História Dark Angel - Do Or Die

Olho para o teto branco, demoro um pouco para acreditar que tudo o que tem acontecido é real.

Há uma semana Liliam havia nos feito uma visita, e me deixou um livro, o livro dela, de todos os seus feitiços e palavras que somente ela conhecia, e que agora eu as tenho.

Meu poder está maior, muito maior, posso sentir. Faço tudo que está no livro sem me cansar, na clareira me senti um pouco debilitada por dizer uma palavra macabra de Liliam, agora não, consigo sem nem ofegar.

Outros poderes além da magia também apareceram, rápido demais até.

Telecinesia, levitação, controle de mente, hipnotismo, leitura de mente, ilusões de dor, ilusões de cegueira, várias ilusões da mente que não consigo descrever, rastreamento de uma pessoa por meio de alguma coisa dela, visões as vezes. Foi rápido demais, e eu precisei mais de que nunca de Zayn.

Ian e Alejandra ajudaram é claro, mas alguns desses poderes Zayn também tinha, como leitura de mentes, e também sua presença me ajudava, ter ele ali segurando minha mão enquanto eu lia e recitava palavras e feitiços poderosos.

- Faça comigo, eu não ligo. - Zayn dizia pela milésima vez e eu negava pela milésima vez.

- Nos podemos também. - Ian e Alejandra de ofereceram.

Há três dias Liliam havia nos visitado. Eu estava treinando leitura de mente, dominação de mente e pensamentos, e ilusões, isso tinha no livro. Ma seu não queria fazer com ninguém ali, tinha medo do que poderia encontrar naquelas mentes.

- Acho que ela iria preferir algo mais vivo. - Ian disse, provocando Zayn, eles tem se alfinetado desde a visita de Liliam.

- Não acho que ela iria preferir ver a mente de um cachorro. - E Zayn sempre rebate, e Ian também, isso era irritante.

- Parem vocês dois. - Disse quando Ian já ia rebater. - Não vou usar nenhum de vocês como cobaia.

Não era muito isso o porque de eu me opor a testar a mente deles.

Zayn olha pela janela, uma nevasca nesta madrugada deixou tudo branco. Os lobos não tem aparecido muito, as vezes um ou dois rondam a casa, e agora eu os sinto, e roda vez que um deles aparece Zayn trinca os dentes tão fortemente que acho que seu queixo se quebraria.

- Já volto. - Ele diz e sai com sua velocidade sobre-humana, nem dando-me tempo de pensar em ir atrás dele, meu cabelo voa com a velocidade e sua partida.

Vou até a janela e fico observando a floresta escura, sei que não tem nenhum lobo ali, mas tenho receio de Zayn lá fora, sozinho, também sei que ele pode muito bem se proteger.

Alguns segundo depois Zayn surge da floresta; pálido com sempre, seu cabelo preto despenteado na testa, seus olhos castanhos mel brilhando e meu sorriso favorito em seus lábios. Acho que nunca irei me acostumar com sua beleza, deste vampiro que entrou em minha vida, meu vampiro.

Ele está com um coelho branco em suas mãos.

- Não é a mesma coisa, mas deve ajudar. - Ele diz, sorrindo.

E ajudou, consegui, com muita facilidade, usar a mente do coelho, era meio confuso, mas eu consegui. Depois um humano passou por ali perto, e eu treinei com ele, há distância, foi meio difícil, mas eu consegui.

As vezes fico confusa com estes poderes, e sem perceber estou levitando ou fazendo uma folha rodopiar lá fora, ou então fazendo nevar ou ventar muito forte, mas eu não percebo, fico olhando para o céu e depois Zayn vem até mim e diz que se eu continuar com esse sol vai ser meio estranho para a cidade.

As vezes acho que não vou conseguir controlar isto tudo, que não serei capaz de quebrar a maldição e livrar minhas irmãs e a alma de Liliam.

Levanto-me da cama e vou para o banheiro, me mudei para o quarto de Zayn, que é absurdamente grande.

Me olho no espelho, meus cabelos caindo pelos meus ombros estão brilhando demais, minha pela está perfeita demais, meus olhos estão negros com um brilho violeta no fundo, não consigo me reconhecer, não parece ser eu em frente a este espelho.

Fico encarando o espelho, e percebo o reflexo oscilando, indo para cima e para baixo, olho para o chão e percebo que estou a uns cinco centímetros do chão. Me assusto e caio no chão, de bunda, e dói.

- Tudo bem? - Olho para a porta e Zayn está lá, me encarando.

- Sim, só um surto de levitação descontrolável. - Ele me ajuda e me levantar.

- Okay. - Ele diz.

- Okay. - Digo também, fico olhando em seus olhos, me lembrando do quão sou grata por ele estar aqui agora, por me ajudar.

- O que?

- O que o que? - Digo, ainda olhando ele nos olhos.

- Você me olhando assim. - Ele passa as mãos por minhas costas, acariciando-as.

- Estava pensando o quão grata eu sou por ter você aqui, me ajudando, e que não sei se conseguiria sem você.

Ele sorri abertamente.

- Esses poderes, todos de uma só vez, sem preparação alguma, é muito confuso! - Digo, ele coloca uma mecha do meu cabelo para trás de minha orelha.

- Sei como é. - Ele diz.

As vezes me esqueço de que ele é um vampiro, que no começo ele devia ser tão perdido quanto eu a esses novos poderes, mas que eu tenho ele agora, e ele não tinha ninguém.

Fico com vontade de perguntar que o transformou nisso, se ele não o ajudou mesmo como ele disse, e como ele fez sozinho.

Mas não pergunto, não quero ver seus olhos expressando a dor toda vez que ele se lembra do seu passado.

Mas não precisei perguntar, seus olhos expressaram dor, mesmo ele tentando disfarçar eu consegui ver bem no fundo deles, e parecia que haviam me enfiado uma faca em meu coração.

Beijo ele, não quero ver ele assim, queria poder abraçá-lo e pegar toda a sua dor para mim.

Ele retribui o beijo com ferocidade, me puxando mais para si e me apertando,  mas rápido demais ele tem que parar, porque eu estou sem ar.

Apesar de todos esses poderes, de todo esse meu passado, ainda sou humana, meu coração ainda bate forte ao olhar para ele, ainda fico sem ar quando ele me beija.

Depois que ele vai eu tomo meu banho e deso,  tomo café da manhã e pego o livro de Liliam.

Zayn e os outros dizem que não conseguem ler, eles pegam o livro e é muito confuso, mas eu consigo ler. Deve ser algum encantamento no livro, porque somente eu consigo lê-lo perfeitamente e entender.

Zayn foi caçar, ele não se alimentava há muito tempo, e ele precisava ficar forte, o trato foi ele caçar fora da cidade. Sei que não deveria, mas estou preocupada, então tomei algumas providências.

Coloquei um encanto nele, na verdade dois. Os dois muito fáceis, um proteção, eu saberia se ele estivesse em perigo, sentiria quando isso acontecesse, este feitiço eu precisava de um objeto que eu teria que encantar, e nos dois o usaríamos, encantei um anel que eu havia encontrado nas coisas antigas que havia em meu porão, e eu o fiz colocar hoje antes dele sair, e estou usando o meu. O outro era outro feitiço de proteção, que eu também usei em Ian e Alejandra, este não precisava de objeto algum, eram apenas algumas palavras, mas era muito poderoso, era meio que um escuto, nada poderia tocá-los na intenção de machucá-los, se um lobo tentasse lhes enfiar as garras, elas seria desviadas pelo escudo, muito eficaz este feitiço.

Fico o resto dia dia trancada no porão lendo o livro e fazendo os feitiços, Ian ficou comigo, ele é uma ótima companhia.

Viro a página depois de recita rum feitiço que quase foi para Ian, era um que fazia tudo doer por dentro, por um segundo teria ido para ele, ele disse que sabia como seria este, segundo ele foi isso que eu fiz com ele na clareira.

- Me desculpe por aquele dia.

- Tudo bem, você não sabia.

Naquele dia, eu não tenho ideia de onde eu tirei aquilo, não sabia nada sobre o que eu era e nem nada sobre feitiços.

- Acabou. - Digo olhando para a última folha fazia, eu havia terminado o livro.

Ian vem para o meu lado e olha para o livro.

- Você consegue ver palavras e desenhos nele enquanto nos não conseguimos decifrar nada, o que você vê?

- Uma folha em branco.

- Eu também. - Ele diz  nos olhamos. - Você terminou o livro.

Terminar o livro e dominar todas as coisas neles, era o sinal de que eu estava pronta, mas eu não estava, estava ao contrário de pronta.

- E agora?

- Não sei.

Ficamos nos encarando, seus olhos azuis claros continuam a brilhar mesmo com a luz fluorescente no teto.

- Você ainda não me contou sobre o seu pai ter visto a Liliam.

- É mesmo.

Fecho o livro e pego uma almofada enorme e sento nela, me aconchegando.

- Vou contar como meu pai me contou.

"Isso foi há muitos milênios atrás, quando os humanos eram grupos pequenos e não nos ameaçava, eu estava andando pelas terrar que na época eram da nossa matilha rival, mas não havia nenhum deles para me impedir e eu não estava tentando desfiá-los, estava seguindo algo.

"Havia um poder pairando no ar, e eu estava chegando cada vez mais perto, por todo o caminho havia destruição, árvores queimando, crateras negras abertas nos chão, cheiro forte de enxofre e corpos, muitos corpos mortos no chão.

"O poder estava aumentando, eu estava perto. Chego no centro do poder, uma neblina fina pairava rente ao chão, e céu estava nebuloso, negro.

"Havia ao que parecia uma fogueira pronta para ser acesa, no centro dela havia uma mulher, seus cabelos dourados lhe caiam para frente escondendo seu rosto, era Liliam.

"Ouvi falar dela, a bruxa mais poderosa de todos os tempos, mas ela estava ali, amarrada, caida e sem fazer nada, o que aconteceu com ela?

"Ouço um som de fogo, olho para o lado e vejo as irmãs Luce e Leiht, ninguém gostava delas, eram fracas e gananciosas. Elas abaixam as tochas em suas mãos e o fogo vai se espalhando aos poucos, olho para Liliam, ela não vai fazer nada?

"Presto atenção nela e percebo que ela sussurra, muito baixo, mas consigo ouvir o que ela diz. Quando o fogo alcança o lugar perto de seus pés, ela levanta o rosto, seus cabelos caem para trás e ela abre os olhos; estão negros pelo feitiço que ela acabou de sussurrar; as nuvens acima dela começam a rodopiar e raios caem ao nosso redor, ela grita e uma força me joga no chão, tudo fica com uma fumaça preta por um instantes, e quando consigo ver, Liliam havia sumido, não havia mais nada lá, somente a fogueira."

- E foi assim. - Ele diz rindo de minha cara, eu estava de queixo caído, literalmente.

- Nossa. isto é incrível!

- Bem, você já sabe o que ela disse. - Ele diz.

- É. 

Ficamos mais um tempo ali, voltei e ler o livro novamente, não para decorar, que por incrível que pareça eu me lembro de todos os feitiços e palavras que haviam no livro, mas porque eu queria ter certeza de que havia visto tudo e decorado tudo.

Subimos quando terminei o livro, de novo terminei ele, e depois de um tempo Zayn finalmente volta.

Corro para a porta para recebê-lo, dou-lhe um abraço assim que ele dá um passo para dentro da porta.

Ele está com ótima aparência, suas bochechas estão coradas.

Ele me abraça forte, e quando encontro seus olhos, me preocupo.

- O que aconteceu? - Seus olhos estavam meio arregalados e com algo que nunc ahavia visto neles, parecia receio.

- Eu fui lá, eles estão vindo, se juntaram, estão vindo para cá.

Fico paralisada, por um momento não sei o que ele está dizendo, asm sinto as mentes se aproximando, muitas mentes.

Lobos e metamorfos, consigo reconhecer, estão vindo para cá, de todos os lados, para cá.

Olho para Ian e Alejandra, que se entreolham, Ian olha para mim, seus olhos brilham muito, ele reconhece o que quero dizer.

- Vamos, eles não vão chegar perto de você.