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História A Little Crush - Salvador Gostoso.


Escrita por: natymoreira

Notas do Autor


Olá, como estão? Agradeço pelos comentários e desejo uma boa leitura.

Capítulo 5 - Salvador Gostoso.


Capítulo 05 – Salvador Gostoso.

 

Sábado tinha chegado rápido, parecia que sexta não tinha existido naquela semana. Já eram quase 18h10 e eu estava terminando de me arrumar. Coloquei um short, peça que eu não gosto muito de usar, mas, hoje eu não estava a fim de colocar calça hoje. Mamãe estava um pouco brava comigo desde quinta-feira, ela não gostou nem um pouco de eu ter aceito carona de um estranho, que pra ela era uma estranha. Tive que mentir dizendo que quem estava no carro era uma garota.

Terminei de arrumar meus cabelos e calcei o tênis, desci ate a sala e encontrei mamãe sentada no sofá lendo um livro.

- Já estou indo.  –Falei e ela me encarou.

- Não volte tarde. Não é bom andar sozinha pela rua.  –Ela me alertou e eu assenti.

Sai de casa caminhando normalmente, a escola não era tão longe, para minha sorte. O dia estava com o clima ameno, nem calor e nem frio. Cheguei na escola e fui direto procurar Jasmine nas arquibancadas, de longe ela acenou sorrindo. Subi alguns degraus e cheguei até ela.

- Que bom que você veio.  –Ela disse quase gritando.

- Quero que comece logo, quero ver nosso time ganhar.

- Vou comprar alguma coisa pra gente beber.  –Ela se levantou.

Cada minuto que se passava chegavam mais pessoas, todos da escola estavam ali.

Senti um corpo se sentar ao meu lado e olhei para ver quem era. Pisquei algumas vezes para ter certeza que era ele.

- Olá Emma.  –Ele disse olhando para o campo.

- O-olá.  -Respondi.  – Como foi que te deixaram entrar?

- Digamos que a diretora me devia um pequeno favor.  –Ele acendeu um cigarro e me encarou.   – Não esperava que você viesse.

- Na verdade, nem eu esperava que fosse vir. Uma amiga insistiu para que viéssemos juntas e eu não quis dar uma de chata e recusar.  –Falei.   – Mas e você, porque veio assistir o jogo?

- Meu amigo Harry, vai jogar e eu não quis dar uma de amigo chato.  –Ele respondeu imitando as minhas palavras e piscou.

- Harry? O garoto mais galinha da escola?  -Perguntei e ele pronunciou um ‘’aham’’ mudo.

- Acho engraçado você dizer isso dele, as outras garotas adorariam receber ao menos um abraço dele.

- Pode ter certeza que eu não estou incluída entre essas outras garotas.  –Dei um meio sorriso e então Jasmine chegou. Ela me entregou o refrigerante e se sentou ao meu lado.

- Não vai apresentar seu amigo Emma?  -Ela perguntou.

- Muito prazer sou Zayn.  –Ele me interrompeu antes mesmo das palavras saírem da minha boca.

- Jasmine.  –Ela estendeu a mão e ele a cumprimentou.

Depois disso ficamos em silencio assistindo o jogo, estava complicado fazer um gol no time adversário. Eles jogavam muito bem. Quando estava no fim do primeiro tempo, Zayn voltou a falar.

- Vou dar uma volta, quer vir comigo?  -Ele disse ao pé do meu ouvido.

Sim, sim, sim, sim.

­- Não.  –Respondi ignorando os arrepios que emanava pelo meu corpo e a voz que me dizia pra ir com ele.

Ele não disse nada, apenas se levantou e sai dali.

- Ele é bem bonito.  –Jasmine disse colocando um salgadinho na boca.

O primeiro tempo tinha acabada sem nenhum gol, e o segundo tinha começado com um. Só que do time adversário. Jas não parava de gritar um segundo sequer, e Zayn não tinha voltado mais. Confesso que senti falta e me arrependi um pouco de não ter ido com ele.

Nosso time estava empatado com o outro, 1x1. Harry jogava muito bem, fiquei impressionada. Faltavam poucos minutos para o fim do 2º tempo, todos estavam tensos.

Tom* estava no meio de campo quando passou a bola para Tyler*. Tinham alguns jogadores o impedindo, mas ele conseguiu e passou a bola.

45 segundos...

A plateia estava silenciosa, como se esperasse um milagre. A bola tinha ido parar nos pés do inimigo.

30 segundos...

Nosso time tinha a posse de bola novamente, um dos jogadores passou a bola para Harry.

10 segundos...

Depois de ter driblado alguns jogadores, Harry conseguiu. Fez o gol da vitória.

5 segundos...

O juiz apitou e puderam-se ouvir os gritos de felicidade dos torcedores. Eu e Jas nos abraçamos contentes.

. . .

Já eram quase 22h00 e eu caminhava sozinha pela rua iluminada apenas pela luz dos postes. Sabe aquele ditado que ‘’quando mãe fala, acontece’’ , pois é verdadeiro. Tinha começado a chover e no final da rua tinha um garoto de uns 23 anos parado em pé. Diminui os passos e senti meu coração acelerar. Ele caminhou até mim e impediu que eu passasse.

- Tem algum trocado moça?  -Ele falou tirando o capuz da cabeça.

- Desculpe não tenho nada aqui.  –Falei tentando passar, mas outra vez não consegui.

- Então pode me dar outra coisa.  –Ele me puxou pelo braço e encostou meu corpo em um dos postes, antes que eu começasse a gritar ele tampou minha boca e começou a passar a mão livre por debaixo da minha da blusa. Entrei em completo desespero, eu não estava sentindo as minhas pernas. Pensei em empurra-lo e foi quando ele levantou a blusa e mostrou a faca presa na cintura.

Foi nesse momento que fiquei em choque, nem lágrimas para chorar eu tinha de tamanho nervoso.

- Por favor, não faz isso.  –Pedi sem forças.

- Você vai gostar, tenho certeza.  

Fechei meus olhos e querendo que passasse o mais rápido possível, foi então que senti seu corpo afastar do meu. Escorrei até chegar ao chão e abri meus olhos. O rapaz limpava o sangue que corria no nariz enquanto Zayn cochichava algo em seu ouvido. Espera aí, Zayn?

- Você ‘tá bem?  -Ele falou se agachando.

- Apesar de tudo, sim.  –Minha respiração estava descompassada, e se não fosse por Zayn eu nem sei o que teria acontecido.

- Não se preocupe, ele não vai mais mexer com você.  –Ele se levantou e me estendeu a mão. A segurei e me apoiei para não cair.   – Vou te levar pra minha casa, você pode tomar um banho e tirar essa roupa molhada.

- Eu tenho que ir, obrigada.  –Passei por totalmente atordoada e com vontade de chorar, lembrando-se das mãos daquele nojento no meu corpo.

- Emma não me obrigue a te fazer entrar nesse carro.  –Ele disse impaciente.   – Você entra por bem ou entra por mal.

- ‘Tá me ameaçando?  -Perguntei e me virei.

- Não, só estou dizendo uma hipótese.  –Ele ficou a minha frente e eu o olhei com raiva. Dei meia volta e tentei correr para longe dele, ele foi mais rápido segurando meu braço. Minhas costas bateram contra seu peito molhado e sua boca se aproximou do meu ouvido.  – Eu sei que quer ir comigo, então porque tenta fugir?

A chuva caia sobre nós dois e um calor subiu pelo meu corpo. Me virei e soltei meu braço. Entrei no carro e logo depois foi ele. Como aquele moreno tinha tanto poder sobre mim?

- Vai me levar em casa depois?  -Perguntei.

- Pode ser que sim.  –Ele disse dando partida no carro.

- Zayn!  -Exclamei preocupada.

Eu ainda estava em estado de choque, minhas mãos se encontravam tremulas assim como as minhas pernas. Eu estava começando a sentir frio devido às roupas molhadas. Zayn estava na mesma situação que a minha, a camisa grudada em seu corpo, marcando bem o abdômen sarado. Passei as duas mãos pelo meu rosto tentando dedicar minha atenção às miseras gosta de água que corriam pelo vidro do carro.

Senti quando paramos em uma enorme garagem. Zayn saiu do automóvel e eu fiz o mesmo.

- Não achei que morasse sozinho.  –Falei cruzando os meus braços.

- Achou que eu morasse com quem?  -Ele diz acedendo as luzes da casa.

- Com seus pais, talvez.  

- Não moro com eles desde os 18.  –Ele respondeu me levando até o quarto.

- E quantos você tem agora?  -Resolvi perguntar.

- 20.  –Ele abriu uma porta pequena.  – Pode usar esse, eu uso o do outro quarto. E você tem quantos?

- Tenho 16.  –Entrei no banheiro e ele me encarou do lado de fora. Fechei a porta e tentei raciocinar o que tinha acontecido de domingo pra cá. Domingo eu o vi por uns dez minutos na igreja e hoje estou tomando banho em sua casa. Em outros casos e com outros garotos e eu jamais teria aceitado vir pra cá, mas Zayn era diferente. Ele tinha algo que me fazia perder o medo e ‘’topar qualquer parada’’. Eu não tinha mais medo do que mamãe acharia se me visse andando com ele, eu tinha medo de não andar mais com ele.

Terminei o meu banho e me enrolei em uma toalha, coloquei a calçinha que não estava totalmente molhada e dobrei as que estavam, abri a porta e sai do banheiro. Zayn estava em pé perto da cama, apenas com uma toalha branca em volta da cintura. Senti meu rosto esquentar e algo pulsar no meio das minhas pernas. Ele estava com os cabelos molhados e meio arrepiados olhando duas blusas que estavam em cima da cama.

Cai toalha, seja uma boa menina e caia.

Era isso que soava no meu subconsciente.

- Vou deixar você se trocar.  –Falei apertando a toalha contra o meu corpo e fui até a porta.

- Pode ficar aí se quiser, eu não me importo.  –Ele dizia sem um pingo de vergonha e eu sai do quarto, antes que eu mudasse de ideia e resolvesse mesmo ficar.

Eu estou começando a imaginar coisas que eu só achava que iria pensar depois que estivesse casada. Era a primeira vez que eu via um garoto seminu, e isso não é nada bom quando se tem os hormônios explodindo dentro de você. Procurei pela secadora de roupas e não foi uma tarefa fácil. A casa de Zayn era enorme e eu não sabia pra que lado ficava cada coisa. Coloquei as roupas lá dentro e depois a liguei. Dei uma agachada para ver se estava tudo certo.

- Não achei que fosse achar esse lugar.  –Zayn chegou por trás de mim e eu quase tropeço nos meus próprios pés. Porque eu ficava tão nervosa perto dele. O olhei enquanto ele colocava as roupas na secadora também, agora ele estava com uma calça de moletom preta e continuava sem camisa, será que ele tinha noção do quanto eu ficava sem graça ao vê-lo daquele jeito?

Imagine a pegada que ele deve ter, imagine como ele deve ser sem aquela toalha.

Já estava cansada por ter tais pensamentos, ele se virou umedecendo os lábios e falando.

- Daqui uns vinte minutos já vão estar secas.  –Me escorei na pia que tinha ali e ficamos sem silencio. Eu estava morta de vergonha por estar apenas de toalha, tentei não parecer nervosa.

- Zayn...  –O chamei.  – Obrigada.

- Não foi nada.

- É sério. Obrigada mesmo, e-eu não sei o que seria de mim se você não tivesse chegado lá.  –Falei.

- Porque não saberia?  -Ele deu alguns passos.

- Porque eu não queria perder a minha virgindade na rua e ainda por cima com alguém que eu nem conhecia.

- Você não me conhece direito e mesmo assim aceitou vir pra minha casa, tomar banho no meu banheiro e agora está só de toalha bem na minha frente.  –Ele colocou uma mão de cada lado da pia, me encurralou mas sem encostar o corpo no meu.  – Me diga Emma, porque aceitou vir comigo?

- Porque ao contrário, você teria me batido e me estuprado também?  -Falei irônica.

- Nunca bateria em você.  –Desviei meu olhar do dele, depois que ele disse aquilo. Se eu estava com vergonha antes, imaginem agora.  – O que acha que devo fazer com você?

As únicas respostas que eu pretendia dizer eram todas pornográficas, porque era o jeito que ele estava me deixando agora, completamente louca. Nunca pensei que fosse me sentir daquela forma -quente- e não sabia o que responder. Por sorte ou azar, a secadora fez um barulho e ele se separou de mim lentamente.

Zayn você sabe como me enlouquecer, salvador gostoso.

Continua...


Notas Finais


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