História More Than This - Fugitiva

Quando cheguei em casa, subi correndo. Joguei todas as minhas roupas no chão, eu precisava encontrar algo para vestir, só não sabia o que. Era a primeira festa que eu ia na minha vida! Não exatamente a primeira, eu já havia ido a outras, mas eram de aniversários e eu estava acompanhada dos meus pais. Então, tecnicamente, está era a primeira festa.
Eu estava desesperada. Não conseguia encontrar nada. Já eram cinco da tarde e eu não havia feito o cabelo, muito menos as unhas.

Decidi fazer baby liss no cabelo.

Ficou muito mal feito, porém seria aquilo mesmo.

Quando deu 19h meu celular vibrou, era uma mensagem de Juliana, pedindo para que eu passasse em sua casa. Terminei de me arrumar e já estava pronta para ir para a casa da Ju. Terminei de me arrumar e logo decidi sair de casa.·.

Quando eu estava descendo a escada;

            - Para onde você pensa que vai? – gritou minha mãe.

- Para uma festa com a Juliana – respondo indo em direção à porta.

- Quem disse que você vai? – Ela pergunta cruzando os braços.

- Você não vai me deixar ir?

- Você acha que vou? – ela ri.

- Mãe, por favor, me deixa ir! – peço suplicante.

- Mãe nada, sobe e vai pro seu quarto estudar - ela aponta para cima.

- Não! Não vou estudar porcaria nenhuma. Eu vou pra festa! – estava quase chorando de tanta raiva.

- Não vai mesmo – ela tranca a porta de casa e põe a chave no bolso da calça.

- Droga – dou uma porrada no corrimão – Eu te odeio! – grito num surto de raiva. ··.

Subo para o meu quarto, chorando e tranco a porta. Logo me veio uma ideia na cabeça, antes que eu pudesse mandar uma mensagem pra Juliana dizendo que eu não iria.

Fui até a janela e a abri bem devagar. Será? Meu quarto não era tão alto assim... Ou era? Droga eu morro de medo de altura. E se o telhado quebrar? Quer saber? Que se dane.
 Pensei enquanto andava pelo beiral, tentando não pisar nas telhas. Quando cheguei ao finalzinho, tive vontade de correr de volta para o quarto, mas sentei em cima do concreto, com os pés em cima da telha, e sem pensar duas vezes, pulei. Não fez tanto barulho quanto eu achei que faria, mas a fisgada que eu senti no meu pé foi uma dor insuportável. Pus-me de pé, quase sem conseguir, já que meus pés realmente doíam demais. Andei mancando até a pista, a fim de pegar um táxi. Poderia ir a pé, mas meus pés doíam mais ainda com tamanho esforço que estava fazendo. Por sorte um táxi estava passando na hora, dei sinal e logo que entrei, disse-lhe o caminho.

         - Mas que merda é essa? Meu Deus do céu, pra onde você pensa que vai com essa roupa de freira? Juliana gritou assim que abriu a porta – Festa do colegial – ela frisou – e não um aniversario de criança! Meu Deus do céu! Vem garota, eu vou te arrumar! – Puxou-me para dentro.

- O que tem de errado com a minha roupa? – perguntei, olhando para baixo e tentando avaliar minha vestimenta.

- Isso não é roupa de ir para festa! – ela resmunga. Então eu olhei para ela, e ela realmente parecia que ia para uma festa, diferente de mim. Ela estava simplesmente linda!

Eu vestia um short preto, uma blusa de alcinha toda colorida e sapatilha vermelha. Ju estava em um belíssimo vestido preto, com um decote que valorizava seus seios pequenos e suas curvas.

Nós subimos para o quarto dela, e ela jogou varias roupas em cima da cama. Começou a formar conjuntos. Eu estava distraída, pensando na minha infância, enquanto separava os cachos para que ela refizesse o baby liss.

         - Pronto, vai ser essa a sua roupa – entregou-me o que havia separado – Vai se vestir, correndo! 

Vesti-me e ela fez o baby liss. Tirou a maquiagem de meu rosto e refez. Por fim, quando me olhei no espelho, estava vestida como uma modelo. Talvez não fosse para tanto, mas eu estava bonita.

Trajava uma saia dessas que tem o tecido mais espesso até a metade da coxa e o resto é transparente. Era aberta na frente, o que fazia com que tivesse uma longa calda. Na parte de cima, usava um cropped jeans, que realçava meus seios fartos.

    - Uau – foi tudo o que eu consegui pronunciar. Senti-me bonita, o que era raro, porque para mim, na maioria das vezes eu estou feia.

   - Se eu não gostasse de homem eu te pegava – nós rimos.  – Agora, calce isso  – ela me entregou um lindo salto preto, de tiras.·.

- Ah não, Ju, estou morrendo de dor no pé  – choramingo.·.

Mexo meu tornozelo em círculos, já não dói tanto como antes, mas ainda esta sensível.

- Calça isso logo e pare de choramingar, Jowett  – ela se vira para calçar seus sapatos.

****************

Entramos em um táxi e fomos o caminho inteiro até a casa da Gabriela imaginando como a festa estaria. Quando chegamos a casa dela, ela já estava na porta em pé nos esperando. ·.

- Vem, Gabi – Juliana abre o vidro e a chama.

Ela corre para dentro do táxi. Está linda também, afinal era de se esperar, a Gabriela já era linda e sempre acertava no look.

Nós seguimos sorridentes e ansiosas para a festa.

Gabriela apostou que, hoje seria a noite em que eu perderia a virgindade. Por algum motivo, eu também sentia isso, o que me deixava nervosa. Juliana, por sua vez, achou que eu não iria conseguir. Porém, eu estava confiante no meu taco e, só queria ficar louca nessa festa e aproveitar. Era a minha primeira festa e esperava que me surpreendesse.·.

Pagamos ao motorista. Achei que não ia conseguir andar, já que o meu pé ainda estava dolorido por conta do pulo. E agora, de salto alto, pensei que seria meu fim. Mas assim que sai do táxi, senti-me como uma modelo desfilando, e a entrada da casa da festa era a minha passarela.