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História A Última Gota - Capítulo onze


Escrita por: NinaF

Notas do Autor


Olha eu aqui de novo (: Estou sendo até rápida né?

Capítulo 12 - Capítulo onze


Levanto de olhos arregalados, cato a espada e corro pra fora. Quem me garante que não estão nos atacando?

A visão me faz cambalear. Owen está sentado, escorado na Cornucópia, os olhos estão fechados e sua garganta aberta e jorrando sangue. Ele acabou de ser morto. Minhas pernas querem amolecer, mas ao mesmo tempo estão duras e eu não consigo me mexer. O grito cortante de Violet é que me acorda.

Choque, todos nós estamos em choque, com os olhos arregalados fitando a imagem repugnante de Owen morto. Como se fosse treinado e como se acordássemos de um transe, todos posicionamos as armas a espera que alguém venha e tente nos atacar, mas nada acontece. Não há sinal nenhum de outro tributo ali.

- Estão nos atacando, primeiro eles se escondem e agora nos atacam... – sussurra Kaya aterrorizada. – Parece que a ordem natural ta se invertendo aqui.

- Não, - diz Violet firme abaixando o machado. – nós não estamos virando as presas. Ele deve ter dormido e alguém se aproveitou disso. Ninguém escutou nada antes? Ninguém tava acordado?

- Não. – responde Revlon.

Os olhos de Kaya estão estranhamente fixos em Revlon, mas ela me vê e se vira.

- Vamos nos afastar um pouco, eles têm de tirar o corpo antes que comece a feder. – digo.

Todos nós damos uma ultima olhada em Owen e então nos afastamos e só voltamos quando o aerodeslizador desaparece, levando o corpo. A família dele perdeu dois filhos.

Nos sentamos ao redor do que era uma fogueira na noite passada e ficamos em silencio.

- Alguém vai dormir? – pergunta Ryan.

Ninguém responde. Deve faltar pouco pra amanhecer, nós apenas ficamos lá, sentados e calados. Todos abatidos e ainda em choque, indagando sobre quem poderia ter vindo e matado Owen sem que nenhum de nós visse. E porque ele não gritou? A resposta de Revlon é que ele poderia estar dormindo.

- A gente precisa comer, eu vou caçar alguma coisa. – diz Violet, catando seu arco e a aljava dentro da barraca.

Tenho o impulso de me oferecer para ir com ela mas o bloqueio, desse modo ela e Ryan saem. Mais ao longe já quase adentrando a floresta, observo-o passar seu braço pelos ombros dela e com essa visão eu tenho vontade de vomitar e de socar a cara dele. O restante do tempo passo me perguntando o porque de eu ter essa ligação estranha – e assustadora - com Violet, porque, mesmo tendo conhecido ela a apenas um dia, já tive o instinto de tira-la de perto de Ryan naquele desfile, porque passei a confiar nela tão rápido, porque ter brigado com ela me deixou tão mal, porque não gosto da idéia de ter de matá-la - coisa que pode acontecer. Porque diabos eu protejo tanto Violet? Por medo dela, com sua habilidade incrível? Não. Vasculho minha cabeça, mas não consigo encontrar respostas e isso fica pairando nos meus pensamento até avistá-la de novo. Andando firmemente, o arco dependurado numa mão e a aljava nas costas, Ryan está mais atrás carregando três esquilos mortos. Revlon se oferece pra limpar a caça e eu vou ajudar para não ficar sem ter o que fazer.

- A flecha penetrou o corpo. – acuso involuntariamente ao ver um buraco na barriga de cada esquilo.

- Eu não sou Katniss Everdeen. – Violet rebate fria. Vai mais, Cato.

Depois de nós cinco termos detonado os esquilos, fica decidido que o esquema continua o mesmo a diferença é que Revlon vai cuidar do acampamento sozinha. A noite paramos de nos arrumar pra caçada somente para focalizar o rosto de Owen brilhando no céu, logo depois voltamos aos preparativos.

- To saindo. – avisa Violet já indo em direção a floresta.

Sigo-a e nós vasculhamos a nossa parte quietos, ninguém fala, quando o frio começa a ficar insuportável nós voltamos para o acampamento. Nada de novo. Está ficando realmente chato caçar tributos, eles estão se escondendo bem, até demais.

- Isso não vai ficar legal. – diz Kaya assim que nos encontramos.

- Não mesmo, se ninguém morre, ninguém aqui tem sossego. – diz Violet.

Ryan joga a lança no chão e pega Violet pela cintura.

- Vamo’ dormir? – ele pergunta com intimidade.

Violet se desvencilha dele irritada.

- Não, vou ficar de olho hoje. Podem ir vocês.

O dia seguinte é a mesma coisa, e o próximo também. Até saímos de dia pra encontrar alguém mas nada. Está ficando terrível essa escassez de sangue e todos já estão agonizando pela “pressão”.

Já no quinto dia andando em vão no meio da floresta durante a noite, eu e Violet estamos com claros sinais de fadiga. Ela não têm dormido desde o segundo, vem pegando todas as vigias desde então. Eu não consigo dormir com o fato de que por conta do cansaço, ela possa cochilar e conseqüentemente... Bem, todos ainda estamos traumatizados com a morte de Owen. Eu não consigo dormir até ouvi-la entrando na barraca ao lado da minha, é impossível. Nós ainda não nos falamos, ela tem se mantido fria comigo e eu com ela. Não vou dar o braço a torcer, porque eu daria? Eu falei aquilo tudo? Falei, mas foi a verdade, ela tem se mostrado bastante fraca, digo, de cabeça. Mas venho percebendo que ela não está irritada somente comigo, vez ou outra da foras em Ryan, o que o deixa com uma carranca enorme e hilária – pelo menos pra mim -, ela também vem discutindo com Revlon freqüentemente, já chegaram a brigar aos gritos.

Pensando bem, não é só Violet que está tendo problemas com Revlon e Ryan. Ryan está ficando cada vez pior, querendo controlar tudo e todos como se fosse o líder, está batendo de frente comigo cada vez mais, já foram mais de duas as vezes que tiveram de apartar as brigas. Revlon também está decaindo, ela antes era tranquila para alguém do distrito um, mas está ficando extremamente arrogante e mandona como Ryan, já discutimos várias vezes também, a coisa não evoluiu para uma briga mas... Bem. Esses são os claros sinais de uma aliança enfraquecida, as discordâncias internas. A única que está se livrando é Kaya, ela não briga com ninguém e fica na sua, quieta, obedecendo nossas ordens. Ela é a única com quem ainda converso na verdade. É como se eu e Violet dividíssemos uma “amiga”, já que ela é próxima de nós dois, e que Revlon e Ryan estão cada vez mais juntos, como no inicio de tudo, como quando eles nos olhavam e ela cochichava coisas a ele.

- Chega, não dá mais. – Violet cai sentada no chão, sua voz está tremula.

- A gente tem que continuar tentando. Ou eles vão fazer por conta própria. – Os Idealizadores, isso é o que mais nos pressiona.

- É disso que eu tenho medo. – sua voz já não é fria, ela já me olha nos olhos.

- Eu sei, eu também. – digo, minha voz também já não é dura.

Os Bestantes, me lembro da minha ultima noite na arena dos Jogos passados, horríveis. Aquilo deve tê-la deixado assustada.

- Vamo’ voltar, não tem nada aqui mesmo.

Ela se levanta com dificuldade e nós voltamos para o acampamento em silencio.

- Porque já voltaram? – pergunta Revlon, irritada.

- Porque a gente não consegue mais ficar atrás de vento toda noite, porque tributo ali não tem. – diz Violet.

- Isso é porque vocês não procuraram direito.

- Procurar direito? Já passamos cinco dias procurando. Aceita, Revlon, nós estamos fracassando!

- Vocês estão fracassando. – rebate Revlon se levantando e saindo para sua barraca, dando ênfase no “vocês”.

Violet fica no mesmo lugar bufando de raiva e então se controla e se senta perto da fogueira. Me sento no lado oposto e nós ficamos em silencio até Ryan e Kaya chegarem. Ninguém pergunta se o outro matou alguém, a resposta têm sido sempre a mesma. Quando nos sentamos pra comer ninguém fala uma palavra, todos apreensivos e amedrontados com o que possa vir dos Idealizadores.

- Eu pego... – começa Violet assim que todos terminamos as tiras de carne e o pão, mas Kaya a interrompe.

- Não, você pegou todos os últimos turnos, ficou até quase amanhecer. Deixa que o de hoje eu pego. – Violet abre a boca para contestar, mas é cortada novamente. – Olha como você ta!  Você não é de ferro, Violet!

O tom de Kaya é severo, não grosso, mas mesmo assim faz com que Violet se cale.

Todos nos levantamos e cada um vai pra sua barraca. Eu me deito de costas com a espada apertada numa mão e a outra sob a mochila que uso de travesseiro. A primeira coisa que escuto são cochichos irritados. Vêm da barraca de Violet e Ryan. Os dois estão brigando, baixo, para não alarmar ninguém, mas estão. Não se dá para se escutar as palavras com clareza, mas percebe-se que os dois estão exaltados. A ultima palavra é de Violet e então tudo fica em silencio.

Eu deveria me preocupar, pelo fato de que brigas estão cada vez mais recentes e isso está corroendo a aliança, mas, na verdade, meu peito se infla de satisfação. “Ela está se afastando dele” penso, talvez Violet não esteja perdida. Talvez eu ainda possa tê-la de volta. “Tê-la? Ela nunca foi sua, Cato”, é verdade. Não sei o que me fez pensar assim, que Violet fosse minha, ela só é uma pessoa da qual eu gosto.

Com os pensamentos rondando a minha estranha maneira de ver Violet, eu durmo tranquilo. Durmo talvez por horas, não sei ao certo, até que acordo com uma voz calma me chamando. Me ergo nos cotovelos e vejo Violet, agachada no chão, com a cabeça pra dentro da barraca.

- Que foi? – pergunto zonzo.

- Desculpa te acordar.

- Não tem nada. – sorrio levemente.

Ela mira o chão por alguns segundos e então ergue os olhos pra mim, com um leve rubor nas bochechas que a deixa muito engraçada.

- Posso dormir aqui?


Notas Finais


Quero agradecer os comentários que tenho recebido, sério, me deixam muito feliz e... VIVA CALET MINHA GENTE! Será que agora vai? kkkkkk Beijos!


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