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História Ácidos e Bases - Uma nova vida


Escrita por: Misukisanlover

Notas do Autor


Postar capitulo em hora dessas é pedir pra flopar. Mas eu não vou ter tempo mais tarde.
Espero que gostem.
Fãs do Sehunnie, espero que estejam com suas máscaras de oxigênio.
Ps: Sehun na capa

Capítulo 5 - Uma nova vida


Fanfic / Fanfiction Ácidos e Bases - Uma nova vida

Capitulo 4 – Uma nova vida

 

Kibum não precisou abrir a porta para que um garoto de cabelos negros se instalasse em sua cama graças a um vampiro descontrolado. O coveiro havia acabado de se levantar para ir ao banheiro e quando voltou lá estava o garoto sangrando um sangue extremamente escuro em sua cama. Teve vontade de gritar, odiava quando sujavam sua cama, principalmente sua cama!

Caminhou rapidamente para perto dele e olhou para o lado onde Kai estava com uma cara de assassino profissional que não havia conseguido terminar o seu trabalho. Kibum olhou para o pescoço do rapaz e para o peito, onde havia dois rasgos – sim, não eram apenas furos – sérios que sujavam a pele perfeitamente branca dele.

- Você está maluco? – Perguntou sussurrando para Kai – Onde estava com a cabeça ao trazer ele aqui?!

- Ele é um sangue negro – Kibum arregalou os olhos e negou sem acreditar, olhou para o menino que sangrava lentamente um sangue grosso e escuro. Não chegava a ser negro, até porque o que fazia o sangue ser negro não era a cor e sim o que ele era – Eu senti o cheiro dele. Nunca tinha visto nada igual... Você sabe que eu não podia resistir a ele... Nem mesmo tentei, porque não tinha consciência quando o peguei...

- Impossível... Faz décadas que ninguém vê um desses... Porque logo aqui, logo agora... Logo ele?  O que você sentiu quando o mordeu?

- Senti uma dor terrível. Uma dor dilacerante que me fez gemer, algo que me queimava por dentro. Uma dor parecida com a de um recém-nascido que quando respira pela primeira vez... Chora com o impacto do ar em seus pulmões... – Kai olhou para o rapaz -... Precisamos salvá-lo. Não posso deixá-lo morrer.

- E porque você não o matou logo caralho?! – Kibum gritou estressado.

- Porque eu não consegui! A porra do sangue dele tava cheio de alho! – Kibum se acalmou. Sabia muito bem os efeitos que aquilo dava em um vampiro. Kai devia estar com náuseas até aquele momento. O coveiro apertou a ponta do nariz e começou a pensar.

- Você vai ter que fazer aquela coisa. Se quiser mesmo salvá-lo. O sangue dele se alimenta de outros e está saindo do corpo dele, já deve ter perdido muito. Vamos fazer uma cirurgia nele e costurar os pontos que você rasgou e... – Quando o coveiro olhou para Kai ele já estava vestindo as luvas de borracha -... Certo.

Kibum viu tudo ao seu redor parar de repente. Olhou para Kai e olhou para o paciente. Operar era algo novo para ele. Já tinha feito muitas coisas pelo vampiro, mas aquela era uma das mais bizarras.

- Eu o conheço – Ele disse fechando os olhos enquanto Kai preparava algumas bolsas de sangue que sempre guardava na geladeira de Kibum – Sabe aquele menino que você salvou na noite de desastres há cinco anos?

- Sim, o que a família inteira morreu no acidente de carro e só sobreviveram ele e a menina.

- Era ele. Ele era o garoto – Kai olhou para o rapaz e franziu a testa. Não se parecia muito com ele, para falar a verdade sua forma de lobo sempre modificava a forma dos rostos das pessoas, por isso era quase impossível distinguir quem era seu amigo ou inimigo estando sobre poder da lua ou ainda sobre si mesmo.

- Ele... Não o reconheci... Até porque não estava em condições de reconhecer ninguém – Ele deixou os braços relaxarem e se esqueceu por alguns segundos que o garoto estava morrendo – Me ajude, não posso deixá-lo morrer, algo ainda me diz que ainda não é a hora dele.

Key de ombros e se aproximou com os objetos cirúrgicos.

- Ainda bem que deixo essas coisas com você – Kai murmurou enquanto limpava os ferimentos do rapaz – Não corre o risco do seu namorado aparecer por aqui, não é? – Kibum olhou para Kai com cara de tédio e o vampiro logo entendeu que o que havia falado era sem sentido – Tem razão, me esqueci desse detalhe.

- Tem consciência do tanto de vidas que poderia salvar usando esse seu poder? –  O coveiro perguntou dando a agulha para Kai costurar o ferimento do pescoço.

- Sei... – Kai suspirou -... Mas já disse, tenho medo dos efeitos. Essa é uma exceção. Não fale mais sobre isso, já estou cansado dos seus comentários sobre o assunto. Não vou mudar de ideia.

- Não está mais aqui em comentou – Kibum olhou para o rosto do rapaz. Estava sereno como o de um anjo, pálido e belo como seus irmãos celestiais. Ele podia sentir que aquele garoto tinha algo de muito especial.

E não era só o sangue negro.

 

***

 

A menina estava com a cabeça acomodada no peito do garoto Kang-woo. Ela abafava a tosse em um paninho que havia levado, os dois estavam sentados debaixo de uma árvore próxima da beira do penhasco da ilha, o lugar mais alto dela – nem era tão alto assim. Fora difícil para os dois chegar até ali, mas ela achava que valeria muito a pena.

Ela esperava a lua perder o seu brilho com ansiedade.

- Porque as estrelas tem tanto medo do sol? – Ela perguntou baixinho e Kang-woo sorriu.

- Elas não têm medo do sol, Josephine. Elas só têm o brilho fraco demais para poderem ser vistas quando o sol está completamente no poder. Existem outros tipos de coisas... E elas sim têm medo de sol.

- Tipo o quê?

- Tipo, vampiros – O menino deu nos ombros rindo.

- Bobo... Idiota... Vampiros não existem... – Ela suspirou e olhou para o horizonte novamente -... Eu gosto do som das ondas quebrando, gosto da luz das estrelas... Eu gosto da natureza... Ela sim é de verdade, ela sim é perfeita e só morrerá se todos nós não fizermos alguma coisa. Não vou ficar tempo suficiente para saber, não é Kang-woo? – Olhou para os olhos do menino.

Ele olhava para frente muito concentrado. Estava pensando no que ela estava dizendo. Não tinha coragem de olhar nos olhos dela naquele momento... Porque havia um jeito de deixá-la viva... Mas ele não faria de modo algum.

- Promete para mim uma coisa Kang-woo? – Ela perguntou com a voz embargada e ele finalmente olhou nos olhos dela – Prometa que não vai desperdiçar o seu tempo com besteiras.  Prometa!

- Porque está me pedindo isso?

- Porque se você dividir sua idade pelo peso da terra... Dá zero. Se você dividi-la pelo tanto de grãos de areia que existem na praia dessa ilha, dá zero se você dividir ela até pelo tanto de fios de cabelos que você tem, vai dar zero. O tempo é algo extremamente precioso, você não deve desperdiça-lo com besteiras. Aproveite o seu tempo o máximo que você poder... Ame, viva, aprenda! Procure conhecer o máximo do mundo que você puder. Acho que é um dos motivos para estarmos aqui. Descobrir onde realmente estamos e descobrir porque estamos aqui.

Kang-woo sorriu.

- Você é um ser humano extraordinário, Amber Josephine... – O sorriso dos dois foi sincronizado. Era um sorriso de entendimento, os dois estavam pensando a mesma coisa...

Os dois estavam se amando.

 

Josephine abriu os olhos e percebeu que uma luz pálida já começava a surgir no horizonte.

Era o alvorecer se aproximando.

- Kang-woo... – Um sorriso sem humor brotou no rosto pálido da menina – Está me ouvindo? – O garoto assentiu – Que bom, porque acho que... Estou falando muito baixo... Nem consigo me ouvir... Olhe... O sol já está começando a nascer.

- Eu poderia tirar uma foto, mas não sou fotógrafo profissional e minha câmera não é muito boa...

- Tire com o meu... Tire uma foto de nós dois... – Ela disse entregando o celular ao menino. Ele estendeu o braço e apertou na tela do celular tirando duas fotos de uma vez. Entregou para Josephine que soltou um sorriso de satisfação – Está linda... Obrigada...

Ela olhou para o horizonte e esperou. Estava começando a ficar alaranjado.  

Aos poucos o alvorecer foi tomando forma. Aos poucos os passarinhos começaram a cantar, a temperatura começou a ficar morna e o sol começou a brotar vagarosamente no horizonte, a água começava a apresentar o reflexo daquela luz alaranjada e Josephine apertou ainda mais o braço de Kang-woo.

- Kang-woo... – Ela sussurrou - Quero que você compreenda... Eu nunca vou crescer, nunca vou me embebedar pela primeira vez, nunca vou fumar, nunca vou para a faculdade, nunca vou deixar o meu primo com saudades depois de sair da casa dele para estudar fora, nunca vou fazer o meu intercâmbio... Nunca vou ter o romance que eu sempre desejei – Os olhos da menina fixaram-se no rosto do rapaz –... Nunca saberei o que é amor. Eu gosto muito de você, mas não sei se isso é amor... Como eu poderia saber? Sou só uma criança.

- Na verdade... É uma moça – O garoto tentou animá-la.

- Sim... Tornei-me moça há alguns meses... – O olhar da menina ficou distante – você pode realizar uma coisa antes que eu morra... Pode me dar o meu primeiro beijo.

- Você quer que eu lhe dê o primeiro beijo? – O menino perguntou sem acreditar – Acha que eu sou...

- Você é único que poderia fazer isso – Ela sorriu e fechou os olhos.

O vento lhe soprou de forma gentil. Ela torcia para que a tosse não lhe invadisse naquele momento, ela queria aproveitar o toque daquele que amava.

Ela teve bastante sorte, tudo estava ao seu favor. Kang-woo tocou no queixo da menina com o polegar e se aproximou apertando a menina como se fosse um ursinho de pelúcia frágil. Envolveu a pequena na tentativa de mantê-la confortável.

Conseguiu. Ela sentia que poderia morrer nos braços dele, aliás, adoraria que fosse assim.

Kang-woo pressionou os lábios nos da menina e fechou os olhos.

Um beijo puro, um beijo de despedida. Um beijo que fez até mesmo o alvorecer chorar pelo fim daquele pequeno casal, pouco tempo depois que o sol nasceu por completo nuvens fracas cobriram o céu e iniciaram uma leve garoa.

- Beijar é muito bom, Kang-woo... – Ela sussurrou enquanto se afastava do menino -... Obrigada, acho melhor irmos para casa, daqui a pouco vamos ter escola. 

 

***

 

Amber acordou com dor de cabeça. Minho estava esparramado na cadeira e o vinho que os dois haviam tomado estava vazio. Ela olhou ao redor tentando achar Jong In, mas percebeu que já havia amanhecido, era óbvio que ele havia ido embora antes de lhes acordar, ele sempre ia embora antes do sol nascer. Foi olhando para fora que ela percebeu que Victoria limpava a frente do necrotério.

Se dependesse dela ficaríamos o dia inteiro aqui, pensou e começou a balançar Minho. O rapaz roncava baixinho e quando a mulher lhe tocou ele se assustou. Abriu os olhos e viu uma silhueta grande a sua frente, uma grande bolota. Semicerrou os olhos e depois percebeu que estava de ressaca. Amber era magra demais para ser ela.

- Vamos nos trocar. Está na hora de irmos embora, os legistas do próximo plantão já devem estar chegando – Ela disse se levantando.

- Eu não vou conseguir me levantar não – Minho reclamou – eu não conseguindo ver quase nada, meu corpo todo está pesando mais que chumbo... Eu acho que vou ficar por aqui mesmo... – Disse fechando os olhos.

Amber revirou os olhos e enrolou o braço do mais velho em seu pescoço. Levantou-se botando força para ajudá-lo a se levantar e começou a caminhar com ele até o pequeno vestiário.

- Ah... Minho... Faz um esforçinho para me ajudar, vai? – Ela disse tentando respirar.

Quando os dois chegaram ao vestiário ela apenas o jogou lá dentro e entrou. Só assim conseguiu respirar de novo, como aquele idiota era pesado. Ajudou-o a se sentar na cadeira e começou a tirando o jaleco.

- Melhor ir tirando sua roupa. Porque eu não vou fazer isso – Ela disse com a voz cheia de birra. Poucos segundos depois ela olhou para trás e viu que Minho estava com a blusa presa ao pescoço, cobrindo a cabeça dele com ela – Idiota... – Ela revirou os olhos e ajudou ele a tirar a camisa.

Ela paralisou quando olhou para o peitoral do rapaz. Não tinha visto seu colega de trabalho sem camisa, nunca havia precisado se trocar ao lado dele. Ela olhou para o outro lado e jogou a camisa do rapaz ao seu lado. Caminhou até seu armário e procurou sua roupa comum. Viu uma sombra atrás de si e se assustou. Olhou para trás e logo teve sua boca tampada pela mão enorme do carteiro.

Ele a encostou na parede com delicadeza e olhou bem nos seus olhos.

- Relaxe... Desculpe te assustar, eu fiquei na dúvida se você deixaria chegar tão perto se eu pedisse – Ele tirou a mão devagar e ela manteve a expressão de surpresa – Não sei você, mas se estamos nos trocando juntos, acho que é justo você tirar a mesma parte que eu.

- Do que você... – Ela paralisou e ficou vermelha -... Eu nunca...

- Você já tem 28 anos. Quer que eu acredite que nunca... – Ele arqueou a sobrancelha e ela evitou sorrir -... Vamos é só uma brincadeirinha. Ninguém aqui vai tirar partes intimas.

Amber concordou com cabeça e retirou a camisa com a ajuda de Minho.

- Não olhe para mim... – Ela disse enquanto retirava a peça. Ela cobriu os seios com as mãos e arqueou a sobrancelha esperando que Minho fizesse sua parte.

Ele retirou os tênis e as calças folgadas. Demorou alguns segundos já que ele tinha pernas longas. Ela sentiu seu corpo esquentar, seus hormônios há muito tempo sem serem acionados estavam funcionando a todo vapor naquele momento e se sentia anestesiada, não sabia se sorria ou se chorava com aquela situação. Queria aquilo desde que começou a trabalhar com Minho, mas não sabia se estava realmente pronta, não sabia se realmente agradaria se estivesse segura não estaria tentando cobrir seu corpo.

- Olhe para o lado.

- Assim não vale, Amber – Ele revirou os olhos – eu estou deixando você me olhar.

- Ah... – Ela mordeu o lábio inferior -... Então vire-se e quando eu estiver sem elas eu deixo você me olhar. Pode ser? – Perguntou e ele assentiu se virando. Ela pensou em fugir, mas ela estaria perdendo uma grande oportunidade. Respirou fundo e retirou os sapatos e as calças. Esperou alguns segundos para dizer – Pode olhar.

Assim que Minho se virou ele paralisou. Era diferente de tudo que ele havia imaginado. Nunca pensou que faria aquele tipo de proposta, mas já estava cansado de esperar, precisava... Deseja ter Amber. Nunca imaginou que por trás daquela mulher bruta existia um corpo tão delicado, uma pele tão visivelmente macia e ruborizada. Ela era uma graça...

- Porque está me olhando assim... Eu não sou o que você imaginava? – Ela perguntou fazendo careta.

Ele sorriu.

- Não. Você não é nem de longe aquilo que eu imaginava – Ele se aproximou com um olhar indiferente. Ela sentiu uma pontada forte no peito, estaria a ponto de chorar se ele não houvesse completado logo: - Você é ainda melhor do que eu havia imaginado... – Ele tocou nos lábios da mais baixa e se aproximou. Puxou a cintura dela para que ela se aproximasse, para que seus corpos ficassem colados.

O desejo aumentou nas duas partes, Amber podia sentir a respiração do mais alto batendo em suas bochechas, podia senti-lo se encaixar em seu corpo. Queria ele ainda mais próximo, queria sentir aquele calor. Queria beijá-lo. Minho aproximou os lábios daquela maciez corada que lhe esperava: os lábios de Amber. Envolveu Amber com os braços e se preparou para beijá-la. Ela tocou em seu peito com delicadeza e esperou aquela sensação que estava centímetros de distância.

- Você é linda... – Ele sussurrou.

Os dois ouviram a campinha do necrotério tocar.

Amber abriu os olhos sem acreditar no que estava acontecendo.

- Deixa... A Victória vai abrir.

- Victória está lá fora – Ela respondeu decepcionada – Ah que merda... – Ela se afastou do mais alto e começou a se vestir – Puta que pariu que tipo de quebra clima é esse? – Reclamou fazendo Minho soltar gargalhadas.

- Não faltará tempo para tentamos de novo – Sussurrou no ouvido da moça e a fez rir.

- Sei...

 

Quando os dois abriram a porta viram um grupo de pescadores apreensivos. Logo que olharam para eles perceberam que eles não traziam um simples morto, se fosse isso eles teriam ligado. Amber olhou para um misterioso caixão que era carregado logo atrás dos pescadores líderes. Apesar da situação estranha resolveu perguntar.

- O que querem?

- Olá moça – Um deles disse – Meu nome é Franz... Fala inglês certo? – Perguntou e Amber assentiu – Nós achamos esse caixão enquanto pescávamos perto daqui e... Resolvemos deixá-lo aqui. Nenhum dos meus homens se atreve a abrir e como é algo que envolve gente morta... Eu espero, resolvemos deixar com vocês. Não temos nenhum interesse, mas pode ser que alguns historiadores sim, parece ser um caixão bem antigo.

- Certo. Podem entrar, só que não seremos nós dois a observá-lo, já estamos de saída, quem vai mexer com o que tiver aí dentro são os legistas que ficam de plantão de dia.

- Não se preocupe, não estamos preocupados com isso, eu e meus amigos só queremos ficar longe disso.

Amber franziu a testa e olhou para o caixão tentando imaginar o que teria ali dentro para deixar os pescadores tão assustados.

 

***

 

Logo após o episódio do caixão com os pescadores medrosos Amber foi para casa. Esperava com muita esperança que a prima estivesse melhor, ainda tinha confiança que ela estivesse apenas com uma leve inflamação na garganta. Tudo estava valendo, tudo o que não levasse sua prima querida a morte.

O carro de Taemin era bem confortável, entendia bem porque ele tinha tanto ciúmes. Carro era um meio de transporte de luxo naquela ilha tão simples.

Quando colocou o carro na garagem pendurou as chaves em um cabide e entrou na casa chamando pelos primos. Já eram quase sete horas. Com toda a confusão ela havia acabado se atrasando para fazer o café da manhã dos meninos. “É amaldiçoado com certeza” havia ouvido um dos pescadores dizer em inglês.

- Josephine?! – Chamou perto das escadas – Taemin?!

- Taemin não... Está – Ouviu a prima dizer descendo as escadas. Ela já estava pronta com mochila nas costas – você demorou hoje Amber. Estava beijando aquele seu namorado?

- Ele não é meu namorado Josephine – Ela disse andando até a cozinha para preparar um leite – e onde é que você está aprendendo esse tipo de coisa, tem que me respeitar em? – Disse rindo e a criança olhou para o quadro da mãe.

- Eu acho que você deveria falar para ele que gosta dele logo.

- Quem disse que eu gosto dele? – Disse colocando a panela em cima do fogão aceso.

- Seus olhos – Ela sorriu – diga logo, Amber. Não perca tempo, vai que o destino resolve te dar uma patada e leva ele embora? Você tem que aproveitar, você deve ter certeza do que sente.

Amber parou de mexer o leite com a colher.

- Porque está me falando essas coisas? – Perguntou já imaginando a resposta.

- Acontece muito em dramas e, aliás, ontem eu me confessei para Kang-woo – Amber arregalou os olhos e olhou para a prima – É eu sei... Foi ótimo, ganhei meu primeiro beijo.

- Se Taemin souber disso... Ele mata o Kang-woo!

- Eu não me importo – Ela sorriu cansada e se sentou na mesa para comer o leite com cereais –  Para mim só importa que foi ótimo – Ela apoiou o cotovelo na mesa e o queixo na mão.

- Está se sentindo melhor? – Perguntou.

- Só uma dorzinha de garganta. Vai passar – Ela mentiu olhando para os lados. Kang-woo entrou de fininho pela cozinha e sentou ao lado de Josephine – Oi Kang-woo – Ela sorriu largamente – deu tudo certo com a sua mãe? – Perguntou e ele assentiu.

- O que aconteceu com sua mãe, Kang-woo? – Amber perguntou enquanto derramava o leite dentro do prato de Jose.

- Ela morreu ontem à noite – Amber teve que se segurar para não cair. Estava prestes a perguntar de quê quando ele falou – Ela morreu dessa doença que ninguém sabe o que é. Consegui mandá-la para o necrotério agora pouco com a ajuda de vizinhos.

- Kang-woo... Sinto muito – O menino abaixou a cabeça.

- Tudo bem... Ela havia me preparado bem para isso. Já sabia que ela iria morrer a duas semanas, lembra que passei dois dias sem vir aqui falar com Josephine antes de ir à escola? Então, minha mãe havia acabado de receber o diagnóstico.

- É uma pena... Realmente uma pena...Tome muito cuidado com Josephine, Kang-woo.

- Tudo bem.

- Onde está Taemin...? Ele nem me respondeu...

 

***

 

Quando Minho entrou em casa, teve uma grande surpresa.

Era comum que Kibum recebesse visitas de alguns feridos de vez em quando, havia alguns doidos que gostavam de se aventurar pelo bosque e acabavam se perdendo.

Mas o que ele viu naquele dia o deixou perplexo. Assim que viu aquele jovem pálido deitado na cama correu para saber o que havia acontecido.

- Hyung... O que aconteceu com ele? – Perguntou tocando no pulso do mais novo – Ele está vivo... O que aconteceu? O que são essas feridas?

- Ele estava se aventurando pelo bosque e acho que algum bicho resolveu provar. Tive que fazer uma cirurgia de improviso. Não sei se realmente vai funcionar a pele estava rasgada... Não sei se remendada as células vão viver. Vamos ter que esperar... Você o conhece de onde?

- Ah, o nome dele é Taemin. Ele é primo da Amber.

- A menina?

- Não. A mulher que trabalha comigo. As duas tem o mesmo nome, as mães eram gêmeas e resolveram colocar o mesmo nome. Amber Josephine Liu e Amber Josephine Lin que no caso é a mais nova.

- Ah... Que bom que você o conhece. Será que dá pra você levá-lo para casa? Ele já está bem, chamei um enfermeiro e ele disse que está tudo bem, já limpou os ferimentos e foi embora logo depois. Estava mesmo pensando em chamar a policia para saber de onde ele é.

- Claro, eu levo sim – Minho franziu a testa – Porque ele está sem camisa?

- Rasgou.

- Melhor vestir alguma coisa, o outono está deixando o tempo frio demais para ele andar sem nada. 

- Imagino – Kibum caminhou para dentro do armário para procurar um casaco.

Minho sentia uma sensação estranha, tinha quase certeza que seu hyung estava mentindo. Que tipo de enfermeiro ia ao cemitério só para cuidar de um paciente. Seria algum dos amantes dele? Ou era algo misterioso. Por mais que Minho fosse criado por ele nunca havia entendido direito sobre os caras com quem ele passava a noite fazendo barulho. E olha que o quarto de Minho tinha isolamento acústico.

Olhou para Taemin e olhou novamente para cada uma das feridas, nada de anormal. Parecia que um bicho havia mordido e puxado sua pele, mas tirando isso estava normal. A não ser...

- Hyung?

- Oi.

- Porque tem uma gota de sangue escorrendo pela boca do Taemin?

Kibum paralisou. Merda, pensou. Não deveria ter deixado aquilo escapar. Respirou fundo e andou em direção a Taemin como se também se perguntasse a mesma coisa.

- Não sei... Vai ver que acabou sangrando por dentro... Não sei mesmo... Mas já está bem, se tivesse com algum problema o enfermeiro diria.

- Você não está tentando me esconder nada, não é?

- Não... Claro que não, porque motivo eu faria isso? – Kibum suspirou – Leve ele para casa, a prima dele já deve estar louca atrás dele.

 

***

 

No inicio da quinta aula do dia, Josephine pediu para a professora deixar que fosse ao banheiro. Ela olhou para a sua melhor amiga e sorriu, um sorriso que ela esperava ser uma boa despedida. Caminhou vagarosamente até a porta e caminhou pelos corredores ainda mais lentamente. Não havia ninguém ali, nem mesmo os faxineiros. Suas tosses ecoavam por todo o corredor.

Quando tirou o lenço da boca e viu uma secreção avermelhada, sentiu uma pontada no peito. Acelerou o passo e entrou no banheiro. Entrou em um dos boxes e se sentou em cima do vaso de tampa fechada. Tirou o celular de dentro do bolso da saia e observou a foto que Kang-woo havia tirado.

- Ele fica tão bem loiro – Ela tossiu – Nem parece que ele nasceu com cabelos negros – Sorriu e colocou o lenço na boca para abafar a tosse.

Sentiu que seus pulmões estavam entupindo. Algo lhe impedia de respirar direito e estava lhe sufocando, não conseguia mais encher os pulmões como antes, como se a elasticidade dele houvesse cessado, não conseguia mais subir e levantar o próprio peito. Encostou as mãos na porta e tentou puxar o máximo de ar que pôde. O que só fez com que tossisse bastante sangue. Era uma hemorragia interna, ela já não tinha mais o que fazer, não tinha mais o que viver.

Caiu no chão frio do banheiro e observou a luz intensa do teto banheiro, queria respirar lutava para isso, mas quando o ar já lhe era extremamente necessário, seus músculos relaxaram e ela começou a ver milhares de estrelas se aproximando, até que sua vista estivesse escura demais para ver qualquer coisa.

 

Jee-Hee entrou no banheiro porque estava prestes a entrar em colapso quanto a sua maquiagem que precisava ser retocada. Assim que olhou no espelho percebeu o quanto seus lábios estavam ressecados, estavam secos e ela precisaria de um batom hidratante, coisa que ela não tinha. Ela olhou para trás onde haviam vários boxes de banheiro abertos.

- Tem alguém ai? – Perguntou olhando ao redor – Eu preciso de um batom hidratante será que alguém tem? – Olhou para baixo para saber qual dos banheiros estava ocupado e viu um braço saindo para fora de um deles.

Arregalou os olhos e saiu correndo até o boxe. Estava trancado, bateu na porta em uma tentativa inútil de abri-la. Pegou o braço da menina e conseguiu fazê-la passar por debaixo do buraco da porta – que não era pequeno – mesmo.  A menina estava branca e gélida. Jee-Hee não era profissional em primeiros socorros mais sabia de alguma coisa. Colocou dois dedos sobre o punho da menina e percebeu que ela não tinha pulsação.

- Ai meu deus! – Exclamou começando a gritar – Socorro! Socorro! – Poucos segundos uma das faxineiras entrou assustada.

- O que foi menina?

- Acho que a Josephine não está respirando! Eu não sinto o pulso dela Ahjumma!

-J esus Maria e José... – A mulher saiu correndo para fora para pedir ajuda.

Poucos minutos depois várias pessoas estavam ao redor da menina que já não respirava. Tentaram lhe fazer massagens cardíacas... Mas não era esse o problema. Os pulmões daquela menina nunca mais voltariam a funcionar e consequentemente... Seu coração não havia porque voltar a pulsar o seu sangue.

Ela estava morta. E assim que Kang-woo entrou dentro do banheiro e viu o que aconteceu colocou a mão sobre o nariz e iniciou um choro silencioso. Logo lhe encheriam de perguntas, logo perguntariam como seria a melhor forma de dar a noticia para os familiares. Infelizmente, não havia melhor forma. Josephine era insubstituível... Era uma flor rara que vivia na vida dele, de Taemin e de Amber.

 

***

 

O sono havia sido profundo.

Quando Sehun abriu os olhos, achou que iria morrer. Uma luz extremamente forte lhe cobria por completo, uma luz cintilante que brilhava no teto do local estranho e que de primeira parecia ser muito semelhante à luz do sol. O susto foi tamanho que acabou pulando de onde estava deitado diretamente para o chão, onde se acocorou e cobriu a cabeça com as mãos. Esperou a morte chegar, mas ela não veio. Ele sentia que ainda estava vivo e nada parecia lhe queimar como churrasco.

Ele se levantou aos poucos e observou o lugar. Era muito frio e podia ver por uma brechinha da porta atrás do vidro que o sol estava no poder, que não poderia sair dali. Estava tonto, não sabia onde estava, como estava e em que época estava. Podia muito bem ser mil anos depois de ter sido enclausurado... Não. Chanyeol não poderia ser tão infeliz. Ah como ele queria que Chen ainda estivesse vivo para poder se vingar... Mas não. Naquele momento ele precisava se preocupar com outras coisas.

Precisava saber onde estava e começar a se adaptar. Depois pensaria um pouco sobre sua família. Podia sentir claramente a presença de três de seus filhos, mas ele sabia que eles não seriam mais obedientes como antes, teria que conseguir outros filhos. Novos vampiros.   

Viu que alguns homens se aproximavam da sala carregando um saco preto pequeno. Ele se escondeu atrás de um dos armários e observou os mortais se aproximarem.

- Mais uma vítima da praga – Um dos homens dizia – Que pena... Uma menina de 11 anos. Tinha muito o que viver ainda, aposto como a família vai ficar arrasada.

- Dizem que ela é aquela menina que sobreviveu no acidente misterioso que teve na ponte há cinco anos.

- Eu sinceramente preferia morrer esmagado do que com uma praga cruel dessas – Eles colocaram o saco em cima da maca – Oxe... Aquele morto do caixão não deveria estar aqui?

- Victoria deve ter colocado ele dentro da geladeira.

- Pra quê? Ele estava só a múmia. Não tinha muito o quê conservar... – Ele olhou para a porta enquanto Sehun se sentia gravemente ofendido, passei quase cem anos dentro de um caixão, queria o quê? -... Acho melhor irmos lá para fora, o telefone esses dias anda movimentando – Disse enquanto abriu o zíper do saco preto e tirava a menina de dentro dele.

Sehun observou tudo com cuidado e silêncio. Não entendia o que aqueles homens queriam fazer com a menina morta, mas percebeu que ela parecia estar recebendo um tratamento de beleza antes de ir para o túmulo. Viu os dois limparem o corpo nu da menina e depois cobrir com um pano fino e verde de tecido desconhecido para os olhos de vampiro de Sehun.

Sehun estava com sede, precisaria dar um jeito de beber alguma coisa, mas não adiantava fazer aquilo de dia e muito menos dentro daquele lugar, parecia ser pequeno e logo perceberiam que havia alguma coisa estranha se os únicos trabalhadores morressem ‘misteriosamente’.

Quando os dois homens saíram, Sehun caminhou até o corpo da menina que estava esticado e limpo em cima da maca de metal.

A menina estava pálida e fria como qualquer outro cadáver, mas ele viu algo de diferente nela. Ele arregalou os olhos assim que percebeu o que estava acontecendo... Ele estava se apaixonado. A alma daquela menina era pura como ele jamais havia tido oportunidade de matar ou de transformar em um vampiro. Ela era linda, e naquele momento ela a desejava, queria ter aquela menina como sua rainha, era a alma perfeita. A alma feminina que ele sempre procurou mesmo antes de transformar Kai.

- Você é a Tempestade que eu sempre quis ter, querida – Ele tocou no maxilar da menina – Você será uma rainha, uma bela assassina noturna, uma mãe extraordinária... Não cometerá o mesmo erro que o seu irmão maldito.

Sehun aproximou os lábios do ouvido da menina e sussurrou as palavras que eram únicas e que só ele conseguia entender. Seria uma pena para a menina não poder ir para o paraíso com os pais, mas ele precisaria dela. Precisava de alguém que conhecia aquele mundo, precisava de alguém com uma alma como a dela.

Assim que Sehun se afastou, os olhos da menina se abriram.

- Olá – A menina olhou em seus olhos – Qual é o seu nome?

- J-josephine... – Ela falou com dificuldade.

- Espere aqui, tudo bem? – Sehun perguntou gentil e saiu dali para procurar alguma roupa para ela e para ele.

Teve que vasculhar até achar um pequeno quartinho em um dos corredores pequenos do necrotério. As roupas eram bem diferentes das que ele vestia quando foi preso, mas ele tentou não pensar nisso, ainda teria muito tempo para procurar os culpados, para poder se vingar. Pegou roupas e andou até a sala onde deixaram o corpo da menina novamente. Ela estava sentada em cima da maca de metal, parecia tonta e confusa.

- Vista isso – Ele disse ajudando a menina a vestir um blusão e logo depois começando a se vestir – Nossa... que apertado – Ele disse enquanto tentava passar a calça por sua bunda. Quando conseguiu soltou um gemido de cansaço – Nossa... As pessoas gostam de calças apertadas por aqui, não é? – Sorriu e a menina esboçou um meio sorriso. Sehun vestiu a blusa e ajudou a menina a descer de cima da maca – Josephine... Não é mesmo?

- Sim.

- Vai demorar mais um pouco pra você poder ver sua mãe e seu pai. Não se preocupe, não vai demorar.

- Eu morri.

- Morreu sim, mas agora está aqui. Quero que fique calma, e tente entender sua situação com muita paciência, tudo bem? Eu sou um vampiro. Eu não posso sair no sol. Eu consigo trazer os mortos a vida. Eu tenho mais de duzentos anos, eu sou um assassino. Você agora é uma vampira. Não vai mais poder sair no sol, vai conseguir criar tempestades tenebrosas com um estalar de dedos, você vai ser imortal_

- Vou ser uma assassina? – Perguntou com os olhos cheios de lágrimas. Sehun abaixou a cabeça e arqueou a sobrancelha. Aquela era a parte ruim de transformar alguém tão jovem.

- Eu tinha um império, tinha uma família linda, mas por culpa de um homem miserável ela foi destruída e todos da minha família morreram. Eu quero trazer minha família de volta, eu reerguerei o meu império, reconstruirei minha família desta vez sem falhas. E você será a minha rainha, menina de alma preciosa.

- Eu não quero ser rainha, apenas quero voltar para minha mãe e meu pai – Ela falava com a voz embargada.

- Logo você não irá mais sentir nada disso. Logo você sentirá apenas que seu pequeno infinito é lindo, sua noite eterna, espero que tenha se despedido do nascer do sol antes de morrer.

- Eu me despedi sim.

Sehun sorriu demonstrando um carisma que ele não tinha com ninguém.

Apenas com aqueles que ele queria controlar.

 

***

 

JongHyun estava cochilando na cadeira. Havia passado a noite inteira editando a reportagem sobre a lenda do sangue negro. Onew havia tido um trabalho do diabo para conseguir imagens que encaixassem no contexto. A sorte é que pelo menos teriam dois dias de folga antes de ter que gravar outro programa. Luna estava revendo arquivos antigos e Onew estava bebendo um pouco de vinho.

- Eu deveria dar um chute no seu nariz, já disse que não gosto de te ver bebendo – Disse ela ainda digitando no notebook.

- Prefere que eu beba ou fume? – Jinki perguntou franzindo a testa.

- Prefiro que não faça nenhum dos dois – Ela olhou para o namorado por cima dos óculos avisando que era uma ordem e que se não obedecesse iria pagar quando chegassem em casa. Onew bufou e afastou o copo na mesa até ficar bem longe. Ele levantou as mãos em sinal de rendição e ela sorriu. Adorava aquele controle, ela sabia que ele tinha consciência de seus erros e investia nisso.

Ela olhou para o notebook novamente e acabou vendo arquivos que lhe surpreenderam.

- Onew... – Ela sussurrou e pediu que ele se aproximasse com o dedo -... Vem aqui – Assim que Jinki ficou ao seu lado, ela colocou um dos fones no ouvido direito dele e apertou play no vídeo.

“Hoje foi um dia de muitos desastres na nossa ilha. Um acidente de carro que ocorreu nesta madrugada matou uma família inteira, e por um milagre dois menores, uma menina e um menino sobreviveram ao acidente. Os meninos são identificados como Lee Taemin e Amber Josephine Lin. Os dois primos foram encontrados na beira do lago com apenas alguns ferimentos leves. O que surpreendeu as autoridades que acreditam que o carro foi esmagado antes mesmo de cair na água..”

- Taemin? – Onew perguntou surpreso e ainda sussurrando.

- Tem mais – Ela apertou play de novo.

“Logo mais a noite recebemos a noticia de que uma mãe foi assassinada na frente do filho. Um menor que se escondia do assassino embaixo da cama viu sua mãe ser enforcada por um homem misterioso sem poder enfrentá-lo a pedido dela mesma, o menor Kim JongHyun está sendo encaminhado agora para o centro de adoção de Goyang”

- Espera... O Sherlock... – Jinki olhou para o baixinho que roncava -... Porque ele nunca falou nada sobre isso?

- Não sei, talvez porque seja algo muito doloroso para ele. Há quem diga que todos esses acontecimentos estão ligados junto com o caso dos caçadores que foram encontrados esquartejados no bosque próximo ao cemitério. Muitas pessoas deixam de visitar seus parentes temendo aquela passagem

- Quem deve saber de todas essas coisas é o coveiro... Taemin também não falou nada. Eu até entendo, mas ele deve se perguntar todos os dias como foi que sobreviveu a aquele desastre.

- De uma coisa eu tenho certeza. Tem alguma coisa de muito estranha... Ic... Nessa história.

 

***

 

Assim que Amber ouviu a campainha tocar, ignorou. Estava limpando a casa e se esforçando para se manter acordada, ressaca de vinho era a última coisa que ela iria querer em meio de semana novamente, mas a campainha foi insistente. Ouviu tantas vezes que lhe irritou. Caminhou apressadamente até a porta e a abriu.

Eram as últimas pessoas que ela esperava ver naquele dia de outono. Eram as últimas pessoas que ela queria ver.

- Amber Josephine Liu? Parente de Amber Josephine Lin? – Perguntou um dos professores que estavam na porta da casa. Amber assentiu receosa – Bem... Nós viemos aqui porque precisamos avisar_

Amber levantou a mão para que o homem parasse de falar. Ele parou imediatamente.

Amber caiu de joelhos no chão tentou respirar fundo pra não deixar as lágrimas caírem, mas elas eram insistentes de mais, pesadas demais, se ela não soltasse iria morrer sufocada. Foi quando soltou um grito de dor. Colocou as mãos no rosto e começou a soluçar alto. Não podia suportar, não podia ouvir o que aqueles homens estavam prestes a dizer.

- Sra. Liu... – Um dos professores começou a dizer completamente desconfortável, sem saber o que fazer para consolá-la – nós enviamos o corpo da menina para o necrotério... Infelizmente quando a encontramos já era tarde... Ela havia pedido para ir ao banheiro e... Não voltou mais.

Amber começou a dar fracos socos no peito. Estava doendo demais, não conseguia nem falar. Não conseguia parar. Quando ergueu a cabeça viu que o primo vinha chegando apoiado em Minho. Franziu a testa sem entender porque ele estava naquela situação.

- Com licença... – Minho falou colocando Taemin para dentro de casa -... O que aconteceu, Amber? – Minho estranhou o clima pesado.

Taemin abriu os olhos e olhou para os professores e para a prima que não conseguia parar de chorar.

Foi que bastou para ele voltar à realidade e cair nos braços da prima pra chorar com ela. 

 


Notas Finais


Não liguem para a brisa do Sehun. Ele vai ficar alguns capítulos desorientado por conta de ter ficado muito tempo preso e tald kkkkkk vão rir muito dele antes dele ficar completamente 'em forma'.
Espero que tenham chorado <3
Amo vocês.


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