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História Falling in love for the last time. - Who would you kiss under the mistletoe?


Escrita por: gimavis

Notas do Autor


Oi, gente. Enfim, como eu avisei nas notas antigas, as coisas vão estar mais leves a partir desse capítulo, podem respirar em paz, por enquanto. Não tenho muito o que falar, apenas dizer que tem um pouco de tudo nele e eu espero que gostem. Qualquer erro eu conserto depois e só. Amo vocês. ♥

Capítulo 48 - Who would you kiss under the mistletoe?


Fanfic / Fanfiction Falling in love for the last time. - Who would you kiss under the mistletoe?

 

Camila POV.

 

24 de Dezembro de 2014.

Pouco mais de um mês havia se passado, os dias até aquele 24 de Dezembro não foram nada fáceis. O problema todo não era dentro de casa, porque lá nós poderíamos demonstrar nossos reais sentimentos, a merda era quando tínhamos alguma entrevista e grandes show’s para fazer, colocar um sorriso no rosto e esconder as lágrimas era tarefa difícil.

Dois dias antes de irmos para nossas casas passar as festas de final de ano, nós nos reunimos e conversamos. Lauren, eu e as meninas concordamos que não dava mais para manter a situação daquele jeito, que precisávamos viver e não apenas fingir. Em certos dias a situação era tão dolorosa que nem mesmo jantávamos juntas ao chegar em casa no final da noite, tudo para não começar com as lamentações e as questões do por quê. Nós concordamos que precisávamos aproveitar o tempo que nos restava juntas, que precisávamos fazer valer a pena os nove meses que tínhamos para seguir. Lamentar e chorar não iria mudar o que já havia sido comunicado, estávamos perdendo tempo dando espaço para a dor ao invés de viver cada dia como se fosse o último, intensamente e sem olhar para trás. Nós chegamos à conclusão que a partir daquele dia iríamos fazer diferente, iríamos viver Fifth Harmony como nunca antes, iríamos aproveitar cada dia com todos os pingos de energia, fazer tudo o que não fizemos em todo aquele tempo juntas. Combinamos que iríamos fazer aqueles nove meses inesquecíveis para nós e nossos fãs, por amor e honra.

Naquela tarde de véspera de Natal, eu tinha a minha cabeça deitada em um colo mais do que familiar, mãos carinhosas acariciando o meu cabelo de uma forma tão antiga que me aquecia por dentro. Nós não dizíamos nada, apenas observávamos o céu azul de Miami da varanda da minha casa. O silêncio presente não era desconfortável, era necessário. Nele havia o espaço que eu precisava para juntar as palavras certas e iniciar a nossa conversa. Eu não sabia como começar, então optei pela forma mais fácil.

: - Eu a amo.

Eu disse baixinho, mas me certifiquei se havia sido o suficiente para que ela escutasse.

: - Eu sei.

Ela disse usando o mesmo tom que eu usei, mas pude ouvir um suspiro longo saindo de sua garganta. Eu me sentia estonteante, mas um pequeno nervosismo corria o meu corpo enquanto eu tentava continuar falando. Aquela era a primeira vez que eu pisava em Miami desde que minha vida mudou da água para o vinho, era a primeira vez que eu via Sandra depois de tanto tempo longe. Por mais que ela soubesse do que estava acontecendo pela internet e revistas, eu precisa dizer por contra própria, ela tinha o direito de ouvir tudo pela boca da melhor amiga. Ela fazia parte de mim e aquilo era o bastante para me passar segurança. Eu sabia o que Sandra e Marielle pensavam sobre o assunto, mas eu também sabia que nunca ficariam contra mim, elas me amavam o bastante para permanecerem ao meu lado. Mesmo sabendo de tudo aquilo eu não conseguia relaxar completamente.  

: - Eu me apaixonei por ela no momento em que a vi pela primeira vez, eu não tive como correr disso.

: - Eu sei.

Sandra disse novamente, sua carícia em minha cabeça me fazendo fechar os olhos. Eu me encolhi um pouco no sofá onde estávamos, largando minha mão direita em cima de seu joelho.

: - Me desculpe por não lhe dizer isso antes, me desculpe por não ter sido sincera com você e Marielle. Eu sei que eu errei em esconder o que eu sentia e me sinto mal, eu espero que você possa me entender um dia.

Eu me sentia um pouco envergonhada, a minha relação com Marielle e Sandra sempre foi aberta para quando quiséssemos falar qualquer coisa, mas na situação em que eu estava, falar se tornava mais difícil do que aparentava.

: - Você não precisa se desculpar, Camila. Acredite, por mais que toda essa história seja algo completamente diferente para mim, eu entendo você. Eu sempre soube que o que você sente por Lauren não é como o que sente por mim e minha irmã. Você nunca olhou para nós do jeito que olha para ela, você nunca agiu conosco como age com dela. Eu sabia desde o início do que se tratava, mas eu negava todas as vezes que a questão pairava na minha cabeça porque eu não queria aceitar. Você sabe o que eu penso sobre esse assunto, sabe a minha opinião e quando eu me vi no meio disso com a minha melhor amiga como personagem principal, eu entrei em negação. Eu acho que eu tenho que lhe pedir desculpas por não ter dito a você que eu sabia, que você poderia desabafar comigo sempre que quisesse, mesmo eu não concordando com tudo. Você poderia chorar e falar comigo, eu estaria ali para você como sempre de qualquer forma, sem importar a minha opinião. Eu acho que eu errei nesse ponto, não era a minha educação ou os meus princípios o que importava, mas sim o que você estava sentindo e passando. Eu fui egoísta e me arrependo muito. Me perdoe.

Ela estava mesmo me pedindo perdão por ser perfeita? Eu neguei com a cabeça e me sentei de frente para ela, olhando seus olhos nostálgicos por trás dos óculos bonitos e estilosos que ela gostava de usar. Nós nos avaliamos por longos segundos como nos velhos tempos.

: - Levando em consideração a sua crença e seus princípios, egoísta é tudo o que você não foi. Você não me julgou, você não me tratou mal, você apenas reagiu negando, o que no momento foi a melhor reação. Talvez se você tivesse explodido e me chamado para conversar naquela época, as coisas teriam tomado outro rumo entre nós.

: - Teríamos brigado? – Ela sorriu triste. – É, talvez eu dissesse coisas sem pensar no calor do momento, eu tenho outra mentalidade hoje em dia. Mas eu não gosto de pensar que você passou por tudo isso sem nós, que você sofreu, sabe? Eu não estava lá para lhe abraçar e dizer que tudo ficaria bem, nem Marielle. Isso machuca.

Eu abaixei a cabeça com um suspiro e peguei sua mão, entrelaçando nossos dedos.

: - Mas você está aqui agora e é isso o que importa. Eu sinto sua falta, eu sinto de Marielle, eu sinto falta de nós três. Eu estive sozinha durante muito tempo esse ano, eu chorava todos os dias por não tê-las comigo e por não conseguir fazer Lauren enxergar a verdade. Ao mesmo tempo eu não tinha coragem de pegar o telefone e ligar para vocês, contar o que estava acontecendo, o que eu queria fazer. Quando nos falávamos eu sempre omitia todas essas coisas, eu sentia medo mesmo sabendo que ficariam do meu lado. É confuso, mas é o que se passava dentro de mim.

Sandra ergueu sua mão livre e afagou o meu cabelo, me fazendo olhá-la. Eu queria chorar, mas eu prendi o impulso na garganta. Tê-las longe de mim era como manter um pequeno buraco no lado esquerdo do peito, nos piores momentos de minha vida elas estavam ao meu lado, me empurrando para frente, viver uma rotina em que elas não faziam mais parte era muito complicado.

: - Nós te amamos, Camila. – Seus lábios tremeram levemente, sua mão em meu cabelo desceu e pousou em cima da minha. – Morremos de saudades todos os dias, não existe um em que não falamos de você, que não oramos por você. Mesmo não concordando com tudo, eu estou aqui e não vou sair, assim como Marielle, eu tenho certeza. Eu sei que Lauren e você se amam, eu posso ver isso e jamais poderia cometer o erro de julgá-las. Eu fui educada de um jeito, e nesse jeito incluí permanecer ao lado de quem amo, estendendo a mão sempre que preciso for. Eu só quero que você seja feliz, e eu sei que sua felicidade está com Lauren. Eu gosto dela, sabe? Ela é legal e te faz sorrir tanto, cuida de você, tem culpa por você ser essa mulher hoje em dia. Eu tenho orgulho de você, não importa o que minha crença diz, o que meus pais dizem, eu vou ficar do seu lado como deve ser.

Quando ela terminou de dizer, seus olhos estavam molhados. Ela queria chorar, mas eu sabia que ela só faria aquilo quando estivesse nos meus braços. Eu não sei lhe dizer como estava me sentindo, ouvir todas aquelas coisas da boca de uma das pessoas mais importantes da minha vida me deixou sem reação. Era bom demais, sabe? Mesmo com todas as dificuldades que a situação trazia, ela estava ao meu lado e eu não tinha como agradecer. Eu desejei Marielle ali também, e a senti bem perto quando puxei Sandra para um abraço, apertando com força e saudade seu corpo contra o meu. Eu poderia ficar ali para sempre, assim como desejava ficar quando era mais nova.

: - Eu te amo. – Eu disse quando ela chorou em meu ombro, minhas próprias lágrimas vazando por baixo das minhas pálpebras fechadas com força. – Obrigada por tudo, desculpe a minha ausência, desculpe por tudo o que deixei de compartilhar com vocês. Eu prometo que vou dar tudo de mim para correr atrás do tempo que perdemos, eu prometo.

Eu me desculpei pelo o que estava omitindo, pelo o que não poderia compartilhar até que o dia chegasse. Eu teria que esconder dela e do resto que o meu sonho teria um ponto final, até que a última folha fosse escrita. Eu me desculpei por antecedência.

: - Nós vamos estar aqui sempre que você voltar para casa, isso nunca vai mudar.

Eu vou voltar de vez em breve, muito em breve. Eu pensei tristemente. Sandra nos separou um pouco e beijou minha bochecha, retirando os óculos para secar seus lindos olhos. Eu me adiantei e fiz isso para ela, depositando um pequeno beijo em cima de cada um deles.

: - Eu tenho certeza disso. – Afaguei suas bochechas e beijei sua testa. – É por isso que nós estamos aqui.

: - Odeio esse clima melancólico que vem acompanhando o Natal.

Sandra riu sem graça e negou com a cabeça, colocando os óculos novamente.

: - Odeio quando você quebra nossos momentos. – Eu bati de leve em seu ombro a empurrando para trás, secando os meus olhos. – Você é uma ogra, por isso que eu gosto mais de Marielle.

: - Isso é falta de consideração comigo. – Sandra me empurrou de volta, mas ela empurrou tão forte que eu cai de costas sobre o sofá. Nós explodimos em uma gargalhada, o som alto se misturando com o canto dos pássaros no jardim. – Você é frouxa igual Marielle, por isso gosta mais dela.

: - Talvez seja por isso mesmo. – A dei língua.

: - Não importa, de qualquer forma eu sou melhor do que ela. Mais bonita, mais gostosa, mais tudo.

Eu tornei a me sentar e a encarei séria, ajeitando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.

: - Mais gostosa? – Eu sorri maliciosamente com o canto dos lábios e a vi erguer as sobrancelhas. – Você sabe que...

: - Camila!

Ela exclamou chegando para trás sobre o sofá, eu cheguei para frente.

: - O quê?

Eu perguntei a fitando do jeito que fitava Lauren quando queria provocá-la, ou assustá-la.

: - Não me olha desse jeito, eu conheço esse olhar e não gosto dele.

Sandra disse em um tom apavorado, erguendo a mão direita para empurrar meu ombro para trás quando eu avancei novamente.

: - E que olhar é esse?

: - Você olha pra Lauren desse jeito.

: - Uhum, e Lauren é minha namorada. Você é minha melhor amiga, mas acho que não faz diferença.  

Eu já estava tão perto dela que a vi levantar do sofá em um pulo, ajeitando os óculos no rosto antes de se afastar dois passos. Eu segurei o riso na garganta, a expressão de Sandra era hilária. Eu passei todos aqueles anos da minha vida fazendo brincadeiras estúpidas com ela, por que perderia a chance bem naquele momento?

: - Você andou usando alguma substância errada nos últimos tempos?

: - Talvez eu tenha fumado maconha, mas e daí?

Eu me levantei e joguei o cabelo para o lado enquanto me aproximava.

: - Pode parando.

Sandra ergueu as duas mãos abertas na minha frente, andando para trás.

: - Por quê? Você disse que é mais gostosa que Marielle, então vem cá, me deixe ver.

Eu estava brincando com o perigo, mas quem disse que eu tinha limites? Nunca na minha vida. Nós ganhamos o gramado do jardim e a luz do sol caiu sobre nós, me mostrando todos os detalhes da expressão aterrorizada que ela tinha no rosto. Eu queria rir tanto, filmar e mostrar para Marielle.

: - Você não pode dizer essas coisas pra mim. Nós crescemos juntas e eu sou cem por cento hétero.

Nós já estávamos perto das cercas que rodeavam a minha casa, eu só queria que ela encostasse lá.

: - Lauren também dizia ser hétero, e olha só pra ela hoje.

Eu mordi o lábio inferior e a empurrei contra a cerca alta. Seus olhos quase saltaram de sua face.

: - Camila!

Sandra gritou alto o bastante para chamar atenção de quem estava dentro da minha casa e de quem passava pela calçada.

: - Shiu! Eu só quero ver se você é mais gostosa do que Marielle, prometo que farei isso bem rápido.

: - Não!

Mais um pouco e ela choraria, eu tinha certeza.

: - Sim!

Eu disse sorrindo com a língua entre os dentes antes de atacar a barriga dela com cosquinhas. Sandra explodiu em uma gargalhada se curvando para frente, seu rosto ficando vermelho enquanto eu a maltratava.

: - Para... C-camila. – Ela ria de perder o ar e aquele som me enchia de alegria, que saudades em senti de nossas brincadeiras fora de hora. – Para!

: - Olha aqui essa carne... – Eu belisquei sua barriga antes de voltar para as cosquinhas, ela já estava quase deitada no gramado. – Olha que coisa gostosa. Isso não estava aqui antes, você ganhou alguns quilos.

: - Idiota.

Ela gritou quando ficou de quatro, tentando fugir das minhas mãos que a procuravam. O que Sandra não sabia era que eu tinha uma agilidade com os dedos maior do que parecia, fugir não seria possível nem que ela tentasse muito. Culpa de Lauren, me ensinou bastante. Eu sorri com meus pensamentos.

: - Vem cá. – Eu gritei quando ela tentou engatinhar para longe, me jogando sobre seu corpo a fazendo cair de barriga no meio do jardim. – Vem cá, gostosa.

: - Eu vou te m-matar, Camila. – Eu passei as cosquinhas para suas costelas, gargalhando por vê-la quase sem forças. – Para... Por favor.

: - Ataque de cosquinhas, Kaki.

Eu ouvi Sofi gritar e virei a cabeça para encontrá-la correndo em nossa direção, mal respirando quando ela se jogou nas minhas costas.

: - Não!

Eu gritei quando cai no gramado ao lado de Sandra, Sofia se sentando em cima da minha barriga, fazendo cosquinhas no meu pescoço com tanta força que quase doía.

: - Isso, Sofi.

Sandra gargalhou tentando recuperar o fôlego antes de começar a ajudar naquela porra. Eu odiava cosquinhas, eu tinha uma leia em que eu podia realizar tal ato, mas não podia receber.

: - Parem, por favor. – Eu ria tanto que sentia minha barriga doer. Eu poderia tirar Sofia dali com facilidade, mas o problema era Sandra já sentada em minhas pernas quase furando os meus pés com suas unhas. – Eu vou fazer xixi... Parem.

Eu avisei tarde demais, quando dei por mim já havia molhado todo o meu short jeans. Minhas bochechas coraram no mesmo instante, eu odiava quando aquilo acontecia. Sempre que eu ria demais ou algo parecido, fazia xixi nas calças. Tinha como ser mais constrangedor?

: - KAKI, VOCÊ FEZ XIXI. – Sofia gritou pulando da minha barriga, para o meu alívio. – VOCÊ FEZ XIXI E ME MOLHOU.

: - Camila, eu não acredito. – Sandra quase rolava no chão de tanto rir. Se deitada eu estava, deitada eu continuei. – Você mijou nas calças, meu Deus! Eu vou contar isso para Marielle, Álvaro e todo mundo que passar na minha frente.

Eu cobri o rosto com as mãos sem deixar de rir, seria trágico se não fosse cômico.

: - MAMA, A KAKI FEZ XIXI NO SHORT.

: - SOFI, FICA QUIETA. – Eu gritei para ela ao me sentar, olhando para baixo e observando vergonhosamente o estrago feito em meu jeans. – Miami inteira não precisa saber que eu me mijei. Isso é culpa de vocês com esse cacete de cosquinha.

: - Eu vou tirar uma foto e mandar para a Lauren.

Sandra disse sacando o Iphone do bolso do short, ficando de joelhos.

: - EU TE MATO, SANDRA GUZMAN. – Passei as mãos por minhas coxas retirando a grama presente e me levantei com dificuldade, torcendo o nariz para a região úmida no meio das minhas pernas. – Meu Deus! Que vergonha.

: - O quê? Ela te ama, iria achar lindo.

: - Cala a boca.

Eu ri envergonha e taquei meu chinelo na cabeça dela, lhe arrancando uma gargalhada.

: - Camila! – Minha mãe gritou parada na varanda, um avental na cintura e as mãos sujas de farinha. – Entra agora e toma um banho, tira logo esse short pra lavar. Tinha que fazer xixi na roupa? Não tem banheiro aqui em casa? Meu Deus! Você já é uma moça, o que Lauren vai pensar? Ah, mas eu vou contar pra ela, eu vou dizer sim...

Dona Sinu começou a tagarelar enquanto andava de volta para dentro, as mãos na cintura e a cabeça em movimentos de negação. Sofi ria de curvar o corpinho um pouco mais a frente.

: - Sua pestinha. Por que tinha que contar pra ela?

Eu torci sua orelha de leve depois de uma risada, fazendo-a beliscar minha perna.

: - Porque você é uma mijona. – Ela me deu língua e saiu correndo para dentro de casa, gritando antes de passar pela porta. – KAKI É UMA MIJONA.

: - Tá vendo o que você fez?

Eu perguntei a Sandra estreitando os meus olhos.

: - Você quem começou... Mijona.

: - Corre.

Eu disse imitando um rosnado e ela passou disparada na minha frente, me fazendo correr atrás dela explodindo em gargalhadas. Nós passamos toda a tarde daquele jeito, entre provocações e preparativos para a ceia. Marielle estava na casa da avó, só chegaria ao cair da noite, mal via a hora de abraça-la apertado como fiz com Sandra.  

O relógio marcava um pouco mais de nove horas quando eu sai do banheiro enrolada em uma toalha, o cabelo preso em um nó no alto da cabeça para não entrar em contato com a água. O vestido vermelho curtinho que eu usaria aquela noite estava sobre a cama, junto com alguns acessórios. Parei em frente ao espelho e deixei que a toalha caísse, revelando meu corpo nu recém-banhado e cheio de saudades. Eu sorri discretamente e suspirei enquanto me observava, notando as diferenças existentes ali.

O que eu via no espelho era a imagem de uma mulher, nada parecido com o que eu via há um ano. Não eram as minhas curvas que faziam de mim mais adulta, mas sim a áurea que me cobria da cabeça aos pés. Os meus seios estavam um pouco maiores e mais bonitos, minha barriga mais definida, minhas coxas mais grossa, minha bunda mais empinada, meus olhos mais vivos. Aquela áurea que fazia a imagem de uma mulher refletir no espelho do meu quarto era o efeito das mãos de Lauren, era efeito de seus lábios quentes que tocaram cada canto que eu conseguia ver, da língua habilidosa que me decifrou, dos dedos longos que me viraram do avesso. Ela havia me feito mulher de todas as formas, não haviam marcas de um passado sem ela no que eu via no espelho, não havia nada lá que eu não considerasse dela, nada mais era meu. Se eu pudesse dizer a Camila do passado que em breve Lauren faria dela algo estonteante, que toda aquela insegurança não era necessária, acredite, eu diria.

: - Eu te falaria que você iria se tornar uma mulher linda, Camila. – Eu disse para a minha imagem no espelho, orgulhosa do que me tornei. – Não era preciso todo aquele medo. Eu te falaria que iria existir alguém que amaria até os seus defeitos, até aquela parte em seu corpo que você detestava. Eu te falaria que Lauren amaria você mais do que qualquer outra coisa, e que sua insegurança não seria nada perto do que ela te faria sentir. Se eu pudesse, eu te falaria. Você teria chorado muito menos.

Eu ergui o queixo e enxerguei meus olhos úmidos, mas não eram lágrimas de tristeza, eram de felicidade, prazer, orgulho por ter superado todas as coisas que um dia me colocaram para baixo. E sabe por quê? Porque Lauren me amava, e me ensinou a me amar do jeito que eu era mesmo sem saber disso. Eu devia aquilo à ela pelo resto da vida.

Sorri uma última vez para a mulher que me encarava no espelho e virei de costas, andando até a cama e pegando o pano leve do vestido entre os dedos. Naquele Natal, o primeiro Natal que Lauren e eu passaríamos namorando, eu iria me arrumar para ela, eu fazia tudo para ela e por ela. Se existia algum motivo para eu estar me sentindo bem comigo mesma, o motivo era ela e no que me transformou. Eu queria estar mais do que bonita para vê-la mais tarde, por mais que fossemos virar a meia noite com nossas famílias, eu sabia que ela iria dirigir no meio da madrugada até a minha casa para dormir comigo, nós prometemos há algum tempo que não voltaríamos a dormir longe uma da outra.

Eu me arrumei com calma, não esquecendo de nenhum detalhe. Eu coloquei saltos pretos porque eu sabia que Lauren amava aqueles sapatos, coloquei brincos delicados em pérolas brancas porque ela dizia que ficavam perfeitos e enfeitavam o meu rosto. Eu trancei o meu cabelo sobre o ombro direito, colocando um laço preto de bolinhas vermelhas na ponta porque ela venerava tranças. Desenhei o contorno dos olhos com o delineador, puxando pequenas pontinhas nos cantinhos porque ela achava sexy. Pintei os lábios com um batom vermelho forte porque ela adorava me beijar para manchar a sua boca. Eu sorri ao me observar pronta no espelho porque eu sabia que iria fazê-la suspirar pelo resto da noite. Meu coração acelerou rapidamente porque Lauren amaria, e se ela amaria, não havia nada mais que pudesse me deixar mais feliz naquela noite de Natal.

Meu celular começou a tocar sobre a cama, eu sabia que era ela. Eu sempre sabia quando ela me ligava, nem mesmo sei o por quê. Conexão? Talvez. Sorri e andei até a cama, pegando o celular em mãos para olhar sua foto no visor. Mordi o lábio inferior e atendi a ligação, começando a andar pelo quarto.

: - Ei.

Eu disse com o mesmo sorriso idiota no rosto.

: - Oi, meu amor.

Sua voz rouca saiu tão gostosa que me fez suspirar. Fazia dois dias que não nos víamos, desde que pisamos em Miami. Havíamos completado três meses de namoro dia 23 de Dezembro e não conseguimos comemorar, com toda a saudade de nossas famílias, combinamos que faríamos isso depois.

: - Como você está?

Perguntei correndo o dedo pela a minha estante, ajeitando rapidamente um porta retrato sobre ela.

: - Melhor agora ouvindo a tua voz. – Eu sorri tanto que minha boca doeu. – Deus! Estou morrendo de saudades.

: - Eu também. Você vai vir dormir comigo, não vai?

Perguntei apenas para confirmar, queria ter certeza de que não passaria a noite sozinha.

: - É claro. Eu não durmo sem você nem que me paguem um show da Lana. – Eu ri negando com a cabeça e ela me acompanhou. – Eu vou estar ai lá pelas duas da manhã, com certeza.

: - Que bom, estou ansiosa. – Sentei-me na cama e apoiei a mão direita atrás de mim sobre o colchão. – Como estão as coisas na sua casa?

: - Pelo incrível que pareça, até agora não aconteceu nenhuma briga. Eu não quero discutir com minha mãe logo no Natal, então estou relevando algumas coisas.

: - Está fazendo certo. – Eu suspirei abaixando os olhos para o meu vestido. – Deixa ela falar, ignora. Ela não está implicando porque você vai vir dormir aqui em casa, está?

: - Estava. – Lauren suspirou do outro lado da linha, sabia que estava rolando os olhos. – Mas meu pai conversou com ela e agora parece tudo bem. De qualquer forma eu vou nem que seja a pé, não vou poupar uma briga para ficar contigo.

: - Não vai brigar com ninguém, para com isso. – Eu bufei e me levantei, ajeitando o vestido no corpo e caminhando até a porta do meu quarto. – Seu pai vai ajudá-la, você vai ver. Mantenha seus nervos no lugar.

: - Só porque você está pedindo.

Ela riu sem humor e eu ri de forma contrária. Lauren nunca iria parar de ser explosiva?

: - Estressadinha.

Abri a porta e sai de meu quarto, já estava na hora de descer.

: - Linda. – Ela disse com um suspiro e eu podia jurar que estava sorrindo. Parei no meio do caminho e me encostei na parede, fechando os olhos rapidamente. – E eu te amo, só pra você não esquecer.

: - Diz de novo. – Pedi de forma manhosa.

: - Eu te amo. – Ela devolveu no mesmo tom.

: - Eu também te amo. – Eu ri baixinho com o peito aquecido, estava louca para abraçá-la. – Agora vá se arrumar, se eu bem te conheço tenho certeza que ainda não fez isso.

: - Não mesmo. – Ela riu, a voz falhando um pouco, acho que estava se movendo. – Vou tomar banho, amor, nós nos falamos mais tarde.

: - Ok. – Eu mordi o lábio inferior para conter o sorriso quando pensei em uma coisa. – Amor, posso pedir uma coisa?

: - O que quiser.

Eu me desencostei da parede e cobri metade da boca com a mão, para que minha voz saísse abafada.

: - Sabe aquela sua cueca preta feminina que deixa metade da sua bunda de fora?

Eu perguntei sentindo a minhas bochechas arderem.

: - Hmmm. – Ela fez um som nasal que me arrepiou. – Sei... O que tem ela?

: - Coloque. – Sorri de canto com os olhos fixos na porta do quarto de Sofi. – Não importa se vai usar vestido ou calça, apenas coloque. Eu quero vê-la nela mais tarde.

: - Eu acho que estou ficando bem animada. – A voz de Lauren saiu um tom mais rouco do que o normal, quase um sussurro. – E eu gosto disso.

: - Para de falar nesse tom. – Eu sacudi a cabeça para me livrar de pensamentos. – Apenas diga que vai colocar.

: - Eu vou colocar, eu nunca nego nada pra você. – Naquela nossa conexão assustadora que me amedrontava, Lauren suspirou antes de dizer. – Não morda o lábio, Camila, eu sei que está fazendo isso e infelizmente eu não estou ai agora para morder por você.

: - Cala a boca. – Eu rugi rindo nervosamente quando voltei a andar na direção da escada. – Vou desligar, até mais tarde.

Lauren riu da mesma forma nervosa que eu do outro lado da linha.

: - Você é uma provocadora barata e frouxa. – Eu sentia um pequeno calor. – Vai me pagar por isso mais tarde.

: - Mal posso esperar.

Eu estava descendo as escadas um pouco trêmula, aquela garota me deixava tonta.

: - Tchau! – Ela disse me arrancando um sorriso. – Vou pensar em você no meu banho.

: - Tchau, Lauren. – Eu ri quando entrei na sala e passei a mão pela nuca, secando um pouco do suor que havia se formado. – Tchau!

: - Beijos, amor. Até mais tarde.

Ela riu maliciosa e eu praguejei. Vontade de bater nela, me faria ficar imaginando o banho que eu tanto queria que ela compartilhasse comigo.

: - Até, amor.

Eu desliguei a ligação antes que ela me respondesse, se continuássemos com certeza tomaria outro banho, e o pior, sem ela. Neguei com a cabeça e segui o barulho que vinha da sala de jantar, um cheiro bom fazendo meu estômago roncar. Meus pais e algumas pessoas de minha família ali estavam reunidas, todos bem arrumados e cheirosos. A mesa enorme estava repleta de comidas natalinas e velas, tudo arrumado com a decoração de Natal. Eu adorava aquela data, mas tudo por causa das comidas, nem preciso comentar que eu comia pelo ano inteiro quando dava meia noite.

Sofi estava linda em seu vestido vermelho de bolinhas brancas, mais saltitante que lebre. Ela corria o tempo todo, o que fazia minha mãe gritar para que ela parasse constantemente. As horas passaram devagar, mas eu me divertia sem pensar no passado e sem me lamentar, eu decidi que iria fazer valer a pena cada passo que eu desse, e faria. Estava sentada no braço do sofá observando as crianças brincarem quando senti alguém parando ao meu lado, erguendo os olhos para encontrar meu pai. Sorri para ele.

: - Toma. – Com um sorriso pequeno ele estendeu uma taça de vinho para mim. – Hoje você pode.

: - Eu devo agradecer por você estar me dando álcool?

Perguntei depois de pegar a taça e tomar um pequeno gole, lhe arrancando uma risada.

: - Deveria, estou sendo gentil com você. Todos estão bebendo, não queria que ficasse com água na boca.

: - Sendo assim, obrigada, papa.

 Bebi mais um pouco e sorri abertamente. Aquele era bom, muito bom.

: - De nada, meu bem. – Meu pai bebeu um pouco de seu vinho, observando ao seu redor ao passar o braço esquerdo por meus ombros. – Como se sente essa noite?

: - Animada.

Passei a língua pelos lábios a me ajeitei no braço do sofá, cruzando uma das pernas.

: - Isso tem a ver com Lauren? – Ela riu baixinho e eu o acompanhei. – Eu aposto que tem. Aposto cem dólares.

: - Eu não tenho cem dólares para lhe dar no momento, então não vou apostar. – Eu ri erguendo meus olhos para ele. – Mas sim, tem a ver com ela.

: - Eu sei. – De forma carinhosa ele afagou meu ombro esquerdo. – Você está linda, ela vai lhe dizer isso o tempo todo está noite.

Ele não estava me olhando, mas o tom quente em sua voz me causou um reboliço no estômago. Ouvir meu pai me dizer aquilo me fez sorrir mais do que planejei. Ele estava sendo tão doce, tão perfeito que eu senti vontade de abraçá-lo com força

: - Você acha?

Perguntei quando ele acariciou meu ombro de novo, bebendo mais um pouco de seu vinho.

: - Certeza. – Abaixou seus olhos para mim e sorriu. – Sabe, querida, desde quando eu conheci sua mãe eu digo o quanto a acho linda o tempo todo. Tudo nela me faz suspirar desde as primeiras horas da manhã, até quando nos deitamos para dormir. Mulheres amam elogios, e quando amamos essas mulheres, esses elogios saem de nossas bocas até quando não queremos. Elas são lindas de manhã, tarde e noite, quando estão sorrindo ou quando estão chorando. E quando estão bravas? Quando elas estão bravas ficam mais bonitas ainda. Eu tenho certeza que a primeira coisa que Lauren dirá hoje quando lhe ver será o quão perfeita você está. Sabe por quê? Porque ela te ama, assim como eu amo sua mãe.

Meu peito estava inflando embaixo do meu vestido, eu fiquei tão emocionada e sem reação que tudo o que fiz foi chegar minha cabeça para o lado e encostá-la no abdômen de meu pai. Ele havia me deixado sem palavras.

: - Essa foi a coisa mais linda que já escutei na minha vida, papa.

Eu disse com toda a sinceridade que eu poderia usar, fechando meus olhos para sentir seu carinho em meu braço. Ele suspirou, e se curvou um pouco para beijar a minha cabeça.

: - Você vai escutar coisas mais bonitas quando se casar, princesa. – Ele riu cheio de humor e deu dois tapinhas em meu ombro, me fazendo rir com lágrimas sambando nos olhos. – Mas não se preocupe, eu não vou me importar em perder o meu posto de melhor filósofo para Lauren.

: - Você gosta mesmo dela, não é?

Perguntei erguendo meus olhos para ele novamente, recebendo um sorriso sincero.

: - Eu a amo, ela é como uma filha pra mim. Ela te ama, cuida de você, te faz feliz, eu não tenho como não gostar dela.

: - Isso me deixa feliz de uma forma inenarrável, papa.

: - É essa a intenção, querida, é essa a intenção. – Ele beijou minha cabeça de novo e sorriu. – Agora beba o seu vinho, aproveite.

: - Como nunca. – Estendi minha taça para ele e nós fizemos um brinde rápido. – Pelo clima natalino.

: - Pelo amor.

Ele disse piscando um dos olhos, antes que eu pudesse sorrir e beber mais um pouco do meu vinho. Aquela noite estava sendo especial de um jeito único, eu só tinha que agradecer a Deus por isso.

Quando o relógio marcou meia noite foi uma festa só, eu recebi tantos abraços que me encontrei toda desajeitada no final daquela muvuca. Uma falação sem fim, risadas altas e barulhos de pratos eram ouvidos o tempo todo. Todo mundo estava eufórico mesmo por poder comer, eu tinha certeza. Ou eu era a única esfomeada? Nós trocamos presentes ao redor da árvore de Natal depois da ceia, para alegria de Sofia. Ela ganhou tanta coisa que nem conseguia carregar para seu quarto com aqueles bracinhos pequenos. Meu celular vibrou depois de um tempo, não era uma ligação, mas sim notificação no wpp. Abri o app mais do que rápido, sorrindo ao ler a mensagem.

“Feliz Natal, meu amor. Daqui a pouco eu estou ai para lhe dar o abraço que não pude dar meia noite. Espero que esteja se divertindo. Eu te amo.”

Feliz Natal, amor. Eu estou ansiosa para ver você. Quando estiver vindo, por favor, me avisa. Eu também te amo.”

Enviei a mensagem e travei o visor, sabia que ela não iria responder mesmo tendo visualizado, se respondesse não iríamos fazer mais nada além de nos falar por wpp, esquecendo de nossas famílias e do resto. Conforme o tempo ia passando, as meninas me desejavam Feliz Natal da mesma forma que Lauren. Eu estava morrendo de saudades delas, mais do que podia dizer e lamentar.

Eu esperei arduamente pelas duas da manhã entre conversas e risadas com as pessoas que ainda estavam em minha casa, verificando de cinco em cinco minutos as horas no Iphone. Quando Lauren me avisou que estava entrando no carro aquele momento para dirigir até a minha casa, eu corri para o portão. Por mais que ela tenha dito para que eu a esperasse do lado de dentro, pois não me queria na rua àquela hora, eu a desobedeci e fiquei parada com um sorriso maior que a cara na frente do portão. Eu levaria um pequeno esporro dela, mas pouco me importava.

Não demorou quinze minutos e eu vi o carro de seus pais entrando na minha rua, meu coração sambou no meu peito. Eu não podia vê-la ainda, mas saber que ela estava tão perto me deixava eufórica. Eu balancei os joelhos para frente e para trás em ansiedade quando ela estacionou na calçada, abrindo a porta do carro e permanecendo dentro por alguns segundos antes de sair. O coração que batia no meu peito de forma feroz passou a bater na minha garganta, parecia que meus olhos passaram a enxergar em câmera lenta conforme ela se aproximava de mim. Deus! Ela estava a coisa mais linda que eu já havia visto em toda a minha vida. Seu cabelo estava preso em um coque desfiado mais do que charmoso, pequenas mechas formavam duas pequenas tranças nas laterais, completando o penteado que deu à ela um ar muito mais adulto. Seu corpo estava coberto por um vestido preto tomara que caia bem justo, marcando seu quadril conforme ela se movia e metade de suas coxas. Nos pés saltos azuis tão altos que eu ergui meus olhos para olhá-la quando ela finalmente parou na minha frente. Engoli a saliva e pisquei de forma lenta, eu estava hipnotizada.

: - Oi. – Ela sorriu para mim por trás de lábios cobertos por um batom escuro, os olhos tão verdes que pareciam colorir a minha alma. – Você está linda. Eu iria brigar com você por estar aqui fora, quando eu disse para permanecer lá dentro, mas não sei dizer outra coisa além de ‘você está linda.’

Com calma ela tocou a minha bochecha com a mão direita, correndo seu dedão pela pele macia me fazendo suspirar longamente. Eu me sentia mole, não sabia dizer se era a saudade ou o efeito de seu olhar profundo sobre mim.

: - Não me diga que estou linda quando não tenho palavras para dizer o que você está. – Eu desci meus olhos para olhá-la dos pés à cabeça, eu realmente não tinha palavras. – Eu só sei suspirar e babar... Eu acho.

Lauren riu baixinho e negou com a cabeça, descendo sua mão direita pela lateral do meu corpo até envolver a minha cintura, me puxando para ela. Abraçamos-nos calorosamente, seu cheiro natural e intenso invadindo a minha respiração. Ela estava um pouco mais alta do que eu, o que me permitiu descansar a cabeça perto de sua clavícula saliente. Só então fui perceber que ela trazia uma bolsa grande na mão esquerda, deveriam ser as coisas que precisaria para passar a noite. Com calma e ternura, Lauren esfregou minhas costas com a mão livre e abaixou a cabeça para roçar seu nariz no meu.

: - Vamos entrar, Camz... Está deserto aqui fora.

: - Vamos.

Me separei dela e peguei em sua mão, puxando-a para dentro. Tranquei o portão e nós ganhamos o gramado do jardim, andando na direção da varanda iluminada e enfeitada por pequenas luzes de Natal. Eu subi as escadinhas na frente com um sorriso no rosto.

: - Ei, ei. – Lauren puxou minha mão quando pisamos na varanda, me fazendo virar de frente para ela. – Vai pra onde com tanta pressa?

Ela me perguntou se aproximando mais um pouco, colocando sua bolsa no sofá ao lado antes de me olhar novamente.

: - Não quer entrar agora?

Perguntei segurando em sua cintura com as duas mãos, vibrando por sentir sua pele quente mesmo por cima do tecido do vestido. Ela sorriu de canto e curvou um pouco a cabeça para o lado, subindo suas mãos por meus braços, meus ombros até o meu pescoço, onde iniciou uma carícia leve.

: - Nós vamos entrar, mas depois, agora vamos fazer outra coisa.

Eu passei a língua pelo canto dos lábios porque ela fixou o olhar em minha boca de forma intensa, sem desviar.

: - O quê?

Perguntei depois de um suspiro, piscando lentamente por causa da carícia que ela mantinha na minha nuca.

: - Lembra daquela entrevista no final de 2012, em que você disse que a pessoa que eu beijaria embaixo do visco seria você?

Ela perguntou doce, seus olhos enlouquecedores subindo para fitar os meus olhos. Eu sorri pela lembrança que sacudiu o meu corpo, flash’s daquela entrevista fazendo meu coração vibrar mais um pouco.

: - Como esquecer? Foi um dos momentos mais impulsivos da minha vida. Mas eu não me arrependo de ter dito, eu preciso deixar isso claro.

Eu avisei acariciando sua cintura, subindo de leve as mãos até suas costelas, descendo novamente para o ponto de partida. Lauren sorriu de canto, aquele sorriso que me dizia que ela havia gostado da minha resposta.

: - Eu sei que você não se arrepende, por isso eu acho que está na hora de realizar o seu desejo.

Eu ergui a sobrancelha e abri um sorriso.

: - Como?

: - Olhe para cima, Camz, nós estamos embaixo de um visco. Você sabe o que diz a tradição? Diz que quando duas pessoas param sob um desses, não devem sair até que se beijem.

Com o corpo levemente trêmulo, eu ergui meus olhos para o teto da varanda e observei uma bola de visco pendurada no meio das decorações de Natal. Aquilo só poderia ser pegadinha da vida, eu nem mesmo vi mama colocá-lo ali mais cedo. Coloquei meus olhos em seu rosto novamente e a encontrei concentrada demais, uma expressão maravilhosa enfeitando a perfeição que era a sua face. Uma emoção doce e quente sufocando o meu peito.

: - Hoje depois do banho, eu me olhei no espelho e pensei que se pudesse dizer algumas coisas para a Camila do passado, eu diria que você iria amá-la com todos os defeitos. Se eu pudesse dizer agora algo para a Camila que deixei naquele final de 2012, eu diria à ela que você a beijaria sim embaixo do visco, no Natal de 2014. Eu diria para ela não chorar aquela noite, eu diria para ela não se condenar por ter sido impulsiva. Eu diria que ela teria você para beijá-la em um breve Natal.

Os olhos de Lauren brilhavam tanto que eu pensei que ela choraria, mas não eram lágrimas que os banhavam, era paixão, sabe? Amor, muito amor. Lembranças de um tempo não muito longe, falta do que poderíamos ter feito, falta de algo que nem mesmo aconteceu.

: - Então diga para a Camila de agora que eu vou beijá-la sob o visco em cada 25 de Dezembro. Diga para ela que esse Natal é só o primeiro que vamos passar juntas. Diga que eu vou dizer para a Lauren do passado que ela foi uma completa idiota por todo aquele tempo, por ter perdido a oportunidade de beijar a Camila de 2012 sob um visco igual a esse, aqui ou em outro lugar. Eu vou dizer para a Lauren de 2012 que a Lauren de hoje é a que tem a felicidade entre os dedos de verdade. Eu vou deixar claro que ela não poderia ter caminhado para lugar melhor, porque era aqui que ela precisava estar desde o início, do seu lado.

Os planos de não chorar foram para o inferno, meus olhos estavam repletos de lágrimas, meu coração batendo forte dentro do meu peito. Eu separei os lábios para dizer algo, mais Lauren me puxou pela nuca e colou nossas testas, fechando seus olhos.

: - Shiu! Não diga nada, apenas feche seus olhos e me deixe beijá-la. Eu quero guardar a lembrança do nosso primeiro beijo embaixo do visco da melhor forma que eu puder... Só feche seus olhos.

Eu a obedeci e travei as pálpebras, a lágrima quente e solitária rolou pela minha bochecha. Todas aquelas emoções estavam causando um reboliço dentro de mim, lembranças do passado, lembranças para o futuro. Eu me sentia tão fervente que poderia explodir. Lauren limpou a lágrima em minha bochecha, meus olhos fechados não me deixavam ver, mas eu sabia que ela estava sorrindo. Sem pressa ela correu a ponta do dedo indicador por cima da minha sobrancelha direita, descendo para o nariz até contornar os meus lábios. Eu os separei em reflexo, suspirando quando ela roçou sua boca pela região. Eu tremi porque queria mais, minhas mãos inquietas subindo por suas costas. Ela suspirou profundamente antes de prender meu lábio inferior entre seus próprios lábios, soltando logo depois para fazer o mesmo com o de cima. Eu ofeguei e a puxei mais para mim, abrindo mais a boca na esperança de que ela aprofundasse logo. Suas unhas corriam a minha nuca, me arrepiando tanto que comecei a sofrer calafrios constantes. Quando seu hálito cheiroso invadiu a minha respiração, Lauren serpenteou sua língua quente para dentro da brecha que meus lábios proporcionavam, me fazendo gemer baixinho em aprovação.

Eu agradeci a sei lá quem quando começamos a nos beijar ali, na minha varanda, embaixo do visco natalino. Não era um beijo desesperado e com segundas intenções, era um beijo calmo e carinhoso, mas sem deixar de ser intenso. Eu suspirava enquanto nossas línguas se massageavam, seu gosto delicioso enviando vibrações até meus dedos dos pés cobertos pelos saltos. Eu ergui as duas mãos e segurei seu rosto quando trocamos as posições de nossas cabeças, os braços dela, por sua vez, abraçando a minha cintura. Estávamos tão coladas que nossos corpos se roçavam levemente. Sons de satisfação saindo por sua garganta quando eu puxei entre os dentes seu lábio inferior, deixando minha língua vagar pelo local logo depois. Nós nos separamos quando sentimos a falta do oxigênio, grudando nossas testas e sorrindo ainda de olhos fechados.

: - Eu amo sujar a minha boca com o seu batom. O gosto fica melhor ainda sabendo que foi o nosso primeiro beijo embaixo do visco. – Lembra do que eu disse sobre isso mais cedo? Sorri e desci minhas mãos por seus braços. – E eu amo a sua boca.

: - Hmmm, e eu amo você. – Selei seus lábios e abri meus olhos, correndo a ponta dos dedos ao redor de sua boca para limpar o que estava borrado. – Mas eu vou limpar toda essa bagunça antes de entrarmos, ou vamos dar na cara o que ficamos fazendo aqui fora.

Lauren riu divertida e ergueu seus dedos para limpar meus lábios da mesma forma.

: - Eles não podem reclamar de nada, beijar sob o visco é tradição.

: - Você é uma cínica.

Eu bati de leve em seu ombro quando terminei e ganhei mais um selinho.

: - Mas eu te amo.

: - Eu sei. – Eu disse fitando seus olhos uma última vez antes de pegar a bolsa que ela havia deixado no sofá e entregá-la, entrelaçando nossos dedos. – Agora vamos para dentro, ficar um pouco com a minha família e depois inventar uma desculpar qualquer para subir, eu estou louca para ficar sozinha com você.

Lauren colocou aquele sorriso encantador no canto dos lábios e começou a me acompanhar para dentro.

: - “Louca” já nem é a palavra certa para usar, baby.

Nós rimos juntas e entramos na minha casa sem olhar para trás. Ficamos um bom tempo com minha família na sala, conversando, rindo, bebendo, ouvindo música. Todos adoravam Lauren, eu não poderia me sentir mais satisfeita que aquilo.

Já era mais de quatro da manhã quando Lauren e eu subimos para o meu quarto, deixando meus pais e alguns familiares na sala. Ela trancou a porta e retirou os saltos, os jogando em qualquer canto. Eu observei um pouco tonta por causa das taças de vinho que tomei, suas mãos ágeis desfazendo o coque feito em seu cabelo, junto com as delicadas tranças. As mechas pesadas caíram por suas costas, cobrindo seus ombros nus. Parecia que ela havia acabado de transar loucamente por conta do jeito desgrenhado que seu cabelo estava, sexy de uma forma que me fez suspirar.

Lauren também estava tonta, seus olhos verdes brilhavam audaciosos com o toque do álcool, mas nada que a impedisse de ter o controle de suas ações. Eu fui chegando para trás enquanto ela chegava para frente, subindo da mesma forma ágil o vestido que usava, por suas coxas, quadril, seios até que ele passasse por sua cabeça e estivesse fora de seu corpo. Eu arfei, meu peito subindo e descendo em uma respiração rápida quando travei os meus olhos em seu quadril, coberto pela cueca feminina que eu tanto adorava. As coxas de Lauren eram uma loucura, tão grossas que se roçavam quando ela andava. Eu cheguei um pouco a cabeça para o lado só para observar parte de sua bunda totalmente de fora do pano preto. Me distraí tanto que mal percebi quando comecei a derrubar quase tudo de cima da minha estante, seu corpo se chocando no meu e me apertando contra o móvel. Em um movimento rápido ela me colocou sentada ali em cima, erguendo o meu vestido até o meu quadril. Seu hálito quente banhando o meu rosto, o cheiro do álcool me tentando quando sua boca roçou a minha.

: - Aperta. – Ela disse sob um ofego, puxando as alças do meu vestido para baixo, liberando os meus ombros e os meus seios. Eu iria perguntar o que deveria apertar, mas ela continuou me deixando tonta antes que eu pudesse erguer a voz. – Aperta a minha bunda. Não era essa a tua intenção quando me pediu para colocar essa cueca?

: - Sim...

Eu gemi baixinho puxando seu cabelo para trás, meus olhos fechados enquanto sua língua corria o meu pescoço.

: - Então pega, Camila. – Usando da brutalidade que eu amava e que a nossa saudade exigia, Lauren puxou minhas mãos para baixo e colocou cada uma em cima de suas nádegas. Eu apertei com força a puxando mais para mim, ouvindo seu pequeno gemido de prazer. Céus! Eu poderia passar a noite toda fazendo aquilo. – Isso, com força. Com as unhas...

: - Lauren!

Eu gemi um tom mais alto quando ela beliscou meu mamilo direito, onde cravei minhas unhas em sua bunda com toda a força que eu consegui. Graças a Deus a música lá embaixo estava um pouco alta, caso contrário todo mundo escutaria fácil o sons em meu quarto.

: - Oh! Porra. – Ela rosnou no meu pescoço, seus dentes mordendo perto do meu ponto de pulso. – Oh, Camila. Outra vez... Vai.

Eu repeti o ato e ela gemeu mais alto, me fazendo beijá-la com pressa e subir as unhas cravadas na carne de sua bunda até suas costas. O que começamos a fazer a partir dali incluía uma intensidade que nunca havíamos usado antes, nem mesmo quando ela voltou de Miami. Fazia um bom tempo que Lauren e eu não transávamos, não por falta de vontade, mas sim de tempo. Trabalhávamos tanto o dia inteiro que quando chegávamos em casa a noite, só tínhamos força para tomar banho e dormir.

Todos os toques eram dados com uma brutalidade maior do que o normal, meus lábios estava doloridos pela força em que nos beijávamos, a estante balançando conforme ela se esfregava em mim por cima de nossas peças intimas. Eu mordi o lábio para calar um gemido mais alto quando sua boca sugou meu mamilo esquerdo, suas mãos puxando para baixo a minha calcinha junto com o meu vestido, os deixando cair por meus tornozelos. Eu ergui os meus pés ainda com os meus saltos para abaixar sua cueca enquanto embolava as mãos em seus cabelos, forçando sua cabeça em meu seio para que ela não ousasse retirar a boca dali. Sua língua fazia um trabalho maravilhoso, lambendo e brincando naquela região sensível intercalando de um para o outro. Eu sentia a minha excitação molhar a madeira do móvel em que eu estava sentada, a boca de Lauren descendo para a minha barriga, seus dentes mordendo a minha pele e me enlouquecendo.  

: - Você está encharcando a estante. – Ela disse abafado contra o meu ventre, puxando mais o meu quadril para frente antes de inalar com força entre as minhas pernas. – Puta merda, Camila. Eu vou te foder a noite toda.

Eu puxei seu cabelo e trouxe sua cabeça para mais perto, sua boca tomando conta da minha virilha. Eu poderia gozar só com aquilo, eu já estava descontrolada e nem mesmo sabia mais onde estava. Adorava com todas as minhas forças quando ela começava a me falar putaria, eu sentia meu corpo sacudir com aquelas palavras cruas, eu gostava muito mais daquele jeito.

: - Oh, sim... – Lauren começou a distribuir chupões pela parte interna das minhas coxas. As mãos nervosas acertando pequenos tapas perto das minhas nádegas. – Me fode daquele seu jeito gostoso, me faz gozar pra você... Me chupa. Ah, merda!

Ela deu uma única e longa lambida em meu sexo, me fazendo gemer roucamente e apertar as mãos na borda da estante. Eu observei com olhos soltando faíscas quando ela deslizou a língua pelos lábios, degustando o líquido quente que os molhava.

: - Teu gosto me deixa ao ponto de gozar.

Lauren me fitou por trás dos cílios, seus olhos em um verde escuro me arrepiando.

: - Continue... Por favor.

Eu implorei choramingando, era maldade o que ela estava fazendo.

: - Vem.

Em um movimento rápido ela me tirou de cima da estante, me colocando no chão. Minhas pernas tremeram e eu custei para me manter de pé sobre os saltos, estava tão excitada que começou a me dar vontade de chorar, mas de desejo.

Lauren pegou um dos travesseiros presentes na minha cama e o jogou em cima do tapete, deitando no chão e deixando sua cabeça afundar sobre ele. Ela dobrou os joelhos e afastou as coxas, me chamando com o dedo indicador, o lábio inferior mordido. Eu morri vinte vezes com aquela cena, ter Lauren deitada nua e excitada no chão do meu quarto era melhor do que qualquer filme.

: - Senta em cima de mim. – Ela disse completamente rouca, descendo suas unhas pintadas de vermelho por suas próprias coxas. – Senta.

A minha respiração estava tão feroz que meus pulmões ardiam. Andei até ela sem pensar duas vezes e me sentei de costas sobre sua barriga, gemendo quando meu sexo molhado tocou seus músculos bem definidos. As mãos de Lauren subiram por minha coluna, enrolando seus dedos em meu cabelo e puxando minha cabeça para trás. Eu não podia ver seu rosto por estar virada de costas, mas estava morrendo por imaginar sua expressão naquele momento. Segurei em seus joelhos dobrados e separei os lábios para deixar os sons saírem de minha garganta.

: - Rebola, Camila... – Aquela voz rouca invadiu os meus ouvidos, eu abri os olhos e fitei o teto pouco iluminado de meu quarto, enxergando tantas coisas diferentes que era como estar drogada. – Goza na minha barriga, nos meus seios, onde você quiser. Mas rebola pra mim.

Eu não podia esperar mais para atender a sua ordem, comecei a rebolar no mesmo instante. Nós gememos juntas, meu quadril movendo-se em círculos enquanto ela arranhava as minhas costas e puxava o meu cabelo trançado. Seus joelhos eram o meu apoio, me dando impulso quando eu empurrava o meu sexo para frente e para trás sobre seu ventre, seu umbigo, gemendo tão roucamente que mal me reconhecia. Eu me curvei para frente e espalmei minha mão esquerda sobre o tapete, ao lado do quadril de Lauren. Desci a direita por sua coxa e enfiei meu dedo indicador e o médio dentro dela rapidamente, mordendo o lábio ao senti-la extremamente quente e encharcada. Lauren cravou suas unhas em minha cintura com a invasão, o gemido abafado que ela soltou era sinal de que se segurou para não gritar. Comecei a escorregar meus dedos para dentro e para fora no mesmo ritmo de minhas reboladas em sua barriga, deslizando para trás até que pudesse rebolar em seus seios perfeitos de mamilos rígidos. Toda vez que meu sexo inchado de tanto tesão deslizava sobre os seios de Lauren, eu recebia sua boca em minhas nádegas e uma língua desesperada para me tocar, suas mãos mantendo o meu quadril levemente empinado sobre seus seios para que ela pudesse lamber o que queria. Quando sua língua invadia o meu sexo, eu enfiava os meus dedos dentro dela com mais força, seus gemidos abafados na minha carne me deixando louca. O que estávamos fazendo estava tão gostoso que lágrimas se formaram em meus olhos. Ela me deu um tapa na bunda e me empurrou para baixo, segurando em minha cintura antes de começar a me empurrar em seu abdômen para trás e para frente quase em desespero.

: - Assim, C-camila. Porra! Assim... – Sua voz engasgou em sua garganta, meus dedos esfregando o pequeno ponto rígido na parede superior dentro de seu sexo molhado. – Oh! Merda.

: - Eu vou gozar. – Eu avisei para ela perdendo o controle dos meus braços, minhas reboladas intensas me deixando fraca. – Lauren!

Gemi seu nome e senti seus músculos esmagarem os meus dedos no mesmo instante, me fazendo estocar mais rápido, mais forte. Ela soltou um longo e alto gemido, seu corpo convulsionando embaixo do meu, as contrações de seus músculos abdominais forçando contra o meu clitóris. Eu não parei, eu estava faminta sobre ela, meu gozo fazendo pressão na entrada do meu sexo pronto para jorrar em sua barriga quando eu a senti empurrar o quadril para cima. No momento seguinte suas mãos desesperadas me agarravam em todos os pontos, ela gemia como nunca gemeu antes enquanto se contorcia embaixo de mim. Eu retirei meus dedos de seu sexo para segurar seus joelhos quando ela tentou fechar as coxas, e observei um jato maior do que o normal de seu líquido delicioso molhar o meu tapete, espirrando em suas pernas, molhando a minha barriga quando ela movia o quadril para cima em desespero. Lauren xingou trinta mil palavrões, chamou o meu nome mais trinta mil vezes e acertou tapas em minhas pernas sem controle. Eu não aguentei assistir aquilo e explodi em um orgasmo glorioso em cima de sua barriga tensionada, meu corpo vibrando tão intensamente que eu não conseguia parar de rebolar para calar a sensação. Meus olhos liberavam lágrimas de uma forma absurda, o prazer intenso me sufocando e engasgando os meus gemidos em minha garganta ardente. As pernas de Lauren se esticaram sobre o tapete, ela ainda gemia gostosamente quando me puxou para trás pelo cabelo, me fazendo deitar de costas em seu peito suado e melado por meu gozo. Nossas respirações estavam furiosas, minha cabeça caindo por cima de seu ombro esquerdo tocando o tapete. Ela ergueu as mãos e tocou a minha barriga, subindo com elas até os meus seios onde iniciou uma massagem lenta com dedos trêmulos.

: - Essa foi a foda mais gostosa que nós já tivemos.

Eu disse com um sorriso nos lábios, gemendo baixinho quando seus dedos apertaram meus mamilos.

: - Eu nunca gozei assim antes. – Ela ofegou e cheirou o meu pescoço suado. – Eu pensei que fosse morrer de tanto prazer.

: - Você gozou no meu tapete. Se você tivesse visto a forma que seu gozo jorrou sem controle, teria sentido mais prazer do que isso.

: - Impossível. – Ela riu contra a minha pele e me empurrou de leve para o lado, me fazendo cair de forma delicada no chão ainda de costas. Lauren se virou para me olhar e apoiou a cabeça em sua mão esquerda, levando novamente seus dedos da outra mão até meu mamilo sensível. – Não dá para sentir mais prazer do que isso.

: - Eu gozei com essa cena. – Eu fechei os olhos para me lembrar, mordendo o lábio inferior. – Eu vou gozar pelo resto da vida em qualquer lugar toda vez que pensar em você molhando o meu tapete. Foi tão sexy, isso é tão erótico. Me sinto tão leve que nem sei explicar.

Eu sorri de olhos fechados e suspirei, sentindo seu nariz roçar a minha bochecha direita enquanto ela sorria.

: - Eu estava morrendo de saudades de transar com você. – Seus lábios beijaram o meu pescoço, eu me arrepiei. Seus dedos ainda trabalhavam em meus seios. – Você está mais linda e sexy do que o normal essa noite, eu quero transar desse jeito até amanhecer.

: - Oh, sim... – Eu concordei rapidamente com a cabeça e abri meus olhos, me virando de lado para apoiar minha cabeça na minha mão direita, ficando de frente para ela. Seus olhos me fitavam apaixonadamente, verdes como nunca. Enfiei minha mão livre entre suas mechas de cabelo e a trouxe para perto, beijando seus lábios suavemente. – Vamos fazer isso até cansar, baby, até cansar.

Lauren sorriu com o lábio inferior entre os dentes, seus dedos passaram a correr a minha clavícula. Eu fiquei observando seu rosto enquanto ela me acariciava.

: - Eu amo o seu cabelo trançado, você fica tão exuberante. – Eu sorri com a respiração levemente alterada. – Mas eu amo mais ainda o jeito que ele fica depois que transamos.

: - Ama só o meu cabelo depois que transamos?

Perguntei mordendo o lábio e descendo meus olhos por seu corpo suado. Ela estava toda arranhada, assim como eu. Lauren soltou uma risadinha sensual e negou com a cabeça.

: - Eu também amo suas bochechas coradas depois do sexo, seus mamilos rígidos por causa dos calafrios, seu corpo suado por causa do esforço. Eu amo o jeito que você fica quente e molhada depois de gozar. – Eu gemi baixinho quando seus dedos deslizaram entre as dobras sensíveis e levemente inchadas de meu sexo, antes que ela pudesse tirar a mão e colocar os dedos na boca. Eu fiquei sem ar observando-a chupar os próprios dedos molhados com o meu líquido. – Eu amo o teu gosto, porra, eu amo.

: - Não faz isso...

Eu suspirei deslizando o dedo indicador por seu lábio inferior, sentindo-a sugar o meu dedo para dentro de sua boca lentamente. Eu gemi outra vez, estava acesa de novo. Ela passou alguns longos segundos chupando como um pirulito o meu indicador, o soltando quando se deu por satisfeita.

: - Mas sabe o que eu mais amo em você depois que transamos? – Ela perguntou segurando em meu queixo, me fitando intensamente. Sacudi a cabeça em negação completamente perdida. – Os seus olhos, eu posso ver neles tudo o que eu causo em você e isso me faz a mulher mais satisfeita do mundo.

: - Me beija.

Eu pedi agoniada, eu queria que ela me beijasse para calar o grito que queria sair por minha garganta. O que ela fazia comigo estava longe de ser normal, era quase doentia a forma que meu coração batia por ela. Eu duvidada muito que pudesse existir no mundo um alguém que amasse um outro alguém mais do que eu amava Lauren, nem mesmo igual. Eu não sabia dizer de que lugar saia todo aquele amor, aquela paixão, mas eu sabia que tudo era sustentado por longas e longas vidas, eu tinha certeza. Eu podia ver, em via no brilho de seus olhos verdes a alma que acompanhava a minha há séculos, ninguém havia me dito, eu podia ver. Eu sentia os arrepios que corriam o meu corpo quando ela estava perto, nossa conexão assustadora, nossas manias iguais, o poder de desvendar nossos pensamentos com apenas um olhar, a forma que nos completávamos, os fatos estranhos que nos cercavam, o que as pessoas diziam que eram coincidências, mas que nem de longe eram coincidências, a sensação de nos conhecer há anos quando nos vimos pela primeira vez no The X Factor. Eu sentia, eu não precisava que ninguém me confirmasse, eu sabia que Lauren e eu estávamos nos encontrando pela milésima vez. Eu só torcia com todas as minhas forças para que tudo desse certo... Naquela vida.

Nós passamos o resto de toda a madrugada transando sobre o tapete, promessas silenciosas feitas através de olhares e toques. Nós juramos mais uma vez naquela noite que faríamos tudo valer a pena, sem outra opção de escolha. Nós deixamos para trocar presentes e pensar no resto quando o dia amanhecesse, naquele momento o mundo era nosso e ninguém mais fazia parte dele.

 


Notas Finais




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