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História Endless Love - Capítulo Único


Escrita por: Brubs2

Notas do Autor


Bem amores, aqui vai mais um one shot, espero que gostem <3

Capítulo 1 - Capítulo Único


Minha mãe apareceu na porta de meu quarto e eu sorri para ela, mas seu olhar era preocupado, e cauteloso.

- Filha… - Ela soltou um suspiro. - Justin sofreu um acidente e está no hospital. - Ela sibilou, senti quando minhas pernas fraquejaram e ela me ajudou a me manter em pé, gritando para que meu pai viesse nos ajudar, eu não ouvia mais nada, me coração batia a mil por hora, e as lágrimas escapavam por meus olhos, minha cabeça girava e eu não sentia o meu corpo, parecia que minha alma havia viajado para um lugar distante, muito mais distante do que eu poderia notar.

- Por que ninguém me avisou antes? - Perguntei. Ninguém me respondeu, e então eu caminhei até minha bolsa, sabia que meu celular estava no silencioso, mas não era desculpa, todos que realmente me conheciam tinham meu telefone de casa.

Havia mais de vinte ligações de Justin e uma mensagem na caixa postal, assim como de Scooter, Pattie e Alfredo. Meu corpo ficou estático enquanto a ideia de que Justin estava em uma cama de hospital parecia tentar se fixar em minha mente. Alguns minutos foram necessários para que eu trocasse de roupa e ligasse para Alfredo perguntando em que hospital ele estava e quando finalmente cheguei lá notei a quantidade de repórteres, eu estava sozinha no carro, não havia ninguém para descer comigo, para me apoiar ou para tirar pessoas que me colocariam para baixo com um simples fleche, um daqueles que colocariam na memória que aquela cena era real, e não simplesmente uma cena de um sonho, ou um pesadelo, com certeza, um terrível pesadelo.

- Senhorita Gomez, poderia nos dar informações sobre….

- Selena, como está Justin…

- O que houve entre vo….

Eu não parei para ouvir nenhum deles, exceto uma que estava próxima a porta.

- As nuvens mais negras trazem a água mais límpida, então, os momentos difíceis trarão os melhores finais. - Os olhos da garota estavam mareados, mas seu nariz estava vermelho e suas bochechas também, seus lábios estavam amortecido e com um pouco de sangue por ela estar constantemente mordendo os mesmos. Eu assenti entrando o hospital, era dia primeiro de março, era o aniversário dele.

Quando adentrei o local reservado para a família e amigos dele todos me olharam, mas Pattie foi a única que caminhou até mim, ela desabou em um choro profundo em meu ombro, como se eu fosse a única que pudesse entender o sofrimento dela. E em parte, de todos na sala, somente eu e ela podíamos realmente entender o que  poderíamos perder. 

- Como ele está? - Perguntei. Ela se afastou e negou com a cabeça, dando os ombros em total e completo sofrimento, ela não tinha notícias, ninguém tinha, todos estavam na sala esperando por uma única esperança, mesmo que distante, uma pequena luz no final no túnel.

- Justin estava sob influência de álcool, drogas e antidepressivos. Foi realmente uma sorte não ter tido uma overdose. - O médico disse. - Ele precisa de ajuda, urgente.

- Isso quer dizer que ele está bem? - Scooter se pronunciou na sala.

O médico soltou um baixo suspiro. - Ele está melhor. - Soltou.

- Como assim? Ele corre risco de vida? - Perguntei.

- Basta estar vivo para poder morrer, mas no momento, ele parece estar fora de risco de morte por conta do acidente. - Ele explicou. - Mas está muito fraco e não consegue falar, permanecerá na UTI por alguns dias, e somente familiares podem ir vê-lo.

Pattie segurou meu ombro, como se dissesse no silêncio que acharia um jeito. Eu então me sentei no canto da sala, peguei meu celular e apertei para ouvir a mensagem que Justin havia deixado em minha caixa postal, mesmo que em uma gravação eu precisava ouvir sua voz novamente.

- Hey, baby, sou eu e eu só queria te ligar e falar isso: Eu te amo muito, muito, muito. Sempre procurei fazer você saber que é minha princesa e que você merece todo o amor do mundo. Você é o amor da minha vida! - A voz rouca surgiu do outro lado da linha me fazendo sorrir enquanto algumas lágrimas rolavam por minhas bochechas. - Eu pensei em te ligar antes que você se afastasse demais de mim, odeio pensar que você partiu sem ouvir o que eu tinha para te dizer, sei que quebrei promessas, sei que acabei com planos, sei também que me transformei em uma pessoa que eu simplesmente nunca pensei que me transformaria e que até hoje não queria ter me transformado, mas você sabe, sabe que continuo sendo o Justin que você conheceu e se apaixonou, só que este está coberto por uma camada não muito apetitosa ao olhar e agora eu só quero dizer que eu espero que você encontre a pessoa certa, alguém que possa ser melhor do que eu, alguém que te faça bem e te dê uma família incrível. - Ele fez uma pausa fungando e eu fiz o mesmo. - Estou longe de você no momento, mas saiba que aonde quer que eu esteja vou estar com você, mesmo que você não me veja, porque, Selena, eu te amo e nada pode nos separar, por isso eu quero saber... - E então a ligação caiu, eu precisava saber o que ele iria falar, sabia que provavelmente fora naquele momento em que ele sofrera o acidente, e isso dava-me um ponto de culpa.

“- Justin você disse que queria ver a sua carreira crescer com você, ela cresceu, mas você não, cadê o garoto que fez promessas? Cadê o garoto apaixonada e responsável pelo qual eu me apaixonei? Você disse que queria me ver feliz, mas tudo o que me faz é me por em uma profunda tristeza…”

As cenas de alguns meses anteriores rodou em minha mente, Justin estava em minha frente, seus olhos estavam mareados e ele procurava achar palavras para explicar suas ações sem explicações, não havia justificativa para tudo o que vinha acontecendo.

Boates todas as semanas, drogas todos os dias, bebidas toda hora e um olhar arrependido em cada ação. Mas aquele olhar já não valia de mais nada, ele não se esforçava para mudar, ele achava que era o dono do mundo, se via perdido em uma mimação ridícula e sem fundamentos.

Mas agora eu me arrependia de cada palavra, de cada ato grosseiro meu, porque eu sabia, que sempre que estávamos juntos ele tentava me fazer feliz, e eu… bem, eu o criticava, ou simplesmente não o ouvia, e me martirizava por isso.

- Essas coisas foram encontradas no carro dele, acredito que talvez vocês querem ver. - Um dos policiais falou, eu me levantei, Pattie estava na UTI, e o pai dele simplesmente observava.

- Posso? - Perguntei, o homem assentiu e lamentou com o olhar o meu estado. Alfredo e Scooter foram comigo até onde eu estava sentada vendo comigo as coisas que estavam dentro. Eu peguei um papel e Alfredo tirou de dentro da mochila uma caixinha.

“Naquela noite você saiu sem me dar tempo para explicar, é claro, não há explicações, eu sou fraco, não consegui evitar usar o que usei, mas eu estava decido em te pedir em casamento, mas eu fui um idiota em ouvir as besteiras que ‘amigos’ diziam, eles não tem nada a ver com isso, e a única pessoa que tinha que agradar era você.

E é bem por isso que te digo que talvez eu não seja a pessoa certa, sabe, se eu fosse, eu teria ouvido a mim mesmo, teria me mantido nos trilhos, eu teria feito como você, que se manteve forte por todos os anos, mas eu não consegui, alguma coisa deu errado, e eu sei que o erro é de exclusiva culpa minha e de mais ninguém, mas de qualquer forma eu quero que você fique com o anel, porque ele significa um sentimento que eu só tive e terei por você…

Você é tudo que importa para mim. Sim, sim, não me preocupo com mais ninguém, se não for você, eu não sou eu mesmo, você me faz completo. Tire a gasolina do carro e ele não vai andar, é assim que me sinto quando você não está ao meu lado. Quando eu acordo de manhã com você ao meu lado, e só você. Uh-oh, eu sou grato por sua existência, fiel, não importa a distância. Você é a única garota que eu vejo do fundo do meu coração, por favor, acredite: Você é tudo que importa para mim”

Reconheci um dos trechos de uma de suas música a tempo de ver que Alfredo havia aberto a pequena caixinha revelando um belo anel, eu pressionei meus olhos, sentindo a culpa reagir com a dor que estava sentindo no momento. Tudo parecia tão terrível, um dia eu acordei e o sol brilhava do lado de fora como se fosse o melhor dia de minha vida, e então no dia seguinte, tudo desmoronou, e agora a única luz que via era a de uma sala fria de um hospital qualquer. O mesmo local onde enfermeiras cochichavam sobre como os pacientes estavam e seus familiares, não acredito que elas rissem, não imagino tanta maldade em uma pessoa. Nesse local também haviam pessoas que choravam descontroladamente, assim como eu, assim como Pattie, há alguns minutos atrás, aquele lugar podia ser maravilhoso ou então uma máquina de dor. Dali você poderia sair com a notícia de que você teria nascido de novo, que continuaria sua vida e que seria feliz, ou então você teria a péssima noticia que alguém que você ama morreu, que partiu sem dar uma data de volta, uma que não aconteceria, e imaginar que até alguns instantes atrás Justin estava entre as duas possibilidades me fez ter um calafrio, eu precisava de alguém que me abraçasse no momento e dissesse que tudo ficaria bem, assim como ele fazia. Mesmo que eu tivesse que esperar sentada o bem chegar, era somente isso que eu precisava.

Alguns dias foram se passando, eu não podia entrar na UTI, e culpava Justin por não ter me pedido em casamento antes fazendo com que eu fosse considerada da família, o que ele devia achar? Que eu diria não? Depois de tantas brigas, depois de tantas separações e reconciliações eu sabia que não conseguiria ficar muito tempo longe dele. E esse um sério problema no momento.

Mas então dia oito chegou e eu finalmente pude ir vê-lo, ele estava acordado, e sorriu fraco ao me ver. Eu fiquei séria balançando minha cabeça em negativa, mas sorrindo por dentro por simplesmente vê-lo vivo, ele abaixou o olhar e vi sua mão cair para o lado.

- O que pensou? Que poderia ir lá e se matar? Que tudo ficaria bem? Juro que se você tivesse se matado, eu morria só pra infernizar sua morte, como pode pensar em fazer isso comigo? - Perguntei me aproximando da cama. Ele não me olhou, soltou um suspiro de rendição.

- Me desculpe Sel. - Ele me lembrava uma pequena criança, um garotinho com olhos mel que derrubou achocolatado no sofá e pedia desculpas a irmã mais velha que teria que limpar sua bagunça.

- Desculpas não irão mudar o passado. - Ele me olhou, odiava ver que podia fazer ele chorar com poucas palavras. - Sua sorte é que pode mudar o futuro. - Ele tentou sorrir, mas sabia que estava fraco para isso, fraco demais. - Podia ter me pedido em casamento antes de tentar se matar. - Completei.

- Não estava tentando me matar, eu tentaria te pedir em casamento novamente, eu estava indo para a sua casa. - Ele disse, eu me sentei na beira da cama.

- Deixa eu ver se entendi, ia me pedir em casamento enquanto estava drogado? - Perguntei chocada.

- Me ajuda? - Ele perguntou, de todas as coisas que já havia ouvido por seus lábios aquela foi a única que não encontrei em minhas memórias, Justin Bieber, estava deitado em uma cama de hospital, olhos mareados, boca rachada, pele pálida, ossos da clavícula a mostra, e sim, ele estava me pedindo ajuda.

- Quando era mais nova e ainda não te conhecia, eu sentava e conversava com uma amiga, ela sempre me dizia que mesmo se ela amasse muito uma pessoa e ela começasse a usar drogas ela o deixaria, eu sempre concordei. - Ele deixou uma lágrima escorrer pela bochecha. - O que você fez comigo? Por que não consigo te deixar? - Perguntei abaixando a cabeça e segurando a mão fria do garoto que estava ali.

- Acha que ainda pode me amar?

- Eu nunca deixei de te amar. - Respondi. - E tenho um presente de aniversário para você, esses merdas de médicos não me deixaram entrar na UTI e por isso vou ter que entregar atrasado. - Disse saindo da cama e indo até minha bolsa tirando dali a pequena caixinha enquanto ouvia um fraco riso sair por seus lábios por conta da maneira violenta que eu disse aquilo. - Na verdade, você vai me entregar. - Ele sorriu ao observar o que eu tinha em mãos. O garoto abriu com dificuldade a caixinha e sorriu amplamente, até ali, aquele era com certeza o mais belo sorriso que eu havia visto.

- Selena Gomez quer se casar comigo?

- Olha, sempre sonhei que teria um cara ajoelhado aos meus pés, com um sorriso amplo e eu estaria chorando. Os dois últimos fatos se concretizaram, mas vou te dar uma trégua. - Respondi sorrindo.

- Isso quer dizer…?

- Que tudo o que eu mais quero é se casar com você.

- Sabe quando você descobre que ama alguém? - Justin perguntou, e eu neguei com a cabeça, sabendo que ele diria uma coisa fofa que me faria suspirar. - Quando sua vontade de morrer é maior do que a vontade de viver sem ela.

Ele me puxou para que eu me deitasse ao seu lado e eu o fiz, sentindo, mesmo que em um hospital, um alivio imenso. - Promete não me deixar mais? E não voltar com tudo isso? Olha onde estamos agora! - Naquele momento eu entendi o que a garota na entrada do hospital havia dito alguns dias atrás. 

- Prometo, se você prometer continuar aqui. - Ele disse e eu sorri colocando minha cabeça sob seu peito, adorando a sensação de tê-lo novamente.

 

“Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.

Clarice Lispector”

 

End!




 


Notas Finais


E aí? Gostaram? Please, me digam o que acharam... <3


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