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História Prisma - Tela em branco


Escrita por: Hoonam

Capítulo 1 - Tela em branco


É um novo amanhecer aquarela, os raios de Sol nascem amenos. Há passarinhos gargarejando baixinho o seu bom-dia; o gélido do que sobrou da noite ainda permanece na brisa que agarra dois corpos nus, livres, desarmados que qualquer ardor.

Solar, enrolada em uma blusa larga de botões abertos que há horas se encontrava em Moonbyul, observa o nascer em olhos fechados. Sentindo sensações lhe arrepiarem enquanto lhe envolvem. Solar gosta de sentir sensações frias. O cigarro preso em seus lábios ensaia uma queda, mas acabam cativos entre os dedos finos enquanto seus olhos vagarosamente caem sobre a Moonbyul sentada à cadeira em sua frente, lhe observando atrás de um sorriso calado.

 

Moonbyul jura que jamais contemplou um nascer do Sol tão bonito; e ela nem mesmo olhou para o céu, mas a lembrança da respiração pesada de Solar ainda queima sua pele.

Os lábios secos não transpõem palavras. E elas muito menos se fazem necessárias. Os olhos dançam uma valsa calma mergulhando um no outro e é assim por alguns minutos.

Solar em seu cigarro novamente cativo e feliz em seus lábios delicados e Moonbyul atrás de uma taça vermelha. Agarradas à beleza do que é o silêncio a dois.

 

Moonbyul desce seus olhos aos botões fora de duas casas que não escondem à pele fina de Solar; ensaia marcas em seus quadris, o lugar onde está feliz de marcar forte suas digitais. Quando os olhos voltam aos lábios e ela não consegue conter um suspiro, as palavras que lhe saem não são pensadas.

"Eu não consigo", ela fala em uma pausa, envolta na sensação de não largar os olhos de Solar, de sucumbir à vontade de fechar os olhos quando a pensa. Seus olhos de quartzo azul separam espectros de cores que queimam a pele de seu rosto.

"Vestir uma roupa?", Solar fala em uma risada pequena observando sem pudores a outra totalmente fora de suas roupas. Quando uma brisa mais forte – quase que intencionalmente – passa apressada ela pode perceber os pelos de Moonbyul se eriçarem, e quando a observa – de olhos fechados com a taça vermelha equilibrada bobamente em sua testa - não consegue se imaginar longe de suas mãos.

 

Moonbyul ri da piada inesperada e agarra a taça com a força que agarra Solar; seus olhos cerrados lhe ouvem o canto de uma coruja sonolenta, e não há nem um outro lugar onde ela deseje estar agora. "Explicar o quão apaixonada eu estou por você neste exato momento" e seus olhos abrem sem pressa para caírem novamente sobre os lábios que costumeiramente lhe falam coisas doces e beijam a alma. Sobre os dedos que lhe acariciam e controlam sua respiração.

 

Solar nada diz, mas sorri de olhos cintilantes, se aproximando para agarrar entre os seus, os dedos de Moonbyul.

O pé da mais nova recosta entre suas coxas, lhe acariciando a pele com cuidado, longe de querer lhe esquentar.

O aperto dos dedos de Solar é correspondido com carinho, com o cuidado que tem em tocar espectros de cor que lhe estapeiam a alma, com sua respiração leve irregular, com seus olhos que pouco aguentam abertos à sensação de admirar o belo e de tocar o fundo da aquarela suja que é Solar.

 

"Te gosto"


Notas Finais


te quero bem


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