História Hyuuga - Capítulo XIII - Traição

Hinata estava em arrumações no pequeno apartamento de Ino. Como estava de partida para a casa do Gaara, fazia a seu ritmo a grande mala azul que tinha, presente da própria Ino.

Fechou o zíper da mala e depois de soltar um profundo suspiro pensou no amigo. Ainda estava magoada com o Sasuke, no entanto, após reflectir um pouco, apercebeu-se de que ele não tinha dito aquilo por mal. Mas ainda custava-lhe acreditar que o Naruto se tinha aliado a Fugaku Uchiha. Ele podia estar zangado com eles, mas não ao ponto de fazer uma loucura dessas! Ou estaria? Isto se o seu "pai" estivesse realmente vivo.

Nesse momento se fizeram soar duas batidas na porta principal. Hinata deixou de lado os seus pensamentos e foi ver quem era.

- Naruto… - disse um tanto surpresa. Desde aquele flagra que ela não o via.

- Olá, Hinata. - sorriu sem jeito - Queria conversar contigo. Posso entrar?

- C-Claro! - deu-lhe passagem e fechou a porta assim que ele havia entrado - Desculpa a confusão.

- Vais a algum lado?

- Sim. Estou-me a mudar para a casa do… - desviou o olhar e sussurrou – Gaara… «Se calhar era melhor não lhe ter dito isto…», pensou com o coração apertado.

Naruto franziu o sobrolho assim que ouviu o nome do advogado, mas tratou logo de o desfazer. Não queria que ela se apercebesse que tal notícia o havia perturbado.

- Que bom! - mentiu - Bem...era até sobre vocês os dois que vim falar contigo, Hinata.

- Senta-te, por favor.

- Obrigado. - disse enquanto se sentava juntamente com ela num sofá vermelho - Hinata. Desculpa se a minha atitude no outro dia não foi das melhores. Estava de cabeça quente. Também não era para menos. Consegues imaginar o que sentirias se visses o teu melhor amigo nu com a miúda de quem gostas? - questionou-a ao mesmo tempo que se aproximava um pouco dela e pousava uma mão sobre as dela, que estavam uma sobre a outra no colo desta.

Hinata apreciou o carinho, apesar de se sentir um estranho nó na garganta.

- Não te preocupes. Se estás aqui para me pedires perdão, quero que saibas que há muito que tens o meu. - sorriu – Afinal…também tive culpa nessa história. Não fui totalmente sincera contigo.

- Hinata…

Os dois se abraçaram. Um simples abraço revelava que agora tudo estava bem entre eles. Ambos sorriam. Se bem que o sorriso do Uzumaki era bem diferente do dela. Tinha uma certa malícia nele.

O primeiro passo havia sido dado.

[…]

Gaara ouvia atentamente Hinata na sala do seu apartamento. Sentados no sofá cinza e elegante, ele captava cada palavra que ela dizia sobre a visita do Naruto ao apartamento da Ino.

«O Naruto pediu desculpas?», pensou para si intrigado. Pelo que conhecia do amigo, este nunca foi muito de pedir desculpas nestas situações, uma vez que era demasiado orgulhoso para tal feito. «Sendo assim…o Sasuke podia estar a falar realmente a verdade.».

Agora é que tinha mesmo de averiguar aquela história. Pelo bem de Hinata, tinha mesmo de o fazer antes que fosse tarde demais. Porque ali, na conversa dela com o Uzumaki, com certeza havia gato!

[…]

Num velho e antigo barracão de madeira, um que ficava nos arredores de Konoha, Fugaku e Itachi esperavam pacientemente por Naruto. Esse era, graças ao jornalista, o seu novo esconderijo.

- Até que enfim que chegaste! - exclamou, Fugaku, assim que o Uzumaki havia chegado ao pé deles - E então? Como é que correram as coisas com a Hinata?

Naruto sorriu.

- Tudo bem. Melhor era impossível! Não tarda voltaremos a ter a mesma confiança de antes.

Fugaku assentiu com a cabeça em concordância.

- É tal e qual como diz o provérbio: Grão a grão enche a galinha o papo. Vais ver que não tardará a chegar o dia em que terás a Hinata do teu lado.

- Sim. - respondeu com ar sonhador – Mas…e o Gaara? Prometeste que ias ajudar-me a dar cabo dele. Foi esse o nosso trato caso te ajudasse a sair da prisão.

- E vamos dar cabo dele. - interveio, Itachi - Só que decidimos não atacá-lo fisicamente e sim a nível psicológico.

- Como assim?

- Que em vez de lhe darmos uma surra, vamos tirar-lhe a pessoa que ele mais ama. A Hinata.

- O quê?!

- Tem calma. - Itachi tentou tranquilizá-lo - Não vamos fazer-lhe mal. Graças à tua ajuda, vamos raptá-la. Isso fará com que o teu amiguinho entre no mais profundo desespero por não saber do seu paradeiro. E aí, Naruto, terás a tua vingança!

- Sim…! - respondeu satisfeito. Até que aquele não era um mau plano.

- Sendo assim - Fugaku também demonstrava estar satisfeito com o rumo da conversa - que tal começarmos desde já a delinear esse nosso fantástico plano?

[…]

Uma semana se havia passado. Durante esse tempo, Naruto sempre que podia estava com a Hinata. Queria de todas as formas possíveis reconquistar a sua confiança. Pois só assim é que conseguiria dar seguimento ao plano.

No entanto, o Gaara andava sempre na mira. Andava sempre "colado" a ela. Pelo menos quando estava na sua companhia, como se desconfiasse dele. E sendo assim, quando soube que o advogado tivera de resolver um assunto no trabalho, deixando Hinata sozinha no apartamento, não perdeu tempo.

- Hinata. Hoje não queres vir comigo a um sítio muito bonito que vi no outro dia? Tenho a certeza de que vais gostar.

Hinata sorriu.

- Claro! Porque não? Mas…onde é que é exactamente esse sítio? - perguntou-lhe quando saíam do apartamento de Gaara.

- É um sítio que fica mais a sul da cidade. - aldrabou enquanto pegava-lhe na mão esquerda - Vamos antes que anoiteça.

- Sim!

«Ela nem desconfia. Que bom!», pensou enquanto a olhava pelo canto do olho já dentro do carro. «O Gaara vai ver quantas é que lhe mordem!».

[…]

- Hina! Cheguei!

Gaara acabava de chegar ao seu apartamento. O que acabara de descobrir não era nada animador. Fugaku Uchiha afinal estava vivo. O corpo que se supunha ser o dele não passava ser de um membro qualquer do clã Uchiha muito parecido com ele.

- Hina! Amor! Cheguei!

Estranhando não ter resposta, levantou-se do sofá, onde se tinha sentado assim que chegara, e foi procurá-la pelas restantes divisões do apartamento. Não a encontrava e isso o estava a deixar deveras preocupado. «Onde é que ela está? Para onde terá ido? Naruto?! Nem quero pensar no pior!».

Sem pensar duas vezes, Gaara saiu do apartamento. Queria ver se a encontrava pelas redondezas.

A sua vizinha da frente que, nesse momento estava a abrir a porta de casa do lado de dentro, uma vez que também ia sair, interpelou-o:

- Senhor Sabaku. Por acaso está à procura daquela linda menina que vive agora consigo? - Gaara confirmou - Ela saiu. Vi-a da minha varanda, enquanto punha a roupa a secar, a entrar no carro de um homem. Ele era alto, loiro e muito bonito. Saíram pelo menos há uma meia hora.

«Ó não!».

- Obrigado, senhora Fuuma!

Desceu então as escadas numa correria em busca da sua amada. Não tinha tempo a perder. Hinata corria perigo!

[…]

- Naruto. - chamou-o enquanto olhava para fora pelo vidro do carro - Tens a certeza que o tal sítio é por aqui?

- Sim. Não te preocupes. Estamos quase a chegar. - passado um bocado parou o carro em frente a uma garagem velha - Já chegamos!

- É aqui? - perguntou assim que saíam da viatura - Não estou a ver o que uma garagem pode ter de interessante.

Naruto sorriu.

- Já vais ver.

Sendo assim, a Hyuuga seguiu-o até à entrada. Naruto abriu a grande porta de metal, que fez ruído, até ao cimo. Hinata agarrou-se ao braço direito dele e juntos entraram nela.

- Naruto…? Está escuro e poeirento. - queixou-se à medida que caminhavam - Vamos embora, Naruto. – pediu, virando-se para ele - Duvido que exista algo lindo neste sítio.

- Mas há. - uma voz diferente se fez ouvir - E bem interessante… - ao virar-se para trás, ela avistou um vulto que se estava a aproximar cada vez mais deles, revelando então a sua identidade - Hinata.

- I-Itachi...!

A Hyuuga nem queria acreditar no que os seus olhos viam. O Itachi, o homem que a seduzia de forma descarada, estava ali diante dela. O que ele estava ali a fazer?

- Parabéns, Naruto. - felicitou-o - Fizeste um bom trabalho.

Hinata arregalou os olhos e virou-se assustada para o amigo. E ao ver um brilho estranho no seu olhar, pôde constatar que tinha sido enganada. O Naruto havia-a traído!