História A Little Crush - Ciúmes Obsessivos.

Capítulo 22 – Ciúmes Obsessivos.

No dia anterior eu tinha combinado com Zayn de que, ele me viria buscar novamente e me buscaria na escola e depois iríamos passar a tarde juntos, talvez dar um passeio pela cidade. Como prometido, ele estava lá me esperando. Entrei no carro e lhe dei um selinho rápido.

- Eu esperava um beijo de verdade.  –Brincou ele.

- Bom dia pra você também. –Falei passando o cinto pelo meu corpo. Vi quando ele abaixou o olhar para as minhas pernas.  – O que foi?

- Não acha que esse vestido ‘ta muito curto?  -Ele apontou para o vestido (1) curtinho que eu usava. Eu nunca fui de usar vestidos, mas, de uns tempos para cá, tenho criado gosto pela peça. Assim como roupas um pouco mais ousadas, troquei as calças jeans folgadas por jeans justo, troquei as saias por shorts e troquei os vestidos comportados por algo mais ousado, digamos assim.

- Não esta agora vai ou eu vou me atrasar.  –Falei e ele deu partida sorrindo malicioso.

. . .

Ele parou em frente a escola e eu o encarei sorrindo animada.

- Posso te esperar você na hora da saída mesmo?  -Falei.

- Emma, sobre isso eu queria dizer que não vou poder vir de buscar hoje.  –O sorriso que havia em meu rosto foi sumindo pouco a pouco.

- Porque não?  -Perguntei e ele demorou um tempo para me responder.  – Responde.

- Tenho que resolver uns assuntos com a Perrie.  –Ele falou olhando para o volante.  – Mas ainda posso vir te buscar.

- Espera um segundo, deixa só ver se eu entendi.  –Falei fazendo um gesto com o dedo indicador.  – Você disse que iria sair comigo e agora me diz que não pode ir, porque vai sair com a Perrie? Você me trocou por ela?

- Não é nada disso Emma.

- Como não é nada disso? Você já tinha tudo marcado pra passar o dia comigo e agora me vem com essa de Perrie.  –Falei brava.  – Quer saber, vai com ela.

Tirei o cinto e peguei a mochila no banco de trás. Abri a porta do carro e bati a porta com força.

- E a propósito, nem precisa vir me buscar hoje.  –Dei meia volta e entrei na escola.

Como ele teve a coragem de fazer isso? Senti um calor passar por meu corpo, e sabia que era de pura raiva. Passei a mão pelo meu rosto tentando buscar a calma, eu estava fervendo de ciúmes. Mas, quem não ficaria? Seu namorado – ou seja lá o que Zayn for meu – deixar de sair com você, pra sair com a ‘’melhor amiga’’.  Olhei para os garotos do time de futebol e encontrei Harry lá no meio deles. Uma decisão de ultima hora me subiu a cabeça e a raiva que eu estava sentindo contribuiu com o que eu iria fazer agora.

Suspirei tomando coragem e indo até lá. Ele deu um sorriso largo, exibindo as covinhas quando me viu.

- Posso falar com você?  -Falei seria recebendo um olhar analisador de todos ali.

- Claro. Volto já galera.  –Ele se levantou e nós fomos para um pouco longe do time.

- Ainda precisa de uma acompanhante para o racha de hoje à noite?  -Perguntei segurando na alça da minha bolsa.

- Se você for a acompanhante, eu preciso sim.  –Ele disse sussurrando de forma provocante.

- Ótimo! Porque eu tenho a resposta. Sim, eu aceito ser sua acompanhante hoje.

Um sorriso brilhou em seus lábios.

- Pensei que não iria, porque mudou de ideia?

- Digamos que me trocaram e eu não quero ficar por ai me lamentando.  –Respondi cruzando os braços.

- Deixa eu adivinhar, Zayn saiu com a Perrie e não com você, acertei?

- Entenda como quiser.

- Te pego as oito, combinado?

- Vai me trocar por alguma de suas amigas também?  -Perguntei e ele riu fraco.

- Não te trocaria por nada.  –Ele piscou.

- Então combinado.

Dei meia volta e fui para a sala. Hoje teríamos a primeira aula de educação física, por sorte teríamos aula teórica. Jasmine entrou na sala arfando, deveria ter chegado atrasada e corrido para chegar na sala antes do professor, ela se sentou ao meu lado com a mão no peito.

- O ônibus atrasou.  –Ela disse desesperada e eu tive que me segurar para não rir.

O senhor McCall entrou na sala e imediatamente todos os alunos se calaram. Era impressionante como aquele técnico era temido na escola.

- Espero que estejam preparados para escrever muito hoje.  –Ele disse em tom de brincadeira, só que ninguém achou graça.

Uff... Aquela seria uma longa aula.

. . .

Já eram mais de cinco horas da tarde, mamãe chegava as seis e eu teria que arranjar uma boa mentira pra sair de noite e voltar tarde. E não seria com Zayn. Não quero saber de Zayn agora, ainda estou brava com ele e incrédula com o que ele fez comigo. Esquecendo um pouco toda essa história de Zayn, eu tenho que escolher uma roupa pra ir ao tal racha. Só aceitei ir com Harry, porque não queria dar o braço a torcer para o Zayn, se ele podia sair com as amiguinhas dele, eu também poderia sair com os meus.

Por alguns segundos eu desejei que tudo voltasse a ser como antes, porque apesar de tudo, eu sentia falta dos abraços e dos beijos de mamãe, sentia falta daquele boa noite antes de dormir. Não queria admitir isso, mas, realmente fazia falta. Se disser que não estou com medo que ela me mande para a Alemanha, é mentira. Conheço mamãe, e sei muito bem que quando ela fica calada, esta tramando algo. Só espero que isso não tenha a ver comigo e com Zayn. Se bem que é bem difícil que não seja.

Minutos depois eu ouvi do meu quarto a porta bater, ela deveria ter chegado. Abri todas às três portas do meu guarda-roupas e me sentei na cama, analisando peça por peça. Pelos meus cálculos ninguém usaria algo comprido ou não vulgar, então eu não queria ser diferente. Não iria usar nada que mostrasse partes indevidas do meu corpo, só algo mais justo. Joguei a roupa que eu iria usar em cima da cama e fui comer algo na cozinha.

Peguei um pacote de bolacha recheada de coco e um copo com suco de morango. Puxei uma das cadeiras da mesa e me sentei, fiquei olhando para a janela aberta a minha frente com poucos raios de sol passando por ela, já estava quase escurecendo e em menos de uma hora a lua passaria iluminar a noite. Abri uma bolacha ao meio, comendo apenas a parte do recheio, fiz isso com quase todas do pacote.

Quando terminei já eram seis e quarenta, resolvi logo ir tomar um banho e depois me arrumar. Voltei para o quarto e tomei rumo para o banheiro. Tirei toda minha roupa e tomei um banho na água gelada, comecei pelos braços, depois as pernas e logo já estava com o corpo inteiro em baixo do chuveiro.

Terminei quase quinze minutos depois, sequei meus cabelos e depois vesti a roupa escolhida (2). De maquiagem eu não usei nada no rosto, apenas um gloss nos lábios. Nunca gostei de muita maquiagem e ainda por cima estava com preguiça. Olhei para o relógio desejando que oito horas chegasse logo. Tinha que falar com mamãe, ao menos dar satisfações de que eu iria sair. Bati na porta do seu quarto, e ela disse um ‘’entre’’ baixo. Timidamente empurrei a porta, ela estava deitada na cama com o controle da TV na mão.

- Bela roupa, onde foi que conseguiu?  -Ela disse me olhando de cima a baixo.

- C-omprei enquanto você estava viajando.  –Respondi.  – Enfim, só vim avisar que vou sair com um amigo.

- Faça o que quiser, não mando mais em você.  –Sei que ela dizia aquilo só pra me provocar, mas, não iria dar esse gostinho a ela. Sai do quarto sem dizer nada, peguei o celular para emergências e no momento em que eu abri a porta, Harry já ia apertar a campanhinha. Ficamos nos encarando, até ele começar a falar:

- Uow...  –Ele parou o olhar em meu colo. Dei um empurrão com força nele.

- Vamos logo antes que, eu acabe desistindo.  –Falei e fechei a porta.

Observei o carro em que Harry estava e fiquei boquiaberta. Um belo Audi R8 GT cinza.

- Gostou?  -Ele perguntou.

- Mas é claro, é perfeito.  –Balbuciei e ele riu.  – Agora vamos.

. . .

Harry estacionou o carro ao lado de outros três, eram tudo carrões, não pensava que eles usavam carros daquela forma para correrem. Havia uma parte onde jovens dançavam, fumavam e bebiam. Enormes caixas se sons e um DJ controlando o som de rap. Era completamente contagiante. Caminhei ao lado de Harry e passei meu braço pelo seus, um jeito de não se perder.

- A corrida começa em dez minutos, acho que devemos cumprimentar nossos adversários.  –Ele disse.

Todos eram motoristas homens e todos tinham belas mulheres como acompanhante, fiquei com um pouco de vergonha por não ter seios e bunda como elas. Depois de cumprimentar os outros, sentamos em cima do capô no nosso carro, Harry mantinha o olhar focado na largada, onde daqui a poucos minutos iríamos estar passando. Aproveitei para olhar de relance a roupa que ele estava vestido. Calça jeans escura, blusas de mangas longas pretas e botas. Os cabelos tinham perdido metade dos cachinhos.

- Atenção todos, por favor.  –Um careca alto com a blusa aberta por completo anunciou no microfone.   – Já devem saber das regras, vence quem chegar ao outro lado primeiro. Essa é a regra.

Pude ouvir toda a gritaria, os corredores tomares seus postos. O ronco alto dos motores soou, passei o cinto pelo corpo e olhei para Harry. Ainda havia tempo de desistir, mas, quem disse que eu queria?

3, 2, 1

E foi. Harry saiu em segundo lugar. Ele pisou fundo no acelerador, e eu me segurei no encosto do banco. Os vidros estavam abertos fazendo com que o meu cabelo voasse longe. Ele dobrou uma curva com tanta velocidade, que se eu estivesse sem sinto provavelmente teria passado pela janela da porta dele.

Olhei para trás e nem sinal dos outros dois carros, a minha frente só se via as lanternas traseiras da Ferrari vermelha. Eu estava sem voz, minha garganta estava seca. Um calafrio me percorreu quando Harry freou bruscamente, os pneus devem ter deixado marcas no asfalto, pensei que iria morrer.

- Nós vamos ganhar.  –Ele disse e piscou em seguida. Meu cabelo estava todo em meu rosto, pela primeira vez eu soltei as mãos. Ajeitei meu cabelo e ele voltou a correr.

- O que está esperando? Eu quero ganhar.  –Falei animada e nós dois gargalhamos juntos.

As luzes dos postes passavam como rápidos flashes, eu não tinha da velocidade em que ele estava, só sei que uma pitada de adrenalina tomou conta de mim, não sentia mais medo, apenas uma vontade de louca de que ele fosse o mais rápido possível. O vermelho a frente deu uma derrapada na pista e foi a nossa chance de tomar o primeiro lugar.

Soltamos um ‘’yeah’’ bem alto quando o ultrapassamos.

- Falta muito pra chegarmos ao outro lado?

- Em cinco minutos estamos lá, se segura.  –Ele passou a marcha e pisou fundo.

Pensando bem, aquilo estava sendo melhor do que eu imaginava. Talvez Harry não era uma má pessoa, e ser amiga dele também não.

Menos de cinco minutos se passaram, e nós chegamos ao ponto final. Todos gritaram, inclusive eu e Harry dentro do carro. Nós tínhamos ganhado, ganhado. Saímos do Audi e fomos até onde estava aquele careca de antes.

- Parabéns vocês foram os vencedores, agora são donos de dez mil euros.

Tive que abraça-lo, Harry me girou no ar e depois me voltou ao chão.

- Hora de comemorar.  –Ele disse e me puxou pela minha mão. Estava tão empolgada que nem me importei. Fomos para o meio das pessoas que dançavam ao de uma musica qualquer. Não iria deixar de me divertir, comecei a dançar.

Ele disse,que eu valho a pena,o desejo dele
Eu sei coisas que você nunca vai querer saber
Ele me beijou,única e somente dele (Este) Lindo mentiroso

Movi minha cintura na batida da musica envolvente. Harry não estava colado em mim, apenas a minha frente tentando acompanhar meus passos. Passei as mãos pelo meu cabelo e descendo um pouco. Segurei na mão de Harry e ele me girou, me puxando para o seu corpo. Suas mãos foram para minha cintura e as minhas para os seus ombros. Preciso dizer que seu cheiro era embriagante.

Não vamos acabar com o Carma
Não vamos começar uma briga
Não vale a pena um drama

Meu quadril se chocava contra o de Harry quando eu fazia alguns movimentos. Uma imagem de quando estava com Zayn naquela boate me veio a cabeça, deixei minha imaginação trabalhar. Seu sorriso estampado nos lábios, os cabelos escuros totalmente bagunçados de um jeito sexy.

Virei-me e colei meu corpo ao seu, sua mão permaneceu em minha cintura e um beijo foi distribuído em meu pescoço. Tomei consciência do que estava fazendo e rapidamente me afastei.

- Viemos para o racha, somente isso.  –Falei e ele gargalhou levantando as mãos em forma de ‘’tudo bem, como quiser’’.

- Vou falar com o careca, quer vir?  -Ele perguntou e eu neguei.

E eu desejo poder te libertar, Da ferida e da dor
Mas a resposta é simples... Ele é o único a culpar

Continuei dançando e olhando para o céu escuro e totalmente estrelado. A noite estava completamente linda. Mantive a cabeça levantada até sentir mãos me puxarem brutalmente pelo braço, iria começar a gritar, mas, o sujeito tampou minha boca com a mão.

- O que pensa que está fazendo aqui?  -Estremeci por inteira ao ouvir aquela voz rouca ao pé do meu ouvido. Sua mão saiu de minha boca, mas, ele continuou me puxando.

- Vim me divertir oras, será que pode me soltar?  -Pedi nervosa.

- Não, você vem comigo.  –Ele saiu trombando com todos a sua frente, mas, todos estavam bêbados demais para questionar.

- Não quero ir com você, vim com o Harry e vou embora com ele.  –Nesse momento nós já estávamos perto do carro dele, ele abriu a porta e me jogou no banco do passageiro sem delicadeza alguma.  

Ele deu a ré no carro e saiu catando pneus.

- Não devia estar em um lugar desses.  –Ele disse aumentando a velocidade.

- E você não devia ter me tirado de lá, porque fez isso? 

- Porque eu não faria?  -Ele parecia bravo, nervoso, com raiva e furioso. 

- Harry vai achar que eu sumi.

- Que se foda o Harry.  –Ele disse rude.  – Não devia estar lá e muito menos com ele.

- E qual o problema?  -Fiquei de lado no banco.

- O problema é que eu não te quero com ele.

- Ah e você pode sair com a Perrie? Direitos iguais Zayn, direitos iguais.

- Então tudo isso é por causa da Perrie? Suspeitei desde o principio.  –Ironizou ele.

- E se for? Você me trocou por ela, queria o que?  -Cruzei meus braços.  – Você está certo, não deveria ter saído com Harry... Deveria ter saído com o primeiro cara que vi na minha frente, ter beijado ele bem na sua frente.

- Não ousaria fazer isso.  –Estávamos em uma pista completamente deserta e escura, a única luz que existia eram as dos faróis.  – Todo homem, seja ele quem for, que ousar tocar em você, eu mato.

Um calafrio de medo me percorreu.

- Ele deu em cima de você?  -Ele disse quase gritando.  – Me responde, não gosto que me enrolem. Ele deu em cima de você.

- Não.  –Eu não queria nem ousar saber o que seria de Harry se Zayn descobrisse da nossa dança juntos.

- Se eu descobrir que ele ao menos te olha diferente, diga adeus Harry.

- Não pode fazer isso.

- Não só posso, como vou. Quem ele pensa que é pra te chamar para um racha?  -Agora ele me encarou e continuou a correr sem prestar atenção na estrada.  – Por acaso ele perdeu o medo de morrer?

- Você ‘tá exagerando.  –Ele estava correndo mais do que devia.

- Você ainda não viu nada. Ninguém, ninguém pode ter algo que é meu. Principalmente se esse algo se chama Emma.  –Minha respiração passou a ficar descompassada.

- Zayn vai mais devagar.  –Pedi.

- Não me peça isso agora.

- Zayn para o carro, agora.  –Insisti.

- Foi lá só pra me provocar?  -Ele perguntou e eu fiquei em silencio.  – Se essa foi a intenção, parabéns, você conseguiu. Minha vontade agora é de voltar naquela porra de lugar e arrancar dente por dente daquele filha da puta do Styles.

- Fui eu que aceitei ir, porque joga a culpa só nele?

- Porque ele já foi avisado.

- Como assim avisado?  -Dessa vez ele se calou.  – Zayn para a droga desse carro.

Ele freou, meu corpo foi todo para a frente. Desci do carro pisando fundo, ouvi o som da sua porta de abrir.

- Emma volta já aqui. –Ele disse autoritário. Fingi que não o escutei e o ignorei.  – Emma não me faça ir até ir, vai ser pior.

Continuei andando e agora seus passos soavam, ele estava correndo tinha certeza disso. Sem dificuldade alguma ele me agarrou pela cintura e me obrigou a olhar pra ele e me soltou.

- Não quero você com o Harry, entendeu?

- Se eu pedisse pra não andar mais com a Perrie, você faria?  -Eu sabia que quando ele ficou em silencio, era um não como resposta.  – Eu sabia. Pode ficar com a sua amiguinha, eu acho outro que não me troque.  –Falei com raiva.

Ele me puxou pela nuca e deixou meu rosto bem próximo ao seu.

- Já disse pra não me provocar com esses tipos de brincadeiras.  –Ele sussurrou entre os meus lábios entreabertos.  – Eu não pensaria duas vezes em acabar com a raça de quem tentar tirar você de mim.

Ele nos aproximou um pouco mais e no momento eu só sabia piscar.

- Você é minha Emma. E eu provo isso quantas vezes for preciso.  –Finalmente ele acabou minha agonia, selando nossos lábios. Era um beijo selvagem, molhado e cheio de desejo.

Ele nem precisava provar isso, eu sempre serei dele. Porque eu amava aquele jeito bad-boy e mandão, adorava aquele sorriso safado e aquele ciúmes obsessivos dele. Eu amava as imperfeições que o tornava perfeito pra mim.

Continua...