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História A Última Gota - Capítulo vinte


Escrita por: NinaF

Notas do Autor


Mais um capítulo...

Capítulo 21 - Capítulo vinte


Eu me levanto com um pulo, enfurecido. Não, eu não irei lutar contra Violet. Não. Não.

Violet se mantém sentada, as mãos fechadas em punho. Ela fita o chão e sua respiração é pesada como se buscasse ar.

Eu caio de joelhos, com as mãos na cabeça. Não, não, droga!

- Cato... – Violet sussurra.

- Eu vou tirar a gente daqui! Eu vou arranjar um jeito! – grito agoniado, prestes a me descontrolar novamente

Olho para cima em busca dos aerodeslizadores que virão nos buscar, esperando que o anuncio de Claudius foi apenas uma brincadeira e que agora eu e Violet iremos para casa. Nada.

Eu sempre soube que esse momento iria chegar, mas me forçava a não pensar, me forçava a esquecer isso, deixar pra lá. Agora está acontecendo. Parece que há uma pedra dentro de mim. Porque só um pode vencer? Eu não saio daqui sem Violet. Droga, Jogos Vorazes! Colocaram Violet em minhas mãos e agora querem tirá-la de mim, querem... Que eu a mate?

Minhas mãos escorregam até o chão. Então é isso... Os Jogos não são uma simples competição entre os distritos para que o melhor vença. Eles são...

Veja bem, “que vença o melhor e mais forte”? Eu e Violet somos os melhores aqui, está mais que provado, somos do mesmo distrito... Me lembro do vídeo dos Jogos passados, eu estava na arena quando eles anunciaram que poderiam haver dois vencedores mas então, quando restaram somente Katniss e Peeta os Idealizadores simplesmente revogaram a regra. Para que eles se matassem. Claudius Templesmith acaba de colocar sua voz nos alto-falantes incitando a mim e a Violet para que nos voltemos um contra o outro. Para que nos matemos.

De repente eu me sinto pesado e cheio de culpa... Todos aqueles que matei, tanto nos Jogos passados quanto nesses. Aqueles que foram criados em distritos mais pobres, que cresceram com fome. Que não tiveram o mesmo treinamento que eu. É como se alguém estivesse tapando meus olhos e só agora se afastou, me deixando enxergar. A Capital, rica e luxuosa. Distritos carreiristas, que produzem o que ela mais precisa, boa vida. Demais distritos, pobres e famintos. Eu via tudo nas Colheitas, mas nunca havia me ligado no quanto eles sofrem, no quanto a Capital pisa encima deles. Eu começo a me imaginar morando no doze, ou em qualquer um deles. Crescendo com fome, tendo que pegar Tésseras para alimentar minha família.

“Como punição pela Rebelião...” O trecho do Tratado da Traição me vem á cabeça. Punição. É algo como “Vocês se rebelaram uma vez e ousaram tomar o pode, então, agora mataremos suas crianças para que vocês não o façam de novo.”, lembro-me de Kaya morrendo à minha frente, sendo comida pelos bestantes, de Violet quase morrendo diante de mim também por conta de um bestante e da repulsa que senti à Capital em ambos os momentos, eu havia começado a ver tudo como era.

Eu sempre achei os Jogos Vorazes algo espetacular, algo que me traria glória, dinheiro... Só me trás o titulo de assassino. Nada além disso. Eles me fizeram matar talvez uma dezena de pessoas, eles tiraram Clove de mim e agora querem me levar também a garota que eu amo. Tudo o que eles querem é ver nós, dos distritos, morrendo.

Com a cabeça a mil, decido finalmente me levantar. Quase caio novamente quando vejo Violet parada em pé bem ao meu lado com uma faca nas mãos. Mas não apontada para mim. Seu rosto manchado de lagrimas, seu olhar é duro, mas pela sua expressão percebo que ela, assim como eu, “descobriu” toda a verdade.

- Vai pra casa, Cato. – ela me diz.

- Violet...

- Vai pra casa! – ela chora. – Me mata e vai.

Esfrego o rosto frustrado.

- Eu não vou sem você. – sussurro.

- Só um sai...

- Eu não conseguiria...

Seguro seu rosto entre as minhas mãos, encostando nossas testas. Violet soluça mas logo se torna firme novamente. Uma solução, eu preciso de uma solução. ‘Perai... Katniss conseguiu tirar Peeta daqui junto com ela, porque eu não conseguiria? Como ela fez... Como... Foram as amoras. Eles ameaçaram comer aquelas amoras envenenadas e então os Idealizadores, mais precisamente Seneca Crane, foram obrigados a tirar os dois de lá. É isso, suicídio duplo. Eles não podem ficar sem um vencedor, então, a única solução foi ficar com os dois.

Abro os olhos e encontro os de Violet, se a Capital acha que vai me fazer matá-la... Que eles fiquem sabendo que ainda quero ver esses olhos por muito tempo. Mais ou menos pelo resto da minha vida.

- Eu não consigo viver sem você.

- Eu muito menos.

- Então morre comigo? – proponho olhando no fundo de seus olhos. Violet não nega, nem ao menos me olha esquisito.

- Eu morro com você... Eu vou até o fim dessa droga de mundo com você.

Se ela percebeu minha jogada ou não, eu não sei.

Caminho até o lago e recupero minha espada, Violet larga a faca que está em sua mão e retira a que estava presa nas amarras em suas coxas, a última. Nós nos aproximamos frente a frente.

- Rápido, ok? – ela sussurra.

- Vai ser.

Passo o braço pelos ombros de Violet, como se estivesse abraçando-a, mas ao invés disso minha espada está pressionando sua garganta. Ela se aproxima e sua mão sobe pelo meu peito, a faca também posicionada em minha garganta. Não espero Violet sequer levantar os olhos e a beijo com vontade.

- No três... – ela sussurra quando nos separamos.

- Um. – começo, e a adrenalina corre pelas minhas veias.

- Dois...

A voz de Violet tem um pingo de desespero no fundo. Vai ter de dar certo, ou morreremos os dois aqui.

- Três...

Me preparo para dar um puxão na espada e cortar a garganta de Violet, sinto a faca me espetar quando a voz alta e ensurdecedora berra:

- PAREM! PAREM!

Eu e Violet ficamos estáticos. De repente, as trombetas que anunciam o fim dos Jogos começam a tocar.

- Senhoras e senhores, - anuncia Claudius com um tom cansado e angustiado. – os vencedores da setuagésima quinta edição dos Jogos Vorazes! Cato Stoll e Violet Beauregard, do distrito dois!

Do jeito que estávamos quando mandaram que nós parássemos, eu e Violet continuamos por alguns momentos até que largamos as armas no chão e ela pula no meu colo. A única coisa que quero agora é beijá-la e assim faço. Nós dois continuamos lá, enroscados, com o estardalhaço da Capital como fundo, tocando nos alto-falantes. As pernas de Violet estão envolta de mim, seu braço bom em meus ombros enquanto eu a seguro pelos quadris. Só nos desgrudamos quando o aerodeslizador aparece sobre nós e as duas escadas caem. Nós subimos cada um em uma e então sinto a corrente que me paralisa até que a escada me puxe totalmente para dentro. Ela se rompe assim que as portas se fecham.

A primeira coisa que fazemos é nos virarmos um para o outro, mas então um grupo de... Pacificadores? É, pacificadores, aparece. Três deles vem atrás de Violet. Não percebo o que está acontecendo rápido o bastante para impedi-los de agarrá-la e afastá-la de mim. Eu tento avançar, mas há braços me segurando. Quatro deles estão em mim enquanto outros três arrastam Violet para longe, ou melhor, tentam. Ela se debate e está dando bastante trabalho para eles. Eu tento a todo custo me soltar, mas os caras me prendem com muita força, quatro contra um. Depois de muito tentar consigo soltar um braço e então nocauteio outro deles com um soco. Consigo me soltar totalmente e corro para tirar os Pacificadores de cima Violet, mas antes que eu consiga alcançá-la sinto algo me espetar no braço e de repente tudo fica turvo.

A última coisa que ouço é meu nome sendo gritado por Violet, já longe de mim.


Notas Finais


Preciso dizer que não estou feliz com a falta de comentários? u.u Beijos e comentem!!


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