História More Than This - Até as férias.

  No dia seguinte quando Harry e eu descemos para tomar o café da manhã, encontramos Gemma e meu irmão na sala.

  - Você não ia viajar ontem? – perguntei a Matt.

  - Voos cancelados – ele apontou para a varanda. Dava para ver a tempestade lá fora.

Olhei para Gemma que estava sentada na poltrona tentando se esconder. Não estava dando certo.

  - Bom dia – sorri para ela.

  - Bom dia – ela corou e respondeu sem graça.

Só então percebi que ela estava com a camisola preta de renda que Eleanor havia me dado há tanto tempo.
Meu irmão estava feliz e com um sorriso maroto no rosto. Logo de cara percebi o porque da reação dos dois. Foi um tanto quanto estranho pensar no meu irmão e na minha cunhada daquela forma. Sei que Harry chegou à mesma conclusão. Ele estava de braços cruzados, alternando entre fuzilar meu irmão e intimidar Gemma, apenas com o olhar.
Ele não estava muito satisfeito ao saber que eles dois dormiram juntos, mas não falou nada sobre, apenas ficou de cara amarrada.

Tomamos café da manhã e depois nos acomodamos no sofá para assistirmos à Walt Disney. Harry e Gemma desejavam a todo segundo que Niall estivesse ali, já que estávamos assistindo a um programa em que a Demi Lovato é a protagonista, e Harry afirmar que Niall tinha, e talvez ainda tenha, um abismo por ela.
 Pedimos comida do KFC para o almoço.
Jogamos vídeo game. Bem, na verdade apenas meu irmão e Harry jogaram, mas Gemma e eu não nos importamos com isso, apenas ficamos conversando. Emprestei algumas roupas à ela, e logo deixamos os meninos na sala jogando e fomos conversar. Por algum motivo ela decidiu falar sobre as ex-namoradas do irmão, sobre a infância de ambos e a fase da adolescência de Harry.

  Lá pras 20h da noite, Harry e eu fomos para seu apartamento. Talvez, se os voos se não forem cancelados, essa será a última noite de meu irmão na cidade, decidi deixar ele e Gemma aproveitando as últimas horas. Foi difícil fazer Harry deixar sua irmã com o meu, mas por fim, eu consegui.

 Não me lembro do Harry ser tão bagunceiro. Estava acostumada a vê-lo um pouco mais organizado. Bem, isso antes de entrar no seu apartamento e encontrar um lixão lá.
Ele pediu desculpas, envergonhado, e disse que estava sem tempo de organizar.

  - Em breve irei arrumar uma faxineira – ele se desculpou. – Bom... Vou viajar, você me ajuda a... bem, arrumar as malas? – perguntou relutante.

  - Claro. – Definitivamente eu não queria pressioná-lo. Não queria perguntar “ei, para onde você vai? Que papo é esse de viagem? Como assim? Que jeito é esse de me contar que vai viajar?” por mais que eu quisesse atirar todas essas perguntas nele, não o fiz. Resolvi confiar e esperar para que ele próprio me dê explicações.
 

Estávamos deitados no carpete do quarto dele, depois que eu o ajudei a terminar de arrumar suas coisas para a viagem.


  Assim que acordamos pela manhã e tomamos café, nos beijamos e quase voltamos a fazer o que fizemos na noite retrasada.
 Harry me conta que os meninos iriam para a África e para o Japão dali alguns dias. Senti-me a pessoa mais feliz e realizada de todo o universo, eu não precisei perguntar ou fazer pressão para que ele me contasse para onde iria viajar. Ele contou por livre e espontânea vontade.

Decidi ajuda-lo a dar um “jeitinho” em seu apartamento e em quase uma hora tínhamos terminado de arrumar tudo, mas absolutamente nada estava no lugar certo.

  - Sabe, eu sinto falta da sua mãe. Talvez eu só tenha conversado com ela pessoalmente umas duas vezes trocado mensagens de texto em muitas outras, mas eu criei certo afeto por ela. Ela é uma mulher tão bonita e jovem, eu a adorei – confessei antes que ele me fizesse dormir com o carinho que fazia em minha cabeça.

Realmente quero ver sua mãe novamente.

  - Ela te adora, sempre pergunta "Já consegui fazer ela dizer que te ama filho?" – ele tentou imitar a voz de sua mãe. 

Acabamos caindo na risada e eu prometi que o zoaria eternamente por tal ato.

  - Vem aqui, deixa eu te mostrar uma coisa. - segurou minha mão e me guiou para a escadaria.

 Subimos até o primeiro andar do apartamento. Ele me mostrou uma planta de uma casa e algumas fotos do imóvel localizado em Londres, porém em uma região afastada. Tinha uma vista linda e ele me contou que o campo fica incrivelmente verde no verão. De algum modo a casa tinha toda a  infraestrutura para ter crianças e com direito a balanços em árvores.

  - De quem é essa casa? – perguntei deslumbrada.

  - É minha, mas pode ser nossa se você quiser. – ele largou as fotos sobre a mesinha e virou-se para mim, ficando tão perto que eu podia sentir sua respiração contra a pele de meu rosto – Eu não estava brincando quando lhe falei que você seria a mãe dos meus filhos – disse naturalmente. Sua voz rouca tão sedutora, seus lábios tão perfeitamente desenhados. Uma proposta irrecusável, porém totalmente louca. Somos tão jovens...

  - Harry, você comprou essa casa pensando nisso? – eu estava olhando fixamente para seus olhos, o que se torna uma tarefa muito complicada quando se está amando tão intensamente com cada parte do corpo. 

  - Pensando em você, em nós, em ter um cachorro, um gato, três filhos... – ele disse me pegando pela cintura. Me fiz de desesperada e atirei-me em direção ao seus braços, colando nossos lábios instantaneamente.

 
 Bem mais tarde, quando o sol já se punha, Harry, Gemma e eu estávamos levando Matt ao aeroporto.
Meu irmão e a de Harry, se beijavam como se não houvesse amanhã enquanto estávamos na fila para comprar passagens. Não passagens para Matt, mas para Gemma.
Sim, Gemma. Ela ligou para a mãe que permitiu que ela viajasse com meu irmão e ficasse por lá por um mês. Mesmo que tivessem mais um mês juntos, eles ainda se agarravam.
Harry tentava ignorar a cena enquanto estávamos abraçados tentando afugentar o frio.
Era engraçado ver Harry “disfarçado”.  Capa preta com capuz e óculos escuros não são vestimentas atraentes, porém quando estavam em Harry, pareciam ser peças feitas para ele, sendo assim, ficavam perfeitas. Acho que nem preciso mencionar que precisamos dar várias voltas para despistar algumas fãs e paparazzi que estavam nos seguindo.

Passagens na mão, hora de entrar para a sala de embarque.

  - Cuide dela. Não faça nada que faça eu me arrepender de querer ser seu cunhado. – Matt se dirigiu à Harry num tom severo. Ele estava falando serio.

  - Não vou fazer nada com ela, nunca. Irei cuidar dela muito mais do que cuido da minha própria vida, eu prometo. – Harry respondeu seriamente. – E você, cuide bem da minha irmã. Não faça nada que faça eu me arrepender de querer ser seu cunhado. – ele repetiu a ultima frase de meu irmãos e ambos reprimiram o riso para manter a seriedade de suas promessas. – Não a engravide, ela é a minha bebê. Usem preservativo.

  - Harry! – Gemma o repreendeu corando.

Irônico da parte de Harry falar isso.

 Eles deram um aperto de mão que se estendeu a um abraço de homens.

Matt veio me abraçar. Ele me agarrou e rodopiou comigo em seu colo pelo saguão.
De repente estávamos relembrando, e rindo, de todas besteiras que fizemos nesse tempo em que estivemos juntos. Foram tantos momentos que eu nem posso contar nos dedos.

- Boa viagem. Se cuide, tome cuidado com tudo, dedique-se ao seus estudos e por favor, volte nas próximas férias – implorei ao me despedir.

  - Prometo voltar sempre, enquanto eu for vivo, irei voltar – prometeu.

Sorri tranquilizada. Ele deu um beijo no topo da minha cabeça.

Gemma e meu irmão deram as mãos e seguiram contentes para a sala de embarque.

  - Me liguem quando chegarem – gritei implorando para que me ouvissem.

  - Te ligo – Matt gritou de volta por sobre o ombro.

Eles estavam tão felizes.

Suspirei e me encolhi dentro de meu casaco pesado. Já sinto saudades.

  - Ei, ei, ei – Harry ficou de frente para mim, espalmando as mãos nas laterais de minha cabeça. – Não chore. – pediu secando minha lágrimas com seu polegar.

  - Eu sinto tanta falta dele – confessei me sentindo uma idiota até porque não faz nem dez minutos em que entraram na sala de embarque.

Harry me deu um abraço reconfortante.

  - Shhh, shhh, shhh... – embalou-me como se faz com um neném. – Não chore, eu estou aqui. Eles estão felizes. Tudo está bem.

Ele me guiou até a garagem. Harry recebeu uma ligação de Liam nos convidando para irmos até sua casa.

  Fomos para a casa de Liam cantando This Love em plenos pulmões, rindo e fazendo piadas entre Gemma e Matt.
Era uma boa distração, tenho que confessar.
 
  - Você sobe enquanto eu estaciono o carro – Harry deu um beijo em minha cabeça.

  - Ok.


 Toquei a campainha e tudo que ouvi foi o grito de Niall dizendo "Tá aberta" 

Entrei como um tiro, gritando em seguida.

  - Seus vagabundos viciados em vídeo game, nem pra abrir a porta para uma dama – me fiz de ofendida.

  - Harry não está com você – respondeu Liam fazendo todo mundo rir.

 Pela primeira vez, depois de muito tempo, eu vi Perrie, ela estava indiferente, deslocada. Cogitei conversar, mas não conseguiria conversar com ela, iria me lembrar que já transei com seu namorado. 

Niall e eu estávamos comendo japonês quando Harry chegou.
Logo todos acompanharam a mim e Niall e foram comer.

Após um tempo sentamos do lado de fora da casa de Liam e ficamos rindo, falando bobagem, bebendo, cantando e falando mal dos outros. Não nos leve a mau, algumas pessoas merecem que falemos mal.


Já era madrugada quando Harry e eu voltamos para casa.

Tomamos banho juntos.

Quando dei por mim, ele já estava me fazendo sua mais uma vez, só que dessa vez no quarto de hóspedes do primeiro andar de seu apartamento, porque segundo ele "ficar o dia inteiro duro e quando chegar a hora ter que subir escadas?".

 Acordei no outro dia e peguei uma de suas calças de moletom, daquelas que tem elásticos no cós, e uma blusa de manga comprida. Uma outra tentativa de fugir do frio extremo.

  Corri para a cozinha e ele estava segurando duas xícaras de chá com leite.  

 Pegamos todas as cobertas que conseguimos carregar e sentamo-nos. Ficamos vendo o canal de música dos anos 80.  Eu estava agarrada à ele e estávamos caindo no sono.

 Hazza começou a falar baixinho no meu ouvido vários títulos das mais diferentes musicas. Quando terminou falou que todas essas musicas eram para mim e pediu desculpas por não conseguir fazer outra coisa a não ser cantar. Antes de adormecer, abracei-o com toda a minha força e antes que minhas pálpebras se tornassem tão pesadas a um ponto que eu já não pudesse mais sustentá-las, sussurrei o mais sincero:

  - Eu te amo.