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História Falling in love for the last time. - Mas tuya que mía.


Escrita por: gimavis

Capítulo 5 - Mas tuya que mía.


 

Andamos todo o caminho de volta para o hotel em silêncio, não que eu não quisesse puxar assunto, mas queira deixar Lauren sentir a mordida dos ciúmes um pouco mais. Andou na minha frente sem olhar para trás, eu apenas sorria, não me dei ao trabalho nem de tirar as mãos dos bolsos para abrir a porta, ela fez tudo.

Quando entramos ela foi direto para o banheiro, e tudo o que fiz foi me jogar de costas sobre a cama. Meus pés estavam me matando. O quarto não estava muito arrumado, eu conseguia ver peças de roupas por todos os cantos e sobre as poltronas. Sutiã de Lauren, blusa de Lauren, sapato de Lauren e cheiro de Lauren por todo o ambiente. Respirei fundo com o mesmo sorriso besta na cara.

Sei lá por quanto tempo ela ficou dentro daquele banheiro, só vi quando saiu de lá de moletom e meias. Sua cara não era uma das melhores, ela mal me olhou quando passou por mim para guardar algumas coisas em sua bolsa. Até quando ela ia continuar com os ciúmes? Ergui-me um pouco e me apoiei em meus cotovelos a olhando.

: - Qual é a validade dos seus ciúmes?

Perguntei com um sorriso divertido nos lábios onde ela continuou o que estava fazendo. Eu apenas agitava os meus pés para o lado de fora da cama.

: - Já te falei que não estou com ciúmes, Camila.

: - Aham.

Mordi o lábio inferior e acompanhei com os olhos quando ela se abaixou para pegar uma das peças de roupa que mencionei antes, caída no chão. Eu queria tanto poder fazer um comentário sobre a posição em que ela ficou, mas com toda a certeza apanharia. Decidi que provocar mais um pouco era o melhor caminho.

: - Você acha que se eu tivesse dado um pouco mais de espaço ela teria ido falar comigo?

Perguntei me fazendo de inocente enquanto mexia no cordão dourado que eu tinha no pescoço.

Lauren parou o que estava fazendo e me olhou, ou melhor dizendo, me fuzilou. O moletom cinza que ela vestia era quase justo ao seu corpo, marcando suas curvas de uma forma íntima que nunca vi antes. Seus cabelos estavam revoltos e os lábios separados, acho que estava tentando respirar controladamente.

: - Sério que você está perguntando isso pra mim?

Ergui uma sobrancelha.

: - Ué, você não é uma das minhas melhores amigas? Melhores amigas servem para isso, dar opiniões.

: - Me poupe, Camila.

Seus olhos se reviraram e ela me deu as costas, andando até a grande parede de vidro no final do quarto, sentando-se na poltrona com o celular em mãos. Deitei-me de lado na cama apoiando minha cabeça em minha mão direita.

: - Só quero a sua opinião.

: - Em minha opinião ela não é pra você. A achei sem sal, feia, sem contar aquele cabelo loiro falsificado terrível. Era isso o que você queria ouvir? Pronto, minha opinião.

Sem conseguir me segurar mais, soltei uma risada enquanto ela me encarava incrédula, estava vendo a hora que iria levar uma chinelada na cara.

: - Você está com inveja, Lolo. - Me deixei cair de costas na cama, fitando o teto. – Muita inveja.

: - Inveja de quê? Não tem nada nela melhor do que tem em mim.

Isso ai, Jauregui, isso ai. Nada nela e nem em ninguém, ninguém nunca terá o que você tem pra mim. É claro que eu apenas pensei isso, não disse. Sou tola, mas não sou o bastante.

: - Você está errada, ela tinha umas coisas...

Claro que eu não podia perder a chance de provocá-la, nunca.

Quase perdi todo o ar dos meus pulmões quando senti seu corpo sentando-se rapidamente sobre meu quadril. Meus olhos se arregalaram. Lauren estava lá com aquele ar de assassina, seu corpo curvado sobre o meu onde seu quadril fazia pressão numa parte não muito legal da minha anatomia. Eu queria pedir para ela sair, ou continuar, mas não tinha voz. Mesmo com todas as roupas que eu vestia o contato era quase cem por cento. Sua respiração banhava todo o meu rosto.

: - O que, Camila? O que ela tem que eu não tenho?

Engoli a seco sentindo a saliva descer queimando a minha garganta. Era difícil manter todo o jogo sob aquele olhar.

: - Eu gosto de loiras, sabe Jauregui? – Sorri de canto sentindo suas mãos afundando no colchão ao lado da minha cabeça. – Eu nunca disse isso, mas eu realmente gosto de loiras. – Passei a língua pelo canto dos lábios. Seu corpo tremia, podia dizer que seu nível de raiva naquele momento estava de mil para cima. – Amber Heard, por exemplo...

: - Se tivesse tido uma chance você teria ficado com ela, não teria?

Sua voz era baixa e rouca, seus dentes estavam travados. Ela estava o mais perto possível e eu me controlei para não demonstrar o meu desespero. Queria desviar meus olhos, mas eu só conseguia enxergar sua boca.

: - Teria.

Sussurrei quando senti sua mão direita agarrar minhas mechas de cabelo, seu peito todo sobre o meu, podia sentir seus seios pressionando contra o meu sutiã. Não sabia dizer se ainda tinha pernas, pois havia parado de senti-las.

: - Você é suja, Camila. – Arfou em meu rosto com seu hálito gelado e doce, estava morrendo por prová-lo. – E eu estou com muita raiva de você agora.

Sua boca estava quase tocando a minha, nossas respirações se confundindo, meus olhos já fechados, minhas mãos em seus joelhos, meu mundo todo iria desabar com o momento seguinte se meu celular não tivesse começado a tocar. Lauren deu um pulo de cima de mim, saindo tão rápido da cama que me assustei. Ela parecia ter despertado de algo. Eu estava amaldiçoando Deus e o mundo.

Peguei o celular em meu bolso e atendi sem mesmo olhar quem era. Estava com tanta raiva que seria capaz de matar alguém por pensamento.

: - O que foi? – Bufei.

: - Nossa! Eu ligo para dizer que estou morrendo de saudades de você e é assim que sou atendida?

Sorri ao ouvir a voz, mesmo estando com o corpo trêmulo.

: - Desculpa, DJ, é que eu estava um pouco ocupada com umas roupas. – Menti, virando a cabeça para o lado e observei Lauren parada de costas para mim, de frente para a vista de Paris ao crepúsculo. Suspirei. – Como você está? E o Siope? Também estou morrendo de saudades.

Bom, aquela parte era verdade. Dinah fazia falta assim como o resto das minhas meninas.

: - Estamos bem, Mila, estamos tão grudados que eu já estou enjoando da cara dele, confesso. – Rimos juntas. – E Lauren, como está?

: - Está bem, talvez um pouco de TPM, mas bem. – Ri sem graça e me virei de lado, o lado contrário ao que Laur estava. – Paris é linda demais, DJ, queria que estivessem aqui. – Fiz bico.

: - Pode apostar que queríamos estar ai, Mila, mas não podemos ter tudo ao mesmo tempo, né? – Suspirei triste. – Mas, chega de mimimi e blábláblá, vamos falar do que interessa. – Eu ri porque sabia que viria merda. – Me fale sobre os franceses. Gostosos pouco ou muito?

Não falei? O lance era como falar para Dinah que eu não estava muito interessada nos franceses, mas sim em alguém mais perto de mim.

: - Não fiquei reparando nisso, confesso. – Passei os dedos entre os cabelos, tirando os sapatos dos pés para me deitar melhor na cama. – Para não dizer que não reparei em ninguém, aconteceu com uma garota hoje no restaurante em que Lolo e eu comemos.

: - Uma garota? – Eu podia jurar que Dinah estava sorrindo do outro lado da linha. – Hmmm, me fale mais sobre isso, Mila. Desde quando tem se interessado por garotas? – Ela riu.

: - Há bastante tempo, sabe?

Eu ri sem graça imaginando a cara que Lauren estaria fazendo pra mim naquele momento, já que eu não podia ver.

: - Quanto tempo?

Eu esqueci que Dinah Jane poderia ser bastante insistente se quisesse.

: - Não sei, DJ, apenas me interesso e pronto. O tempo importa? – Perguntei.

: - Não, foi só curiosidade.

Ela disse rindo, me deixando alegre pelo som de sua risada. Era sério, elas faziam muita falta.

: - Mas e você? Muito sexo com o Siope? Conte-me tudo e não me esconda nada.

: - Ai, Mila... – Acho que ela estava com vergonha. – Desde que estou aqui a gente não sai da cama.

: - Hmmm, isso é bom, muito bom. – Quem dera se comigo estivesse sendo o mesmo. Ri sozinha. – Sinto inveja de você.

: - Ué, você tem companhia, não faz porque não quer.

: - Dinah!

Quase gritei, levando a mão até a boca para calar uma gargalhada.

: - O quê? Amizade colorida, baby. Lauren está ai pra isso. Paris, quarto, cama, vocês... Se joga, Mila.

: - Se joga onde? Você não está regulando bem, não está mesmo.

Neguei com a cabeça, se eu continuasse com o assunto tenho certeza que ela sacaria algo. Esperta um milhão de vezes.

: - Uhum, eu que não regulo bem, né? Está bem.

: - Chata.

Se ela estivesse perto de mim eu teria dado língua.

Dinah apenas riu, me fazendo escutar a voz de Siope ao fundo.

: - Mila, tenho que desligar, Siope está me chamando e você sabe...

: - Ai, eu sei, não precisa falar. – Ri me sentando na cama, ainda não tinha meus olhos em Lauren. – Vai lá, se jogue por mim.

: - Com toda a certeza. – Sorri. – Diga a Lauren que eu ligo mais tarde para falar com ela. Se cuidem, Mila. Amo vocês.

: - Nós também te amamos.

A ligação logo foi desligada e eu senti meu coração apertar. Que merda é a saudade, não é mesmo? Conviver com pessoas durante 24hras do seu dia por um longo prazo não é uma boa coisa. Basta dois dias de separação e você já fica morrendo.

Fiquei um pouco em silêncio encarando o nada, apenas lembrando das meninas e de suas palhaçadas. Coloquei o celular de lado e deslizei para fora da cama.

: - Como ela está?

Lauren me perguntou de longe, sentada em sua escolhida poltrona no canto do quarto.

: - Ótima. – Abri os botões do sobretudo e o retirei de meu corpo. – Disse que mais tarde liga pra falar com você.

Ela apenas concordou com a cabeça voltando a atenção para o Iphone branco que tinha em mãos. Como eu tinha certeza que ela iria ignorar o que quase aconteceu antes de Dinah ligar, desisti de tentar uma conversa e pedi licença, avisando que tomaria um banho e me tranquei no banheiro.

Fiquei lá por bastante tempo, sentir a água bem quente correr o meu corpo depois da tensão que vivi com Lauren era maravilhosa. O mínimo de contato possível com ela me deixava em estado de alerta. Considerava-me uma guerreira de tantas coisas e insinuações que aturei dela sem agarrá-la a força.

Ser adolescente é mesmo uma merda. Eu tinha em mente visitar um ginecologista para ver se meus hormônios estavam saudáveis, porque era quase doentia a quantidade de vezes que eu me sentia arder. Já havia perdido as contas de quantas vezes inteirei mais meia hora no banho para aliviar o meu corpo, se é que me entende. Era difícil, ainda mais quando Lauren não ajudava muito me atiçando daquele jeito. Se bem que o fato dela respirar perto de mim já era um motivo. Paixão é uma droga mesmo, tenha santa paciência. Será que é esse tipo de coisa que as pessoas chamam de amor?

Sai do banho e coloquei meu pijama rosa de bolinhas, meu laço rosa no cabelo preso em um rabo de cavalo e minhas pantufas da mesma cor. Eu estava deprimida, então traria de volta a minha idade mental de seis anos.

Quando voltei para o quarto Lauren estava sob o edredom, a TV ligada em um filme qualquer e sobre sua barriga um livro aberto, que ela não lia. Coloquei as coisas que havia levado para o banheiro em cima da poltrona e fui em direção à cama, erguendo a coberta para deitar embaixo dela também. Estava frio, a queda de temperatura era nítida. Esfreguei meus pés no colchão. Laur me olhou com o canto dos olhos, fechando o livro e colocando ao seu lado.

: - Quer que eu esquente os seus pés? – Perguntou com um sorriso tímido, deslizando seus pés para perto dos meus. – Está quentinho aqui.

Sorri para ela e neguei com a cabeça me encolhendo.

: - Seria uma boa ideia, Lolo.

Deixei escapar o apelido sem querer, me martirizando por aquilo. Ela me fazia esquecer que eu estava com raiva dela apenas abrindo um sorriso e sendo carinhosa.

: - Vem cá. – Em questão de segundos meus pés estavam entre os seus, se esfregando e se esquentando. Fechei meus olhos para sentir o contato mesmo que por cima das meias. – E não me chama de “Lolo”, Camz, ainda estou com raiva de você.

: - Por quê? – Perguntei sob um fio de voz.

: - Você é minha, Camila. – Me encolhi mais na cama me aproximando de seu corpo. Seus braços me envolveram e acabaram com nossa distância. Coloquei minha cabeça na curva de seu pescoço, suas mãos soltaram meus cabelos se enfiando entre eles. – Só minha.

A última frase saiu como se ela afirmasse aquilo para seu ego, sua alma, era como se estivesse tentando se convencer de que eu era apenas dela. E eu era, eu era mais dela do que minha, ela só precisava se abrir para que eu pudesse mostrar que não tinha o que temer. 

 


Notas Finais


Está ai o capitulo de hoje, meninas, amanhã continuo. Boa noite.


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