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História Ácidos e Bases - Cruel e desumano


Escrita por: Misukisanlover

Notas do Autor


Três meses, metade da fanfic, capa representando a segunda fase - perfeita feita pela minha linda @choimins, só falta uma coisa.
Os 50 fav gente KKKKKK gastei meu dinheiro todin e num fiz a festinha T.T
Apesar do meu flop me incomodar o que eu queria mesmo era agradecer por vocês acompanharem a minha história com tanto ânimo até aqui, eu sei que ela é árdua, cansativa e que ainda tem mais 15 capitulos pela frente, mas eu prometo fazer o possível para agarrar vocês com um abro de Suho(tradutor:mãe - só que não nessa fic)
Enfim, vamos parar de mimi e vamos ao cap bombastico.
Boa leitura.

Capítulo 16 - Cruel e desumano


Fanfic / Fanfiction Ácidos e Bases - Cruel e desumano

 

Capitulo 15 – Cruel e Desumano

 

Para Sehun, Krystal era apenas mais uma vítima de Suho, por mais que a garota tivesse feito mal a Suho, ele não entendia os motivos dele para tirar da menina uma vida humana, aquela que todos os vampiros devem ter antes de se transformar.

- Chanyeol? Isso talvez seja um ciclo vicioso – Ele se perguntou andando todo o tempo para frente. Foi andando assim que acabou avistando o corpo do seu primeiro filho. Ele franziu a testa quando viu o corpo do moreno esparramado no chão. Quase não podia acreditar que ele estava dormindo ali – Ele está ficando louco? Está querendo queimar com o sol, só pode – Sehun correu até Kai e se ajoelhou ao lado dele.

O mais novo estava suando, eles rosnava enquanto dormia, como se estivesse delirando e dava para ver de longe que ele era um vampiro, suas garras estava rasgando o chão cegamente, e suas presas estavam à amostra. Sehun procurou as marcas nos lugares nus do corpo de Kai, só encontrou quando colocou as mãos na nuca dele.

Dois furos que emanavam um líquido ácido.

- Parece que eu me enganei, não é? – Sehun sussurrou tirando a mão da nuca do mais novo - Ela conseguiu te enganar, você perdeu – Sehun olhou ao redor e viu as marcas de uma briga calorosa – Parece que não foi fácil para ela – Sehun pegou o corpo leve do mais novo e o colocou em seu colo. Tirou o cabelo dele da frente e mordeu Kai no mesmo lugar que Sulli havia mordido. Quando começou a sugar o veneno sentiu uma dor invadir as suas entranhas, procurou não se incomodar, porque logo já estaria curado dela.

Assim que ele terminou de sugar o veneno, soltou o pescoço do mais novo se sentindo tonto. Colocou as mãos na ferida e esperou que a luz da cura emanasse de suas mãos. Olhou para as estrelas e depois para toda a neve que lhe cercava.

A cura estava completa.

- Vai demorar um pouco para acordar, garoto – Sehun se levantou com Kai no colo e caminhou com ele até a sede.

Sabia das confusões que poderia causar. JongHyun não iria querer vê-lo de jeito nenhum, mas precisava levar, precisava saber o que tinha feito ele brigar com Sulli.

- Impressionante, eu estou a pouco menos de um mês acordado e já sei de mais coisas que você – Sehun falou olhando para o rosto quase inocente do mais novo enquanto dormia – Você tem poderes incríveis, deveria usá-los melhor.

 

Quando chegou à sede, entrou as escondidas e escondeu Kai no quarto de Josephine, assim que ele entrou a menina abriu o caixão para ver quem estava mexendo em suas coisas.

- Appa? O que está fazendo aqui? Já está quase amanhecendo... – Ela viu o rapaz nos braços do mais velho e ficou com uma expressão de duvida nos olhos.

- Acha que dá pra dividir o caixão com ele? Se não for pedir demais... É claro – Josephine olhou para o caixão espaçoso e assentiu. Sehun se aproximou e colocou Kai dentro dele com cuidado – Pode protegê-lo para mim, ele acabou se metendo onde não deveria – Sehun sorriu e Josephine assentiu.

- Ele é muito bonito, Appa – Ela disse tocando na boca carnuda de Kai.

- É, ele é sim – Sehun se acocorou ao lado do caixão da menina e olhou para ela – Eu preciso te falar. Vou passar esta noite fora de casa, quero que quando ele acordar situe ele. Diga como ele chegou aqui e diga para ele ter mais cuidado por onde anda, nenhum vampiro em sã consciência dorme no meio da rua.

- Isso é burrice, realmente, mas porque vai passar o dia fora?

- Eu vou ter que ir com JongHyun a um lugar. Eu vou precisar da ajuda dele, por isso se alguém perguntar você já sabe.

- Vocês vão aonde?

- Você é uma menina muito curiosa, Rose – Sehun sorriu e tentou se lembrar – Não lembro muito bem... Talvez próximo de Londres. Eu acho que na Europa. Terei que reencontrar uma pessoa.

- Ah... – A menina abriu a boca e olhou para a janela -... Estou indo Appa, tome cuidado com o sol.

- Com certeza – Ele piscou o olho e observou a menina fechar o caixão com cuidado, ele caberia os dois sem problemas.

Sehun suspirou e se levantou. Caminhou para a sala, rápido pois teria que agir rápido, o sol estava prestes a nascer e JongHyun teria que tratar de teletransportá-los para o lugar certo, ou iriam morrer. Quando chegou à sala viu que ele já estava pronto, estava com uma roupa simples, uma blusa social branca e calça caqui, usando apenas sapato simples como complemento, ele estava com as mãos no bolso ainda olhando para a pintura no meio da sala.

- Já disse para parar de olhar para ela, ou ela vai acabar de hipnotizando – Sehun sorriu e ficou do lado da serpente – Está pronto?

- Estou.

- No mesmo lugar que combinamos, sabe que qualquer erro que cometer dessa vez acarretará na morte de nós dois. 

- Estou por dentro disso também – O mais baixo tirou as mãos dos bolsos e segurou as mãos brancas do mais velho. Olhou nos olhos dele, mesmo que ele não estivesse olhando – Seus olhos sempre foram pretos? – Perguntou curioso.

- Na hora certa você vai descobrir – Ele sorriu e JongHyun assentiu, se concentrando ao máximo para fazer o que tinha que ser feito.

 

***

 

Na manhã seguinte, quando Amber e Taemin acordaram, deram de cara com algo que jamais pensaram que iriam presenciar.

As manhãs de Goyang costumavam ser calmas, nada de barulho, apenas o barulho do mar e dos passarinhos, mas naquela manhã em especial, não tinham quem dormisse nas primeiras horas da manhã. Sirenes gritavam por todos os lados e isso assustou muitas pessoas.

Amber e Taemin acordaram sobressaltados e saíram na rua vestindo os casacos para saber o que estava acontecendo. Amber se sentiu aliviada por não ser obra de nenhum vampiro, enquanto Taemin se sentiu aliviado por não se tratar de uma bomba – não pergunte para mim, de onde ele tirou isso.

Não era nada disso. Era algo bem pior.

A ilha estava sendo esvaziada.

Apesar de não poderem ver tudo, era possível adivinhar, Taemin já tinha visto casos como aquele quando estudava jornalismo e Amber quando cursava medicina. Helicópteros por todos os lados e pessoas parecendo astronautas levando todas as pessoas que não tinham indícios da praga para um lugar seguro – tanto para eles, quanto para as outras pessoas da Coréia.

Quando viu os médicos entrarem em uma casa no fim da rua com alguns equipamentos, Taemin teve medo. Não podia deixar a ilha.

- Isso não pode estar acontecendo... A situação não pode estar tão grave... – Amber ficou tonta por alguns segundos e colocou as mãos no rosto tentando se situar -... Taemin, acho que precisamos conversar.

O garoto assentiu e ambos fecharam todas as portas e janelas da casa, fazendo de tudo para dar um ar abandonado à residência, afinal, ninguém em Goyang trancava as portas. Assim que os dois terminaram foram para a cozinha. Amber fechou as cortinas da janela e caminhou para se sentir ao lado de Taemin na mesa.

- Temos que dar um jeito de ficar aqui – Os dois falaram em um uníssono. Taemin sorriu – Sempre temos as mesmas idéias, não é?

- Nem sempre – Ela zombou olhando para o fogão – Como vamos fazer isso? Aposto que estão rastreando tudo. Provavelmente tirando amostras de sangue para saber se a pessoa está infectada ou não, os que não estão serão levados para um local seguro e os que estão ficaram aqui para receber tratamento.

- Para morrer, você quer dizer.

- Isso – Ela deu de ombros e suspirou.

- Não tem como você falsificar esse exame?

- Tá doido? E como diabo eu vou fazer isso?

- Sei lá, a médica aqui é você.

- Sou legista formada em medicina, é bem diferente – Ela disse olhando para o teto e Taemin sorriu.

- Não é a mesma coisa?

- Eu não sou tão perita em sangue, Taemin. Podemos despistar esses médicos por hoje, mas eles irão voltar e vão querer uma amostra do nosso sangue.

Taemin pensou um pouco segurando um queixo.

- Se Kai conseguir uma amostra de sangue infectado, nós podemos colocar um pouco dentro das seringas sem que eles percebam, antes deles começaram a tirar o nosso sangue, não pode ser assim tão difícil.

- Tudo isso é por causa do Kai? – Amber perguntou com o olhar cansado e Taemin suspirou farto daquela discussão.

- Não, tudo isso é por causa da Josephine! – Amber esperou sinceramente o primo espirrar, mas isso não aconteceu e ela percebeu que estava mesmo sendo injusta com ele. Pegando pesado demais, ele não era mais aquele menino iludido do colegial. Já sabia tomar decisões e até mesmo formar planos.

- Desculpa. Eu estou meio estressada... Eu... Eu estou grávida, Taemin.

- Quê?! – Taemin gritou se levantando de uma só vez. Amber olhou para ele de soslaio.

- Ah, Taemin. Vai dizer que não sabia das minhas relações com Minho?

Taemin fez careta tentando imaginar a prima macha-fêmea na cama com Minho. Ele balançou a cabeça pensando que ela deveria quase tê-lo matado.

- Ei... – Ela sorriu se levantando – Eu posso parecer ser um cara... – Ela estendeu os braços sorrindo – mas eu no fundo sou uma mulher, e como mulher eu posso muito bem_

- Esquecer de usar camisinha – Taemin fez um muxoxo e Amber soltou os braços revirando os olhos – Fala sério, não é? Dá pra acreditar que você esqueceu-se disso? E Minho?

- Taemin – Ela falou envergonhada, pedindo um tempo para as brincadeiras sem graça do primo, ainda estava machucada por ter perdido Minho, quase começou a chorar. Taemin sorriu e abraçou a prima antes que isso acontecesse.

- Desculpa... O que eu quero dizer é que... Apesar de não ser um momento apropriado, eu estou muito feliz, e ansioso, meu primeiro primo de segundo... Terceiro grau? – Ele arqueou a sobrancelha e Amber deu de ombros – ta bom, isso não importa – Taemin voltou a abraçar Amber com carinho – Agora pensando melhor... Eu acho melhor que você saia da ilha.

- Q-que? E Josephine? Eu não vou deixar ela sozinha!

- Ela não vai estar sozinha, vai estar comigo! Você está muito frágil, eu já estava até desconfiado, mas você sempre negava dizendo que não tinha chance! Agora eu sei, você precisa se cuidar e infelizmente Goyang não é o lugar apropriado para isso agora.

Amber abaixou o olhar e abraçou o primo com mais força.

- Você tem razão... – Ela fechou os olhos -... Mas eu não sei... Vou pensar...

“Porque a neve tão cruel e mata as flores?”

 

***

 

Kibum também observou com cuidado a cidade sendo esvaziada. Estava rezando para os médicos deduzirem que não poderia haver ninguém no cemitério, mas isso não aconteceu. Logo um monte de homens vestidos quase como astronautas chegaram ao portão do cemitério e começaram a caminhar entre um túmulo e outro até chegar à casa dele.

Ele se preparou para dar suas respostas prontas, não pretendia sair dali. Nascera ali, e morreria ali. Goyang era o que ele conhecia e vivia, e era onde as pessoas que ele amava estavam correndo perigo. Minho... E JongHyun.

Ao se lembrar do ex-namorado Kibum sentiu um aperto no peito. Fazia dias que ele se corroia, tinha quase certeza que tinha feito errado ao tê-lo abandonado. O que ele fez foi horrível, mas ao abandoná-lo apenas apressou a perda da essência daquele que ele tanto amava. Se ele estivesse com JongHyun, talvez ele não perdesse sua humanidade tão rápido.

Minho podia fingir estar bem, mas ele sabia que no fundo o mais novo estava quebrado em caquinhos. Estava preocupado, não tinha muitas esperanças de vencer e queria muito poder contar a Amber que estava vivo. Não adiantava, ele jamais conseguiria deixá-lo sozinho.

- Kim Kibum? – Um dos médicos disse se aproximando e ele suspirou.

- Sim.

- Acho que já deve ter ouvido o que estamos fazendo na sua cidade, é um trabalho ardo e precisamos da colaboração de vocês. Teremos que tirar do seu sangue, então amanhã cedo, fique em jejum e não beba bebida alcoólica ou insira nenhuma droga, agradecemos o seu apoio.

- Certo... Eu vou tentar não beber – Ele tentou fingir ser um alcoólatra – Se vocês tiverem sorte, poderão tirar o meu sangue amanhã bem sedo – Os médicos que estavam ali se encararam e depois assentiram.

- Algum parente seu morreu com a doença?

- O meu filho adotivo, Choi Minho – Ele viu que o médico anotava tudo o que ele dizia – Ele apresentou alguns sintomas bem sedo, mas não me falou nada, quando vim descobrir ele já estava morrendo, não durou nem dois dias.

- Você têm algum sintoma da doença? – Um dos médicos disse se aproximando, ele tocou no peito de Kibum e esperou escutar um ruído na respiração, o que não aconteceu – O ruído não está presente, mas não tem sentindo nenhum outro sintoma suspeito?

Kibum pensou um pouco suspirando.

- Se vomitar na ressaca contar.

- Certo então, só mais uma pergunta, está disposto a deixar a ilha caso não esteja infectado.

- Não – Ele disse sincero e cruzando os braços – Os motivos vocês já devem ter ouvido as pessoas repetirem várias vezes, mas para mim é mais difícil... Se eu for embora, quem vai enterrar os mortos?

Por um momento Kibum até achou que eles compreendiam o que ele queria dizer, mas logo depois eles foram embora dizendo que voltariam sedo de manhã para pegar o sangue dele.

- Hyung... – Minho se aproximou devagar até ficar ao lado do mais velho -... Por favor, não torne isso mais complicado do que já é. Você tem que ir com eles, a guerra não acontecerá enquanto esta terra não estiver esvaziada de humanos e não adianta tentar ficar aqui para nos proteger de alguma forma, porque isso só será ruim para você.

- Eu sei o que estou fazendo, Minho. Primeiro eu não tenho coragem de deixar vocês sozinhos para morrerem, segundo porque eu não sobreviveria um mês longe daqui – Kibum abaixou os olhos – Ao contrário de você eu nunca tive ambição de querer sair daqui, eu sempre quis ficar aqui até os últimos dias da minha vida.

- Isso não significa que de repente você não possa ter planos para ir a outro lugar. Sinceramente eu acho que você pode perfeitamente tentar a vida em outro lugar, eu garanto que se eu vencer a batalha, irei correndo ver você e ficaremos juntos até quando der – Ele sorriu.

- Você acha que pode vencer? – Kibum se virou para olhar nos olhos do filho e ele logo assentiu – Tem certeza? Eu não quero ir embora e te esperar, se você não for mais voltar.

- Eu posso lutar com todas as minhas forças pensando nisso agora, mas primeiro eu preciso que você vá com esses médicos para fora da ilha.

- Eu ainda vou pensar Minho... Ainda vou pensar – Kibum se virou e entrou na casa sem dizer mais nenhuma palavra – Com tantas coisas ruins prestes acontecer, eu seria louco de deixar essa ilha, antes disso acontecer – Ele olhou para o relógio percebendo que já estava quase anoitecendo – Onde será que Kai está agora?

Kai era o vampiro que Kibum mais se preocupava. Ele era apenas um amigo, mas qualquer deslize dele poderia machucar a todos, e ele sabia que se ele se desligasse por algumas horas, coisas ruins poderiam acontecer.

E a primeira vitima seria Taemin.

 

***

 

Já havia anoitecido e Chanyeol ainda não tinha voltado quando Suho mandou chamar Krystal em seu quarto. Ela suspirou cansada, já imaginando o que ele iria querer naquela noite tão desgastante. Iria apenas piorar, já que a cidade seria esvaziada e eles não teriam mais nada o que fazer no hospital.

Ela andou o mais divagar que pôde. Tentando adiar a sua tortura, ao mesmo tempo que queria saber o que Sehun havia tentando dizer a ela, ela não queria passar a noite ao lado do marido de nenhuma forma.

Assim que ela entrou no quarto, percebeu que Suho não estava esperando ela na cama vermelha da dor como em todas as outras vezes. Pra falar a verdade, a cama nem vermelha estava. Havia colchas de cama azuis bebê e um mosqueteiro branco sobre ela. Ela adentrou mais o quarto para só depois perceber que Suho estava sentado em um banquinho pintando uma tela que ainda estava pendurada ao apoio.

Ela viu um vestido verde quase desenhado por inteiro e o rascunho de um rosto fino de uma mulher ruiva ainda para ser pintado acima do pescoço.

- Ela é linda, não é? – Krystal assentiu antes de pensar direito. Suho sorriu de um modo simplório e parou de pintar por alguns segundos – Se você tivesse nascido uns cem anos antes, talvez pudesse ter conhecido ela.

- Quem era?

- Uma princesa... – Suho olhou para o retrato como ele não olhava para ninguém, ele tocou os dedos na barriga da garota e abaixou os olhos soltando a tela, pegou o pincel e voltou a pintar -... Ela foi uma boa amiga. Passei os primeiros anos da minha vida com ela. Ela me ensinou o pouco que sei sobre ser humano.

- Ela era humana?

- Claro que era. Ela morreu como uma humana.

- De velhice?

- Não, assassinada.

Krystal por um momento teve vontade de pergunta se ele a tinha matado, mas pelo rosto dele, estava óbvio que não. Ele tinha uma expressão de saudades quando olhava para a pintura, como se estivesse perdido em boas lembranças, aquelas que jamais voltariam.

- Ela parece ter sido muito importante pra você. Fico surpresa que um cara como você já tenha tido amizade com humanos.

- Foi mais que amizade, Krystal – Okay, aquilo já estava ficando constrangedor.

- Enfim, pra que é que me chamou aqui mesmo? Eu achei que era pra_

- E é – Ele se levantou e deixou a aquarela em cima de um banquinho que ficava ao lado do apoio - Você está pronta?

Krystal abaixou os olhos e olhou para a cama, desta vez um pouco mais convidativa que nos outros dias.

- Acho que não – Suho pegou a mão de Krystal e a levou para a cama sem pressa, ele a colocou do lado direito da cama e se deitou ao lado dela. Ela ficou esperando ele agir, mas ele apenas continuou olhando para o mosqueteiro.

- Tem alguma pergunta que queria me fazer? Está me olhando como se estivesse com uma dúvida cruel que não pode tirar – Suho olhou nos olhos da mais nova e esperou.

- É que... Eu encontrei com Sehun quando estava procurando meu servo. Ele sumiu e não apareceu até agora_

- Kyungsoo também, aliás você viu ele?

- Não.

- Enfim, continue.

- Eu encontrei com Sehun, bem, nós conversamos um pouco, acho que ele gosta mesmo de ser simpático de vez em quando apesar de eu não ter caído na laia dele – Suho semicerrou os olhos querendo muito saber aonde ela queria chegar – Ele me insinuou algumas coisas que me deixaram bastante curiosa... Ele disse que você apagou alguma coisa de mim.

“Porque eu não adivinhei?” Suho revirou os olhos e suspirou olhando para o teto do mosqueteiro de novo.

- Não estou te obrigando a me falar, mas eu sou sua rainha, já está na hora de você confiar em mim.

- Desde que nos casamos você não tem me decepcionado, é verdade, mas ainda é cedo para você saber do que aconteceu... – A expressão de Suho era a mais séria possível, ele quase não conseguia abrir a boca para falar -...Você ainda guarda rancor de mim, por isso não posso me arriscar.

- Você fez alguma coisa ruim pra mim, não foi?

- Eu fui obrigado a fazer, o que eu fiz com você não se compara ao que você fez comigo – O olhar que Suho lançou para Krystal era de uma mágoa tão profunda que ela se sentiu mal mesmo não sabendo o que tinha feito. Será que ele sabia que ela estava escondendo um caçador milenar dentro da sede? Ou ela realmente havia feito algo horrível para ele no passado – Quando você souber, talvez sinta mais pena de mim do que de você. Eu precisei... Fazer aquilo – Suho colocou a mão na bochecha da mais nova e esboçou um sorriso – Ou eu mataria você.

- Porque eu não posso saber o que eu fiz? Estou me sentindo culpada mesmo sem saber o que foi_

- Na hora certa você saberá, não seja apressada ou curiosa, ou pode acabar morrendo – Suho beijou os lábios da sua esposa e colocou debaixo de si para começar mais uma noite.

 

***

 

Já fazia quase meia hora que Josephine estava acordada e o garoto adormecido ainda dormia. Ela se lembrava dele, era ele quem ia perguntar como ela estava para depois falar para Taemin. Ele emanava muita força, mas ao mesmo tempo parecia ser apenas um humano comum e gentil assim como Josephine era. Ela viu um movimento estranho pela cidade e logo deduziu que finalmente haviam tomado a decisão de esvaziar a ilha, mais um pouco e tudo estaria pronto para a batalha acontecer. Ela não conseguia parar de pensar em quem poderia ser seu adversário, às vezes ficava pedindo o tempo inteiro para ser alguém tão fraco quanto ela. 

Quando ouviu explosões vindas do lado de fora da sede caminhou até lá para ter certeza do que era. Onew e Luna estavam treinando. Na visão de Josephine eles estavam brincando de terem poderes mágicos, porque riam alto enquanto se atacavam, como se eles sempre tentasse atingir alguma coisa e acabasse atingindo outra por falta de mira.

“Tão apaixonados...”Talvez os que correm mais perigo”

- Porque você confia tanto no Sehun? – Ela olhou para trás e viu o vampiro se aproximando de si.

“Você não iria gostar de saber, oppa” Ela pensou com uma expressão séria no rosto.

“Com ela consegue acreditar naquele monstro” Ele se perguntou se aproximando até ficar ao lado da menina.

- Você não gostaria de saber, Kai. Afinal de contas, todos os vampiros tem seus segredos, não é mesmo? – Kai franziu a testa, desconfiado por alguns segundos, mas logo desistiu de interrogá-la, era difícil entender a mente de crianças – Não sou criança, se é isso que está pensando. Sabia que passou a noite agarradinho comigo?

- QUÊ?! - O vampiro deu dois passos para trás se enchendo de vergonha e medo, o que fez com ela? Taemin lhe mataria três vezes – Aliás... O que estou fazendo aqui? Como vim parar aqui, eu só me lembro de ter... – Kai falou com a voz trêmula se lembrando de Sulli e do veneno – Ele olhou assustado para a menina.

- Você dormiu aqui porque o Appa te achou no meio da rua, pronto pra morrer pelo sol. Não tinha espaço nos outros caixões então ele te colocou no meu. Não se preocupe – Ela bateu de leve no ombro do mais velho – Não vai ser dessa vez que o tio Tae vai te matar – Ela apertou os lábios com uma expressão que dizia que ele ainda faria isso. Kai sorriu sem graça, só então percebendo o que estava acontecendo.

- Espera... Está dizendo que estou aqui desde a noite passada?

- Sim. Desde perto do amanhacer_

- E que já são seis e meia da noite e Taemin anda sozinho?! – Kai arregalou os olhos e Josephine achou estranho.

- O que foi?

- Ai caralho! – Kai gritou saindo correndo dali antes de explicar o que estava acontecendo. Josephine tentou segui-lo, mas assim que chegou ao salão, Kai se transformou em lobo e se tornou quase inalcançável para ela. Ela parou de correr e suspirou.

- O que será que aconteceu? – Ela olhou para a cadeira vazia de Sehun e depois para a pintura da mulher loira logo acima dela.

Aquela pintura não era um mistério para duas pessoas. Ela e Luhan.

Não, Luhan não é fofoqueiro, apesar de odiar o pai, jamais contaria seu segredo para outra pessoa, pois sabia a gravidade dele, mas em compensação Josephine não precisava que ninguém lhe dissesse nada para ela saber.

Depois que liberou seus poderes de tempestade, ela começou a ouvir vozes. Vozes por todas as partes e logo que foi pegando a prática, foi percebendo que não eram vozes, eram os pensamentos das pessoas invadindo a sua mente. Uma vez Sehun havia lhe avisado que se algum poder estranho e extraordinário que não tivesse a ver com tempestade de repente aparecesse, ela não deveria contar para ninguém, deveria guardá-lo para si, pois é o poder que todos os vampiros devem esconder uns dos outros. Aquele que é perigoso.

No inicio Josephine não achou tão perigoso, afinal era só ler a mente das pessoas, mas com um tempo foi percebendo a gravidade que aquilo estava se tornando.

Sehun era o vampiro com a mente mais fechada que ela conhecia, por mais que ela tentasse invadir a mente dele, havia sempre um muro telepático que a impedia, ela só conseguia ouvir de Sehun, aquilo que ele queria que ela ouvisse. Isso a irritou quando ela começou a querer saber quem era a mulher da pintura.

Ela descobriu na visita de Luhan na noite anterior o que ela era. Ela ficou triste ao saber que Luhan guardava tanta mágoa no coração e que ele se corroia por dentro por causa dela. E ficou ainda mais triste ao descobrir quem era a mulher do quadro através dos pensamentos de Luhan.

- Suho foi tão cruel assim com você? – Ela perguntou olhando para a pintura – Porque eu não consigo imaginar a situação que eu li na mente do Luhan? Será que é difícil demais acreditar em uma história tão trágica? – Ela abaixou o olhar e se virou, depois sorriu – Pelo menos você me ajudou provar uma coisa – Ela olhou de soslaio para a pintura da mulher – Eu posso confiar no meu pai com todo fervor.

 

***

 

Foi difícil achar aquele lugar de novo depois de tantos anos. Tudo estava vivo na memória de Sehun como se fosse um acontecimento da semana anterior, mas nem por isso deixou de ser difícil, enquanto ele estava dentro do caixão, o mundo mudou, as paisagens mudaram e o lugar que ele tinha que visitar havia ficado em um lugar extremamente escondido do mundo, quase que enterrado abaixo da terra.

Ventava bastante na Inglaterra. Assim que os dois chegaram ao lugar, Sehun fechou os olhos e sentiu a brisa balançar os seus cabelos. O céu estava nublado, não estava estrelado como no dia em que eles foram capturados. Nada estava como no dia em que ele foi surpreendido por um humano.

- Ele leu a minha mente – Sehun sussurrou – e usou a mim mesmo para me derrotar... – Ele fechou os olhos -... Você não é digno da minha compaixão, Chen.

- Falou alguma coisa, Sehun? – JongHyun se aproximou e Sehun olhou para ele sorrindo.

- Não... Estava apenas me lembrando de algumas coisas – Sehun olhou para as grades cheias de folhas e ferrugem que havia abaixo de si – Vamos entrar, eu tenho uma leve impressão de que temos que voltar para casa ainda hoje.

Sehun abraçou a serpente e os dois foram teletransportados para dentro do buraco.

Lá dentro a escuridão era total, apenas vampiros podiam ver em um ambiente como aquele.

Assim que os dois ficaram firmes no chão daquele buraco, Sehun avistou uma estátua cinza em um dos cantos do circulo. Era a estátua de um garoto, ainda mais novo que o Luhan que parecia abraçar alguém invisível, estava com um sorriso inocente nos lábios, como se tivesse sido esculpido em um momento de êxtase final.

Sehun caminhou até ele e se ajoelhou ao lado dele.

- No final das contas ele cuidou de você, não foi? – Ele tocou na bochecha lisa e petrificada do rapaz – Ficou do seu lado até o fim... – Sehun percebeu que havia uma pequeno caderno velho abandonado ao lado da estátua do menino e pegou para ler as últimas páginas.

Quando leu sentiu um nó se formar em sua garganta.

- Sehun? – JongHyun perguntou se aproximando – Porquê estamos aqui?

- O que vai acontecer aqui deverá ser mantido em segredo, JongHyun. O que vou fazer agora se trata de um caso de vida ou morte, vida de alguém e morte minha, se contar para alguém poderá ser o fim para todos nós. Você saberá de algo que eu não pretendia deixar ninguém saber até a hora certa.

- Sim, senhor... – JongHyun percebeu a gravidade do pedido pelo tom de voz do mais velho.

 

***

 

Kai procurou primeiro na emissora. Quando chegou lá, o chefe Lee Jong estava acabando de sair. Ele perguntou para ele se Taemin ainda estava trabalhando e ele não soube responder. Kai correu para dentro do prédio e procurou Taemin na sala onde ele deveria estar trabalhando. Na máquina de bater ponto dizia que ele havia saído mais sedo, isso deixou o desespero do vampiro aumentar ainda mais.

Ele correu como lobo se escondendo por entre as ruas para que nenhuma pessoa ou médico lhe visse, os helicópteros ainda estavam por toda a parte. Ele correu para a casa de Taemin, pedindo com todas as suas forças que ele estivesse lá discutindo com Amber como todos os dias.

Ao chegar a casa bateu a porta de modo desesperado. Para o azar dele, Amber demorou a abrir. Quando abriu, estava com os olhos inchados, estava óbvio que ela havia passado a tarde dormindo. Estava apenas de toalha e os cabelos estavam todos espetados.

- Taemin... O Taemin chegou?

- Não – Ela disse secamente e o desespero cresceu dentro do vampiro, era oficial, era hora de se desesperar de verdade – O que foi? Aconteceu alguma coisa com ele?

- Eu não sei! – Ele gritou abrindo espaço com as mãos para entrar na casa. Amber ficou na porta sem entender nada e tentou seguir o mais velho. Kai entrou no quarto de Luhan e trancou a porta na cara de Amber.

- Ai! – Ela gritou e começou a bater na porta – Jong In! O que está acontecendo?! Eu exijo saber o que está acontecendo!!!

- Luhan... – Kai sussurrou desesperado e Luhan se levantou da cama sobressaltado.

- O que foi?! – Ele sussurrou de volta.

- Taemin... Eu acho que Sulli levou Taemin! Ela vai matá-lo, Luhan! Eu não vou me perdoar se ela conseguir – Lágrimas começaram a descer pelo rosto do mais velho e Luhan se desesperou – Eu nem sei por onde começar a procurar... Eu descobri que ela estava viva ontem_

- Kai... Você está chorando... – Luhan ficou chocado por alguns segundos antes de se lembrar que sabia muito bem onde estava a víbora – Você não sabe, mas eu sei – Luhan abriu janela e apontou para a floresta proibida – Ela está morando com os ursos.

- Como você sabe?

Luhan ficou tenso.

- Eu estou aqui há mais tempo que você, lembra?

Kai não fez mais perguntas, depois que Luhan pulou a janela ele o seguiu ignorando a gritaria de Amber, pedindo explicações, querendo saber o onde o primo estava.

“Se ele morrer... Se ele morrer, não vou me perdoar” Não conseguia parar de pensar ”Nada que você fará comigo será pior do que a culpa que eu vou sentir por toda a eternidade, Amber”  

 

Taemin quase não conseguia ver, não conseguia levantar a cabeça para olhar para a única lâmpada encardida que iluminava aquela sala cinzenta, escura e suja. Ele estava com sede, mas não tinha coragem de pedir água a quem estava ali com ele. Só queria sair dali livre, queria voltar para casa e abraçar Amber, pedindo que ela lhe confortasse, pois esteve no pior pesadelo de sua vida, mas isso não aconteceria.

Quando ele finalmente conseguiu levantar o pescoço viu o rosto de quem lhe vigiava, era um vampiro, ele não tinha duvidas porque já tinha sido alimento dele uma vez. Aquele vampiro que lhe beijou para provocar Kai e depois fugiu como um cachorrinho, como Taemin gostaria de matá-lo.

Ele sentia seus olhos pesarem, estava cansado e sentindo dor por todo corpo, faltava sangue no seu corpo, até saíra mais sedo do trabalho para ir ao hospital ver se ainda havia alguém, mas infelizmente foi surpreendido antes de chegar até lá.

- Está com medo? – Kyungsoo perguntou com um sorriso sádico nos lábios – Se eu fosse você_

- Eu estou com medo, não é preciso ninguém ser eu para estar – A resposta de Taemin cortou a fala do garoto que se surpreendeu com a sinceridade do dele – E eu não sou sincero, apenas não sou capaz de mentir.

- Isso é interessante – Taemin escutou passos estalados de salto agulha e esperou aquela mulher alta aparecer. Ela era linda, não tinha como negar, mas tinha um rosto cruel, olhos cinzas que ela nunca tinha encarado – Você nunca tinha visto uma serpente, T-a-e-m-i-n? – Sulli recitou o nome de Taemin de forma arrastada. Ela estava usando um espartilho vermelho, calçinha de renda, meia calça da mesma cor e saltos pretos com pedras pontudas de prata – Não um vampiro serpente, mas uma serpente, como eu.

- Não – Ele abaixou os olhos e ela sorriu. Sulli levantou o queixo do mais novo e olhou nos olhos dele sorrindo e mostrando sua longa língua fina de serpente, se aproximou do pescoço de Taemin, e ele nunca havia sentindo o medo lhe atacando tão de perto. Sentiu aquela língua fria com ponta dupla lamber o seu pescoço e fez uma careta de nojo e medo.

- Vamos brincar um pouco, preciso ensinar ao seu namoradinho, que ninguém troca uma serpente por um humano – Assim que ela se afastou pode ver o terror que se instalava nos olhos do rapaz. Ela sorriu – Isso, continue fazendo essa carinha linda, vou adorar arrancar os seus dedos. 

- Q-quê? – A respiração de Taemin começou a falhar.

Kyungsoo se levantou e tirou uma toalha de cima de uma mesa. Os olhos de Taemin se arregalaram quando ele viu o que tinha em cima dela.  Uma variedade enorme de alicates que ele nunca tinha visto igual nem na sala de necropsia que Amber trabalhava. Mal pôde se recuperar da terrível visão e Sulli já vinha caminhando com um balde cheio de dedos velhos e petrificados. Taemin teve vontade de vomitar, felizmente os dedos não fediam mais.

- Sabe o que Suho faz com pessoas que o desobedecem? – Kyungsoo perguntou escolhendo um dos alicates que estavam em cima da mesa – Ele arranca os dedos e espera crescer de novo... De novo e de novo. Com você não dá pra fazer isso, porque você é humano, mas podemos fazer com alguns dedos, não é?

- Pare de estragar a surpresa , Kyungsoo – Ela colocou o balde em baixo de onde a mão direita de Taemin estava presa e sorriu para ele – Eu não bebo sangue negro, e precisava fazer alguma coisa com você então... Escolhi imitar os antigos.

- Me tira daqui, eu não fiz nada pra você, você tem que se entender é com o Kai, não comigo, eu nem tenho forças para lutar contra_

- Só um tolo como você não perceberia que o ponto fraco do Kai é o amor... – Ela sorriu -... Ele é ridículo quando se trata de alguém que ele ama, nem consegue pensar direito coitado... Hoje eu vou usar isso contra ele. Olhe para as estrelas Taemin – Sulli virou a cadeira de Taemin e fez ele olhar para a janela que tinha no teto -... Olhe para elas, pois será a última vez que irá vê-las. Hoje é o dia da sua morte.

Taemin sentiu seus pulsos se rasgarem ao tentar se soltar das correntes. Ele fez uma careta e sentiu lágrimas percorrerem por suas bochechas sujas de ferrugem.

- É uma pena que eu tenha que machucar você, você tem uma beleza quase tão digna quanto a minha – Sulli suspirou e virou a cadeira de Taemin para o lugar de novo – Não precisa chorar... Não vai doer tanto... – Ela fez um muxoxo – Vou ser sincera com você, vai doer muito sim – Sulli pegou o chicote que estava com Kyungsoo e se aproximou de Taemin – eu acho que você precisa se preparar.

- Me tira daqui! – Ele gritou desesperado e ela fez um sinal negativo com a cabeça.

 A primeira chicotada fez o rosto de Taemin virar, foi tão rápida que Taemin só sentiu a dor lhe invadir dois segundos depois.

- Ah... – Ele gemeu ao perceber que sangue minava de sua testa como petróleo em uma jazida, ele fechou a boca no começo para que o sangue não entrasse em boca, mas acabou tendo que gritar, aquele líquido que deveria ser seu sangue, era quase negro e a ferida ardia como o inferno – Pare! – Gritou percebendo  que Kyungsoo estava perdendo o controle.

- Continue – Kyungsoo falou tirando a mão do nariz.

Taemin sentiu o corte arder ainda mais quando ele falou aquilo. Sulli sorriu e ele escutou o som da corda batendo novamente, dessa vez sentiu arder o pescoço. A camisa branca que usava começou a se sujar tão rápido quanto à neve.

- Melhor tampar essas feridas, Sulli, ou ele vai morrer antes de conseguirmos fazer o que queremos – Sulli percebeu que ele tinha razão, sangue negro se alimentava de outros sangues para viver. Ela retirou os saltos e desabotoou o cinto que prendia suas meias ao espartilho. Tirou as meias rasgou no meio e amarrou um pedaço em cada ferida.

- Vamos querido – Ela levantou o queixo do menino que revirava os olhos de dor – Você é corajoso, não vai amarelar agora, não é? – Kyungsoo passou o alicate para Sulli e ela pegou na mão de Taemin – Não tente nada de engraçado – Ele já tentava se soltar.

- Por favor, não faça isso! – Suplicou com lágrimas caindo por toda parte de seu rosto e se misturando com o sangue escuro.

- Primeiro o mínimo, não é Kyungsoo?

- Pare! Pare! – Era o que ele conseguia dizer enquanto seus dedos tremiam e sua mão tentava se libertar das correntes. Kyungsoo segurou a sua mão e Sulli separou o seu dedo mínimo dos outros – Por favor! – Ele já podia sentir os dois lados da prata amolada prestes a se fechar em seu dedo – Por favor! NÃO!

- Tira logo isso, ele já está e deixando nervoso, o sangue dele está circulando como um louco.

- AAAAHHHHHHH! – O dedo mínimo de Taemin caiu dentro do balde junto com um filete de sangue que parou de cair quando Sulli colocou um pedaço de sangue para estancar – ME SOLTA! – Ele gritava chorando e balançando a cabeça, iria desmaiar, não iria aguentar, tudo girando a trezentos e sessenta graus e ele só conseguia sentir dor.

- Anelar – Sulli disse antes de fechar o alicate no próximo dedo, o grito de Taemin dessa vez foi abafado pela mão de Kyungsoo.

Taemin queria só morrer logo. Era muito menos doloroso e seria mais rápido.

- Apenas... Mate-me – Ele pediu quase sem voz, estava quase desmaiando, a visão já estava ficando escura, quando ele escutou uma voz que já não esperava ouvir.

- SULLI, EU VOU MATAR VOCÊ! – A serpente escutou a voz do idiota que já estava esperando e se virou para encará-lo. Ele estava furioso, provavelmente nem conseguia pensar de tanto ódio que estava sentindo, era isso que ela queria. Ela sorriu – Eu não estou brincando... Solte-o agora!

Sulli olhou para o lado e seu sorriso desapareceu. Quando colocou os olhos no coelho teve vontade de perder todo o controle que havia conquistado. Aquele garoto... Sempre fingindo, sempre manipulando, se ela não fosse uma serpente jamais perceberia o poder secreto dele.

- O que esse infeliz está fazendo aqui?! – Kai pensou que ela falava dele, mas percebeu que ela olhava para Luhan – Porque ele veio com você? Porque você sempre dá um jeito de acabar com a brincadeira, Kai? Ele deveria estar morto! Mas deve ter feito com Chanyeol o que fez comigo quando eu ainda tinha alguma coisa para ele tomar.

Luhan sentiu um soco no estômago e engoliu em seco.

- Do que ela está falando Luhan? – Kai sussurrou e Sulli lançou uma risada estrondosa pelo lugar, sem humor ela deu o lenço para que Kyungsoo continuasse a estancar o sangue da vítima enquanto ela iniciava aquela discussão.

- Então você não sabe? Não sabe quem foi que entregou a alma da sua mulher ao diabo? Pois ele está ai do seu lado, fingindo ser um amigo gentil – Ela riu com escárnio – Isso é uma piada que me dá nojo, uma serpente não teria sido tão cruel como ele foi com Jinri – Os olhos de Sulli não eram mais azuis de vampiro, eram cinzas de serpente – Então Luhan, prefere que eu conte a nossa historinha, ou você vai falar?

Luhan cerrou os punhos e os dentes.

Tremeu os lábios e assentiu.

- Eu falo.

 


Notas Finais


Okay, vou matar vocês de curiosidade, primeiro porque próximo capitulo é flashback e só depois dele é que vocês vão saber o que vai acontecer com o Tae kkkk (o engraçado é que o unico que quer transformar o tae em vampiro é o sehun e ele ta viajando hahahahaha)

Vamos ver no que vai dar né?
Tem muita coisa pra falar e pouco espaço, então qualquer piração falem nos comentários que eu respondo com todo o love do mundo :DDD
beijoooos


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