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História Falling in love for the last time. - Que o tempo parasse.


Escrita por: gimavis

Notas do Autor


Oi, meninas. Quero me desculpar pela demora, ENEM fodendo minha vida e olha que nem cheguei a fazer, mas enfim. Obrigado pelos comentários no capítulo anterior, vocês sabem o quanto são importantes para mim. ♥ Bom, deixo aqui mais um cap, espero que fiquem firmes ai. SUHASAHU Boa madrugada. Ah, se quiserem ouvir John Legend - Ordinary People para ler, ficará ótimo. A letra não tem nada a ver, mas a melodia é suave e combina com a cena. <3

Capítulo 22 - Que o tempo parasse.


 

Os floquinhos de neve caíam sobre a minha cabeça, todo o meu gorro preto estava coberto por eles. Eu ouvia gritos, vozes altas, risadas. Eu via sorrisos, pais com seus filhos e Camila correndo atrás de uma menininha de cabelos ruivos. Não me atrevi a atrapalhar, permaneci sentada sobre um banco vazio embaixo de uma árvore. Seus cabelos estavam contra o vento, seu gorro vermelho, assim como o meu, coberto por flocos brancos. O sorriso que ela tinha nos lábios não me permitia desviar os olhos, eu estava vidrada nele como viciados são vidrados em drogas.

Deixei-me imaginar rapidamente que Camila corria atrás da nossa filha, a ensinando dar seus primeiros passos enquanto eu me ocupava em registrar tudo com fotos, para que pudéssemos mostrar a ela quando fosse mais velha, quando entendesse a importância do que estava acontecendo.

Filhos. Assustei-me um pouco quando cai na real, eu já estava planejando ter filhos com ela. Filhos, minha nossa! Filhos. Eu sabia que minha situação era grave, mas me peguei imaginando uma cena tão família que sorri abertamente enquanto olhava Camz erguer a menininha ruiva no colo e rodopiar com ela em seus braços entre gargalhadas adoráveis. Será que ainda demoraria muito tempo até o dia que eu chamaria uma garotinha como aquela de filha e a mulher que a carregava nos braços de minha esposa? Suspirei levando o cachecol que tinha no pescoço até o nariz para escondê-lo do frio.

Sorri desviando os meus pensamentos quando a vi se aproximar com a garotinha no colo, a Torre Eiffel atrás enquadrando as duas de uma forma tão linda que senti vontade de tirar uma foto e colocar em um quadro.

: - Ei, amor. - Camila disse quando estava perto o bastante, sentando-se ao meu lado no banco com a ruivinha em seu colo. Ela era linda, gorrinho branco nos cabelos, sardas em seu nariz e olhos cor de mel. Apaixonei-me. Passeis os olhos pelo campo e observei seu pai de pé com os braços cruzados nos olhando, tinha um sorriso no rosto. – Nicole, essa é a Lolo.

Camz me apresentou, a menininha sorriu animada e ergueu a mãozinha para tocar meu rosto.

: - Você é bonita.

Ela disse baixinho, seus olhos grudados nos meus. Sorri abertamente e beijei a pequena palma.

: - Você é mais. E seu nome? Perfeito como você.

A elogiei e a vi corar nas bochechas fortemente, assim como Camila corava quando eu a elogiava. Camz e eu nos olhamos por algum tempo, aquele sorriso viciante jamais saíra de seus lábios. Seus olhos estavam estreitos por conta do vento que afagava seu rosto, uma mecha de seu cabelo cortou seu sorriso ao meio quando voou para sua boca, onde eu ergui a mão para tirá-lo dali em uma lentidão eterna. Não queria nada atrapalhando o que estava fazendo meu peito sacudir no momento.

: - Vocês são namoradas?

Camila e eu nos assustamos quando ouvimos a pergunta. Olhamos para a menininha sapeca no nosso meio e sorrimos sem graça.

: - Ei, não. É... – Camz começou a explicar. – Não, não.

Mas parou ali, me fazendo rir. Eu estava corada, pois é.

: - Sabe, não precisam mentir. Papai disse que namorados chamam namorados de “amor”. E você chamou a Lolo de amor, eu ouvi. – Ela gesticulava enquanto falava, seus olhos espertos desviando do meu rosto para o de Camila. – Minha irmã tem uma namorada, ela é bem bonita e também tem o olho verde. Eu gosto dela, ela me leva pra passear e sempre me compra chocolate. – Ela riu corando um pouco nas bochechas.

Eu ri dela e mordi o lábio inferior, acariciando sua cabeça.

: - E o que você acha sobre sua irmã namorar uma menina?

Não resisti e perguntei, Camila me encarou com os olhos curiosos.

: - Eu acho legal. – Ela riu. – Meninos não gostam de rosa, né? Eu gosto muito de rosa. Eu não quero um namorado que não goste de rosa.

Ela disse fazendo uma careta onde Camz e eu explodimos em uma gargalhada. Sério, aquilo foi hilário, ela era esperta demais.

: - Nicole, você é uma sapeca.

Camila beijou a bochecha dela. Ficamos naquela conversa infantil por mais alguns minutos até que ouvimos seu pai lhe chamar. Ele veio até nós e disse que não queria mais que sua filha atrapalhasse nosso passeio, pediu desculpas e a tomou nos braços. É claro que dissemos ao contrário, conversamos com ele um pouco sobre coisas alheias e nos despedimos de Nicole, a vendo ir embora nos braços de seu pai nos dando “tchauzinho” por cima do ombro. Típica garotinha americana aproveitando Paris assim como nós. Sorri ternamente, aquela menininha havia acrescentado algo a mais no meu dia.

Logo Camila e eu ficamos sozinhas, nos encaramos por longos segundos em silêncio, eu sentia que ela queria dizer alguma coisa, mas não perguntei, esperaria até que ela quisesse me contar. Tornei a me sentar no banco e lhe mandei um beijinho. Ela riu baixinho e me deu língua.

: - Você está linda.

Eu disse sem conseguir me controlar. Era incrível como eu não conseguia segurar meus elogios perto dela.

: - Não começa, amor.

Sorriu sem graça esfregando as mãos nos braços.

: - Ai, que chata é essa minha namorada.

Rolei os olhos e fiz uma careta para ela.

: - Não sou chata.

Fez bico. Senti vontade de morder, mas me segurei sentada no banco.

: - É sim. – Impliquei.

: - Não sou não.

Camila bateu o pé no chão e levou as mãos até a cintura me encarando de cara emburrada, tipo aquelas crianças birrentas. Uma gracinha. Que vontade de pegar no colo e cuidar.

: - É sim, uma “boo” muito chatinha e resmungona.

Cruzei os braços embaixo do peito e observei com um ponto de interrogação no meio da cara Camila se abaixar, tocando a neve sob seus pés com os dedos cobertos por luvas. Ergui uma sobrancelha, pisquei me assustando com uma folha que caiu no meu ombro e quando voltei minha atenção para Camila novamente, senti minha bochecha arder de forma violenta. Fiquei tonta, balancei para o lado rapidamente piscando da mesma forma. Ela ria, seu corpo sacudindo em gargalhadas altas. A filha da mãe me deu uma bolada de neve na cara. Eu acho que tinha neve dentro do meu nariz, na minha garganta, neve espalhada no meu colo e no meu cachecol. Segurei um riso na garganta e fiz a expressão mais séria que consegui.

: - Karla Camila Cabello Estrabao, se você tem amor a sua vida, apenas corra. – Avisei. – Mas corra muito.

Fiz menção de me levantar e a vi se afastar dois passos, a mão na barriga enquanto ria.

: - Oh! Não, você não seria capaz de...

: - Ah, eu seria. Eu sou.

A interrompi e me levantei pronta para correr, Camila tropeçou nos próprios pés e partiu disparada na minha frente, me fazendo dar uma gargalhada antes de correr atrás dela.

: - Corra, Camz, eu vou pegar você mesmo assim.

Gritei para alfinetá-la enquanto atravessávamos o campo coberto por neve, onde ela corria na minha frente olhando por cima dos ombros algumas vezes, a risada ainda em seus lábios. O vento batia no meu rosto gelando todos os cantos descobertos, meus lábios quase duros por conta do frio, torcidos em um sorriso de felicidade pura. Quando eu pegasse Camila usaria os dela para esquentar os meus, nada melhor que sua boca quente para nos manter longe de todo o frio de Paris.

As pessoas nos olhavam sorrindo, desviamos delas uma vez e outra para continuar toda aquela perseguição infantil que estava me fazendo perder a respiração. Camila correu para debaixo da Torre Eiffel e eu fui atrás dela, estava perto, estava quase conseguindo, só mais um pouco e... Ergui meu braço para alcançá-la, a enlaçando pela cintura e puxando suas costas contra o meu peito. Ela ria desesperada, sua respiração saindo com fúria.

: - Eu disse que ia pegar você.

Coloquei para fora com muito esforço perto de seu ouvido.

: - Você corre rápido, Lo... – Camila ofegou. Passei meus dois braços em torno de sua cintura e encostei-me a uma grade de apoio atrás de mim, bem embaixo da Torre. – Isso não é justo. Poxa!

: - O que é justo é você me pedir desculpas. Vou contar até três e quero ouvir no meu ouvido o seguinte. “Meu amor, me desculpa pela bolada de neve que dei em você.”

Eu disse a ela com um sorriso a virando de frente pra mim, suas bochechas vermelhas pela corrida que demos. Camila ergueu suas sobrancelhas e negou com a cabeça.

: - Não, não, você estava me chamando de chata.

Resmungou sorrindo de canto.

: - Eu vou colocar você sobre os meus joelhos bem aqui e lhe dar boas palmadas na bunda se não me pedir desculpas, Cabello.

Ergui a sobrancelhas e ela arregalou os olhos em espanto, sua boca linda formando um perfeito O. Um vento mais forte soprou e ela se encolheu em meus braços, suas pequenas mãos segurando meus ombros.

: - Você não pode. – Disse.

: - Está me desafiando? – Perguntei sorrindo maliciosamente. Camz balançou a cabeça em negação várias vezes de uma forma engraçada. Não aguentei e cai na risada. – Vamos, estou esperando. Um... – Comecei a contar.

Senti que ela tentou se afastar, por isso a segurei contra mim com mais força.

: - Dois...

: - Lauren. – Riu nervosa tentando me empurrar.

: - Três.

Finalizei e quando fiz menção de pegá-la no colo ela praticamente gritou, movendo as mãos com rapidez na frente do meu rosto.

: - ESPERA, ESPERA. – Corou violentamente. – Eu peço, eu peço desculpas, eu peço.

Sorri com gosto de vitória na boca e ergui a mão para retirar uma mecha de seu cabelo que voava sobre seu rosto.

: - Peça.

: - Desculpa por ter tacado aquela bolinha de neve no seu rosto, amor. Por favor, me desculpa?

Senti meu coração se aquecer ternamente com o jeito que ela pronunciou a frase. Seus olhos estavam baixos, um biquinho lindo em seus lábios, a voz manhosa e o corpo mole contra mim. Porra! Eu a amava tanto.

: - Está desculpada. – Afaguei seu rosto e suspirei, queria tanto beijá-la, mas... – Vem comigo.

Pedi de forma rápida a pegando pela mão quando comecei a andar na frente. Queria beijá-la e queria naquele momento, daria o meu jeito. Avistei um bosque imenso nos arredores da Torre Eiffel, árvores e mais árvores com seus topos cobertos por neve enfeitavam o local. Perfeito.

Fui praticamente arrastando Camila até lá, entrando no caminho feito por banquinhos de madeira nos dois lados, onde graças a Deus não havia ninguém. Puxei-a pela mão para trás de uma grande árvore, a encostando em seu tronco. Camila ofegou surpresa, suas mãos seguravam meu pescoço por debaixo do meu cachecol quando eu enquadrei seu rosto com as minhas.

: - Você é maluca. – Ela disse rindo, aqueles olhos que eu tanto amava brilhando de uma maneira que me arrepiou inteira. – Onde você nos meteu? Lauren, aqui é deserto.

: - Ótimo. – Sorri passando meu dedão por sua bochecha. – Pra que mais alguém além de nós?

Perguntei acariciando seu lábio inferior com o dedo, meus olhos vidrados nele. Se alguém em toda Paris soubesse o quanto eu valorizava momentos a dois com Camila, metade da população sumiria do nosso lado.

Ergui meus olhos para os seus e me perdi ali. Eu sabia que qualquer coisa que eu falasse ou tentasse falar não daria para explicar direito o quanto eu estava feliz, o quanto aqueles dias ali com ela estavam me fazendo uma nova Lauren.

Além de minha namorada e amiga, Camila era o meu bebê. Sim, meu bebê, minha menininha de sorriso doce e de gestos infantis, minha criança que me fazia querer cuidá-la o tempo todo, proteger dos medos, da chuva, do vento, das pessoas, dos monstros debaixo da cama, ou de algum inseto que entrou pela janela. Minha garotinha de dezessete anos que usava lacinhos no cabelo e no microfone para cantar. Meu bebê de pantufas do bob esponja que insistia para que eu assistisse desenho com ela pela manhã antes de nossos compromissos de trabalho. Minha “boo” esfomeada e estabanada, meu neném de olhos castanhos intensos que me fazia perceber que a vida é muito mais que apenas ter responsabilidades e cumprir com seus deveres. Camila me ensinou que cuidar bem da criança que muitas vezes escondemos em nosso interior é a melhor coisa para a alma. E Camila me amava, e eu amava a criança da minha Camila.

: - Eu te amo, Lauren.

Ela pareceu escutar meus pensamentos e me tirou deles com sua frase destruidora do meu controle. Apenas encarei seus olhos uma última vez antes de fechar os meus e juntar nossos lábios, eu não precisava dizer com palavras, tinha certeza que ela sentiria naquele beijo o quanto era recíproco todo aquele sentimento.

Ficamos nos beijando ali contra aquela árvore sob uma chuva de folhas secas e flocos de neve por um longo tempo. Eu só conseguia ouvir o canto dos pássaros e o som de nossos lábios se tocando. Meu corpo todo se aquecendo naquele calor que só ela tinha, minha língua vibrando eufórica dentro daquela boca aconchegante. As mãos de Camila agarradas no gorro que eu tinha na cabeça, meu braço direito ao redor de sua cintura, minha mão esquerda entre seus cabelos.

Como era bom beijá-la, fosse ao ar livre ou entre quatro paredes, beijar Camila era sempre a melhor parte do meu dia. Perdemos noção do tempo e do lugar, apenas permanecemos ali curtindo aquela manhã de inverno em uma das paisagens mais bonitas do mundo.

 

Era quase 20:00 da noite quando me encontrei deitada no tapete felpudo e branco daquele quarto de hotel com Camila de pé em minhas costas. Minha bochecha direita esmagada, meus braços abertos, meus olhos fechados e minha coluna estalando a cada pisada que ela dava ali.

: - Porra, amor.

Gemi de dor quando ela pisou perto dos meus ombros, eu estava parecendo uma velha. Minha voz saindo massacrada.

: - Não se mexe se não eu vou cair e você vai apanhar.

Ela brigou enquanto pisava um pouco mais embaixo. Ela era pesada. Puta merda!

: - Você. Está. Me. Matando.

Eu disse gemendo de dor novamente quando minha coluna estalou outra vez.

: - Lógico, você parece uma velha, toda torta.

: - Ai!

Mordi o lábio inferior e ouvi Dinah gargalha. Aé, esqueci de comentar que ela estava esparramada sobre nossa cama assistindo um filme que passava na TV, de pijama e tudo.

: - Lauren, você é muito fresca, nem parece que é a ativa nessa porra.

: - Epa! – Resmunguei virando minha cabeça para o outro lado pra encará-la. Camila pisou perto da minha bunda. Gemi de novo. – Quem disse que eu sou sempre a ativa?

Fingi indignação e ela revirou os olhos.

: - Não vai me dizer que você com todo esse tamanho prefere abrir as pernas? Pelo amor de Deus, onde vamos parar?

Camila caiu em uma gargalhada descontrolada em cima das minhas costas e eu senti minhas bochechas arderem. Dinah havia acabado com toda a minha moral há muito tempo, desde então eu sofria bullying, apanhava, levava feijão na cara, tinha o celular roubado, era ameaçada, levava tapa na cara, zoada no Twitter, chamada de sapatão passiva e o pior, de broxa. Uma bela de uma amiga filha da puta eu tinha.

: - Eu não prefiro não, mas Camila às vezes me deixa sem opção.

Defendi-me, o que era verdade.

: - Tua mãe te criou durante todo esse tempo, deu do bom e do melhor, colégio caro, passou talco pra você crescer e virar sapatão passiva. Porra, Jauregui, quer me desmoralizar.

O que eu disse sobre ser chamada de sapatão passiva?

: - Muito passiva.

Camila me alfinetou me dando uma pisada mais forte perto da nuca.

: - Vão se foder vocês duas. A vida era melhor quando eu ganhava em segundo lugar no TVZBelos.

Camila e Dinah começaram a rir desesperadamente, não sei quem era mais escandalosa. Eu me deixei rir junto ao lembrar do dia em que vi isso no Twitter.

: - Amor, eu morri quando vi você ganhar como o segundo macho mais bonito. Eu achei que você merecia o primeiro, porque olha só, aposto que nenhum macho tem essa bunda gostosa que o meu tem.

Camila se colocou de pé em cima da minha bunda, eu fui ao inferno e voltei. Dinah estava rolando na cama de tanto rir.

: - Porra! Filha da...

Eu iria xingá-la quando ouvi meu celular tocar, onde ela logo saiu de cima de mim correndo para a cama ao lado de Dinah, completamente vermelha de tanto rir. Levantei-me e a olhei, minhas mãos na minha bunda.

: - Me aguarde.

Estreitei meus olhos para ela e ri antes de andar até meu sobretudo pendurado na poltrona, caçando meu celular pelos bolsos. Assim que o peguei, olhei o visor. Era Ally. Abri um sorriso enorme antes de me sentar, o short jeans rasgado que eu vestia subindo em minhas coxas quando dobrei as pernas sobre a poltrona.

: - Ei, Ally. – Eu disse eufórica, estava com tantas saudades daquela baixinha. – Que saudades.

Eu disse sem deixá-la falar, como eu disse, estava animada.

: - Ei, Laur. – Sorri ao ouvir sua voz, tão doce, tão ela. – Também estou sentindo sua falta, ou melhor, a falta de vocês.

Passei meus olhos por Camila e Dinah na cama que brincavam de algo que não consegui identificar, apenas sorri e neguei com a cabeça.

: - Como você está? Ainda está no SPA?

Perguntei deslizando os dedos por meu cabelo, colocando-o sobre meu ombro direito.

: - Não, voltei para casa. Digo, nossa casa em Los Angeles.

Estranhei, ainda faltava duas semanas e alguns dias para o fim de nossas férias, por que Ally voltou para casa antes? Esqueci de comentar que tínhamos uma casa, não é? Pois é, abandonamos o apê e ganhamos uma casa enorme com cinco quartos, com suítes e tudo o que você pudesse imaginar. É, ter dinheiro e fazer sucesso tinha o seu lado bom, muito bom.  

: - E Mani? E por que você voltou antes? Ainda falta um tempo para voltarmos ao trabalho, baixinha. – Comentei enquanto mexia na parte desfiada do meu short. Ally ficou em silêncio um tempo, eu não podia ouvir nada mais que sua respiração por longos segundos, ou talvez alguns minutos. Senti-me incomodada. – Ally?

: - Lauren, você tem algo para contar a mim e as meninas?

Ela perguntou tão baixo que se eu não estivesse tão concentrada não teria escutado. Senti meu coração aumentar o ritmo em um solavanco.

: - Contar? – Pisquei estática e usei minha voz firme. – Não, Ally. Por quê? - Menti.

: - Tem certeza?

Insistiu. Tirei as pernas de cima da poltrona e firmei meus pés no chão, me levantando. Parei próximo a parede de vidro com a mão livre na nuca.

: - Tenho... – Suspirei. – Por que, Ally? O que está havendo?

Fiquei olhando para o lado de fora quando outro silêncio incômodo se instalou. Eu estava nervosa, minha barriga em um frio medonho. Seria possível que... Fechei os olhos com força quando ela voltou a falar.

: - Entra no Twitter e veja com seus próprios olhos. – Prendi minha respiração ao ouvi-la, meu corpo tremeu de uma forma que tirei minha mão da minha nuca para escorá-la no vidro na minha frente. - Lauren?

: - Oi. – Respondi em um fio de voz.

: - Não fraqueja agora. – A voz dela se transformou novamente, pude notar com o coração fora de controle o ponto choroso em seu tom. Choroso e um pouco decepcionado. – Eu vou desligar. Apenas faça o que eu lhe disse, entra no Twitter e veja com seus próprios olhos.

: - Ally...

Eu tentei falar, mas minha voz era nada mais que um murmúrio.

: - Eu te amo, Laur.

Foi tudo o que ela disse antes de desligar, me deixando ali de pé, de costas para as meninas com o coração na boca e o celular nas mãos. Por tudo o que me é mais sagrado, eu nunca temi tanto na minha vida entrar no meu Twitter como temi naquele momento. Segurei o Iphone com força e respirei fundo antes de clicar no ícone do aplicativo. Desejei com todas as minhas forças que o tempo parasse. 

 



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