História Dark Angel - What Now

Olho melhor, não consigo entender porque este salão, porque eu o vi.

Ainda é de madrugada, acordei com uma sensação estranha e vim para este salão que antes estava lotado de vampiros e lobos, que agora está vazio, somente eu aqui.

Zayn ainda está dormindo profundamente, toco meu pescoço, onde há duas pequenas perfurações, onde horas antes Zayn havia os feito, e logo em seguida eu havia tomado seu sangue também, e antes, eu finalmente havia deixado minha paranoia.

Vou até uma parede em que tem quadros representando musas de época, me sinto meio dolorida, como se estivesse corrido quilômetros e levantado pesos, mas não foi bem isso o que aconteceu. Toco meus lábios e fechos meus olhos, lembrando da sensação de seus lábios nos meus.

Sacudo a cabeça, preciso me concentrar. Vou andando entre as pinturas, uma mais realista que a outra, até que paro em frente a uma. Uma mulher, deitada sobre um divã acho, estrategicamente nua e coberta, um lençol de seda rosa cobrindo-a, ela tem cabelos negros e olhos escuros, sua pele pálida de lábios rosados em contraste, ela me encara, encara o pintor de forma tão apaixonada, seu amante por detrás do quadro, olho o nome abaixo, Bastieen Brun.

Por um momento penso ser algo, nossos sobrenomes são sim os mesmos, mas isso não quer dizer nada, tenho certeza que não quer dizer nada. Toco com as pontas dos dedos a pintura, sentindo o traço do pincel, tantos detalhes que chega ser difícil acreditar que é realmente uma pintura, olho a dada, 1860, eu queria me lembrar de como era essa época, sempre fui encantada por essa época.

Deso meus dedos pela beira do quadro, sentindo os traços, tão leves, até que chego na moldura e minha unha se prende em algo, a puxo e uma ponta de papel sai de dentro da moldura. A puxo com muito cuidado, ele está muito presa entre a moldura e a pintura, mas consigo soltá-la.

Uma folha parda e áspera, dobrada com cuidado. A giro entre meus dedos, O que isto estaria fazendo entre uma pintura e uma moldura? Estava escondida, claro, e parece que quem a escondeu ali não queria que a encontrasse. Desdobro a folha com cuidado, são duas na verdade, e analiso os símbolos escritos a tinta nela.

Não consigo entender, mas elas vão se formando e tudo fica claro, como no livro de Liliam, e eu consigo lê-la.

Perco o ar quando entendo, são as folhas que faltavam, as que continham a quebra da maldição. Olho a outra, um desenho de uma estrela com algumas coisas dispostas perto dela.

A quebra da maldição... Eu vou fazer o que esta folha diz? Minha irmãs estão presas esperando para serem libertas há mais de 3 mil anos esperando por mim para libertá-las, não posso pensar assim, eu tenho que fazê-lo, eu vou, não importa que para isso eu tenha..

- Porque você não está na cama?

Dou um pulo quando a voz de Zayn surge bem na minha orelha, me abaixo e pega as folhas que eu deixei cair, estou gelada, ouço minha pulsação em meus ouvidos.

Me levanto e encontro seus olhos mel me encarando, a testa franzida esperando eu responder.

- Eu... hm.. bem - Minha voz falha no final, droga. - Eu senti algo e vim ver.

Ele desce seus olhos para minhas mãos, as folhas claro.

- E eu as encontrei. - Digo, levantando as folhas. - As que faltavam.

Seus olhos se iluminam quando o digo, se ele soubesse não o faria.

- E o que diz?

Eu entrego as folhas para ele, seu que ele não vai entender nada.

- Bem, a maldição .... - Olho para a pintura, posso até conseguir mentir, mas ele verá em meus olhos. - Tenho que reunir certas pedras de energia na lua cheia, é quando a lua está pegando toda a luminosidade do sol e a energia é muito elevada e podendo até nos mover em outras dimensões, e fazer o mesmo que está neste desenho

Deixo minha voz morrer, espero que ele não tenha percebido o tom falso em minha voz.

- Só isso? - Ele diz, ao meu lado, também olhando a pintura de Bastieen.

- É mais dificil do que parece, tem que ser na hora exata em que a lua está em seu auge, quando a energia que ela transmite é muito forte, e esse momento dura cerca de 4 segundos, e essa pedras, bem, não pode ser qualquer uma.

Respiro fundo, não gosto de fazer isso, mas é o que tenho de fazer.

Ele me puxa para si e me aconchego em seu peito.

- Você está bem? - Ele diz, beijando o topo de minha cabeça.

- Estou.

- Não foi isso que eu perguntei.

Sorrio.

- Um pouco dolorida, como se tivesse malhado um dia inteiro, mas não é ruim.

- Hm...

Voltamos ao nosso quarto, e de novo eu contribuo para minhas dores, mas de um jeito bom, muito bom.

- E agora? - Pergunto de olhos fechados, sinto como se meus músculos fossem de gelatina.

- Não sei, ainda temos de ir até a outra cidade? 

Ele passa os dedos pelo meu rosto e ri, eu rio também sem nenhum motivo aparente, nossa alegria pós-coito.

- Acho que sim, eu a vi, não sei porque.

Bocejo e me aconchego em seu peito, o sono me abatendo aos poucos.

- Durma um pouco anjo.

Faço o que ele diz, aos pouco dormecendo, mas o papel e a pintura ainda em minha mente. Foi fácil, fácil demais achar isto, e não parece certo, não sei, mas o que tenho de fazer não é, mas eu o farei, apesar de estar com medo e saber que Zayn nunca me perdoaria.