1. Spirit Fanfics >
  2. Falling in love for the last time. >
  3. Transparência.

História Falling in love for the last time. - Transparência.


Escrita por: gimavis

Notas do Autor


Oi, meninas. Demorei, mas cheguei. HUSAAUHSSUAHSUAH Enfim, agradecendo aos comentários do outro capítulo, e que bom que entenderam o que eu expliquei. Não tenho muito para falar hoje, apenas que no próximo capítulo vou "encerrar" mais uma fase. Não vou correr com as coisas, vou bem devagar, não se preocupem. É só isso, o capítulo ficou do jeito que deveria ficar, nem grande e nem pequeno. Aproveitem. Qualquer erro eu conserto depois. ♥

Capítulo 45 - Transparência.


 

Meus olhos estavam fixos na paisagem que passava de forma rápida do lado de fora, o dia bonito e azul me causando uma falsa tranquilidade. Estávamos na estrada, ainda tínhamos um caminho longo para percorrer até a capital. Na van que nos levava ao nosso destino, quase um silêncio absoluto, eu agradeci mentalmente por aquilo.

Minha cabeça repousava confortavelmente sobre os seios de Lauren, meu braço direito em cima de sua barriga e seus braços ao meu redor. Sua mão direita vez ou outra afagava meus cabelos, uma carícia gostosa e delicada. Seu queixo estava encostado em minha testa, seus lábios beijavam a região em poucos intervalos. Às vezes ela deslizava a pontinha do nariz em minha pele, outras cheirava minhas mechas de cabelo, outras apenas suspirava, um suspiro longo e cheio de lamentações. 

Eu sabia o que ela estava sentindo, pois eu estava sentindo o mesmo. Meu peito estava apertado, parecia que alguém esmagava as minhas costelas, uma sensação quase sufocante. Mas como eu precisava manter o controle, fiz de tudo para passar tranquilidade à ela. Seu coração batia agitado contra a minha orelha esquerda, batidas fortes e barulhentas. Eu apreciei o som por alguns minutos, apesar da angustia nítida que ela mostrava, aquele som era o meu preferido no mundo. Respirei fundo e acariciei sua barriga coberta por uma blusinha preta.

: - Eu nunca te vi usando esse short. Combinou perfeitamente com seus coturnos.

Eu disse bem baixinho, correndo meus olhos por suas pernas descobertas até os pés calçados pelos inseparáveis coturnos. Queria distraí-la, e aquele foi o primeiro assunto que encontrei.  

: - São novos. Comprei já faz um tempo, mas nunca havia usado. – Com calma ela depositou um beijinho na minha testa, mais um na contagem de milhares. – Eu gosto quando você elogia o que eu estou usando, eu praticamente me visto pra você.

Sorri me acomodando melhor em seu corpo e mordi o lábio inferior, largando minha mão na curva fofa de seus seios. A blusinha que ela vestia proporcionava um decote bem generoso, o sutiã preto rendado ficava com toda a borda à mostra, um charme.

: - Aé? Por que é que você nunca me disse isso?

: - Não queria levantar muito o teu ego.

Sua voz saiu divertida, uma risada baixinha mandando seu hálito cheiroso contra o meu rosto.

: - Como se eu não estivesse me sentindo foda nesse momento.

Eu ri e depositei um beijinho em seu pescoço. Estava adorando o fato de conseguir distraí-la um pouco, aquela era a minha função, fazer com que ela sorrisse.

: - Com todo o direito. – Lauren desceu sua mão direita por minhas costas, tornou a subir, tornou a descer. Suspirei com o carinho. Eu fechei os olhos quando ela abaixou um pouco a cabeça, selando os meus lábios antes de sussurrar contra eles. – Você acha que eu estou gostosa com essa roupa?

Eu me arrepiei levemente com o tom de sua voz, completamente rouca e sensual. Como é que ela conseguia fazer aquilo com apenas uma pergunta? Eu ri baixinho e sussurrei de volta, nossos lábios se roçando.

: - Quando é que você não está gostosa? – Selei sua boca avermelhada, eu não conseguia resistir quando ela ficava muito perto. – Mas essa roupa, realmente... Zerou a minha vida. Você de jaqueta de couro preta me causa desespero.

Ela riu roucamente e me abraçou de forma apertada, me impedindo de levantar a cabeça para admirar seus olhos.

: - Espera só até eu tirar a jaqueta e o resto das roupas, posso apostar que seu desespero será bem maior.

: - Lauren!

Exclamei a dando um tapinha do braço, minhas bochechas corando por me deixar imaginar a cena.

: - Ca.mi.la. – Sua voz melosa se arrastou em meu ouvido, o jeito que ela pronunciou o meu nome pausadamente fez meu coração acelerar. Por acaso você tem alguma noção do quão quente é a voz de Lauren quando ela diz “Camila”? Ah, Deus, eu mal podia dizer o quanto me deixava mole. – Eu amo você.

: - Eu te amo.

Respondi depois de um suspiro, meus dedos acariciando a pele de seu colo. Ficamos em silêncio por alguns minutos, apenas aproveitando o calor que nossos corpos criavam juntos. Lauren e eu estávamos sozinhas nos últimos bancos da van, o que nos dava uma privacidade maior.

Depois do ocorrido, Jodi nos ignorou fielmente, tudo o que ela fazia era olhar para nós de uma forma aterrorizante. Ela havia conseguido o que queria, não é mesmo? Então, por qual motivo continuaria grudada em nossos pés quando não estávamos em público? Pra ela já não fazia sentido. Talvez não fizesse, era sempre uma incerteza.

: - Não quero ir embora.

Lauren resmungou acima de minha cabeça, não podia ver, mas sabia que ela mantinha seus olhos na paisagem do lado de fora.

: - Não queremos. Esse país é tão maravilhoso, tudo aqui me fascina, me faz feliz, me deixa com vontade de viver. – Soltei um suspiro frustrado. – O tempo aqui passou rápido demais.

: - Nós podemos voltar em breve, se você quiser.

O tom que ela usou me rendeu um arrepio na espinha. Não era como um convite aleatório, era como uma certeza de um futuro que nos esperava. Nós duas, apenas nós... Sem o resto. Eu conhecia Lauren mais do que a mim mesma, e sabia muito bem o que aquela frase deslocada representava. Incomodada com a mágoa em sua voz, respirei profundamente.

: - Eu não gostei do jeito que você usou essa frase.

Comentei enquanto sua mão esquerda acariciava meu pescoço.

: - Por quê? É apenas um convite. Podemos passar duas semanas, ou quem sabe três? Eu gosto do Rio, uma casa de praia seria ótima para nós duas. Talvez se...

: - É esse o problema. – Eu disse separando nossos corpos, me sentando no banco de forma ereta para que pudesse ficar de frente para ela. Lauren me encarou inofensiva, seus ombros baixos e seus olhos opacos, aquele brilho que eu tanto amava longe de estar ali. Coloquei uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. – Nós duas.

: - Nós somos o problema?

Perguntou-me mordendo o lábio inferior.

: - Não, você sabe o que eu quero dizer. – Acusei o mais baixo que pude, para que ninguém nos escutasse. Lauren suspirou cansada e desviou seus olhos, olhando para fora novamente. – Você não incluiu as meninas, você usou o nosso “nós”, está segurando uma ideia de que logo não seremos mais o que sempre fomos. Eu não gostei da frase que formulou. Nós podemos voltar em breve sim, mas se todas as meninas quiserem, não apenas nós.

: - Eu não acho que as coisas serão diferentes em alguns dias. Você sabe muito bem para onde estamos caminhando. Eu não quero me iludir com uma ideia contrária da que tenho em minha cabeça. Eu estava lá quando a merda aconteceu, eu sei onde vamos parar.

: - Você supõe, não pode dar certeza de algo sem que antes aconteça. – Me curvei um pouco para frente e peguei sua mão direita com a minha, entrelaçando nossos dedos. – Por que não tenta ser um pouco mais positiva?

: - Porque eu já vivi isso antes. – Seu rosto se virou para mim, olhar triste e angustiado. – Nós já vivemos isso há algum tempo. Voamos de Paris para Los Angeles de uma hora para outra com a certeza de que tudo mudaria, e agora vamos voar de volta para casa com a mesma certeza. Eu já vi isso, é como um déjà vu.

: - Nosso relacionamento é feito de déjà vus, Lauren. – Nos encaramos intensamente, eu não precisava explicar para que ela entendesse o que eu queria dizer. – Se formos levar em consideração todos os déjà vus que já tivemos, nossa vida não vai seguir em frente, vamos ficar presas nisso o tempo todo.

Seus olhos se fecharam e sua cabeça encostou-se ao banco logo atrás, pude observar suas narinas se dilatando com uma respiração pesada. Era difícil para Lauren lidar com algumas coisas, ou até mesmo entender. Era normal nos meus dias, nos dias dos fãs, ou das meninas perder um bom tempo tentando fazê-la entender algo. A forma explosiva que ela lidava com as coisas dificultava qualquer passo que tentássemos dar.

Eu sabia que ela queria que eu a compreendesse, e acredite, eu compreendia, no fundo ela tinha 70% de razão. Mas tudo o que eu queria era que ela fosse um pouco mais positiva, era sempre oito ou oitenta. Ela se acumulava com ideias negativas e isso a desgastava demais, mais do que ela podia suportar. Eu só queria que ela tivesse a chance de criar esperanças, de pensar que tudo acabaria bem, nós precisávamos pensar.   

: - O que quer que eu faça, Camila?

Sorri triste e me curvei para frente, selando um beijo demorado em sua bochecha macia.

: - Que seja mais confiante. – Deitei minha cabeça em seu ombro direito. - Eu sei que tudo está desabando, mas nós ainda estamos aqui. Não se entregue antes da hora.

: - Você não tem só dezessete anos.

: - Talvez eu não tenha mesmo. Quem é que sabe se eu não menti esse tempo todo?

Lauren suspirou frustrada e me puxou mais contra ela, colocando seus braços ao meu redor. Abraçamos-nos com força, o cheiro de seus cabelos me deixando inebriada. Ela estava tão bonita aquela tarde, mais do que ela normalmente era, muito mais. Poderia ser apenas os meus olhos, mas eu não importava, desde que tudo o que visse na minha frente fosse ela.

Mesmo com todo o temor que sentíamos, lá estava o meu sorriso preferido em seus lábios quando nos separamos um pouco. Seus olhos verdes quase totalmente fechados por conta do ato de sorrir. Lauren tinha para mim mil e um sorrisos, todos eles para momentos diferentes, mas aquele era o meu favorito, era o sorriso que me dizia de forma silenciosa: Eu te amo e você é tudo o que eu quero no mundo. Como eu poderia manter o ar em meus pulmões quando estava de frente para ele?

: - Você não está respirando.

Ela acusou baixo e um pouco divertida, erguendo a mão para acariciar minha bochecha. Sacudi a cabeça algumas vezes e respirei fundo, meus ombros subindo e descendo com o ato.

: - Às vezes eu esqueço, mas só quando você sorri desse jeito.

Sorri de volta e puxei sua mão para a minha boca, beijando a palma. A van em movimento fazia com que nossos corpos balançassem um pouco, o que permitiu a Lauren colocar seu braço esquerdo de forma firme em torno da minha cintura. Em um gesto rápido ela me puxou para seu colo, nossas coxas descobertas em contato, por conta dos shorts. A blusinha de seda verde que eu vestia deslizando em suas mãos ansiosas, que subiam por minhas costas em uma carícia leve.

: - Nós estamos dentro da van. – Me curvei para frente e cerquei sua cabeça com os braços, um de cada lado, minhas mãos plasmadas no banco. – Jodi está lá na frente.

: - Ela não tem como passar aqui para trás, muito menos como ver. E as meninas estão dormindo. - Ela sussurrou de volta, a voz cheia de segundas intenções. Lauren era tão audaciosa, eu amava tanto aquilo nela que a adrenalina começou a correr em minhas veias. – Você só precisa ficar assim, bem perto...

Com calma e segurando nossos olhares, uma de suas mãos correu para entre minhas mechas de cabelo, me segurando com firmeza. Aquela pegada me arrepiava dos pés à cabeça, depois de tanto tempo, me acostumar era impossível. Eu esquecia de qualquer coisa quando ela fazia aquilo.

: - Quietinha e curvada. – Sua mão livre parou um pouco acima da minha bunda, puxando meu quadril um pouco mais para frente. Seus pupilas dilataram no mesmo momento, aquele verde ao redor ficando cada vez menor. – Acha que consegue fazer isso?

: - Consigo. – Eu disse sob um suspiro. – Qual é o motivo?

Perguntei rasgando um sorriso, a pontinha do meu dedo indicador direito traçando a linha de seu maxilar. Os seios de Lauren subiam e desciam rapidamente, pela forma que ela deslizou a língua por entre os lábios, eu sabia que ela queria o mesmo que eu. Esquecer o que estávamos passando da melhor forma.

: - Já faz um bom tempo desde a última vez que nos beijamos essa manhã. – Mordi o lábio inferior e desci o dedo por seu pescoço. – E como só Deus sabe quando ficaremos sozinhas novamente... Por que perder a chance?

: - Por que nós nunca perdemos esse desejo?

Cortei a minha resposta e fiz uma pergunta. Olhamos-nos fixamente sem interromper nossas carícias. Era incrível que mesmo com o céu desabando sobre nossas cabeças, nunca nos perdíamos de nós. Sempre estávamos ali uma para a outra, independente de qualquer circunstância. Não tinha tempo ruim, não tinha dor e nem medo que calasse o desejo, a paixão. Ela queimava por mim em todos os momentos e eu queimava por ela. Se estávamos mal por determinada situação, ficávamos bem por algum momento nos braços uma da outra, fora ou em cima de uma cama. A união que tínhamos ia muito além de corpo e alma, Lauren e eu éramos sobre tudo o que podemos chamar de alicerce.

: - Não sei. – Suspirou e deslizou a mão direita pelas minhas costas, por dentro da blusa. Nossas vozes eram nada mais que sussurros. – Talvez seja porque nos apaixonamos todos os dias um pouco mais. Estou sempre disposta a esquecer de qualquer coisa na tua boca, ou em qualquer outro lugar do teu corpo. Eu só preciso me livrar de tudo e me ligar a você. Isso é errado?

Ela sorriu enquanto se distraía com a alça da minha blusa, ora puxando, ora alisando a seda. Admirei seu rosto livre da maquiagem e sorri, negando com a cabeça. Curvei um pouco o meu corpo e aproximei minha boca de sua orelha, separando os lábios para que o vapor quente da minha respiração tocasse sua pele.

: - Sabe o que é errado?

Perguntei com as mãos na gola de sua jaqueta, fazendo com que ela se arrepiasse levemente.

: - O quê?

Umedeci os lábios e depositei um pequeno beijinho em seu lóbulo direito, seu corpo tremendo embaixo do meu.

: - Você ainda não ter me beijado. – Mordisquei. – Vamos chegar ao nosso destino e nem um beijo terá acontecido, de tanto que você demora. Eu não que acho eu queira es...

Antes que eu pudesse terminar a minha frase, Lauren me puxou pelo cabelo e colou nossos lábios. Eu suspirei satisfeita, automaticamente abrindo a boca para receber sua língua ansiosa. Lauren não era alguém que topava um beijo superficial, um roçar de lábios, uma coisa sem graça. Com ela os beijos eram sempre intensos, profundos, daqueles de tirar o ar dos pulmões e te deixar de pernas bambas.

Nossas línguas se acariciavam de forma lenta, provando, degustando, marcando. Ela sabia exatamente o que fazer com ela para me tirar a concentração, o gosto suave e os movimentos atrevidos me fazendo suspirar de segundo a segundo. Suas mãos acariciavam minhas coxas descobertas, as minhas a seguravam pelo cabelo. Os bancos altos atrás de mim me serviam de apoio cada vez que Lauren curvava sua coluna para frente, aprofundando mais ainda o beijo.

Nossas cabeças trocavam de posições em poucos intervalos, tentávamos não fazer barulho, por isso não separávamos nossos lábios nem para respirar. Meu peito ardia, o ar me faltava, a adrenalina por estar beijando minha namorada dentro de uma van me deixando agitada. No limite, a empurrei para trás e descolei nossos lábios, descansando a boca em sua bochecha. Nossas respirações estavam ofegantes, eu sentia um maldito desconforto entre as pernas por conta daquele beijo quase interminável. 

: - Por que interrompeu?

Lauren sussurrou e segurou em minha cintura com a mão esquerda, a direita subindo para a minha nuca. Ela mal conseguia respirar e estava me perguntando o motivo da interrupção. Sorri contra a sua pele.

: - Oxigênio. – Informei beijando seu queixo. – Ainda preciso.

: - Aham...

Ignorando qualquer alerta que eu tenha dado, ela voltou a me beijar, dessa vez com mais força. Eu suspirei rendida, não tinha para onde correr e nem queria. Então, começamos uma sessão de amassos silenciosos no fundo daquela van, mãos bobas e línguas desesperadas. Eu não sei em que momento comecei a rebolar no colo dela, eu só sabia que estava. Queria calar a sensação no meio das minhas pernas, estava tão molhada que desejei um banho de água fria. Uma das mãos de Lauren massageava meu seio esquerdo por cima da blusa, a outra acompanhava os movimentos do meu quadril. Mesmo lutando com todas as nossas forças, era quase impossível não soltar baixos gemidos em meio aos beijos. Pelo jeito que ela arfava nos meus lábios, sabia que estava tão excitada quanto eu.

O atrito de nossos jeans estava me deixando irritada, eu queria um contato direto, queria sentir sua carne molhada na minha, seu cheiro, seu gosto. Aquilo me fez começar a me mover com mais rapidez, um pouco de raiva. Lauren desceu sua boca para o meu pescoço, sua língua quente me deixando louca. Para evitar o barulho de seus lábios estalando na minha pele, ela se concentrou em lamber qualquer espaço que encontrava, ao invés de beijar, o que me fez morder o lábio inferior com força para não gemer alto. Enrolei suas mechas de cabelo na minha mão direita e apoiei a esquerda no banco atrás dela, pegando impulso.

: - Porra... Camila.

Ela gemeu sufocada contra o meu pescoço, mordendo minha pele para se controlar. Suas mãos em minha cintura me puxando para frente, me empurravam para trás, para frente, para trás. Eu rebolava para baixo com tanta vontade que o atrito de nossos sexos cobertos se tornou insuportável, eu só queria abrir a boca e gemer com todas as minhas forças.

: - Qu-quieta.

Resfoleguei e enfiei minhas mãos por dentro de sua blusa, agarrando seus seios de mamilos rígidos. Ofegamos juntas, o balanço da van na estrada cobrindo toda a movimentação que estávamos fazendo naqueles bancos.

: - Mais forte... – Com nossas bocas coladas novamente, Lauren sussurrava entre os meus lábios quando nossas línguas permitiam. – Aperta com mais força. – Apertei seus seios com vontade, podia sentir meus dedos doloridos ao redor da carne macia. – Assim... Isso. Hmm.

A beijei antes que gemêssemos alto demais para chamar a atenção, meus movimentos ritmados nos arrastando para o que precisávamos. Eu sentia a minha excitação ultrapassar o meu short, um latejar doloroso em meu clitóris, um prazer intenso me fazendo suar a nuca. A adrenalina tornando a situação mil vezes mais excitante. Em poucos segundos meu corpo começou a tremer, separei nossas bocas e colei os lábios em sua orelha, gemendo bem baixinho enquanto ela me fazia rebolar em seu colo com mais intensidade.

: - Eu to quase...

Sussurrei me agarrando em seus cabelos, queria apoio para não gritar. A frase que soltei em seu ouvido a fez prender a respiração, seu corpo vibrando com o amontoado de sensações que se aproximava. Suas unhas cravadas na minha cintura, nossas coxas suadas escorregando. Eu estava indo e vindo, indo e vindo quando...

: - Merda! – Lauren exclamou em seus sussurros. – Camila...

Sabe aquele “Camila” arrastado? Aquele “Camila” gemido? Aquele “Camila” que só Lauren sabe pronunciar? Pois então, eu não aguentei ouvi-lo, eu me entreguei para a sensação que me pegou de repente e me sacudiu inteira. A beijei com força para calar os gemidos, suas mãos me agarravam e me puxavam para ela, para baixo, se esfregando em mim, me esfregando nela. Estávamos gozando juntas por cima de nossos jeans, engolindo nossas vozes enquanto nos beijávamos loucamente. Um orgasmo tão gostoso e intenso que deixou meu corpo inteiro dolorosamente arrepiado. Chupei seu lábio inferior e separei nossas bocas, arfando descontroladamente.

: - Meu Deus! – Exclamei retirando minhas mãos de dentro de sua blusa, curvando a coluna para encostar minha testa na curva de seu pescoço. Estava mole, suada e com a calcinha encharcada. A ficha do que fizemos começando a cair aos poucos. – Isso foi... Inapropriado.

Ela riu baixinho e envolveu seus braços em meu corpo, acariciando meu cabelo enquanto tentava controlar a respiração.

: - Muito inapropriado, mas delicioso também.

: - Cala a boca. – Eu ri contra a sua pele e respirei fundo, relaxando o meu corpo. – Eu nunca vou superar isso.

Pelo incrível que pareça, nossas vozes estavam mais baixas do que antes, acho que por conta da fraqueza repentina.

: - Nem se quisesse. – Ela depositou um beijinho em minha testa suada – Eu não sei se vou conseguir sair dessa van quando chegarmos ao hotel.

Ergui minha cabeça para olhá-la e ri da cara que ela fazia, seus olhos verdes de pupilas dilatadas me encarando estreitos.

: - Está complicado ai embaixo?

Perguntei com um sorriso de canto e a vi balançar a cabeça em positivo.

: - Muito, você não imagina o quanto. Talvez eu tenha que trocar o short.

Eu iria rir novamente, mas ouvi meu celular apitar sobre o banco do lado, onde antes estava sentada. Ajeitei a blusa em meu corpo e estiquei o braço, pegando o celular. Destravei o visor e ergui a sobrancelha, era uma notificação do wpp. Abri.

Foi boa a trepada? Puta que pariu, suas desgraçadas, eu pensei que não fossem gozar nunca. Não aguentava mais esse roça roça ai atrás, essa tremedeira no meu banco, nem pude dormir em paz. Eu vou torcer o pescoço das duas, eu não sou obrigada, Karla.”

Era Dinah. Eu senti minhas bochechas arderem de forma violenta, o riso ficando preso na minha garganta. Levei a mão até a boca e cai na gargalhada, abafando o som no pescoço de Lauren. Tinha como ser mais constrangedor?

: - O que foi?

Perguntou nos ajeitando no banco. A olhei completamente envergonhava.

: - Dinah. – Sussurrei. – Ouviu a gente.

Lauren arregalou os olhos e ficou estática, sabia que ela estava pensando se ria ou se chorava. Eu queria rir alto de nervoso e vergonha, mas não podia chamar a atenção de todo mundo. Segurei o celular com as duas mãos e digitei uma resposta.

Nós pensamos que você estava dormindo. Dava para ouvir nitidamente?

Eu ESTAVA dormindo, mas vocês me acordaram batendo no meu banco, a sorte é que estou sozinha aqui. E não dava para ouvir nitidamente, só respirações agitadas e alguns sussurros, eu ouvi porque estou perto. Mas era de se notar que estavam fazendo algo por causa da movimentação ai atrás, puta merda. Mais um pouco e eu ligava pro Siope pra transar por telefone.

HAHAHAHAHAHA desculpa. Foi coisa de momento.

Curvei-me para frente e selei os lábios de Lauren, ganhando aquele “meu sorriso favorito” em troca.

Pra vocês não tem tempo ruim mesmo, ô inveja.

É a melhor forma de distração.”

Sorri tristemente e suspirei, mordendo o lábio inferior ao enviar a mensagem.

: - Que foi? Não fizemos um bom trabalho?

Lauren ergueu meu queixo e segurou nossos olhares, jogando meu cabelo para o lado com uma das mãos.

: - Às vezes o esquecimento não dura muito tempo. – Ri baixinho e neguei com a cabeça, mordendo o lábio inferior. – Mas está tudo bem.

: - Você quer dormir um pouco? – Ela cortou o assunto como eu esperava que fizesse, evitando para nós duas uma melancolia desnecessária no momento. – Deite-se nos outros bancos e descanse a cabeça em meu colo, vou lhe fazer cafuné.  

: - Cafuné me parece uma boa ideia.

Ela sorriu para mim e me ajudou a sair de seu colo, me colocando sentada no banco ao seu lado. Minhas pernas doíam um pouco por causa do esforço, mas nada que incomodasse. As coxas de Lauren estavam vermelhas, marcadas por meu jeans e gotículas de suor. Observei quando ela se curvou e abriu sua bolsa que estava no chão da van, retirando de lá um casaco bege. Dobrou duas vezes e o colocou sobre a coxa direita, me fitando de forma carinhosa.

: - Vem, deita. – Suspirei com um sorriso pequeno e me deitei nos bancos livres de lado, um pouco encolhida, descansando a cabeça em sua coxa. Não olhei a resposta de Dinah no wpp, estava cansada demais para dar continuidade a conversa. Lauren embolou suas mãos em meus cabelos, começando uma carícia gostosa e lenta, me fazendo fechar os olhos. – Está fofinho? Não está doendo o pescoço?

: - Não. – Respondi suspirando. – Está ótimo aqui. Eu gosto de fica assim com você.

: - Eu também. – Não podia ver, mas sabia que estava sorrindo. – Lembra quando você me acordava de manhã para assistir Bob Esponja com você antes de iniciarmos o dia? Sempre ficávamos nessa posição, eu sentada e você com a cabeça no meu colo enquanto eu te fazia cafuné. Eu dizia: Não dorme, Camz, precisamos ir trabalhar depois que acabar Bob Esponja. Mas você sempre dormia.

: - E você perdia um bom tempo tentando me acordar depois. – Nós rimos baixo e juntas. – Como esquecer? Eram as melhores manhãs.

: - Eu ainda tinha que aturar o teu mau humor pelo resto do dia, por ter te acordado. Ninguém aguentava você, sabia? Nem mesmo Ally. Quando tínhamos que te acordar, já íamos preparadas.

Eu ri lembrando de todos os momentos em que passei resmungando e lamentando o sono perdido, era mesmo um saco. Suspirei e me encolhi mais um pouco, os dedos de Lauren em meu coro cabeludo me fazendo bocejar.

: - Você sente saudades daquela época?

Perguntei ficando sonolenta, o balanço da van contribuindo.

: - Sinto, muita... – Ela ficou em silêncio por alguns segundos, sua mão direita saindo de meus cabelos para acariciar meu braço. – Mas prefiro o agora, no presente eu tenho você nos meus braços, acima de qualquer coisa.

: - Eu não poderia estar em outro lugar. – Bocejei outra vez. – Desde o começo de toda essa história, o propósito era estarmos aqui.

Lauren não disse mais nada, não era preciso, seu silêncio completava o que eu havia dito. Eu e ela sabíamos que na nossa história, nada era coincidência.

Estava quase pegando no sono quando a senti se mexer um pouco, momentos depois sua jaqueta quentinha sendo colocada sobre a minha lateral direita, me aquecendo do forte ar condicionado. As caricias ternas voltaram para a minha cabeça, um suspiro longo deixando seus lábios.

: - Durma, amor. Te acordo quando estivermos chegando. – Me agarrei na jaqueta banhada por seu cheiro e me deixei levar. – Esqueça...

Esquecer. A inconsciência era mesmo uma válvula de escape, não lembrar me pareceu celestial demais para que eu sentisse vontade de voltar a abrir os olhos.

 

Lauren POV.

Eu não sabia decifrar o que sentia, todas as sensações que você possa imaginar estavam trabalhando com fervor em meu corpo. A ansiedade fazia nascer pequenas gotículas de suor em minha testa, o nervosismo fazia meu estômago revirar, o medo fazia minhas pernas tremerem.

Eu estava andando pelo longo corredor que separava o nosso camarim das cortinas atrás do palco. Eu podia ouvir os gritos do público, gritos de um jeito que eu nunca havia escutado em minha vida. O lugar que estávamos se chamava HSBC Arena, localizado na Barra da Tijuca, um bairro de classe alta no Rio de Janeiro. 17 mil pessoas, era esse o número lá fora. Tínhamos quarenta minutos até a hora do show, e como eu queria espiar antes de entrarmos no palco, pedi licença para as meninas e fui até lá.

Era o nosso último show naquele país, a tristeza por ter que ir embora sacudia o meu corpo. Depois que voltamos de Angra, passamos a tarde dando entrevistas e atendendo os fãs, no meet em geral. Estava com a mente esgotada por todas as coisas acontecendo ao mesmo tempo, mas precisava me manter firme por eles.

: - Lauren?

Quando eu estava chegando à área isolada antes do palco, ouvi uma voz doce me chamar. Girei sobre os meus calcanhares calçados por longos saltos pretos, e encarei uma linda garota com um bebê no colo. Eu sorri instantaneamente ao vê-la, eu não consegui não retribuir o sorriso caloroso e emocionado que ela me oferecia. Ela me lembrava Normani, sua pele negra brilhava tanto que eu senti vontade de tocar seu rosto. Seus cabelos eram cacheados e cheios, um laço branco segurava os cachos para trás na lateral direita. Era alta, estava impecavelmente vestida e segurava de forma amorosa aquele bebezinho em seus braços. Sem pensar duas vezes, me aproximei.

: - Ei.

Eu disse erguendo uma das mãos para acenar. Ela veio andando na minha direção, encurtando nossa distância. Quando estávamos perto o bastante, notei em pequeno crachá vip pendurado em seu pescoço, deveria ser filha de alguém muito importante ali dentro.

: - Estou interrompendo?

Ela perguntou timidamente em um inglês perfeito e ajeitou o bebê em seu colo, chamando minha atenção. Sem pensar duas vezes, passei meu braço esquerdo ao redor de seus ombros e a abracei, ouvindo seu suspiro longo perto do meu ouvido. Ela não precisava dizer que queria um abraço, eu pude ver em seus olhos o pedido silencioso.

: - Não, eu estava apenas indo espiar atrás do palco. – Respondi quando nos separamos, rindo baixinho. Eu estava encantada de um jeito que não me permitia desviar os olhos. Aquele bebê era de fato um dos mais bonitos que eu já havia visto. Era uma menina, deveria ter seus dez meses. Pele negra, assim como a da garota que a segurava, cabelos encaracolados e curtos. No corpo gordinho um vestido rosa de bolinhas brancas, sapatilhas brancas e um gracioso lacinho rosa no cabelo. Eu estava tocando sua mãozinha fechada antes mesmo de raciocinar. Ela me encarou esperta, os olhos negros me analisando. – Ela é tão linda. É sua filha?

: - Não. – A garota riu parecendo envergonhada. – É minha irmã. Você quer segurá-la?

A pergunta me fez sorrir abertamente, acho que estava escrito em meu rosto a vontade de segurar aquele bebê.

: - Eu posso?

: - É claro. Eu sei que você ama crianças, eu trouxe para que pudesse vê-la.

Olhei para ela e sorri, era tão estranho e emocionante saber que alguém que você nunca viu na vida conhecia os teus gostos, sabia quase tudo sobre a tua vida. Seus olhos em um mel vivo estavam marejados, meu coração que estava estranhamente aquecido se apertou. Com calma ela passou a neném para os meus braços, onde com cuidado eu a segurei contra o meu corpo. Deus, eu poderia ficar ali para sempre, aquele cheirinho delicioso me causando uma alegria sem limites.

: - Qual é o nome dela? – Perguntei admirando as bochechas coradinhas, os olhinhos vidrados nos meus. – E qual é o seu?

: - O nome dela é Manuela, o meu é Antônia.

Eu me lembraria daqueles nomes.

: - Hey, Manu. – Eu disse tocando o queixinho com a ponta do dedo indicador, fazendo com que seu lábio inferior mexesse. – Você é tão linda. Eu poderia te roubar pra mim. – Ela riu e mexeu as mãozinhas enquanto eu sorria para ela. – É sim, te roubar e te levar pra minha casa. Eu conheço quatro meninas que iriam adorar ver você.

A erguendo um pouco, selei um beijinho em sua testa, aproveitando a felicidade repentina que aquela criança estava me proporcionando. Era um alívio viver um momento puro no meio de toda a minha confusão interna. Crianças são uma benção, aqueles sorrisos livres de dentes estão sempre te fazendo respirar melhor, dando cor para a sua vida mesmo que tudo pareça preto e branco. Aquele bebê ali foi a melhor coisa que poderia ter acontecido para mim. Eu não percebi que estava perdida em pensamentos até que ouvi a voz de Antônia, como descobri que se chamava.

: - Vai ficar tudo bem, Lauren.

Ela disse com a voz embargada, puxando o meu olhar para ela. A encarei por alguns instantes, fiquei confusa com suas palavras. Eu havia sido tão transparente assim? Por quê?

: - Como?

Perguntei ajeitando Manuela em meu colo, encostando sua cabeça em meu pescoço. Ela resmungava em uma língua feita para bebês, brincando com o meu cordão. Antônia sorriu de forma acolhedora.

: - Seu namoro com Camila.

No momento tudo o que eu fiz foi ficar em silêncio, meu pulso se acelerando drasticamente. Meu coração batia forte em meu peito, meus olhos arregalados indicavam o meu pavor. Minha boca ficou seca, eu separei os lábios para dizer alguma coisa, mas não saiu nada. Eu deveria mentir, certo? Eu deveria fazer uma cena e gargalhar, mas continuei paralisada.

: - Vai ficar tudo bem, confie.

Ela repetiu enquanto me encarava de um jeito profundo, como se pudesse enxergar minha alma. Senti-me nua na frente daquela garota, automaticamente incomodada com o fato de estar quase transparente. Eu precisava inventar alguma coisa.

: - Mas nós não...

: - Não precisa mentir pra mim, eu sei que ainda estão juntas. Todos nós sabemos.

: - Nós quem?

Perguntei em um fio de voz depois de alguns segundos, um nó se formando em minha garganta. Eu sabia que não adiantava mentir para ela, eu vi em seus olhos o conhecimento de tudo o que ainda acontecia entre Camila e eu. Procurei ao meu redor um lugar onde pudesse me sentar, eu sentia necessidade de fazer aquilo. Estava tremendo mais que vara verde e senti medo de derrubar aquele lindo bebê no chão.

: - Nós, Camren shipper’s. – Ela sorriu amorosa e enfiou as mãos nos bolsos do jeans que usava, mordendo o lábio inferior. Será que o resto sabia? – Mas não se preocupe, nós não falamos sobre isso no Twitter ou em qualquer outra rede social, pois sabemos o que estão tentando fazer. Queremos que fiquem seguras, e todos nós concordamos que esse era um assunto inapropriado dentro do fandom. Todos sabem, mas fingem que não sabem. É claro que sempre tem um e outro para comentar algo, mas o assunto não dura por muito tempo. Se estão querendo que vocês passem essa imagem, nós estamos ajudando. Eu só queria te dizer que você e Camila não estão sozinhas, além de Mani, Dinah e Ally, todo o fandom está com vocês. Vamos apoiá-la e ajudá-las no que for preciso, mesmo com toda a distância.

Eu senti vontade de chorar, porque aquilo era tudo o que eu precisava ouvir. Saber que tínhamos o apoio de nossos fãs era libertador. A vontade de chorar foi tão grande que eu deixei as lágrimas caírem quando me lembrei do que supostamente nos esperava. Eles não sabiam, talvez nunca ficassem sabendo. Estávamos caminhando para a forca e eles não tinham nenhuma noção disso. Senti-me egoísta, egoísta por ter pensado apenas em mim e Camila e “esquecido” deles. Como eles ficariam? O que pensariam de nós? Como poderíamos fazer aquilo sem perguntar o que eles achavam? Eu me sentia tão pequena e idiota que desejei sair correndo dali.

Aterrorizava-me a ideia de magoá-los, deixá-los tristes, eu sempre me importei tanto com o que eles pensavam de mim. A minha relação com eles nunca foi fácil, às vezes não nos entendíamos, cobravam de mim a melhor parte sempre, mas esqueciam que eu também era humana e errava. Eu queria deles o que davam para as outras meninas, mas esquecia que eu era a única a ser grossa quando a situação apertava. Em um dia nos amávamos, no outro trocávamos farpas, mas no final eles estavam ali, mesmo chateados comigo por alguma ocasião, eles estavam ali. E eles me amavam, o amor que vinha deles era o suficiente para me fazer andar para frente.

Em momentos da minha vida eu apenas desejei apoio, apoio que na maioria das vezes não recebi, não por falta de vontade deles, mas sim por medo de que eu saísse machucada de toda a situação errada. E sabe o pior? Eu sempre saía, mas eles nunca souberam disso. O fato é que eu não era nada sem eles. Alguns me magoavam, me cobravam, me chamavam de arrogante, insensível, grossa, estúpida, hipócrita e coisas piores, mas na hora da raiva quem é que não perde a linha? Eu mesma pensava o mesmo sobre alguns quase todos os dias do meu passado.

Mesmo com todas as nossas diferenças, eles estavam lá por mim. O fato de saber que eu estava, de certa forma, sendo egoísta com eles... Esmagava-me por dentro. Eu sequei algumas lágrimas com o braço livre antes de sentir Antônia me abraçar bem apertado, era como se eu estivesse abraçando o fandom inteiro naquele momento. Tomando cuidado para não esmagar a bebê entre nós, ela afrouxou o abraço, mas não me soltou. Era tão bom todo aquele carinho, aquele amor, aquele apoio. Minhas lágrimas eram de tristeza e felicidade.

: - Mais cedo ou mais tarde tudo vai se ajeitar. O amor é mais importante, lembra? Você já nos disse isso. É por ele que estamos aqui, e é por eles que vamos permanecer.

Eu funguei baixinho e acariciei suas costas, eu só precisava dizer.

: - Me desculpe.

Eu vi em seu rosto a expressão confusa, mas eu não podia dizer o motivo de estar me desculpando com ela e indiretamente com eles.

Eu percebi que Antônia queria me perguntar alguma coisa, mas ficou calada. Olhei para Manuela em meu colo e a ergui, encarando seus olhos negros.

: - Vamos tirar uma foto, eu quero postá-la no IG.

Cortei o assunto e a vi sorrir, ainda incomodada, mas estava sorrindo. Juntei-me a elas e tiramos quatro fotos, duas de meu Iphone e duas do dela. Relutante, beijei as bochechas da neném e a passei para os braços da irmã, já sentindo falta do calor em meu colo.

: - Eu... Preciso ir.

Eu disse sorrindo tristemente. Precisava me recompor antes de entrar no palco. Antônia deitou Manuela em seu colo depois de beijar a testinha dela.

: - Tudo bem. Eu tenho permissão para vê-las depois do show. – Sorri, as meninas iriam adorar passar alguns minutos com Manuela. – Foi bom te encontrar, Lauren. Eu estive esperando um tempo muito longo para isso.

: - Mantenha contato comigo. - Eu disse mais séria do que desejava, com uma intensidade muito maior da que formulei. Mas eu não queria todo aquele amor puro longe de mim. – Quando nos encontrarmos depois do show, vou te seguir em todas as minhas redes sociais.

: - Isso é sério?

Ela me perguntou eufórica, seus olhos brilhando em lágrimas. Sorri para ela e acariciei seu rosto, dando um beijo em sua bochecha.

: - É claro que sim, você e sua irmã tornaram-se especiais para mim. – Não é, Manu?

Balancei a pequena mãozinha e consegui mais um sorriso babado, me fazendo rir.

: - Eu não quero acordar nunca.

Ela suspirou enquanto fungava, passando os dedos por baixo dos olhos.

: - Você não está sonhando, eu estou aqui. – A abracei uma última vez, me certificando que a deixaria bem antes que pudesse me afastar. – E eu amo você. Nos vemos logo.

Foi a última coisa que eu disse antes de me afastar, secando meus olhos e me arrastando para longe. Minhas emoções estavam me matando, eu só queria entrar em qualquer banheiro e chorar até meus olhos doerem.

: - Eu também te amo.

Ela gritou quando eu já estava um pouco longe, me fazendo sorrir entre as lágrimas que me cegavam. Como é que eu poderia viver sem tudo aquilo? Eu não aguentaria se a ideia que eu tinha na minha cabeça virasse realidade. 

: - Dez minutos para o show, Lauren. Nós embarcaremos para Los Angeles assim que ele terminar. Não suma novamente.

Eu fui informada por uma Jodi rude e de nariz em pé quando entrei no camarim. As meninas estavam formando um circulo, todas de mãos dadas. Trocamos olhares cúmplices por alguns segundos, nenhuma de nós pronunciou nada. Respirei fundo e me juntei a elas, entrelacei meus dedos nos de Camila e fechamos nossos olhos, iniciando uma rápida oração. Estava na hora de subir naquele palco e dar a eles o melhor show de suas vidas, levando apenas a alegria e todo o amor que sentíamos. Com o resto eu me importaria depois, não havia tempo para falhas. 


Notas Finais


Twitter >> @gilylas_


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...