História I do - Aceito - Accepted

(...)

Chegamos.

O carro estava estacionado.

Saímos.

Estava lotado. De fora escultava a música agitada e sensual que tocava lá dentro.

Passamos direto, sem nem falar com o segurança, a não ser a piscadela que Mare deu pra ele.

Avistei muitas pessoas na pista. Todas desconhecidas.

A maioria estava transando ao vivo.

Se esfregando uns nos outros.

Beijos triplos.

Bebidas.

Bêbados.

Drogas.

Drogados.

Gente dançando.

Música alta.

Prostitutas.

Vadias.

Gostosos.

Velhos babões.

O mesmo de sempre

Nós duas fomos para o bar.

Que barmen gostoso

Pedimos duas garrafas de Wisk.

Estávamos sem nada na mão, além da chave do carro.

Entrei na pista.

A batida da música era tudo que existia.

Não havia problemas.

Não havia morte.

Não havia pai.

Não havia Justin.

Não havia ninguém.

Meus olhos estavam fechados.

Meu corpo mexia de acordo com a música.

Isso é viver.

Isso é diversão.

(...)

Minha garrafa continha apenas dois goles.

Virei tudo de uma vez.

Desceu rasgando a garganta.

Eu gritava.

Eu ria.

Eu dava foras.

Mare já tinha sumido. Provavelmente com algum garoto ai.

Eu curtia sozinha.

Se estava bêbada? Com certeza eu estava bêbada.

Rebolei a bunda na parte mais lenta da música.

Senti uma pessoa atrás de mim.

Me virei.

Era Justin.

- O que ta fazendo aqui? 

Ele estava cheirando a álcool.

- Você ta muito gostosa. - falou embolado - Fode comigo?

- Quê? - que cara-de-pau.

Que tipo de pessoa chega na cara-dura e pergunta se a outra quer foder?

O tipo dele.

- Tá surda? Fode comigo? 

- Primeiro, não. Segundo, eu sou surda a partir de agora pra você. 

Me virei e fui pra longe dele.

Estava perto de um sofá vermelho, ao lado de um abaju.

Sou empurrada contra a parede.

Era Justin.

Distribuiu beijos e chupões pelo meu pescoço.

Eu me debati.

Mas cedi.

Era um calor inconciente. Fora do normal. Como estar em uma fornalha sem poder sair.

Mas havia uma saída, ele.

- Jus.. - gemi - Para! - falei manhosa.

- Você não quer que eu pare. - continuou.

- Para! - choraminguei.

- Eu passei dois dias querendo isso. Tentei por bem, agora VAI ser por mal. - deu enfase no vai.

Me beijou.

Cedi.

Me deu impulso para subir no seu colo. Aceitei.

Entrelacei as pernas em volta da cintura dele. 

Ele estava me levando para algum lugar.

Trancou a porta, ainda comigo no seu colo, beijando-o.

Caímos na cama.

Tirou minha camisa, eu tirei a dele.

Tive a visão do paraíso.

Seu tanquinho

(...)

Acordei com uma dor de cabeça enorme.

Justin estava ao meu lado.

Puta que pariu

O que aconteceu aqui?

Vi nossos corpos nús.

Levantei.

Coloquei minha roupa.

Sentei do lado de Justin.

O balancei.

Ele abriu um olho.

- Levanta. - sussurrei.

- Okey. - respondeu sonolento.

Ele se arrumou.

Descemos pro carro.

Deu partida.

- Tem algum remédio pra dor aqui? - quebrei o clima tenso que estava.

- Não. - foi seco.

O resto do caminho foi silencioso.

Saí do carro e segui para o meu quarto.

Peguei o remédio no armário do banheiro e tomei sem água.
 

Pov. Justin

Tinha que falar com o Jake, ele me disse que tinha uma proposta pra fazer.

Fui para seu escritório.

Entrei e sentei na cadeira.

Estava com dor de cabeça, então não queria muito papo.

Ele me encarou.

- Vou ser direto. - suspirou - Quero que se case com minha filha e se torne o guarda-costas dela.

- Como? - fiquei incrédulo - Não.

- Se não aceitar você perder o lugar nos negócios. É pro bem dela. É muito perigoso ela ficar andando por ai sozinha, e se eu colocasse seguranças na sua cola ela se irritaria comigo. Então, pensei que você pudesse ser o segurança dela, só que ela tem que confiar em você. - ele cruzou as mãos em cima da mesa.

- Eu não vou sei o que fazer. 

Estava tão confuso.

Se aceitasse eu continuaria com minha vida ao lado dela. Mas iria feri-la. Isso tudo seria uma farsa por dinheiro.

Não quero machuca-la.

- Não quero perder a confiança que ela tem em mim e nem quero feri-la. - suspirei.

- Não irá feri-la. Muito pelo contrário, você irá ajuda-la. Irá protege-la. 

- Eu gosto dela.

- Outro motivo pra aceitar. 

Eu não sei se devo. Mas quero.

Eu vou.

- Aceito.