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História Falling in love for the last time. - Guiando os meus pés.


Escrita por: gimavis

Capítulo 7 - Guiando os meus pés.


 

Paris amanheceu sob neve aquela manhã, o frio era tanto que eu me recusei a por as orelhas para fora do cobertor.

: - Ei, dorminhoca.

Ouvi a voz rouca de Lauren aos pés da cama, uma carícia gostosa na minha coxa. Ok, por ela eu iria colocar mais do que as orelhas para o lado de fora da coberta. Ergui a cabeça a olhando.

: - Oi.

Meu “oi” saiu mais manhoso que tudo nesse mundo. Laur sorriu e se aproximou engatinhando sobre mim até que tivesse sua boca em minha bochecha, estalando um beijo. Sorri.

: - Bom dia.

: - Hmmm, bom dia.

Fiz biquinho e me virei de lado, me encolhendo em posição fetal. Por mim eu ficaria a olhando por mais algum tempo, ela era mesmo linda ao acordar, aquele cabelo bagunçado... Mas o frio estava matando.

: - Ei, tenho uma coisa para você.

Ela disse em meu ouvido bem baixinho, mantendo uma pressão gostosa de seus dedos em meus cabelos. Já comentei o quanto ela adorava fazer aquilo? E o quanto eu adorava receber? Uhum. Sorri de olhos fechados, mas não me virei.

: - Uma coisa? Que tipo de coisa? Espero que não seja uma garrafa de vodka ou algo assim.

Rimos juntas e a senti negar brevemente.

: - Olha pra mim. – Beijou meu ombro. Arrepiei-me. – Vamos, Camz.

Já que ela estava insistindo tanto, me virei de barriga pra cima encontrando seus olhos. Verde, era tudo o que eu conseguia ver. A observei pegar ao meu lado na cama a caixa preta que havia comprado no dia anterior. Com cuidado ela colocou a caixa sobre a minha barriga, sorrindo como se tivesse visto a fada do dente. Não pude deixar de sorrir também. Lauren estava me dando um presente, que sensação gostosa. Senti-me especial.

: - Abra, pink princess.

Mordi o lábio inferior retirando a tampa da caixa, levando a mão dentro sem conseguir ver o que era por estar deitada. Retirei de lá uma pulseira prateada cheia de pingentes e um pequeno globo cheio de água e bolinhas, onde uma plaquinha em prata dentro dele me mostrava alguma frase. Quando eu ia abrir a boca para fazer uma pergunta, Lauren se adiantou. Meu coração batia na garganta.

: - Vou lhe explicar o por que de todos esses pingentes.

Ela disse baixo, o sorriso estampado no rosto me deixando tonta. Com calma ergueu minha mão na altura de meu rosto, a pulseira pendurada entre meus dedos.  

: - Primeiro a Torre Eiffel, para você lembrar sempre da viagem que fizemos juntas. Segundo o pote de Nutella... – Ela riu baixo. – Para você lembrar sempre da guloseima mais gostosa que comemos juntas. – Sorri que nem besta, eu não conseguia olhar para a pulseira, meus olhos estavam vidrados nos seus. – Terceiro o microfone, para você nunca esquecer a voz maravilhosa que tem. Em quarto essa velinha, para sempre lembrar do dia em que me fez a massagem mais gostosa que eu já recebi em toda a minha vida. – A voz de Lauren era um murmúrio, seus dedos tocavam os pequenos pingentes enquanto ela explicava, e eu só conseguia pensar no quanto ela era perfeita. – E por último... Esse coração, para você nunca esquecer o que sinto por você.

Quando ela disse a última frase eu senti como se pudesse desmaiar, todo o meu corpo tremia. Meus olhos se encheram de lágrimas e antes que eu pudesse formular algo para responder, ela colocou o pequeno globo em minha barriga.

: - E eu quero que você leia o que está escrito aqui dentro.

Engoli a seco e coloquei meus olhos na plaquinha prateada dentro do globo.

“When I see your face,

there is not a thing that I would change.

Cause girl you're amazing,

just the way you are.”

"Quando eu vejo o seu rosto

não há nada que eu mudaria.

Pois, garota, você é incrível
do jeito que você é." 
 

Quando terminei de ler, grudei nossos olhares e deixei que tudo o que eu sentia transbordasse por meus olhos. Eu estava feliz demais, fazia tanto tempo que não me sentia daquele jeito que era como perder o ar. Lauren sorriu abertamente, tocou em meus ombros e me puxou para um abraço apertado. A abracei com força e chorei baixinho em seu ombro. Era tão bom chorar de felicidade depois de tanto tempo chorando de tristeza, e eu devia aquilo à ela, eu devia aquela semana feliz à ela e a mais ninguém.

: - Obrigada. – Agradeci pressionando a boca contra a curva de seu pescoço. Lauren tinha uma das mãos em meus cabelos e a outra em minhas costas. – Obrigada, Lolo.

: - Você merece isso e muito mais, camz. – Eu acho que ela também estava chorando, podia a ouvir fungar em meu ouvido. – Minha Camz.

Sorri entre lágrimas e a olhei, segurando seu rosto com as mãos e selando um beijo em sua testa.

: - Sempre sua.

Olhei em seus olhos novamente e sorrimos juntas. Ela pegou meu punho e colocou a pulseira, girando-a.

: - Promete que não vai tirar?

: - Nunca. – Levantei meu braço e beijei a pulseira. – Só se alguém cortar meu punho, você sabe.

Eu disse com uma cara séria e ela riu gostosamente.

: - Boba. – Respirou fundo, passando a mão sobre os olhos. – Bom, depois de todo esse mimimi, vamos levantar dessa cama e nos arrumar, nós vamos sair.

Lauren já se levantava, fiz bico.

: - Onde vamos?

: - Torre Eiffel.

Bateu palmas entre alguns pulinhos.

: - Eu tenho medo de altura, não quero subir lá.

Tinha como eu parecer mais criança? Tinha, porque eu estava fazendo voz de bebê além do bico.

: - Não faz esse bico que eu acabo desistindo de ir e não quero isso.

Ela me reprendeu sorrindo.

: - Mas e o meu medo?

: - Eu vou estar lá para te segurar, você não vai lembrar do medo.

Mordi o lábio inferior e pulei da cama, tremendo um pouco pela falta das cobertas.

: - Já que é assim, então eu topo.

 

O elevador não parava de subir em direção a última plataforma da Torre Eiffel, e tudo o que eu conseguia fazer era manter meus olhos fechados e minha mão na de Lauren. Vez ou outra ela a apertava tentando me passar segurança, mas confesso que eu queria sair correndo. Eu estava com um sobretudo bege bem grosso, um cachecol preto e luvas pretas. Lauren estava igual, só mudando a cor do sobretudo para branco. Estava tanto frio que se eu pudesse teria saído na rua com um pano no nariz.

Quando o elevador parou senti um tremor na barriga, não queria sair de lá. Lauren me empurrou de leve pelas costas, mas eu travei.

: - Vamos, Camz, estamos atrapalhando a saída.

Sua voz era baixa e envergonhada em meu ouvido. Apertei sua mão com força.

: - Eu não vou, eu quero voltar.  - Estava quase chorando.

: - Você vai sim. – Suspirei ternamente quando ela abraçou minha cintura por trás, largando seu queixo em meu ombro e sua boca perto do meu ouvido. – Abra os olhos e acompanha os meus passos.

Começamos a andar devagar em direção à grade, todo mundo parecia muito animado, menos eu. Seria cômico se não fosse trágico. Aquilo era alto demais, eu só conseguia ver o céu de onde estava.

: - Lauren...

: - Eu estou aqui, você está falando comigo e sendo uma bobona. – Ela riu. – Não precisa ter medo.

E como se entrasse em um estado de transe, comecei a me acalmar apenas por ouvir sua voz rouca na minha orelha, seus braços em torno do meu quadril, seus pés me guiando. O que seria de mim sem ela? Por favor.

Quando chegamos à grade, Laur segurou no apoio a minha frente para me manter presa entre seus braços. Minhas pernas estavam tremendo.

: - Olha só pra isso, Camz. – Beijou meu ombro. – Existe alguma coisa que você já tenha visto na vida que seja mais bonito que isso?

Confesso que minha respiração falhou com aquela paisagem. Paris estava coberta de neve, completamente. Ela caia em flocos pequenos enchendo o topo das árvores com a coloração branca. Ao fundo o Arco do Triunfo, ao lado o Rio Sena com toda a sua beleza, embaixo turistas com suas câmeras erguidas fotografando tudo o que conseguiam.

O vento soprou em cima de nós trazendo o cabelo de Lauren para o meu rosto. Eu estava vivendo uma cena de contos de fadas. Sabem aqueles romances bem clichês e quentes? Pois é.

: - Isso é perfeito.

Eu disse sob um fio de voz, segurando suas mãos em minha barriga. Lauren sorriu no meu pescoço, todo aquele misto de sensações me deixando arrepiada.

: - Meu sonho era ver isso de perto, e olha só onde estou... – Sorri. – Mal dá para acreditar. - A apertei mais em mim. – Que bom que você disse sim pra mim, Camz, que aceitou viajar comigo. Não seria o mesmo sem você.

Eu queria dizer sim para tantas coisas, Lauren, tantas coisas. Fechei os olhos sentindo o vento e sua respiração quente perto da minha nuca. Por que ela fazia mesmo aquilo comigo?

: - Por que você me diz essas coisas? – Sussurrei.

: - Porque é o que eu sinto. – Meu coração acelerou embaixo do peito. Se a intenção dela era me deixar desnorteada, estava conseguindo. – Eu queria poder vir à Paris, mas queria com você, te dar a mesma felicidade que eu sempre tive certeza que sentiria.

: - Independente de qualquer coisa, Lauren, você me faria feliz em qualquer canto desse mundo. Eu sei que tudo parece meio borrado e errado pra você, mas saiba que estou feliz.

Eu podia sentir seu coração batendo em um ritmo elevado nas minhas costas, era quase uma resposta ao que eu havia dito. Estava começando a achar que toda aquela beleza de Paris mexia com o psicológico das pessoas.

Depois daquilo ficamos em silêncio por um bom tempo, admirando a vista abraçadas. Lauren não desgrudou de mim nenhum segundo, fazendo algumas pessoas olharem para nós com um sorriso nos lábios. Se nos olhavam pensando que éramos um casal ou porque nos reconheceram, eu não sei, só sei que sorriam e não moveram um dedo para nos incomodar. Tiramos muitas fotos nossas, só dela, só minha, da paisagem, da torre, das pessoas, das crianças, da neve, de tudo. Registramos cada momento para matar as meninas de inveja.

Começou a ficar mais frio que o normal e resolvemos que era hora de descer, o que me aliviou um pouco, já estava começando a ficar tonta. Quando chegamos lá embaixo eu quase me ajoelhei e beijei a grama, Lauren não se aguentou e começou a rir de mim.

Ela pegou minha mão e começamos a andar de mãos dadas, eu estava gostando muito de toda aquela aproximação. Vez ou outra eu a olhava, a admirava, aquele sorriso torto nos lábios, cabelos ao vento, mão no bolso do sobretudo, passos curtos e conectados com os meus, sua mão aquecendo a minha. Eu queria gritar. Na verdade eu quase fiz isso quando ela me chamou a atenção.

: - Ouvi na TV hoje de manhã que o show do Ed é amanhã a noite.

: - O quê? – Pisquei algumas vezes.

: - Quer ir comprar os ingressos?

Passou a andar na minha frente, de frente pra mim. Quase pulei no meio da rua, fazendo que sim com a cabeça mil vezes.

: - Vamos logo, por favor. – Ela apenas sorria. – Ai, nem acredito.

: - Torce pra ter ingresso, vai que...

Lauren fez cara de chocada e eu a empurrei de leve pelos ombros.

: - Vira essa boca pra lá, Jauregui. Eu vou nem que tenha que entrar pela janela do banheiro.

Ela gargalhou rapidamente enquanto me puxava pela mão.

: -  Então eu acho bom que tenha ingresso, não quero ir presa por deixar uma menor de idade pular a janela do banheiro de uma casa de show.

A dei língua e fiz uma careta. Que ela estivesse certa, se não a primeira coisa que aconteceria com ela na noite do dia seguinte seria ir parar atrás das grades.


Notas Finais


Eu devo voltar para postar mais um capitulo ainda hoje pela madrugada, meninas, DEVO, não sei. Bom, o que importa é que no próximo cap coisas boas irão acontecer. Hmmm.
Até lá.


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