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História A Última Gota - Capítulo dez


Escrita por: NinaF

Notas do Autor


BRINCADEIRA TER QUE REPOSTAR O CAPÍTULO U.U #xatiada Tinha postado esse aqui ontem, mas parece que com a manutenção foi apagado :s

Capítulo 11 - Capítulo dez


Estávamos tão perto da Cornucópia que apenas uma hora de caminhada bastou. Montamos acampamento bem ao lado do chifre de metal e cada um foi cuidar da sua vida até a noite chegasse. Assim que chegamos, Violet avistou óculos de visão noturna e então fomos descobrir que havíamos saído para a floresta sem eles. Cada um pega um e guarda consigo mesmo. Nós nos sentamos na entrada da Cornucópia e ficamos um bom tempo jogando conversa fora sobre luta e armas.

- Lá no nosso distrito eles nos pedem para focar na imobilização de corpo inteiro, é mais garantia. – explica Revlon.

- De corpo inteiro? – pergunta Violet curiosa.

- É. - confirma Ryan se levantando.

Ela estende uma mão pra ela.

- Deixa eu te ensinar.

E lá vai ele, e ela está caindo, é como se um alarme soasse na minha cabeça. Violet segura a mão dele e ele a empurra em direção a parede da Cornucópia.

- Precisa deixar a pessoa contra alguma coisa. – ele diz. – Daí se prende os braços.

Ele prende as mãos dela contra o metal.

- E então as pernas.

Ryan praticamente se prensa contra Violet, apertando-a entre ele e a Cornucópia. Isso não é nada bom.

- E, para não corrermos risco de cabeçadas... – sua voz é mansa.

Ele cola sua testa na dela.

Todos nós estamos com a respiração suspensa, Ryan e Violet estão próximos demais. Estou até vendo, eles vão se beijar, é inevitável. Ryan fecha os olhos e conseqüentemente Violet fecha os seus também. Eu estou pronto para pular no pescoço de Ryan a qualquer movimento que ele fizer contra ela, nada me tira da cabeça que ele representa perigo para Violet. Seus rostos se juntam mais, lentamente.

- Vai... – sussurra Revlon do meu lado.

Acho que as bocas dos dois estão se roçando agora, minha vontade é de matar Ryan, ele não pode tocar um só dedo nela. Mais perto, eu acho que vou estraçalhá-lo. Mais perto. Meu estomago se revira e dói estranhamente. Eles vão se beijar.

Violet vira a cabeça para o lado. No ultimo momento ela parece sair de um transe e vira o rosto para Ryan. No mesmo instante ele se afasta contrariado. Percebo que estive segurando minha lança forte demais, assim que solto a arma meus dedos protestam e meus batimentos se regularizam. Me sinto aliviado, estranhamente aliviado.

A expressão de Ryan não é das melhores, ele parece decidir se grita ou se fica calado. Violet continua contra a parede da Cornucópia, olhando o chão, atordoada.

- Mas nem assim, hein?! – exclama Kaya. – Qual o problema de vocês dois?

Violet se senta perto de nós rapidamente ainda olhando o chão, Ryan se junta a nós mas se senta mais afastado de Violet. Eu não estou sentindo raiva por ele, nem nada do tipo. É ódio, o que sinto por Ryan é ódio, ódio pela arrogância dele e ódio pela audácia que ele teve de tentar beijar Violet. Agora esta mais que claro que ele está tentando seduzi-la. Ryan agora é um cara marcado por mim, na verdade, sempre foi, ele só se queimou mais ainda.

 

A noite decidimos que vamos sair em duas duplas e a terceira fica no acampamento.

- Quem vai e quem fica? – pergunta Kaya.

- Acho que podem ir um menino e uma menina em cada dupla. – sugiro.

- Eu posso ficar aqui. – se oferece Revlon, outra que esteve bem calada. – Owen pode ficar comigo?

Owen concorda.

- Cato, pode ir comigo? – a voz de Violet sai.

Todos ficam calados. Ela não falou, Ryan não falou, os dois permaneceram em silencio desde a tentativa frustrada de Ryan em beijar Violet.

- Vou. – digo.

Ela sorri levemente pra mim.

- Sendo assim, - diz Owen. – Kaya e Ryan.

Nós pagamos as armas e cada um fica com um óculos de visão de noturna. Violet não leva todo o seu arsenal, apenas o arco e a aljava de flechas e uma adaga. Eu pego somente a espada, é a única coisa da qual preciso. Fica combinado o seguinte: eu e Violet vasculhamos o sul e o leste, Ryan e Kaya ficam com o norte e o oeste.

Nós entramos na floresta, eu com a espada em punho e Violet com o arco já preparado. Vejo-a andando e me lembro da noite em que lhe propus a aliança, como ela andava sem fazer um único barulho, essa sua qualidade se mantém aqui também, ela anda tão macio que as folhas mal se mexem sob seus pés.

- Nós temos que pegar alguém hoje. – digo a ela.

- Eu sei, ou eles vão dar um jeito.

Quando Violet diz “eles”, se refere aos Idealizadores. Realmente é quase nossa obrigação matar alguém hoje.

Ficamos muito tempo em silencio, perambulando atrás de alguma pista, algum sinal, nada. O que me anima é que nós não matamos, mas também não ouvimos nenhum canhão, Ryan não está conseguindo “cumprir a tarefa” também.

- Me parece que o treinamento do qual alguém tanto de gabou não deu muito certo. – faço o comentário.

- O que ta querendo dizer? – pergunta Violet.

- Que alguém que se gaba de ser o tal, está falhando.

Violet abaixa o arco preparado e se vira pra mim.

- Ta falando do Ryan?

- Quem mais seria? – retruco.

- E porque essa implicância com ele? – ela diz levemente irritada. – Ele não te fez nada.

“Mas vai fazer com você, caso não prestar mais atenção” penso.

- Ele só tem o ego maior que Panem e tenta arrumar briga comigo.

- Cato, vocês só discutiram uma vez. Você é que implica com ele.

Percebo que estamos parados, retiro os óculos no mesmo tempo que Violet tira os dela.

- Eu não implico com ele.

- Desde quando colocou os olhos nele.

Bufo irritado.

- Violet, porque ta defendendo ele?

- Não to defendendo ele...

- Ta sim.

- Ele é meu amigo, Cato.

- Ah, - rio sarcástico. – e com certeza ele também quer ser só seu amigo...

Violet me olha, irritada, não, furiosa, ela já esta furiosa e eu também. Já estamos brigando aos gritos.

- Eu gosto dele!

Facada. Isso me atinge como uma faca, ela gosta dele, Violet gosta do Ryan. Ela já caiu na armadilha e eu não consegui salva-la, não eu não consegui. Ela se foi, ela ta na dele. Eu senti que Ryan me traria problemas com ela e veja, aqui estamos nós, brigando aos gritos, os dois vociferando um contra o outro. Acho que minha expressão que antes era de fúria se transformou em expressão de traição. É assim que me sinto, traído. Onde foram parar aquelas madrugadas que passamos conversando, aquela em que Violet me ensinou a atirar facas, aquela Violet que riu comigo? Onde esta a confiança que havia depositado nela, vim pra Arena considerando-a uma amiga e agora... ela está sendo enganada por um bonitão filho da mãe, está indo contra mim por ele.

- Você ta cega, isso sim. – a minha voz é mais pesada de dor do que eu pretendia.

- Porque ta dizendo isso?!

- Porque você, tão esperta, assassina, ta caindo no joguinho do Ryan! Você não percebeu até agora! O cara ta te usando, te usando pra ser o novo Conquistador, e depois ele vai simplesmente te matar! Ele ta te cercando, ele ta fingindo! Pelo jeito que a coisa ta indo, não dou duas noites pro cara passar a mão em você e logo depois cortar sua garganta!

As palavras saem sem freio de mim, explodindo, a raiva que senti todo esse tempo saindo agora.

- Você não é tão esperta quanto eu imaginava, na verdade, é só uma menininha ingênua, pode saber matar, mas é ingênua e tem a cabeça fraca!

Silencio. Violet apenas olha o chão, por alguns momentos.

- Que bom que acha isso. – ela diz, com a voz firme.

Seus olhos se erguem pra mim e mesmo na penumbra consigo ver o âmbar profundo e brilhante. Sua expressão é dura, enfurecida, magoada.

- Não ligo pro que ninguém acha de mim quando vou matar.

- Isso é uma ameaça?

- Entenda como quiser, carreirista.

Violet acaba de me ameaçar, realmente, ela não é quem eu pensava que fosse. Ela me olha dura por um tempo e então recoloca os óculos e começa a andar. Vejo-a se afastar, ela se foi, definitivamente, minha Violet se foi. Não “minha” mas... Humpf! Eu fico acabado, pelas coisas que disse a ela, pelo modo que disse, pelas coisas que ela me disse. É assim que a coisa acaba? Mesmo? Tudo bem. Recoloco os óculos também e sigo mais atrás dela, mantendo distância.

Andamos mais ou menos vinte minutos até que escutamos galhos se partindo. Não é preciso comunicação, e não haveria nem se precisasse. Direita. O barulho veio da direita.

- Dormindo bem, cinco?

O garoto sem-noção, está deitado no chão, com a cabeça sobre uma mochila amarela, dormindo tranquilamente. Ele acorda com um pulo quando nos vê.

- Não é muito inteligente dormir sobre galhos secos, você se mexe e eles se partem avisando sua posição, você é burro? – a voz de Violet ainda é dura, fria e cruel.

O garoto tem os olhos arregalados pra nós.

- Não... por favor...

Tarde demais, atravesso-o com a espada. E ai vem o canhão, pronto, menos um. Nós ficamos alguns momentos parados e ela é a primeira a fazer o caminho de volta. Vou mais atrás, nós chegamos a Cornucópia e ela entra em sua barraca. Eu não tenho vontade de falar com ninguém, de comer nada, nem de me esquentar na fogueira. Me enrolo dentro do saco de dormir, também dentro da minha barraca, e ali fico, escutando os outros conversarem.

“Que bicho mordeu eles?” Pergunta Owen.

Não há resposta de Revlon. Cinco minutos depois, chegam Kaya e Ryan.

“Quem eles mataram?” É a voz de Kaya.

“Ninguém sabe, chegaram calados e cada um entrou pra sua barraca.” Responde Revlon.

Não sei direito em que ponto durmo, mas acordo quando já está de manhã, ninguém me chamou para vigiar.

Só estão eu, Kaya e Owen. Dou bom-dia a eles, mesmo não sendo um bom-dia pra mim, pego duas maçãs e me sento mais afastado. Olho para a barraca onde Violet dorme com Ryan, “Devem estar dormindo juntinhos, planejando como me matar.” Penso com nojo. Eu estou destruído, assumo, ter brigado com ela me destruiu completamente. Queria não ter feito o infeliz comentário a respeito de Ryan, queria não ter me descontrolado e falado aquelas coisas à ela. Eu sempre soube que Ryan não nos faria bem... Se eu não tivesse proposto uma aliança a ele e Revlon quem sabe tudo estaria bem agora, eu estaria legal. Ela estaria legal. Ela não está bem, a primeira visão que tenho dela me corrói ainda mais. Os olhos de Violet estão vermelhos e a ponta de seu nariz também, Ryan, que sai junto, parece um tanto rabugento, mas não olha pra mim, já ela fixa seus olhos em mim por alguns segundos e em seguida desvia.

Ela chorou durante a noite. Isso me faz ficar pior, mas finjo não ligar. Ela chorou. Talvez, mesmo estando na armadilha de Ryan, ela ainda se importe comigo. Acho que construímos um laço antes de vir pra cá, talvez ela também ache isso.

 

Passamos o dia todo num silencio sepulcral. Violet e Kaya saem depois do almoço para tomarem banho no lago e voltam uma hora depois. Constantemente alguém olha de mim para Violet e então pra mim de novo, isso irrita. Com certeza já sacaram o que aconteceu. Revlon parece estranha e ligeiramente animada, até se oferece mais tarde para iniciar a vigia, mas Owen diz que não, que ele pode começar.

Acredito que sejam duas da manhã quando meus olhos ficam pesados, eu me viro para o lado, com a espada segura nas mãos e durmo.

Não sei quanto tempo se passa, nem quantas horas são. O que me acorda é o barulho do canhão.


Notas Finais


Calet decaindo :@ Gostaram? Faleeem comigo, a maioria dos leitores são fantasmas kkkk Beijos!


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