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História Falling in love for the last time. - Hot as hell.


Escrita por: gimavis

Notas do Autor


LEIAM AS NOTAS, POR FAVOR. <3

Oiiiii, meus amores. Estou vindo tarde hoje, mas enfim. Deixe-me explicar rapidinho novamente o que expliquei no Twitter. Temos 8 capítulos até o final, já fechei o conteúdo de todos eles. Existem capítulos que vão carregar as conclusões que preciso fazer na estória e capítulos que servirão apenas como bônus. Os capítulos 56, 58 e o 60, serão os "bônus". (Essa não é a palavra certa, mas ok!) Os capítulos 57, 59, 61 e 62 e 63, serão para decidir o que eu preciso na fic. Ok? Estou explicando apenas para entenderem.

Espero que desfrutem do capítulo de hoje. Vocês gostam de hot, né? Eu também gosto e muito de escrevê-los. KKKKKKKKKKKKK Quem não quiser ler, não leia. Eu vou colocar hot sempre que eu puder porque, particularmente, não vejo motivos para deixá-los de fora. IGNOREM OS ERROS, conserto depois quando achar. Aproveitem e... Eu amo vocês. Eté o próximo. <3

Capítulo 56 - Hot as hell.


Fanfic / Fanfiction Falling in love for the last time. - Hot as hell.

 

Camila POV.

Concentrar-me na leitura de um livro nunca foi algo difícil para mim. Bastava apenas me isolar, me deitar e me afundar nas palavras que preenchiam as páginas. Eu passava horas daquela forma, submersa em um mundo diferente, muitas vezes, em uma fantasia que gostaria de fazer parte. Mas naquele momento, sentada naquela varanda, concentração era a última coisa que eu possuía. Perdi as contas de quantas vezes ajeitei os óculos de armação delicada que tinha no rosto, respirando fundo para achar o que procurava, mas... Nada. Soltei o livro sobre as minhas coxas e estiquei a coluna para trás, dobrando os braços acima da minha cabeça. Fechei meus olhos e suspirei exausta.

Naquela tarde de 10 de Março, as coisas estavam fugindo um pouco do meu controle. Além da familiar TPM ocasionada pela aproximação do meu ciclo menstrual, eu estava tentando lidar com o fato de que Dinah, Mani e Ally saíram para conhecer as duas garotas que, provavelmente, iriam substituir Lauren e eu. Nós duas tivemos a opção de não ir, e foi o que fizemos. Além de não estarmos com a mínima vontade de falar sobre o nosso desligamento, não me parecia que havia uma preparação para a situação. Depois de brigar com Lauren pela manhã por pura irritação, decidi que queria ficar sozinha, mas isso apenas para não magoá-la com o meu estresse. Ela, como uma namorada amorosa e compreensiva ao extremo, não colocou obstáculos em meu pedido. Beijou-me a testa e disse que eu sabia onde encontrá-la caso não quisesse mais ficar sozinha. Senti-me incomodada por isso, eu poderia estar sendo egoísta com ela? Não era só eu quem estava mal com aquela situação, ela também não estava em seus melhores ânimos. Mas eu decidi que, por amá-la o suficiente e saber que qualquer passo em falso poderia chateá-la de alguma forma, a melhor opção era tirar um tempo e tentar puxar o controle de volta.

: - Mi niña?

A doce voz que saiu detrás da porta da varanda me fez abrir os olhos, preciso dizer que muito contra a minha vontade. Mas era María quem estava lá, em toda a sua natureza Mexicana de sotaque carregado, onde me fazia lembrar dos bons anos que morei no México. María não gostava muito de falar em inglês, o que obrigava Lauren e eu a usarmos o bom e velho espanhol com ela.

: - Entre, María.

Eu respondi depois de um bocejo, observando o céu azul daquela tarde desanimada. María entrou com uma bandeja em mãos, usando seu habitual avental de cintura branco. Baixinha, gordinha e de pele morena, tinha seus cabelos curtos em um liso preto muito brilhante. Sorri para ela.

: - Vim lhe trazer um lanche, hija. Está a tarde toda sentada aqui sem comer nada. – Com calma ela se curvou e depositou a bandeja na mesinha ao lado da minha poltrona, passando as mãos pelo avental em seguida. – Foi a menina Lauren quem fez. Pediu para que eu só saísse daqui depois de conferir se você comeu tudo.

Eu abri um sorriso enquanto fazia um breve sinal de negação com a cabeça. Lauren não tinha mesmo jeito, nunca iria parar de se preocupar até quando era desnecessário. Havia um pote branco na bandeja, pelo cheiro era iogurte com rodelas de banana. Fatias de pães e de queijo, junto com um enorme copo de suco de laranja. Era frustrante a forma em que ela sabia, exatamente, tudo o que eu gostava de comer em um lanche da tarde.

: - Não precisa ficar aqui me espionando, María. Sabe, eu acabei de fazer dezoito anos. – Comentei com uma risada, esticando a mão para pegar o copo de suco. Bebi um pouco. Bem doce e gelado. – Eu vou comer, estou mesmo com fome. Não se preocupe.

: - Fez dezoito anos, mas ainda parece um bebê. – Sorri sem graça, passando a língua pelos lábios. – Não quero ver seus ossinhos outra vez. Chame-me para pegar a bandeja quando terminar.

: - Está bem.

Coloquei o copo sobre a bandeja e peguei uma fatia de pão com queijo, mordendo um pedaço. Ergui a mão para retirar uma mecha de cabelo que caiu em meu rosto. María iria sair da varanda quando parou e me olhou outra vez, apontando para a bandeja.

: - A menina Lauren colocou um papel embaixo do pote de iogurte, hija. Suponho que ela queira que você leia, já que a vi escrevendo algo nele.

: - Onde ela está?

Perguntei com um suspiro, abaixando os ombros. Estava exausta de permanecer longe dela, mesmo considerando a ideia de ficar sozinha até me sentir normal outra vez. Terminei de mastigar e bebi mais um pouco de suco.

: - Está na cozinha com aquele computador. Diz ela que está dando atenção aos fãs. As vezes ela começa a rir sozinha, outras começa a falar umas palavras que eu não entendo. – María começou a disparar enquanto gesticulava. – Essa juventude de hoje em dia me parece um pouco perturbada.

: - Você ainda não viu nada. – Respondi de boca cheia, limpando os lábios com as costas da mão direita. – Isso está muito bom.

: - Lolo vai gostar de saber. – Eu vi María sorrir carinhosamente para mim, usando do apelidinho que mais gostava de usar com Lauren. Eu não reclamava, afinal, eu não era a única a chamá-la de “Lolo”. María tinha seus pontos, além do carinho enorme que tinha conosco, era ela quem matava a nossa fome nos piores momentos. Retribui seu sorriso antes de beber mais do meu suco. – Vou deixá-la comer. Grite-me quando terminar.

Apenas concordei com a cabeça, evitando usar de uma má educação e responder com a boca cheia novamente. Pisquei e ela saiu, deixando-me sozinha outra vez. Ajeitei os óculos no rosto enquanto mastigava, abaixando os olhos para o pote de iogurte e o papel dobrado que estava embaixo dele, com suas pontas de fora. Não demorei muito para terminar de comer tudo, me deliciando com a fartura em rodelas de banana que Lauren colocou para mim. Teria que agradecê-la por isso mais tarde. Limpei as mãos no short jeans que usava e coloquei o livro, que antes estava em minhas coxas, sobre a mesa. Estiquei-me um pouco e peguei o papel, desdobrando com cuidado. Senti meu coração aumentar o ritmo de seus batimentos levemente ao ler o que estava escrito, como se estivesse esperando por aquilo o dia todo.

“Todos temos dias difíceis, Camz, mas você tem a mim para fazê-la sorrir outra vez. Eu te amo.”

: - Eu também te amo, Lo...

Não pude deixar de dizer ao acaso, sorrindo e suspirando de paixão por aquela mulher que, mesmo em meus dias de eterna chatice e melancolia, estava ali para colocar um sorriso no meu rosto. Dobrei o papel e o guardei em meu bolso, pegando meu celular para fazer um grito de socorro. Levei as costas para trás e me encostei na poltrona, abrindo a janelinha dela no wpp. Não podia mais ficar longe, mesmo que estivesse pisando em cacos de vidro. Magoar Lauren era a última coisa que eu queria, mas precisava dela para me sentir segura novamente.

“Vem até aqui, por favor.”

Digitei depois de pensar um pouco, sentindo o vento fresco bater em meu rosto. Queria me concentrar em alguma coisa, em algum ponto fixo, algo que não me fizesse girar os olhos por todos os cantos procurando pelo desconhecido. Eu queria parar de pensar nas meninas com aquelas pessoas estranhas, eu queria tirar do meu peito aquela sensação de que o temido dia estava chegando. Nós havíamos prometido umas as outras que não voltaríamos a tocar no assunto, mas em certas situações era impossível ignorar.

: - Ei.

A voz de Lauren me tirou do transe, o que me fez perceber que ela nem mesmo me respondeu no wpp, foi até a mim sem pestanejar. Girei a cabeça para o lado para olhá-la enquanto ela se aproximava. Vestia um shortinho jeans desfiado, uma camisa de mangas do Bob Marley e pés descalços. Seus lábios estavam torcidos em um sorriso tímido, seus fios de cabelo sendo levemente bagunçados pelo vento fraco que batia na varanda. Lauren empurrou a bandeja para o lado e sentou-se sobre a mesinha, de frente pra mim. Com calma ela curvou-se um pouco para frente, apoiando os antebraços nos joelhos. Fitou-me por baixo dos cílios longos, seus olhos em um verde vivo me fizeram suspirar vezes seguidas.

: - Oi.

Respondi tímida, um pouco envergonhada por algo que não sabia.

: - Você fica fofa e sexy ao mesmo tempo quando usa óculos. – Ela comentou enquanto pegava as minhas mãos entre as suas, acariciando as costas com seus dedões. Mordi o lábio inferior, abaixando a cabeça em um sorriso. – É como se você vivesse Karla e Camila de uma vez só.

: - Qual você prefere? – Perguntei erguendo meus olhos para ela de novo. – O Alter Ego?

Lauren riu baixinho, virando minhas palmas para cima, erguendo minhas mãos para beijar uma de cada vez. Senti um arrepio gostoso cortar a minha coluna.

: - Eu gosto das duas, mas sabe... A minha preferida é a Camz, foi por ela que eu me apaixonei primeiramente. – Não pude deixar de sorrir, meu coração denunciando o meu amor por ela pela milésima vez no dia. – Ela é tão pura e única, não posso comparar nem com Karla e nem com Camila. Quando a Karla aparece, eu sinto como se um furacão estivesse passando ao meu redor, derrubando as minhas defesas, me puxando pelas pernas, me sufocando de trinta formas diferentes. Eu me lembro muito bem dela me deixando excitada no ensaio para a Teen Vogue, apenas com olhares. Ela é algo fatal pra mim. – Eu ri sem graça, observando em como os seus olhos verdes iam pouco a pouco deixando suas pupilas ganharem espaço. - Quando a Camila está aqui, na maior parte do tempo, eu tenho o meu porto seguro. Aquela que me acalma, que apaga as minhas chamas de confusão, que me dá apoio, controle, meu ponto de paz. E enquanto a Camz... Quando a Camz aparece eu tenho novamente aquela menininha ingênua do The X Factor, com medo de tudo e de todos. Aquela garota com os sorrisos tímidos mais doces do mundo, capaz de fazer com que eu sinta vontade de cuidar dela, protegê-la, escondê-la do mundo, assim como eu quero fazer agora. E sabe por quê? Porque é a Camz quem está aqui, não a Camila e muito menos a Karla. Deixe-me cuidar de você, independente do dia difícil e confuso que estamos tendo, eu estou aqui e não vou sair.

: - Fique comigo. – Eu sussurrei mais para mim do que pra ela, ciente de que se havia um jeito de puxar o meu controle de volta, esse jeito se resumia em estar nos braços dela. – Não quero mais ficar sozinha.

: - Não vai, amor. Vem cá. – Usando da delicadeza que nunca deixava de lado, Lauren me puxou pelas mãos, fazendo com que eu sentasse em seu colo. Encolhi-me o máximo que pude e enfiei o rosto na curva de seu pescoço, sentindo seus braços me envolverem com força. – Vai ficar tudo bem, Camz. Vai ficar tudo bem.

Como se eu fosse um bebê, Lauren começou a balançar seu corpo para trás e para frente sutilmente, me embalando. Percebi que ela estava me consolando, e ser consolada por ela era tudo o que eu precisava. Ganhei um beijinho na testa, no nariz, no queixo, na testa outra vez. Suspirei de olhos fechados, os óculos ainda em meu rosto.

: - Como você pode dizer que vai ficar tudo bem?

Perguntei como garantia, queria segurança e sabia que mesmo não se sentindo segura, ela me passaria a imagem. Bem, ela estava fazendo isso, pois eu podia detectar no tom de sua voz a tensão igual a minha.

: - Nós estamos juntas... Então vai ficar tudo bem.

Deslizei meus dedos por sua clavícula, subindo pelo pescoço, um pouco irritada com o fato de não conseguir pensar assim, não naquele momento oscilando nas fases da TPM.

: - E se não ficar? E se não aprendermos a lidar quando chegar o dia?

: - Shiiiu! – Lauren selou os meus lábios para me calar, fazendo-me derreter no mesmo segundo. Como ela podia? – Eu te amo, Camz. Lembre-se apenas disso, esqueça o resto.

: - Lo...

: - Esqueça!

Ela repetiu de forma carinhosa, ainda nos balançando, perdendo os seus dedos entre as mechas do meu cabelo. Fechei meus olhos com força e respirei fundo para sentir seu cheiro. Ficamos ali abraçadas durante algum tempo, sem dizer nada. O crepúsculo ia aparecendo no horizonte, tornando a pele de Lauren um pouco alaranjada. Comecei a contar as batidas de seu coração mentalmente, tamborilando os meus dedos na pele arrepiada de seu braço esquerdo. Naquele momento, não pensei em mais nada. Afastei os pensamentos negativos e deixei apenas a contagem repetitiva que eu fazia, me distraindo completamente. Minha cabeça descansava em seu peito, eu não sentia vontade nenhuma de sair dali. Eu tinha a opção de parar no tempo? Zerar o relógio?

: - Vamos para dentro?

Lauren perguntou acima da minha cabeça, acariciando minhas coxas descobertas com a mão livre. Suspirei.

: - Vamos.

Me separei dela um pouco, ficando sentada em seu colo com a coluna ereta, um pouco mais alta que ela. Levei minhas mãos até seu rosto e acariciei suas bochechas, fitando o meu vício: Seus olhos. Lauren sorriu, puxando-me pela nuca e roçando nossos narizes.

: - Ainda corro o risco de levar uma patada como hoje cedo?

Ela perguntou risonha, fazendo o meu interior se corroer em remorso. Mas a acompanhei e abri um sorriso.

: - É melhor estar preparada para lidar com qualquer surto. – Beijei sua boca avermelhada, salivando para sentir sua língua macia e quente. – Assim você pode rebater se for preciso.

: - Eu estou sempre preparada pra você.

Suspirei quando seus dentes morderam o meu lábio inferior, o puxando levemente. O tom malicioso em sua frase me fez soltar uma pequena risadinha.

: - Eu sei bem a forma em que você fica pronta pra mim.

: - Eu vou ignorar essa frase para não avançar alguns passos. Eu prometi que iria cuidar de você, mas não dessa forma. – Lauren disse rindo enquanto me dava dois tapinhas na bunda, me colocando no chão. – Agora vamos para o quarto.

: - Por que você precisa ser tão racional?

Eu disse enquanto ela me arrastava para dentro de casa, lembrando-me do meu livro sobre a mesinha, mas com preguiça demais para voltar e pegar. De qualquer forma María guardaria quando fosse pegar a bandeja.

: - Eu amo essas tuas mudanças de humor na TPM, me deixam tonta.

Nós ganhamos o longo corredor depois da varanda, as portas de nossos quartos divididas entre a direita e a esquerda. Lauren me abraçou por trás, largando seu queixo em meu ombro enquanto andávamos. A luz do corredor era baixa, o que deixava um clima confortável e quase melancólico.

: - Como você pode amar algo que lhe deixa tonta? – Ela beijou a minha bochecha, rindo na minha orelha. Fiquei arrepiada. – Você é bem estranha, Lo.

: - Olha quem fala de estranheza. Você penteou esse cabelo hoje?

Nós paramos em frente à porta de seu quarto, onde eu rodei a maçaneta para liberar a passagem. Quando estávamos em casa era difícil eu dormir na minha cama, gostava mais da sensação de estar sobre o colchão de Lauren.

: - Não.

Respondi com sinceridade e dei de ombros, passando a mão na parede lateral para acender a luz. Lauren fechou a porta atrás de nós, me encarando com as sobrancelhas erguidas.

: - Imaginei. Está parecendo um ninho de passarinho. – Rolei os olhos exausta, me arrastando até sua cama. – Eu vou pegar uma escova para dar um jeito nesse seu cabelo. Espere!

: - Me deixa ficar assim, que saco. Eu não posso nem mesmo escolher se quero ou não pentear o cabelo hoje, ou tomar banho, ou quem sabe respirar.

Bufei enquanto a escutava rir de mim, sumindo em seu banheiro. Retirei os óculos do rosto e os joguei sobre o lençol, massageando minhas têmporas. Quando estamos de TPM tudo o que menos importa é a nossa aparência. Por que ligar para o exterior se o interior está uma merda? Foda-se.

: - Para de resmungar e me deixe pentear esse cabelo, Camz.

Lauren voltou do banheiro com uma escova e um pente na mão, sentando-se atrás de mim na cama. Como não tinha outro jeito, respirei fundo e fechei meus olhos, sentindo suas mãos macias e leves tocarem o meu cabelo.

: - Devagar.

Pedi começando a me sentir mole com o carinho gostoso que recebia no couro cabeludo, por causa dos dentes abertos da escova.

: - Camz, Tay me ligou essa tarde.

Lauren comentou enquanto desembaraçava o meu cabelo, mecha por mecha.

: - E ai?

Bocejei um pouco, quase ronronando.

: - Me ligou para dizer que está namorando a Ashley.

: - Ashley? Aquela garota que ela queria pegar?

Ergui as sobrancelhas.

: - Essa mesmo.

Não posso dizer que fiquei surpresa, mas a notícia me fez soltar um rápido suspiro. Não era novidade esse lance, se é que posso chamar assim, de Taylor com essa menina. Também não era novidade nenhuma a tendência da família Jauregui para o lado colorido da coisa. Chris, até onde nós sabíamos, era o único que salvava.

: - Fico feliz que ela tenha criado coragem. Isso é muito bom, enrolar não iria levá-la para lugar nenhum. – Lauren pegou uma grande mecha do lado direito, passando a escova desde o topo da minha cabeça até as pontas do meu cabelo. – E você? O que achou disso?

: - Eu estou feliz por ela, Camz. Ela está animada, acho que talvez esteja apaixonada. Mas... – Ouvi seu longo suspiro e soube exatamente o que ela iria dizer. – Estou com medo. Se minha mãe descobrir, fará com ela a mesma coisa que está fazendo comigo. Além de dizer que eu influenciei a Taylor.

: - Amor, Taylor é uma garota inteligente. Apesar da pouca idade, sabe muito bem o que faz. Não acho que ela dará mole como nós demos. Dê um voto de confiança para a sua irmã. – Pedi bocejando outra vez, talvez não tenha dormido muito na madrugada passada pensando em coisas inúteis. – Ai, Lo!

Reclamei quando alguns fios do meu cabelo agarraram na escova, causando uma pequena dorzinha no meu couro cabeludo. Fiz uma careta.

: - Desculpe! – Lauren beijou a minha cabeça, voltando a me pentear. – E eu sei disso, sei que ela é esperta. Mas não quero que algo saia errado e que ela sofra.

: - Se você ficar pensando desse jeito vai acabar atraindo a desgraça. Apenas fique feliz por sua irmã e fim, o resto veremos depois.

: - Talvez eu seja um pouco desesperada. – Ela riu sem graça e eu concordei com a cabeça, apoiando as minhas mãos ao lado do meu corpo na cama. – Você quer uma trança?

: - Não muito apertada, por favor.

: - Está bem.

Com calma Lauren puxou os meus fios de cabelo para o lado esquerdo, separando em três mechas grandes para começar a trançar. Eu deixei que ela cuidasse de mim naquele momento, primeiro porque passei a querer e segundo porque a fazia sorrir. Suas mãos eram gentis, eu quase não sentia os seus toques de tão delicados. Lauren costumava passar uma imagem bruta para as pessoas de fora, mas a verdade é que era ela mais suave que uma pena. Completamente desprovida de espinhos em seus dias normais. E eu a amava.

: - Lo... – Dei uma leve tossida quando a vi trançar as pontinhas, no momento sentada ao meu lado. – Eu acho que aquela história sobre existir 95% de chance de irmãos possuírem a mesma sexualidade é mesmo verdade. Veja bem, você é gay e Taylor... Talvez Taylor também seja. E o Chris? Nunca se sabe quando ele pode descobrir que gosta de macho.

Lauren soltou uma gargalhada, jogando sua cabeça para trás e me fazendo abrir um sorriso por ouvir o som delicioso que ela deixava escapar. Eu me perguntei se ela estava rindo do que eu disse, ou da imagem engraçada que seria Chris com um homem. Toquei a trança que ela havia acabado de fazer sobre o meu ombro com as pontas dos dedos.

: - Camz, o Chris gosta de mulher o tanto que eu e você gostamos, ou seja, ele não é gay. – Torci a boca para ela, como se estivesse em dúvida. Lauren se curvou para frente e selou os meus lábios uma, duas, três vezes. – Eu aposto 100% na heterossexualidade dele.

: - Você apostava a mesma medida na heterossexualidade da Taylor e veja só... Se fodeu.

Eu disse contra a sua boca quente, erguendo a minha mão para lhe acariciar as bochechas.

: - Taylor é um caso à parte.

Eu rolei os meus olhos e beijei seu queixo, ansiosa por um contato maior.

: - Você precisa aprender a admitir suas derrotas.

: - Shiiiiu! Vem cá, vem.

Quando ela iria aprender a admitir que estava errada sem jogar sujo? Não que eu estivesse reclamando, é claro. Com um sorriso charmoso no rosto, Lauren passou o braço direito ao redor da minha cintura e me puxou para ela, sentando-me em seu colo. Coloquei uma coxa em cada lado de seu quadril, me ajeitando em suas coxas grossas e descobertas. Quentes, muito quentes. Fitei seus olhos em um tom diferente de verde, uma coloração mais escura, do jeito em que ficava todas as noites. Suspirei, descendo o olhar por seus lábios. Suas mãos subiram por minhas coxas, massageando, me arrepiando.

: - Tire suas mãos d... – Eu comecei com um sorriso.

: - Fica quietinha.

Ela me interrompeu com seus lábios, beijando-me com ardor. Eu agradeci mentalmente porque havia sentido falta daquilo o dia todo, praticamente me privei de seus toques e beijos por puro estresse e receio. Agarrei-me em seus cabelos e separei os lábios, sugando sua língua gostosa para dentro da minha boca. Uma sequência de pequenos barulhos foi iniciada, nossos lábios e línguas trabalhando juntos para acender nossos corpos. Esfregamos-nos uma na outra com ternura, saudade, desejo. Era como ter vagado no deserto por anos e encontrar uma fonte de água no fim do caminho. Lauren era a minha fonte e eu bebia de sua água, me molhando e desejando me afogar o mais rápido possível. Beijá-la era um frenesi, ataque cardíaco, palpitações frenéticas até os dedos dos pés. Eu gemi baixinho quando sua língua lambuzou os meus lábios, lambendo para baixo e para cima antes de voltar a se acomodar no calor que minha boca lhe oferecia. Minhas mãos vagavam em sua nuca, seus braços, seus ombros, deixando-a vermelha e arrepiada.

: - Camila...

Lauren sussurrou enfiando suas mãos por dentro da minha camisa, subindo sorrateiramente.

: - Eu sei...

Nós sorrimos em nossas bocas. Eu ciente de que queria mais do que aquilo e de que estava pronta para me doar. Ela ciente de que poderia me fazer gritar a noite toda. Mas...

: - Tire as suas patas de cima do meu filhote, Lauren. Eu estou de volta e não sou obrigada a ver isso.

Nós levamos um susto quando a voz de Dinah invadiu o quarto, nem mesmo percebemos o momento em que ela entrou. Mas eu fiquei feliz demais em saber que ela havia voltado para pensar nisso. Pulei do colo de Lauren o mais rápido que pude, pedindo desculpa com os olhos antes de correr em direção à Dinah. Ela sorriu cansada, abrindo os seus braços para me segurar quando eu, alegremente, me choquei contra ela, fazendo-a dar dois passos para trás. Porra! Como aquilo era bom. Eu estive completa novamente de todas as formas ao estar nos braços de Lauren, mas quando senti Dinah me abraçar, eu sabia que não havia preenchimento mais puro do que aquele.

: - Oi, Chancho. – Dinah sussurrou em cima da minha cabeça, beijando o topo. Apertei o meu rosto no meio de seu decote, pouco ligando para o que aquilo iria parecer aos olhos alheios. – Eu senti sua falta.

: - Eu quase morri aqui sem você, acredite.

Eu disse da forma mais sincera que eu pude, ela sabia sobre o que eu estava falando, ela sabia de tudo sempre.

: - Você não tinha outra hora para chegar, Dinah?

Lauren perguntou da cama, sua voz completamente rouca alertava sua “animação” presente.

: - Não tinha outra hora para chegar e se ficar reclamando também não terei para sair. – Eu ri baixinho e Dinah me acompanhou, onde ouvimos ao fundo os xingamentos de Lauren. – Você ficou bem? Ou melhor, vocês ficaram? Quer me contar o seu dia?

: - Não. – Dei de ombros, me separando um pouco dela e pegando sua mão, olhando-a nos olhos. – Não quero lembrar do dia péssimo que tivemos. Estou feliz que tenham voltado, não aguentava mais saber que estavam com aquelas pessoas.

: - Está tudo bem, Mila. “Aquelas pessoas”, como você diz, são chatas demais. Nos falamos muito pouco, Jodi fez todo o trabalho por nós. – Sorrindo com carinho, Dinah afagou minha bochecha. – Eu fiquei repetindo o tempo todo em voz alta que ninguém tomaria o seu lugar e o da Lauren.

: - Mesmo?

Sorri com o lábio inferior mordido, sentindo-me um pouco melhor com sua confissão.

: - Mesmo.

: - Me sinto melhor, então.

Eu ri sem graça e ela se curvou, beijando-me a testa.

: - Onde estão Mani e Ally, Dinah?

Lauren perguntou um pouco mais alto, onde me virei para trás a encontrando perto da mesinha de seu notebook, abrindo uma gaveta. A noite havia caído lá fora, a janela aberta do quarto de Lauren mostrava um céu completamente estrelado.

: - Foram tomar banho, mas já vão brotar por aqui. Nós vamos sair, nós cinco. – Olhei para Dinah com as sobrancelhas erguidas. – Está uma noite linda e calorenta, faz tempo que não saímos para jantar fora. Portanto, vão colocar umas roupas melhores porque nós vamos a um restaurante Mexicano aqui perto. Vou ligar para nossos seguranças, tudo o que eu quero hoje é paz.  

: - Acho que vou contrabandear umas doses de Tequila nesse restaurante, estou precisando.

Lauren comentou distraída, esticando o carregador do Iphone e o conectando na tomada. Dinah e eu trocamos um olhar cúmplice, segurando o riso em nossas gargantas enquanto nos lembrávamos da cena em meu quarto de hotel, no meu aniversário. Se Lauren soubesse do acontecido, com toda a certeza, passaria uma semana dando esporro em Norminah. Cocei a nuca sentindo minhas bochechas queimarem, largando a mão de Dinah. Respirei fundo.

: - Bem, eu vou tomar um banho então. Que horas nos encontramos na sala? – Perguntei.

: - 20:30. – Dinah conferiu o relógio caro e branco que tinha no pulso. - Vocês têm, exatamente, uma hora para ficarem prontas. Não tolero atrasos.

Então, usando da forma rápida com a qual entrou no quarto, Dinah beijou minha cabeça e saiu porta à fora, deixando Lauren e eu sozinhas outra vez.

: - Essa mulher é muito abusada. Invade o quarto das pessoas, diz que vamos sair, não pergunta se queremos ir e ainda nos dá um tempo ridículo para nos arrumarmos. Eu não assinei um contrato para aturar isso.

Neguei com a cabeça enquanto me aproximava dela, observando um sorriso presunçoso nascer no canto de seus lábios. Abusando da minha fase eufórica da TPM, envolvi meus braços em seu pescoço, aproximando minha boca de seu ouvido para sussurrar.

: - Para de reclamar e prepare-se para me arrumar boas doses de tequila. Pague o garçom, o gerente, o dono do restaurante, dê o teu jeito. Eu só saio de lá depois de sentir o meu corpo queimando.

: - Eu pago muitos dólares para quem você quiser, se isso for me fazer lhe ver, literalmente, usando a sua pele de Mexicana.

Sorri da forma mais maliciosa que eu pude, segurando nossos olhares enquanto sentia nossas respirações se misturarem.

: - Você vai adorar o pedacinho do México que eu vou lhe mostrar mais tarde.

Lauren engoliu a saliva que provavelmente se formou em sua boca, abraçando a minha cintura com força antes de deslizar o nariz por mim bochecha, descendo para o pescoço.

: - Céus! Eu vou ficar de joelhos pra você.

Sorri com o seu sussurro, lutando muito para afastá-la de mim pelos ombros.

: - É o que eu espero.

Girei sobre os meus calcanhares e lhe dei as costas, a olhando por cima do ombro antes de começar a caminha parar fora do quarto.

: - Não demore para se arrumar, ou tudo o que você fará quando voltarmos é dormir.

Lhe dei uma piscada e a vi deslizar os dedos pelo cabelo, os jogando para o lado, um sorriso cafajeste no rosto e aquela expressão que me dizia: “Eu serei a porra de uma cachorrinha para você a noite toda”. Tinha como eu não me sentir melhor? Que fosse para o cacete a melancolia da TPM. Se era verdade que mulheres em seus ciclos menstruais trocavam de humor em um piscar de olhos, eu iria aproveitar o meu momento ousadia enquanto não voltava para a fase do: Queria estar morta.

As 20:40 nós estávamos dentro do carro de Lauren, paradas em um sinal vermelho, com dois de nossos seguranças em um carro bem atrás. Todas vestíamos roupas para a noite, nada chamativo, apenas nos deixando bem vestidas. Lauren estava no volante, eu ao seu lado. Mani, Ally e Dinah no banco detrás, discutindo incansavelmente que música colocaríamos para tocar no caminho até o restaurante. Percebi pela expressão de Lauren que ela já havia se irritado com a situação, odiava que falassem alto no ouvido dela e podia ver suas narinas inflando toda vez que Dinah aumentava o tom. Eu queria rir, mas... Não dizia nada.

: - Eu quero uma música animada, Ally, não dá para ficar ouvindo Ed Sheeran e dormir antes de chegar no restaurante.

Dinah reclamou para a baixinha sentada atrás de mim, ao lado da janela. Mani no meio tinha seus braços cruzados embaixo dos seios, irritada porque ninguém ouvia as sugestões que ela dava. Olhei para Lauren e sorri de canto, sem que ela tivesse seus olhos em mim, pois estavam fixos a sua frente. Levei minha mão até seu joelho direito e acariciei, fazendo-a pousar a mão em cima da minha.

: - Então nós podemos ouvir Timberlake. Eu deixei o CD aqui no carro da Laur dá última vez que o usei.

Ally sugeriu, fazendo Dinah bufar.

: - Não quero ouvir Justin.

: - Eu quero falar...

A voz de Mani se fez presente por baixo das vozes altas de Dinally. Eu cocei a nuca porque sabia onde aquilo iria parar.

: - Eu quero ouvir Beyoncé.

Rolei os olhos ao ouvir a sugestão de Dinah, esticando a minha mão livre para ligar o CD player. Logo “Boyfriend- Justin Bieber” começou a tocar, fazendo-me sacudir o corpo na batida.

: - Eu me sinto um negão quando essa música começa a tocar.

Eu disse arrancando um sorriso de Lauren e um amontoado de respirações pesadas atrás de mim.

: - Tira isso, Mila. Ninguém quer ouvir Bieber agora.

Ally cutucou minha nuca por trás do banco, me fazendo encolher os ombros.

: - Mas eu gosto.

Tentei mais uma vez, ganhando um tapa na cabeça de Dinah.

: - Tira isso, Chancho.

: - Eu quero falar...

O carro já estava em movimento novamente há alguns segundos, Lauren dirigia com uma mão enquanto mantinha a outra acariciando a minha.

: - Coloca Beyoncé. – Dinah mandou de novo.

: - Gente, vocês podem deixar eu falar? – Mani choramingou.

: - Ah não, Dinah, mas que co...

Ally iria protestar, mas foi imediatamente interrompida.

: - CALA A BOCA TODO MUNDO. PORRA! – Lauren soltou um berro dentro do carro, socando o volante com a mão que antes estava sobre a minha. Todas calaram a boca no mesmo instante, assustadas demais para falar algo. Eu sabia que aquela gritaria iria dar nisso. – VOCÊS VÃO ME DEIXAR MALUCA COM ESSA FALAÇÃO, FIQUEM QUIETAS E PAREM DE GRITAR NO MEU OUVIDO. EU ESTOU DIRIGINDO.

Engoli a seco e prendi o riso, levando a mão até a boca quando virei a cabeça na direção da janela. Ouvi Lauren respirar fundo algumas vezes, quebrando o silêncio que se instalou.

: - Esse é o meu carro e eu vou decidir o que vai tocar. Vocês não sabem chegar a um acordo, então... Eu escolho.

: - Ninguém me deixou falar, eu só iria pedir uma única música da Beyo...

: - Nada de Beyoncé, Normani. Eu já disse que vou decidir e ponto final.

Deslizei a mão pelo cabelo e escorreguei um pouco para baixo no banco, com a intenção de me esconder.

: - Está muito estressadinha. – Dinah resmungou.

: - Eu ouvi isso, Dinah. – Comecei a rir baixinho com a mão na boca, quase ouvindo grilos no banco atrás de mim. – Camila, pega o CD do “The 1975” no porta-luvas e coloca. Agora todo mundo vai ouvir em silêncio, ou eu juro que faço vocês descerem do carro em pleno Centro de Los Angeles para servirem de comida aos peixes.

E assim foi, ninguém disse mais nada durante todo o caminho até o restaurante Mexicano. No carro, o som do “The 1975” relaxava os meus ânimos e os de Lauren, causando mudez em Mani, Dinah e Ally. Minha namorada parecia estar agradecendo aos céus pelo silêncio das três, trocando olhares carinhosos comigo sempre que alguma frase das canções lembrava nós duas. Eu não podia dizer que as meninas estavam chateadas, mas sim frustradas. Para Norminah, passar algum tempo sem ouvir a diva soberana “Beyoncé” era tarefa difícil e para Ally... Para Ally, continuar a brigar seria quase uma ofensa a Deus.

Nosso jantar no restaurante foi tudo, menos calmo. Nossa mesa isolada nos dava privacidade para falar o que quiséssemos, incluindo assuntos sobre sexo e derivados. Durante meia hora tentamos fazer com que Ally falasse sobre suas relações sexuais com Troy, mas tudo o que conseguimos foi uma sequência de orações e pedidos de perdão a Deus. Ela corava, nós gargalhávamos, perturbando sua sagrada paz apenas por um pouco de diversão.

Ser famosa lhe dá alguns benefícios, não foi preciso chorar muito para que o gerente do restaurante aceitasse nos vender algumas doses de Tequila. Prometemos ficar em silêncio sobre a venda, e ele sobre o nosso consumo. Virei uma, duas, três e na quarta já estava com uma felicidade que não havia provado antes. O líquido descia queimando a minha garganta, fazendo arder o meu estômago e o resto do meu corpo. Perdi as contas de quantas fatias de limão eu chupei, sem contar a quantidade de sal que havia na minha língua. A cada dose de tequila que eu bebia, Lauren me fazia virar um copo de água para hidratar. Mani me acompanhava, Dinah apenas ria e achava graça, Ally lamentava e Lauren... Bem, ela me observava. Não virou uma dose, se manteve distante do álcool durante todo o jantar em uma postura completamente responsável, por estar dirigindo. Trocávamos olhares intensos, sorrisos de canto, toques por debaixo da mesa. Estava excitada, quente. Mas foi quando ela aproximou a boca para sussurrar em meu ouvido que eu, literalmente, enlouqueci sentada naquela cadeira.

: - Tu no ves que estoy sufriendo y viendo el tiempo pasar sin comerte?

Senti uma pontada direto na minha virilha, um arrepio tão grande com aquela voz rouca no meu ouvido que chega me contorci. Respirei fundo e virei uma última dose de tequila, arrastando a cadeira para trás e me levantando. Todas me olharam com as sobrancelhas erguidas, menos Lauren, que bebendo um pouco de sua água com gás, me observava com malícia.

: - Vamos embora.

Eu disse elétrica, a Tequila trabalhando a mil por hora no meu sistema.

: - Mas Mila, nem acabamos de beber.

Mani reclamou virando mais uma dose, fazendo careta logo depois.

: - Vamos embora. Passamos em uma loja e compramos uma garrafa, mas agora, vamos embora.

Peguei meu celular em cima da mesa e sai da frente da cadeira, vendo Ally e Lauren se levantarem.

: - Chancho, acho que você bebeu demais.

Dinah comentou risonha, mas eu detectei a preocupação em sua voz.

: - Estou apenas alegre, não bêbada. – Passei a mão pelo rosto, estava quente, minhas bochechas deveriam estar coradas. – Vamos, por favor?

: - Eu vou pagar a conta, vão indo para o carro.

Lauren disse apontando discretamente na direção da saída, fazendo um gesto com a cabeça para que fossemos. Troquei um rápido olhar com ela, suspirando antes de lhe dar as costas e seguir para fora. Nossos seguranças estavam a nossa espera, impedindo que qualquer pessoa se aproximasse. Mesmo com a presença deles, tiramos algumas fotos com alguns fãs que estavam no local quando chegamos, não poderíamos ignorá-los quando faziam tudo por nós. Lauren não demorou muito, logo estava de volta em seu lugar de lei, ao volante. Percebi um clima diferente dentro do carro, pelo retrovisor eu podia ver Dinah e Mani na mesma bolha que minha namorada e eu. Exigi que Lauren parasse em frente à um mercado e pedi que Ally fosse me comprar uma garrafa de Tequila, já que ela era maior de vinte um. Ganhei alguns esporros, mas minutos depois estava com a garrafa lacrada sobre as coxas.

Chegamos em casa dez minutos depois, nunca vi Lauren correr tanto como correu durante todo o caminho de volta. Bem, eu estava agradecendo, pois o fato de eu estar com a calcinha molhada era culpa dela. Tudo era culpa dela. Você não sabe o que ela fez comigo por baixo da mesa, não sabe a intensidade que usou. Acariciou as minhas coxas por dentro do meu vestido, arranhou a minha virilha, deslizou a perna na minha, sussurrou obscenidades no meu ouvido. Que merda ela queria? Fazer-me gozar no meio de um ambiente cheio de gente? Sim, ela queria. Se eu não tivesse me controlado, teria tido um orgasmo delicioso naquele restaurante Mexicano.  

: - Nossa, Laur, você correu tanto que o meu jantar veio parar na minha garganta.

Ally reclamou enquanto abria a porta do seu lado, tossinho um pouco. Suspirei enquanto abria a garrafa, sentindo a minha língua amargar pela falta do líquido.

: - Desculpa, Allycat. Prometo que não sairei do sessenta na próxima vez.

 Lauren sorriu para ela, virando-se um pouco de lado no banco.

: - Eu estou sentindo um calor que não estava aqui antes. Até o final da noite eu vou descobrir se o clima de Los Angeles esquentou mais ou...

: - Isso se chama Tequila, sua bêbada.

Dinah curvou-se para o lado e beijou a bochecha de Mani, me fazendo sorrir quando finalmente consegui abrir aquele cacete. Tirei a tampa e bebi um gole na garrafa mesmo, fazendo uma careta.

: - Ai, me deixa. Eu gosto da sensação de estar bêbada, mas eu gosto só agora mesmo. Amanhã eu vou chorar.

: - Vem, vamos subir.

Com uma delicadeza que nunca havia visto antes, Dinah entrelaçou os seus dedos nos de Mani, abrindo a porta do carro e a puxando para fora. Troquei um olhar cúmplice com Lauren e comecei a rir baixinho.

: - Não tranquem a porta de casa. – Lauren gritou para elas. Eu já ia saindo do carro também quando a senti agarrar o meu punho. A olhei com um ponto de interrogação no meio da cara. – Você fica.

: - Vocês não vão entrar?

Ally perguntou de pé do lado de fora.

: - Nós vamos daqui a pouco, Ally. Não se preocupe.

: - Hmmm, está bem então. – Ally virou-se de costas para começar a se afastar, gritando antes de sair da garagem. – Comportem-se, crianças.

Lauren soltou uma risadinha debochada, como se quisesse deixar claro que se comportar era a última coisa que nós faríamos. Não que eu quisesse algum comportamento exemplar naquele momento. Como uma felina, ela se curvou para frente, travando as portas do carro e me fazendo ouvir o pequeno “click”. Bebi mais um gole de Tequila, segurando a garrafa com tanta força que sentia meus dedos doerem. Eu sabia que deveria parar de ingerir aquilo, mas não tinha ideia de como.

: - Eu estou errada sobre as suas intenções?

Perguntei com a voz falhada quando ela já estava praticamente em cima de mim, pressionando as minhas costas na porta. Seus cabelos com cheiro de baunilha estavam entre os meus dedos, roçando no meu nariz.

: - Não.

Seus lábios correram o meu queixo, sua mão direita as minhas coxas por dentro do meu vestido. Estávamos sem jeito por causa dos brancos nos atrapalhando.

: - Por que não vamos para o quarto? Há muito mais espaço por lá... – Arfei quando sua língua tocou o meu ponto de pulso. – Lauren.

: - Porque eu quero você aqui dentro, ali no banco detrás. Não estou com paciência para andar até lá.

Eu mordi o lábio inferior com força quando ela distribuiu beijos quentes por meu pescoço, maxilar e bochechas. Cravei minhas unhas da mão livre em seu ombro esquerdo.

: - Você nunca tem paciência para nada mesmo.

Eu sussurrei entre um sorriso, jogando a cabeça para trás, a dando espaço para maltratar o meu pescoço. Soltei um gemido baixo quando seus dedos de unhas bem feitas tocaram a minha calcinha rendada, descendo e subindo por cima do pano.

: - Eu posso dizer que nem você. Olha só como você está toda molhadinha pra mim, Camila... – Gemi em seu ouvido, tremendo e roçando o meu sexo contra os seus dedos, querendo mais contato, querendo a pressão por dentro da calcinha. – Não poderia esperar chegar em casa para isso? Você precisa ver o estado vergonhoso em que se encontra.

: - Cala a boca. – Usando do controle que me restava, larguei a garrafa de Tequila no chão do carro, na frente do meu banco, agarrando Lauren pelos cabelos. – Você me provocou o jantar todo, você me tocou por baixo da mesa... Você... – Gemi novamente com suas unhas descendo por minhas coxas. – Você fez isso comigo, sua idiota.

: - Eu posso fazer muito mais. Você quer? – Sua boca estava em meu ouvido, sua língua trabalhando na cartilagem. Eu tremia como se estivesse tendo um ataque epilético. – Você quer que eu faça você gemer como uma boa vadia? Quer, Camila? Vai, diz pra mim.

Em um movimento rápido, Lauren driblou a borda da minha calcinha e colocou dois de seus dedos por dentro, os melando no líquido quente que vazava da minha fenda apertada de forma assustadora. Não aguentei a sensação e separei os lábios para gemer mais alto, curvando a cabeça para trás, abrindo mais as pernas, oferecendo o meu quadril para ela.

: - Oh, merda! – Puxei as mechas de seu cabelo perto da sua nuca. – Por favor. Eu q-quero. Eu...

Gaguejei vergonhosamente, gemendo frustrada quando ela retirou seus dedos de onde eu mais latejava. Com uma expressão que me deixava ver o quanto ela estava excitada, Lauren levou seus dedos melados para dentro de sua boca, chupando de uma forma que quase me fez gozar sentada naquele banco. Deslizei a língua pelos lábios, seus olhos verdes fixos em meu rosto não me deixavam desviar o foco. Quando terminou de degustar o que eu lhe ofereci, um pequeno gemido saiu de sua garganta, acompanhado de uma voz rouca e, definitivamente, fatal para mim.

: - Porra, Camila, eu vou te lamber tão gostoso que você vai jorrar na minha boca vezes seguidas.

Se eu tinha algum controle até aquele momento, ele foi embora correndo com o rabo entre as pernas. Eu separei as minhas coxas em cima daquele banco o máximo que eu pude, querendo provocá-la do jeito que ela fez comigo, mas com medo de não aguentar nem mais dois segundos.

: - Então vem... – Eu comecei a dizer perdida na minha leve embriaguez e na excitação que sacudia o meu corpo. Subi o vestido até o meu quadril, escorreguei os dedos para dentro da minha calcinha. Gemi, ela gemeu. Mordi o lábio inferior, circulei o meu clitóris com o dedo indicador. Comecei a me masturbar para ela, na frente dela, seus olhos verdes fixos na minha ação enquanto eu me contorcia, gemia, me oferecia. – Vem me foder, Lauren... Me lamber, me chupar. Vem!

: - Oh, Camila! – Ela gemeu toda rouca acariciando as minhas coxas, as bochechas coradas pelo calor que fazia no carro e o tesão que sentia. Sua testa começava a brilhar por conta do suor, seu olhar devorador no meio das minhas pernas me fazendo gemer cada vez mais alto. – Que delícia... Isso, se toca pra mim.

Aumentei a velocidade dos meus dedos sobre o meu nervo inchado, usando a mão livre para descer as alças do meu vestido. Era gostoso demais quando eu me masturbava pensando nela, mas fazer aquilo com o seu olhar sobre mim era enlouquecedor. Lauren levou sua mão direita até a minha calcinha, a chegando para o lado para que pudesse ver nitidamente os movimentos circulares que eu fazia no meu sexo molhado. Ela separou os lábios e gemeu rouca novamente, acariciando a minhas coxas com a mão livre de uma forma quase bruta. Eu estava adorando, gemendo, delirando, suando, vibrando. As mechas do meu cabelo começavam a colar no meu pescoço e rosto.

: - Tira a blusa pra mim... Tira. – Pedi, quase implorei. Deslizei os dedos para baixo, os melei um pouco mais, voltei para cima, fiz pressão com mais força enquanto ela passava a blusa vermelha por sua cabeça, a jogando em qualquer canto do carro. – Gostosa!

Eu disse entre gemidos ao ver seus seios esmagados em um sutiã da mesma cor, quase saltando para fora. Minha boca encheu de água, me controlei para não avançar sobre ela e tomá-los na boca. Sua mão logo voltou para afastar a minha calcinha outra vez, me deixando ciente de que ela estava amando o showzinho ao vivo que eu estava fazendo naquele momento.

: - Eu estou tão molhada. – Lauren mordeu o lábio inferior, se ajeitando no banco para chegar mais perto de mim. – Eu poderia gozar apenas com isso... Enfie os seus dedos. Deixe-me ver... Até o fundo, vai. Faça do jeito que eu faria.

Eu me derreti com o seu pedido, a obedecendo imediatamente. Agarrei na borda do banco com a mão livre e deslizei para dentro de mim meu dedo indicador e o dedo do meio, arrancando um gemido longo de nós duas quando bati os dois bem no fundo.

: - Porra!

Ela gemeu outra vez, se debruçando no meu banco, beijando a minha boca, livrando os meus seios do vestido, apertando, beliscando os mamilos. Eu estava louca e fiz questão de dizer.

: - Você me deixa louca. – Puxei seu cabelo com a mão livre enquanto estocava dentro e fora do meu sexo em um ritmo intenso. – Lauren... Hmm, Lauren!

: - Oh sim, Camila... Assim. – Beijou o meu pescoço, lambeu a minha clavícula. – Mete mais forte, bem gostoso. Eu vou gozar pra você.

Ouvi-la foi como pisar para fora da borda, um desespero quase doloroso acertando o meu vente. Lauren olhou para baixo uma última vez quando eu passei a enfiar com mais força, jogando a cabeça para trás e sentindo sua boca tomar conta do meu mamilo direito. Ela chupou, lambeu, mordeu, praticamente mamou em meus seios enquanto eu gemia alucinada agarrada em seus cabelos, forçando sua cabeça em mim, me deliciando no barulho da sucção desesperada. Um calor descomunal acertou o meu corpo, eu comecei a tremer e a contrair em torno dos meus dedos. Minha voz falhou, abri os olhos rapidamente.

: - Eu vou... – Avisei estapeando suas costas, suas unhas cravadas nas minhas coxas, sua boca devorando os meus seios. – Lauren!

: - Não. – Ela parou imediatamente o que fazia, tirando meus dedos de dentro de mim de uma forma tão rápida que me deixou agoniada. – Não, eu quero você gozando na minha boca.

Minha respiração agitava o meu peito, seus lábios já limpavam os meus dedos, seus braços firmes me puxavam para ela e me arrastavam para o banco detrás. Eu estava tão tonta que demorei um tempo para perceber que ela havia se deitado no banco.

: - Senta no meu rosto, anda. – Em um movimento sexy, rebolando de leve o seu quadril sobre o banco, Lauren abriu o fecho do sutiã e o retirou. Eu sentia a minha alma fora do meu corpo, não tinha mais noção de nada. – Vem gozar pra mim e em mim. Vem ser uma boa vadia e gemer bem alto enquanto eu te chupo no banco detrás do meu carro. Vem, Camila...

Eu rolei os meus olhos para trás ao ouvir sua voz falhar, observando suas mãos massagearem seus próprios seios, seus dentes mordendo os seus lábios. Xinguei alguns palavrões e me arrastei para cima dela com dificuldade, deslizando minhas unhas em sua barriga enquanto avançava até deixar um joelho de cada lado de sua cabeça. Lauren chegou mais para baixo no banco, os joelhos dobrados. Apoiei uma mão na porta à minha frente e meus dedos escorregaram no vidro embaçado. Agarrei os cabelos no topo de sua cabeça com a mão livre, jogando a minha cabeça para trás ao senti-la afastar a minha calcinha para o lado, respirando de forma afoita contra o meu sexo molhado.

: - Me lambe... – Pedi com a voz estrangulada, queria senti-la me lamber de cima para baixo, de baixo para cima. E ela lambeu, fazendo-me gemer alto, literalmente sentando em seu rosto. – Oh, isso... Isso, Lauren!

Eu comecei a disparar quando ela iniciou uma explosão de lambidas deliciosas em cima do meu clitóris, usando a língua toda, até a ponta. Suas mãos agarraram minha bunda, forçando o meu quadril para baixo, me fazendo rebolar em sua boca, seus lábios, sua língua. Meus olhos rolavam para trás de segundo a segundo, meu queixo erguido deixava o meu pescoço exposto, onde o suor escorria sem pausa, tomando os meus seios livres do vestido, sumindo embaixo do tecido apertado. Suas mãos subiam por minha barriga, apertavam os bicos duros e doloridos dos meus seios e eu rebolava, rebolava como nunca rebolei antes em lugar nenhum, gemendo alto como a boa puta que ela queria e eu gostava. O calor ia ficando insuportável, os vidros do carro embaçados, meus braços que me davam apoio na janela e no banco estavam doloridos, meu sexo latejava e a língua de Lauren entrava e saia da fenda melada o mais rápido possível. O barulho que o ato ocasionava me deixava em transe. Eu não aguentava mais. Comecei a gritar todos os tipos de palavras sujas, a me esfregar para frente e para trás em um nível tão intenso que meus seios saltavam. Fiz apelos para Deus, para os santos, chamei por eles incontáveis vezes. Choraminguei, cravei as unhas nos brancos, me curvei para frente, olhei para baixo. Enlouqueci. Rebolei de novo, de novo e de novo. Lauren deu apenas uma única e longa chupada nos meus lábios menores antes de voltar a me lamber, o que me fez abrir a boca em um redondo O.

 : - Oh! – Gritei, me perdendo na tremedeira assustadora que subiu pelos dedos dos meus pés. – Sim, sim, sim. Sim... Oh, merda! Laaaaauren!

Eu estava gozando, convulsionando sentada sobre o rosto daquela mulher, que afoita me devorava com sua boca de forma alucinada, gemendo para mim, esfregando todo o seu rosto no meu sexo inchado e pulsante. Eu jorrei em cima dela como poucas vezes havia feito, molhando suas bochechas, seu pescoço, parte de seu colo e o banco do carro. Gozei outra vez, duas vezes seguidas. Eu não conseguia controlar o que estava acontecendo comigo, eu só sabia clamar e repetir na minha cabeça que aquilo era melhor que o paraíso. Com um gemido longo eu aproveitei as últimas vibrações em meu corpo, curvando a coluna para frente e encostando a minha testa no vidro embaçado do carro. Levantei um pouco o quadril para dar a chance de Lauren respirar, a observando lamber os lábios com tanto gosto que fez um arrepio cortar a minha coluna.

: - Você é deliciosa pra caralho, Camila... Meu Deus! – Tentando controlar os meus membros trêmulos, fui me arrastando para baixo. – Eu gozei tão gostoso com você se esfregando no meu rosto que eu poderia passar o resto da vida nessa posição.

Eu soltei uma risada rouca e deixei o meu corpo cair sobre o dela completamente torta, por conta do espaço pequeno. Enfiei o meu rosto na curva de seu pescoço, lambendo os rastros de gozo que deixei por lá. Lauren gemeu toda safada, me segurou pelos cabelos, beijou a minha boca com vontade, brincou com a minha língua, tirou o meu ar e se afastou. A encarei tonta.

: - Você me deixou mais bêbada do que a Tequila. – Ela riu mordendo o lábio inferior, nossos seios nus mantendo um contato delicioso. Estávamos tão suadas que poderíamos deslizar facilmente se não fosse a falta de espaço. – Essa foi a minha primeira transa fora da cama desde que fiz dezoito anos.

Comentei rindo, descendo os dedos por sua clavícula melada, respirando fundo para sentir o cheiro maravilhoso que seu corpo suado exalava. Cheiro de mulher, impregnado junto com o cheiro de sexo e tequila dentro daquele carro fechado. Eu me sentia sufocada.

: - A primeira da noite, eu ainda não acabei com você.

E ela não havia terminado mesmo, pois no minuto depois nós saímos do carro nos agarrando e esbarrando em todas as paredes da garagem, tirando nossas roupas pelo caminho, derrubando algumas latas do jardineiro que estavam em um canto escuro. Tropecei em meus pés e Lauren me agarrou pela cintura, rindo no meu ouvido, lambendo o meu pescoço, me beijando, me arrepiando. Soltei uma gargalhada quando ganhamos o jardim completamente nuas, o céu estrelado de Los Angeles servindo de plateia para nós. A grama gelada embaixo dos meus pés me causava uma sensação de conforto, as mãos de Lauren tocando todos os cantos do meu corpo me faziam sentir um desespero enorme, tremendo de excitação. Olhei para a mansão, focando os olhos na varanda superior de luzes apagadas, pedindo a Deus internamente para as meninas não resolverem sair de casa. Lauren me virou de frente para ela quando ganhamos a grande borda da piscina, me segurando com força pelo cabelo.

: - Entra na água.

Ela ordenou com seus olhos faiscando, quente, suando. Arranhei suas costas.

: - O quê?

Perguntei como se não tivesse entendido, apenas para que ela repetisse.

: - Entra na água. – Fechei meus olhos com força recebendo seus lábios em meu ouvido. – Eu quero te foder dentro da piscina como estou desejando há muito tempo. Entra!

Ela não precisava pedir mais uma vez. Separei-me dela com dificuldade e andei com pressa até a escada que me levaria para a água morna. Agradeci pela piscina ser aquecida, caso contrário, levaria um choque térmico e perderia o tesão na mesma hora. Suspirei sentindo o meu corpo relaxar conforme ia avançando na água, caminhando na direção da borda. Apoiei-me nela e me abaixei um pouco para cobrir os meus seios completamente, por estar na parte mais rasa, deitando a cabeça sobre os braços na borda gelada. Eu não esperei mais de um minuto para sentir a aproximação de Lauren atrás de mim, me deixando ansiosa, me fazendo sorrir. Mordi o lábio inferior quando ela me abraçou por trás, colando seus seios em minhas costas, encaixando seu quadril na minha bunda. O jardim estava iluminado apenas pelas luzes ao redor da piscina e em cada polo do local, tornando o momento muito mais aconchegante e excitante. Fui virando a cabeça para o lado conforme ela beijava e lambia a minha nuca, apalpando os meus seios, mordendo os meus ombros, moendo o seu sexo na minha bunda empinada, fazendo com que a água ao nosso redor formasse pequenas ondulações. Eu me segurava para não gemer alto, prendendo a respiração quando sua mão direita foi descendo por minha barriga.

: - Afasta as pernas... – Mandou, eu atendi. Joguei a cabeça para trás, a apoiando em seu ombro direito. Seus dedos tocaram o meu sexo melado, deslizando para cima e para baixo entre as minhas dobras. Mordi minha mão direita, acariciando o meu próprio pescoço até ter os meus dedos agarrados em seus cabelos. Lauren distribuiu beijos molhados em minha nuca, usando de calma para deslizar seu dedo indicador e o do meio para dentro. Soltei um gemido mais alto. – Shiiiiu! Controle-se. Só pra mim, geme só pra mim... Eu não quero plateia. Eu quero só você, implorando no meu ouvido.

Implorar, era realmente aquilo que eu queria fazer quando seus dedos começaram a estocar tão fundo que eu enxerguei estrelas de olhos fechados. O perigo, a adrenalina, a tequila, tudo acrescentando tesão onde não precisava de mais.

: - Pede pra eu te foder mais forte, pede...

Ela sussurrava em meu ouvido, tirando os dedos quase por completo para voltar a me invadir. Sua mão livre beliscava os meus mamilos, a água ao nosso redor se agitando.

Eu iria pedir, eu iria implorar, mas faria isso no meu idioma favorito, abusando da boa Cubana-Mexicana que eu era. E eu era dela.

: - Más fuerte, Lauren. – Eu soltei entre gemidos estrangulados, empurrando a minha bunda contra o seu sexo, sentindo-a estremecer nas minhas costas. – Empuja con más fuerza. Más fondo. Así...

: - Oh, Camila... Dime si no te encanta eso. Estoy tan mojada para ti. – Eu choraminguei empurrando o meu quadril para baixo, apertando as minhas mãos na borda da piscina, arrepiada com o prazer que sentia e por conta de seu sotaque em espanhol. A água quente me deixando mole. – Siente...

Com rapidez ela moeu o seu sexo na minha bunda, de um lado para o outro, de cima para baixo, gemendo no meu ouvindo enquanto sussurrava putarias deliciosas em espanhol. Seus dedos aumentaram a velocidade de um jeito insano, fazendo-me morder a minha mão para não gritar e acordar a mansão inteira. Eu estava lá, na beira do precipício outra vez, murmurando palavras desconexas enquanto sentia o gozo se aproximar e seus dedos me foderem como habilidade. Lauren percebeu que eu não suportaria mais que alguns segundos, por isso me apertou contra o seu peito o máximo que pode, estocando de forma lenta inúmeras vezes seguidas. Rolei os meus olhos.

: - De quién eres?

Engoli a saliva que se formou na minha boca com a sua pergunta, sentindo a tremedeira mais do que familiar subir por minhas pernas. Sua respiração batia forte contra o pé do meu ouvido, deixando-me saber que ela gozaria junto comigo.

: - Tuya. – Respondi me perdendo em gemidos, forçando as unhas no mármore da borda enquanto me deixava ser levada pelo orgasmo doloroso. – Tuya... Oh, Dios... Lauren! Hmm.

: - Camila!

O “Camila” que ela soltou no meu ouvido enquanto gozava comigo foi tão gostoso que eu desejei que nunca tivesse fim. Podia sentir seu sexo vibrando na minha bunda, seu coração pulsando nas minhas costas, sua mão livre apertando com força o meu seio direito, nossas respirações descontroladas fazendo um chiado alto sair de nossas gargantas. Lauren nos puxou para baixo enquanto aproveitamos as últimas sensações do orgasmo, deixando com que a água quente tocasse o começo de nossos pescoços. Eu me larguei mole contra ela, me deixando sentir os seus carinhos em meu corpo, seus beijos doces em minhas bochechas, nuca, cabeça. Sorri, ela riu baixinho. Abri meus olhos e fitei o céu estrelado de Los Angeles, completamente relaxada. Em segundos estava boiando, uma de suas mãos nas minhas costas e a outra na minha cabeça me dando apoio, meu corpo um pouco fora da água sofrendo arrepios por conta do ventinho gostoso. Fechei meus olhos outra vez, sorrindo de canto.

: - Eu gosto quando você fica sorrindo desse jeito.

Sua voz era quase angelical, completamente diferente da voz rouca que sussurrava no meu ouvido há pouco tempo atrás. Suspirei, imóvel para não afundar.

: - Eu gosto quando você me faz sorrir desse jeito.

Eu disse baixinho, aproveitando a brisa em meu rosto. Lauren beijou a minha bochecha de leve, deslizando suas mãos em minhas costas dentro da água com carinho.

: - Seu corpo é tão bonito, Camz... – Eu sabia que ela estava me olhando com atenção, fazendo as minhas bochechas corarem. – Por mim você andaria nua todos os dias.

: - Pare de me olhar assim, Lo. – Pedi suspirando, deixando a água me arrastar com leveza para onde quisesse, com Lauren me acompanhando. – Você me deixa envergonhada.

: - Vergonha? – Ela riu toda gostosa, jogando um pouco de água em meus seios. – Você deveria sentir tudo comigo, menos vergonha.

: - Me deixe.

Pedi emburrando a cara, fazendo pirraça, abrindo os meus olhos para fitar o céu novamente.

: - Não. – Ela suspirou, retirando o apoio que mantinha no meu corpo discretamente. – Eu te amo!

: - Eu também te a... – Fiquei nervosa ao perceber que estávamos no fundo e que se eu me deixasse afundar, meus pés não tocariam o chão. – Lo! Aqui é fundo. Me puxa para o raso de volta.

: - Eu estou aqui, Camz. – Ela dizia tão calma que comecei a me irritar, me agitando um pouco. – Não vou te deixar afundar.

: - Lauren!

Rugi entre os dentes, a escutando rir. Um movimento para acertar um tapa nela me fez perder a leveza, fazendo com que o meu corpo afundasse na água morna. Eu me vi desesperada antes mesmo do pior acontecer, sentindo seus braços me agarrem com força pela cintura sem que minha cabeça ficasse submersa. Fiquei sufocada, engolindo água por conta das batidas das minhas palmas abertas na água.

: - Ei, ei, ei! – Lauren soltou uma risada no meu ouvido, puxando-me para ela, abraçando-me, beijando todo o meu rosto enquanto eu me concentrava em dar socos em seus ombros. – Calma, Camz. Eu estou aqui, eu disse que não iria deixar você afundar. Não confia em mim?

: - Sua idiota. – Eu estava brava, tinha pavor da sensação de não dar pé, nem mesmo ela estava dando. A filha da puta sabia nadar como ninguém. – Eu bebi água, eu iria me afogar. Eu te odeio.

: - Você bebeu água porque se desesperou, sua medrosa. – Tossi e envolvi meus braços em seu pescoço, temendo escapulir de novo. – Eu jamais deixaria você se afogar, nunca. Eu estou aqui.

Lauren selou os meus lábios, depois a ponta do meu nariz, minhas bochechas, meu queixo... Suspirei amolecendo, rolando os olhos por não conseguir ficar brava com ela.

: - Não sei o que faço com você.

Sussurrei, pronta para beijá-la quando...

: - Está rolando festinha na piscina e ninguém nos convidou, Dinah.

Ouvi a voz de Mani atrás de Lauren, fazendo-me olhar por cima do ombro dela. As duas estavam paradas na borda, mãos na cintura e expressão divertidas, usando biquínis tão pequenos que eu me perguntei que merda era aquela. Lauren riu escondendo o rosto na curva do meu pescoço, movimentando as pernas para nos manter flutuando.

: - Nossa senhora! Gostosas. – Eu gritei as fazendo rir. – Mani, vira de costas.

Lauren foi nos levando com calma na direção das meninas, meu cabelo pesado por conta da água me incomodando. Sorrindo, Mani girou sobre seus calcanhares, ficando de costas para nós e fazendo Dinah fingir dar um tapa em sua bunda. Lauren gargalhou e eu ergui as sobrancelhas, fazendo um sinal de positivo com a cabeça.

: - Oh my gosh, look at her butt.

Cantei like Nicki Minaj e movimentei a cabeça de um lado para o outro no ritmo, fazendo as meninas explodirem em uma risada alta.

: - Tira os olhos, Chancho. Olhe para a bunda da tua branquela.

Alcancei o chão novamente, andando com dificuldade para a borda com Lauren atrás de mim.

: - Hmmm, está com ciúmes, Hansen?

Lauren provocou, me abraçando por trás novamente quando nos encontramos aos pés das duas mocinhas.

: - Com ciúmes e cheia de vontade de te afogar nessa piscina, Jauregui.

: - Vocês se amam demais, francamente.

Mani comentou rolando os olhos enquanto pulava dentro da píscina, espirrando água para tudo quanto é lado.

: - Porra, Mani!

Resmungou, coçando os meus olhos.

: - Desculpa, Mila. - Normani deslizou as mãos no rosto, retirando o excesso da água. – Espera! Vocês estão peladas?

Corei, corei com força mesmo, sentindo minhas bochechas arderem enquanto Lauren ria na minha nuca.

: - Não acredito que vocês transaram na piscina. – Dinah fez cara de incrédula. – Porra, Camren, eu não vou entrar nessa água depois de vocês terem gozado ai dentro sei lá quantas vezes.

: - Foi só uma vez, Dinah, para de drama. – Lauren respondeu.

: - ENTÃO VOCÊS ADMITEM QUE GOZARAM?

: - Shiiiu!

: - Shiiiu!

: - Shiiiu! – Mani, Lauren e eu a repreendemos ao mesmo tempo, colocando o dedo indicador na frente dos lábios para que ela falasse mais baixo. – Para de gritar e entra logo aqui.

: - Não.

Dinah cruzou os braços embaixo dos seios e fez um biquinho lindo, me fazendo sorrir.

: - Para de drama e entra logo, ou eu vou sair daqui pelada e te puxar pra dentro.

: - Ai, credo! Não quero ter contato corporal com você sem roupas. Não gosto de incesto.

: - Dinah! – Mani estreitou seus olhos para ela, apontando para a piscina onde nos encontrávamos com o dedo indicador. – Agora.

Depois de muito bufar e lamentar, Dinah desceu as escadinhas e entrou na água morna conosco, olhando com desdém para Lauren e eu antes de se aproximar de Normani. Lauren parecia perdida em um mundo só dela nas minhas costas, massageando os meus ombros, me causando arrepios. Eu observei com surpresa quando Mani envolveu o pescoço de Dinah com os braços, colando seus corpos. Eu me perguntei o quão bêbada ela ainda estava para fazer aquilo na nossa frente. Não que ela não pudesse, mas sim porque ela era envergonhada demais para isso.

: - Ai, senhor... Elas vão se beijar.

Sussurrei enquanto me empurrava para trás na água, me afastando um pouco, levando Lauren junto comigo.

: - O quê?

: - Mani e Dinah. Para de viajar ai atrás e olha só isso.

Eu nem acreditei na cena que veio depois, arregalando os olhos e ouvindo o “mas gente...” de Lauren no meu ouvido. Mani deslizou suas mãos para dentro dos cabelos de Dinah, trazendo sua boca para perto para beijá-la de uma forma tão intensa que eu estava ficando sem ar só de olhar. Seus corpos estavam completamente unidos, seus seios pressionados praticamente vazando pelas bordas de seus biquínis.

: - Por que diabos elas precisam ter peitos tão grandes? Isso é... Puta merda!

: - Lauren! – Eu exclamei dando um tapa em seu braço, virando-me de frente para ela enquanto ríamos juntas. – Para de ficar reparando nos peitos delas, olha para os meus. São pequenos, mas são seus.

: - Eu prefiro os seus de qualquer forma. – Ela disse toda dengosa, beijando-me os lábios. – Eu posso colocá-los quase inteiros dentro da boca.

: - Para... – Ronronei a abraçando pela cintura com as pernas, sentindo-a me levar um pouco mais para o fundo. – Não começa.

: - Por quê?

: - Não vão transar de novo, em.

Dinah gritou atrás de nós, fazendo Lauren e eu soltar uma risada e gritar de volta.

: - CONTINUA BEIJANDO, DINAH.

: - Olha aqui, Mila...

: - MISERICÓRDIA! VOCÊS NEM ME ESPERARAM.

Foi a vez da voz de Ally invadir o jardim, fazendo com que Lauren e eu nos soltássemos as pressas por conta do susto, olhando para trás e encontrando Norminah com expressões aterrorizadas nadando para longe uma da outra. Segurei a vontade de rir e molhei o rosto, observando Dinah iniciar uma crise de tosse.

: - Tava muito calor, Allycat. – Mani disse toda sem graça, se apoiando na borda oposta. – E você demorou... Vem logo.

: - Essa piscina é muito funda. Senhor Jesus!

Ally começou a falar com Deus enquanto descia as escadinhas.

: - Eu te coloco nas costas, Ally.

Dinah disse enquanto se aproximava dela, esticando a mão para a baixinha que com cara de apavorada, tremia mais que vara verde.

: - Eu nem quero ver onde isso vai parar.

Sussurrei para Lauren, jogando um pouco de água em seu rosto quando me virei para ela novamente.

: - Portanto que Dinah não mate Ally afogada, que acabe de qualquer jeito.

Eu sorri para a garota que me encarava com carinho, seus olhos verdes brilhando tanto que eu poderia esquecer as estrelas lá em cima facilmente.

: - Eu te amo, Lo. – Encostei nossas testas, ouvindo as risadas escandalosas das meninas atrás de mim, mas perdida demais em uma bolha de paixão para dar atenção a elas. – Muito.

: - Eu também te amo, Camz. – Ganhei um beijo doce nos lábios, fazendo-me ter certeza que aquela noite entraria para a nossa lista das dez favoritas. – Obrigada por tudo.

Apenas sorri, deixando o meu corpo e a minha alma se perderem nos braços da garota que eu, irracionalmente, amava.

 

Abri os olhos pela manhã sem muita vontade, fitando o teto e esticando os braços sobre a minha cabeça. A cama estava fria demais para quem havia dormido de conchinha a noite toda, me fazendo perceber que Lauren não estava mais lá. Respirei profundamente e virei para o lado, afundando a minha cabeça no colchão. Contei até dez mentalmente e tomei coragem para me sentar na cama, quase caindo de costas na mesma quando capturei aquela imagem bem na minha frente. Lauren estava lá, debruçada sobre a janela, tragando um cigarro de forma despreocupada, soltando a fumaça tão lentamente que eu pisquei no mesmo ritmo. Sua bunda estava empinada, coberta por uma cueca boxer preta, daquelas que eu amava. Cobrindo os seus seios apenas um sutiã no tom mais maravilhoso de roxo, deixando sua tatuagem descoberta. Eu desejei tocá-la, beijá-la, traçar o contorno, mas tudo o que fiz foi suspirar... E suspirei tão alto que chamei sua atenção, fazendo-a me olhar.

Me perdi, desejei que ela não tivesse feito aquilo, não naquele momento. Seus olhos estavam em um verde água, seu cabelo pós-sexo fazendo minhas mãos implorarem para afagá-lo. Lauren sorriu, tragou o cigarro mais uma vez, sexy e quente como o inferno. Eu não retribui o sorriso, não porque não quis, mas sim porque não consegui. Só conseguia admirá-la. Como era linda, como era diabólica. Eu me sentia como um anjinho indefeso correndo do Diabo. Mas na verdade eu queria domá-lo, queria agarrá-lo entre as minhas pernas, empurrar a sua cabeça para baixo e implorar para virar o seu banquete. Eu queria gritar para ela parar, pois não aguentava mais passar vinte e quatro horas queimando naquele inferno.

: - Bom dia, Camz!

Quando a sua voz rouca preencheu aquele quarto, eu sabia que o meu destino era passar o resto da minha vida servindo de joelhos aquele demônio que eu chamava de namorada. Que Deus não tivesse piedade de mim, pois sofrer naquelas mãos era a melhor sensação que eu já tinha experimentado na minha vida.


Notas Finais


Twitter >> @gilylas


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