imagens que se formavam em minha mente.

− Eu realmente não quero saber o que vocês foram fazer no quarto. – Murmurei, balançando a cabeça em uma tentativa de jogar os pensamentos para longe.

− Desculpe, Nora. – Simon começou a gargalhar, enquanto virava para entrar em mais uma rua cheia de casas. – Mas eu ia dizer que que fomos jogar vídeo game.

− Ah! Tudo bem. – Murmurei envergonhada, enquanto as gargalhadas de Simon ainda enchiam o carro.

− E parecia que estava tudo bem, até que eu recebi uma mensagem no celular, e como ele estava perto de Hazel, pedi para que ela lesse, mas quando ela passou os olhos pela tela do celular, simplesmente começou a surtar comigo.

Encarei Simon sem entender muita coisa, pois mesmo que eu soubesse que Hazel gostava de surtar por qualquer coisa, não achava que ela poderia começar uma briga por causa de uma simples mensagem.

− Quem mandou a mensagem? – Perguntei, enquanto Simon estacionava na porta do orfanato, que devido ao frio estava com as portas fechadas sem nenhuma criança brincando no jardim.

− Foi a Amanda. – Ele suspirou, tirando a chave da ignição, e virando-se no banco para me olhar melhor.

− Por que ela mandou uma mensagem? – Perguntei, fazendo careta, querendo mesmo acreditar que foi só uma mensagem boba.

− Até você, Nora? – Simon bufou, pegando o celular e jogando em minhas mãos, apontando para que eu olhasse as mensagens. – Ela apenas perguntou quando ia ser o próximo encontro de RPG de jornada nas estrelas, porque Peter e ela jogam com a gente.

Demorei alguns segundos para conseguir desbloquear o celular de Simon, finalmente abrindo as mensagens e confirmando o que ele havia dito. Uma simples mensagem confirmando data e local de um encontro de Jornada nas Estrelas.

Provavelmente Hazel nem ao menos chegou a ler a mensagem.

− Eu sinto muito, Simon. – Disse, corando por ter duvidado de meu amigo, devolvendo-lhe o celular.

− Tudo bem, Nora. – Ele deu de ombros, enquanto eu me desenrolava do cobertor, jogando-o no banco de trás novamente. – Fico feliz por contar isso para alguém, só queria que Hazel também soubesse disso.

− Ela vai saber, Simon. – Garanti, puxando-o para um abraço apertado, antes que nós dois sorríssemos, saindo do carro e correndo em direção ao orfanato, enquanto eu me encolhia contra o corpo de Simon, que me apertava em seus braços.

Estávamos tremendo e batente os dentes, quando finalmente entramos no orfanato, ouvindo as risadas das crianças vindas da sala de recreação, quando uma silhueta baixinha entrou em nosso campo de visão.

− Simon, Nora! – Martha estendeu os braços para nós, nos envolvendo em um abraço apertado. – Esse orfanato estava sentindo a falta de vocês dois.

− Também sentimos a sua, Martha. – Sorri para a mulher com os cabelos grisalhos, envolvendo o corpo dela com meu braço, depositando um beijo em sua bochecha.

− E aceitamos se a senhora fizer uma xícara de chocolate quente para nós. – Simon sorriu, esfregando os braços em uma tentativa de se esquentar.

Simon e Martha seguiram para a cozinha, onde a velha mulher fazia várias canecas de chocolate quente para as crianças, junto com cookies quentinhos saídos do forno em pouco tempo.

Entretanto, minha saudade da pequena Cassie era tanta, que apenas corri em direção à sala de recreação, onde encontrei várias crianças encapuzadas com milhares de roupas de frio e cobertores, assistindo filmes infantis ou pintando nas mesinhas coloridas.

− Nora, Nora, Nora! – Uma menina de cabelos castanhos correu em minha direção, tentando não tropeçar no próprio cachecol, fazendo com que eu abrisse um sorriso e estendesse os braços para pegar Cassie em meu colo.

− Oh, minha pequenina. – Murmurei, enchendo sua bochecha corada com milhares de beijos. – Estive com tanta saudade de você.

Cassie envolveu meu pescoço abraçando-me com o máximo de força que seus bracinhos conseguiam, fazendo com que sorrisse ainda mais, tentando entender como aquela criança conseguia me fazer tão bem.

− Eu também, Nora. Tenho um montão de coisas para falar para você! – Ela disse, jogando os braços para o ar, rindo logo em seguida, enquanto eu nos levava de volta para o grupinho de meninas cobertas em que Cassie estava antes de eu chegar, assistindo um filme da Barbie.

Abracei todas as meninas que estavam ali, sentando-me em um espaço entre elas, com Cassie ainda em meu colo, cobrindo-nos com a manta cor de rosa de patinhos.

− O que aconteceu para você estar tão eufórica, Cassie? – Perguntei, percebendo que todas as meninas estavam agarradas com um ursinho que vestia uma camisa com a foto da One Direction estampada.

− Eles vieram aqui, Nora! – Cassie gritou, empolgada, tirando seu próprio ursinho entre as dobras das cobertas.

− Eles trouxeram brinquedos para todos nós, Nora! – Julie gritou logo em seguida, abraçando seu ursinho com felicidade.

− Martha disse que eles também deram roupas novas para a gente. – Hope disse, apontando para seu próprio pijama estampado.

Recordava-me de Harry ter dito que ele e os meninos iam fazer uma surpresa no orfanato, deixando-me triste por não poder ter ido e presenciado a cara das crianças ao verem todos os brinquedos que eles haviam levados, além das roupas novas para todas elas.

Todas as crianças ali seguravam algum brinquedo em mãos, como se fosse algum tesouro muito valioso, mas eu sabia que para elas aquilo significava muita coisa.

− Eles cumpriram a promessa e voltaram aqui, Nora! – Cassie disse, sorrindo para todas as meninas em sua volta. – Nós brincamos quase a tarde inteira juntos.

− Foi o melhor dia de todos! – Hope afirmou, jogando os bracinhos para cima.

− O Louis disse que eu era linda. – Felicity murmurou, com as bochechas coradas e um pequeno sorriso no rosto.

− Fico tão feliz em saber essa novidade. – Disse, sorrindo bobamente para todas as meninas, que mostravam-me seus brinquedos novos.

− Tenho mais uma coisa para contar, Nora! – Cassie puxou a manga de meu sobretudo, fazendo-me olhara para ela.

− O que foi, querida? – Perguntei, acariciando os cabelos da pequena menina em minha frente.

− Um papai e uma mamãe vieram me ver ontem! – Ela praticamente berrou a frase, fazendo com que meu peito apertasse e eu ficasse sem reação.

Não que eu não estivesse feliz por Cassie, pois era muito difícil uma família se interessar por uma criança já grande, preferindo os bebês. Mas aquela notícia havia me deixado um tanto espantada, pois no fundo eu sabia que eu não estava pronta para me despedir de Cassie, nem tinha certeza se algum dia eu estaria.

− Eles passaram o dia aqui comigo, e eles são muito legais. – Cassie começou a narrar o dia que teve com o casal, parando poucas vezes para pegar fôlego. – Martha disse que eles queriam voltar mais vezes.

− I-isso é ótimo, Cassie. – Murmurei automaticamente, segurando a lágrima teimosa que queria sair rolando pelo meu rosto.

− Está tudo bem, Nora? – Era a voz de Simon, que segurava uma bandeja cheia de canecas quentes, entregando para as meninas e para mim.

− Claro. – Sorri, levando o delicioso chocolate quente aos lábios.

− Harry me contou um segredo, Nora. – Cassie sorriu sapeca, tomando de seu próprio chocolate quente.

− O que ele falou? – Perguntei, sabendo que ela já havia contado o segredo para todo mundo.

− Que você e ele são namorado e namorada agora. – Ela riu, escondendo a boquinha com as mãos, enquanto eu confirmava com a cabeça e tirava sua caneca das mãos, iniciando uma guerra de cócegas.

Quando já era de tarde, e depois de um almoço delicioso que Martha havia feito para todos nós, finalmente nos despedimos, indo em direção aonde o carro de Simon se encontrava, e depois de alguns abraços, finalmente tive coragem de perguntar a Martha o que eu queria.

− Martha, é verdade que tem um casal interessado em Cassie? – Perguntei, vendo a expressão no rosto da velha mulher ficar triste.

− Eu ia pedir para que Frank lhe avisasse, mas acho que Cassie contou. – Martha disse, enquanto eu abraçava meu corpo contra o vento frio, confirmando com a cabeça.

− Ela está muito feliz. – Murmurei, sentindo o braço de Simon apertando meus ombros contra seu corpo.

− Mas você saber que não quer deixa-la. – Martha completou o meu pensamento, enquanto eu apenas balançava a cabeça.

− Eu apenas quero ver ela feliz. – Disse confiante, mesmo sabendo que por dentro eu não estava nada confiante ou feliz com a notícia, o que me deixava mal.

Abracei mais uma vez Martha, pedindo para que ela avisasse meu pai que qualquer hora eu apareceria para vê-lo, entrando no Toyota de Simon e deixando que ele nos levasse até a casa dos Fray, passando o caminho todo em silêncio, apenas com a música do rádio em nossa volta.

A senhora Fray pareceu bem empolgada em me ver, mesmo com Simon falando que nós não estávamos namorando, mas acho que nos sonhos maternais dela, eu e ele nos casaríamos e faríamos a felicidade da velha mulher.

E depois de uma tarde inteira jogando os clássicos do vídeo game, a senhora Fray nos chamou para mais um jantar delicioso que ela sempre fazia, e como sempre, passei toda a hora do jantar elogiando-a, que parecia não se caber em felicidade.

− Minha mãe ama você, sabe disso não é? – Simon disse, quando já era de noite, e ele colocava seu colchão no chão, arrumando sua cama provisória, enquanto eu me aconchegava em sua cama, com um velho pijama que encontrei em seu guarda roupa.

− Você sabe que eu a adoro. – Respondi, observando ele se matar para colocar uma fronha no travesseiro. – E acho engraçado o sonho dela de nos ver namorando.

− Nunca iria acontecer. – Ele disse, sorrindo para mim.

− Nunca mesmo, Fray. – Disse, mostrando-lhe a língua. – Agora me dê esse travesseiro que eu ponho a fronha.

Quando finalmente Simon conseguia se arrumar em seu colchão, deitei na ponta de sua cama, olhando para ele como sempre fazia, antes de entrar em nossas longas conversas noturnas.

− Eu sinto tanta falta dela, Nora, e ficamos sem conversar por apenas dois dias. – Simon suspirou, colocando os óculos ao lado do colchão. – Nem imagino como você fica, com o Harry sempre viajando.

− Apenas multiplique a sua saudade por dez. – Murmurei, abrindo um pequeno sorriso para Simon, ao mesmo tempo que ele segurava minha mão fortemente, enquanto eu tentava jogar a saudade de Harry para longe, naquele momento.

− Acho que viramos bobos apaixonados. – Simon disse, enquanto nós dois ríamos baixinho.

− Com certeza, dois bobos apaixonados. – Concordei, fechando os olhos para que o cansaço do dia me embalasse no sono.

Continua...


Notas Finais


Esse foi o novo capítulo de DLMG, espero que tenham gostado e que não tenha ficado muito cansativo, pois ficou um pouco grande.
Para as perguntas que recebi, bem, a fic está no fim sim, mas ainda terão uns 5 ou 6 capítulos, então fiquem tranquilas.
Desculpem-me por não ter respondido os comentários de todas, mas pedi para a minha Best Mari responder, pois estava tentando me concentrar no capítulo. Mas tenham certeza que li todos eles.
Deixem suas opiniões aqui e até a próxima!
Xoxo, Gabi G.


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