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História Ácidos e Bases - Lua de Sangue


Escrita por: Misukisanlover

Notas do Autor


Esperei tanto pra escrever esse capitulo que faltei pirar aqui.

Com esse capitulo a primeira parte de Ácidos e Bases chega ao fim (que peninha ~nô)

Gente sacrifiquei meu domingo por esse capitulo, não queria me atrasar de novo.

Como eu estou morrendo de sono, não vai dar pra falar muita coisa:
Boa leitura

Capítulo 13 - Lua de Sangue


Fanfic / Fanfiction Ácidos e Bases - Lua de Sangue

Capitulo 12 – Lua de sangue

 

Taemin dormiu o dia inteiro ao lado da gaiola de Kai.

Fazia várias noites que não dormia por conta das atividades noturnas que tinha que realizar. Aquilo havia deixado ele exausto, e quando ele disse que aceitava o desafio de passar a noite ao lado da fera, Kai disse que ele teria que ir um dia antes para trancá-lo.

Pois no dia seguinte – o da lua cheia – ele já acordaria como uma fera.

Assim que a prisão foi trancada, Taemin apertou as barras de prata com força, olhando para os olhos negros do vampiro, com o medo e ansiedade estampados em sua face pálida. Era a preocupação que nascia. O pressentimento de que algo ruim estava para acontecer.

Kai caminhou devagar até ficar bem próximo de Taemin, tocou os dedos do mais novo com sua mão esquerda e sorriu.

- Só quero te lembrar que em hipótese alguma você deve me soltar, por mais que o lobo pareça inocente para você, ele nunca é controlável... Não confie nele – Kai apertou os dedos de Taemin com mais força, o que fez o menor fazer uma leve careta -... Prometa que não se atreverá a entrar aqui... Por favor.

- Porque eu faria isso? – Taemin tentou se soltar – Eu tenho amor à vida, sabia? – Kai soltou seus dedos e ele balançou a mão que ficara dormente sentindo uma leve coceira no nariz – Até parece que essa noite o lobo vai ficar pior do que em todas as outras.

- Mas é porque vai – Kai abaixou o olhar e esperou alguns segundos para explicar – Eu não disse a você, mas essa noite é noite de Lua de Sangue. O eclipse lunar deixa lua ainda mais poderosa, é a noite que muitos vampiros usavam para fazer diversos tipos de rituais, dos quais eu prefiro não entrar em detalhes agora. A noite que o lobo fica ainda mais poderoso.

Taemin engoliu em seco.

Assim que os raios solares começaram a aparecer no horizonte, Taemin viu Kai simplesmente apagar depois de se deitar dentro de seu caixão, dentro da prisão. Ele teria que esperar o dia inteiro, e só tinha o chão e o caixão de Kai para dormir. Escolheu o chão, se deitou em cima de um travesseiro receado de plumagem branca e adormeceu olhando para os próprios reflexos nos espelhos do teto.

“Eu gostaria de saber, porque flocos de neve...” Taemin adormeceu antes que terminasse a pergunta.

 

Estava quase anoitecendo quando Amber ajudou Minho a se deitar na sua cama.

Ele quase não conseguia abrir os olhos, ele havia estado reclamando de dores na garganta e nos pulmões desde o dia anterior, e com esses sintomas Amber já podia saber que aquela era a última noite de Minho. Ele estava partindo. Quando ela colocou o namorado em cima dos travesseiros e percebeu o quanto ele gemia de dor, percebeu que era hora de chamar o pai dele.

Dois dias. Apenas dois dias que ela descobriu que Minho estava doente, e ele já estava morrendo. Ela procurou não pensar nisso, mas era inevitável, fechou os olhos com força por vários segundos enquanto esperava Kibum atender ao telefone.

Quando abriu os olhos viu vários pontos pretos sumirem antes de sua visão voltar ao normal.

- Alô? – Ouviu a voz grave do mais velho do outro lado da linha.

- Chegou a hora. Ele está partindo.

 

***

 

Luna chegou ao seu estado de demência nos dois dias que ficou na sede da família de Sehun. A síndrome do pânico fez uma esquizofrenia se desenvolver, o que antes era medo sem estar correndo perigo, naquele momento se tornou alucinações que para ela eram muito reais.

Luna já não era mais capaz de distinguir o real do irreal. Onew teve que dar remédios para que ela dormisse durante o dia, enquanto ele também estaria dormindo.

Assim que a noite chegou, Onew acordou e correu para ver se a namorada tinha acordado. Quando ele entrou no quarto, ela estava chorando, com as mãos no rosto, nada era mais audível que seus soluços.

Onew se sentou no banquinho que havia colocado para ficar ao lado dela e retirou as mãos dela de seu rosto para que pudesse olhar para os olhos dela. Ele procurou esboçar um sorriso, para acalmá-la, mas ela nem mesmo procurou ter contato visual com ele.

- Luna... – Ele sussurrou, mas ela não atendeu. As lágrimas continuavam caindo, a pele já pálida e flácida, a praga já estava consumindo Luna por dentro. Ele engoliu em seco tentando segurar o choro -... Luna? – Ela continuou olhando para a parede a sua frente – Você está me escutando? – Ele esperou alguns segundos, mas ela se manteve estática – Sun Young?!

Só então ela olhou para ele, a com face inexpressível, como se ela tivesse dificuldades para alterar as expressões faciais.

- Você está bem?

- Não – Disse com a voz monótona e sem fazer movimentos que alterassem sua expressão facial – Porque está me perguntando? – Ela abaixou os olhos como se estivesse com muito sono.

- Porque eu me preocupo com você, porque não me atendeu quando te chamei?

- Mas você só me chamou agora... – Ela ficou alguns segundos calada e depois começou – Quem é você que se preocupa comigo?

Onew sentiu como se mil facas estivessem perfurando seu peito. Era tão doloroso ouvir aquilo, que ele achou que morreria de novo. Ele sentiu a presença de Sehun entrar no quarto sorrateira, preferiu não olhar para ele, para não se lembrar do que tinha que fazer.

- Eu sou seu namorado... Onew lembra? Luna...

- Eu não tenho namorado... – Ela quase franziu a testa -... Meu nome não é Luna, é Sun Young – Ela tossiu – Minha visão está ficando escura... Eu não estou sentindo as minhas pernas, você me deu algum remédio?

- Não... – Ele abaixou a cabeça deixando uma lágrima cair.

Luna conseguiu sorrir com dificuldade, colocou as mãos nas bochechas do mais velho e o fez olhar para si. Ele sentiu que seu coração bateria de novo quando ela abriu a boca para falar algo.

- Você tem um rosto bonito, porque e-e-esta.... C-chora-ando...? – Ela tentou puxar ar para dentro de seus pulmões, mas não conseguiu.

Suas mãos caíam em cima do colchão e seu rosto pendeu para o lado.

Assim que ela parou de respirar Onew colocou as mãos no rosto sentindo uma dor terrível no peito, chorou arranhando o rosto, com uma vontade terrível de explodir o mundo. Quando ele sentiu a mão de Sehun tocar o seu ombro se levantou e limpou as lágrimas como pôde.

- Eu devo agir rápido... – Onew assentiu – Não se preocupe, vocês dois serão recompensados... No final todos os meus filhos terão o que lhe de é direito.

- Assim como aqueles que morreram no passado?

Sehun sorriu.

- Apenas dois deles realmente morreram. E, além disso... Eu nem tenho certeza se eles realmente morreram.

- Isso não importa para mim agora.

Sehun sorriu e olhou para a pequena moça falecida em cima da cama.

- Preciso te avisar de uma coisa.

- O quê?

- Luna não é uma vampira comum. E como hoje é lua cheia... – Sehun olhou para o céu onde a lua ainda estava escondida pelas nuvens -... Quando ela voltar, voltará como um lobo.  Um lobo igual ao que matou a mãe de JongHyun.

- Eu cuidarei dela. Vou ensiná-la a se controlar, por isso não se preocupe.

Sehun se curvou rapidamente demonstrando que havia entendido. Quando Sehun se sentou ao lado do corpo da menina, percebeu que ela não seria uma alma difícil de trazer de volta, ela havia perdido a sanidade antes de conseguir falar com Onew direito, e isso a fazia ter motivos para querer voltar, para querer uma explicação.

Ele pegou a mão da menor e se inclinou para sussurrar no ouvido dela.

Onew mordeu os lábios tentando segurar os seus instintos, odiava o fato de não poder ficar nervoso.

Sehun começou a sussurrar palavras sem sentido para ele. Onew o viu abrindo a boca por apenas alguns segundos e se afastou. O mais velho se levantou e olhou para ele com indiferença.

- Melhor sairmos daqui – Sehun agarrou a mão de Onew e o carregou para fora do quarto. A Fênix não pôde evitar, tinha que olhar para trás.

E o que viu o deixou ainda mais aflito.

Luna começou a se mexer aos poucos, logo estava se contorcendo na cama como se estivesse tendo uma convulsão, os dedos se retorciam e as costas se arqueavam. Antes dele se virar conseguiu ver presas nascerem no lugar das pequenas unhas da mulher, os gritos que deviam vir dela começaram a se transformar em rosnados. Quando Luna caiu no chão, Sehun fechou a porta e a trancou.

- Isso não vai adiantar de nada, vai?

- Ela vai fugir pela janela.

 

***

 

Já fazia semanas que JongHyun se esforçava ao máximo para não incomodar Kibum. Algo dentro dele ainda dizia que ele deveria tentar conversar, mas as palavras que o mais velho havia lhe dito voltavam a sua mente e ele não conseguia se aproximar.

A única coisa que o fazia não ter arrependimento total sobre sua escolha consciente era saber que teria a sua oportunidade de vingança. Procurava focar apenas nisso, esquecer o resto, esquecer até mesmo da batalha que estava cada vez mais próxima. Ouviu dizer que faltava algumas poucas semanas.

Duas talvez.

Foi quando Onew decidiu transformar Luna que percebeu o que deixava um ser humano cego a ponto de deixar que algo tão ruim aparentasse ser tão bom. O desespero, o medo, a solidão, a sede de vingança.

Ele ficou do lado de fora do quarto escutando tudo que os três diziam antes do momento chegar. Precisava ter certeza que aquilo aconteceria antes de ele ir atrás de Kai naquela noite de lua cheia.

Quando o silêncio dominou o quarto, JongHyun percebeu que era sua deixa. Ele colocou as mãos nos bolsos, se desencostou da parede e começou a andar para fora da sede. Se ele queria mesmo derrotar o lobo, teria que aprender a lutar contra um, e apesar de não ter gostado nada de Luna ter sido transformada sem o consentimento dela, ela seria uma peça importante para ele conseguir o que queria.

JongHyun não precisou usar as pernas para chegar a casa de Kai. Ele havia descobrindo aonde era alguns dias antes. Precisava de informações da lua cheia, e usava de seu poder para realizar isso de forma sorrateira.

Ele era esperto, morava em um condomínio onde havia muitas pessoas que não estavam nem aí para a vida um do outro, se importavam apenas com si próprios e com a praga avançando, ai é que eles ficavam egoístas mesmo. Era um lugar perfeito, onde vampiros não podiam se confrontar... Mas, e se ele não conseguisse controlar a fera?

Era um paradoxo.

 

Taemin só acordou quando escutou gemidos de dor vindos de Kai ao seu lado. Ele abriu os olhos com dificuldade e olhou para a prisão esperando encontrar o vampiro ainda adormecido.

Ainda era Kai, ele ainda era um vampiro, mas não parava de se contorcer de dor. Ele gemia e abraçava a própria barriga com muita dor em todas as partes do corpo, sentia que todos os seus ossos iriam explodir.

Taemin se levantou em um sobressalto.

 - Kai? Você está bem?

Kai olhou para Taemin e rosnou.

Os olhos vermelhos sangue de Kai avisaram a Taemin que ele não estava mais no comando, aquele era o Lobo. O menor engoliu em seco e se levantou dando logo três passos para trás, para se sentir ao menos um pouco seguro.

Ele viu quando Kai bateu as mãos nos espelhos – já quebrados – da parede, as garras cresceram no lugar de suas unhas, Taemin fez careta imaginando a dor que aquela metamorfose era, os gemidos e gritos de Kai invadiram a sala de uma forma tão dolorosa que Taemin não conseguiu ficar sem se chocar. Lágrimas começaram a escorrer sem que ele percebesse, enquanto pelo crescia por todo o corpo do moreno que já perdia toda a forma humana e se transformava em uma fera.

Taemin abraçou o próprio corpo sentindo um frio começar a percorrer por todos os seus ossos. O Lobo começou a querer sair da gaiola, corria de um lado para o outro tentando arrebentar as barras com a cabeça como um touro, mas acabava se machucando com a queimadura da prata. Bateu nas barras querendo avançar contra Taemin até que finalmente sentiu que a dor das queimaduras eram maiores que sua fome de matar e foi para o canto da prisão mancando e choramingando.

Taemin franziu a testa e engoliu em seco.

- Essa foi à fera que me salvou? - Perguntou se atrevendo a se aproximar dois passos. O Lobo rosnou, mas não se mexeu.

O rapaz respirou fundo criando coragem para pegar as chaves que estavam dentro de seu bolso desde a manhã que Kai entrou na gaiola implorando que ele não abrisse a gaiola por nada.

Ele fechou os olhos se praguejando. Estava ficando louco, mas precisava ver uma coisa.

- Me desculpe, Kai. Mas você pediu esse favor para a pessoa errada – Taemin destrancou o cadeado de prata e o lobo moveu as orelhas – Eu detesto ver quem quer que seja preso.

Assim que os pés de Taemin adentraram a gaiola gigante, a fera se sentou olhando para o rapaz com ódio, como se tivesse pensando na melhor forma de matá-lo antes de atacá-lo. Taemin tinha medo, mas não era o suficiente, havia aprendido a controlar seus medos depois de tantos ataques de vampiros nos dias anteriores.

Taemin se aproximou um passo e o lobo começou a rosnar mais alto. Ele percebeu que havia um canivete de prata dentro do bolso da camisa e o jogou para fora das grades. Taemin ergueu as mãos devagar, esticou as duas e se aproximou com o medo começando a ficar mais forte em suas veias, quando já podia sentir o calor do lobo bem próximo, não conseguiu mais mover as próprias pernas, teve que esticar mais os braços para tocá-lo.

Ele fechou os olhos e esticou um pouco mais, era o suficiente, estava próximo demais, o que ele queria saber, só seria provado se o lobo fizesse a outra parte.

E ele fez.

A fera, colocou a cabeça em baixo da mão de Taemin e a aproximou de seus dedos devagarzinho, para que o menor pudesse lhe acariciar.

Taemin finalmente voltou a respirar. Abriu os olhos sentindo suor descer de sua testa desesperadamente. Olhou para o lobo que sentia o seu toque de olhos fechados, a ação da criatura lhe surpreendera mais do que o pelo extremamente macio da fera.

Taemin se ajoelhou ao em frente à fera e o olhou perplexo, maravilhado com o comportamento inesperado dele. O lobo abriu os olhos corpo de sangue e inclinou a cabeça olhando para ele quase sorrindo.

- Por... Por que você me protege? O que eu tenho de especial?

 

JongHyun teria entrado para salvar Taemin alguns segundos atrás se Taemin não tivesse praticamente colocado o lobo aos seus pés. Quando ele ia entrando no quarto secreto de Kai, percebeu o que acontecia, e não pôde acreditar como uma fera tão mortífera podia deixar que um garoto o acariciasse.

Era impossível, não... Aquela fera não tinha sentimentos, ela havia matado sua mãe e matou muitas pessoas. Os pensamentos de JongHyun ficaram confusos, não conseguia pensar direito, mas não podia deixar de olhar.

Tudo ficou ainda mais confuso quando Taemin abraçou o lobo – ou pelo menos a parte da frente dele – sem que ele não fizesse nada para impedi-lo.

Aquilo era... Impossível.

 

***

 

Krystal não podia deixar de olhar para o espelho.

A lua cheia já estava alta no céu, mas ainda faltava algumas horas para a Lua de Sangue, apenas algumas horas para que ela se tornasse uma rainha de uma vez. Sua alma condenada ao inferno já estava cansada, ela tinha vontade de morrer, mas toda vez que pensava nessa possibilidade lembrava que Chanyeol estava lhe observando do outro lado da sala.

No meio de tantas vampiras ajeitando seu vestido e sua pele para receber o que elas chamam de ‘honra de ser possuída pelo rei do clã’ o que para Krystal era apenas o ‘ser abusada sexualmente por um demônio que fazia ela se sentir mal’ existia um jovem rapaz que fingia ser o fabricante de seu vinho.

Ela lembrava muito bem da conversa que tinham tido, dias antes. Não foi uma conversa fácil, foi difícil explicar para ele, e mais difícil ainda explicar que ele estava mais seguro fingindo ser um lobo do que ficando em casa, onde com certeza os lobos putos de raiva iriam lhe encontrar.

“- Eu te chamei pra sair porque queria te espionar, para mim você não passava de uma ameaça. Não passava de um Park que eu tinha que destruir antes que alguém do meu clã descobrisse da sua existência. Eu detesto tumultos e você causaria um enorme.

Chanyeol sorriu sem humor.

- Então você queria mesmo me matar... Uma assassina como os outros, que eu devo matar como os outros.

- Eu sou uma assassina sim, mas não como os outros. Não sei se você sabe, mas a sua família fez muitas maldades também, nem todos os vampiros matam porque querem e sim porque não tem outra opção. Pensa que eu não sei? Sua família... Matou os pais de um amigo meu e... Matou a minha mãe. Aqui dentro temos uma serpente que terminou de perder a alma dentro de um dos campos de concentração da sua família, eles prendiam os vampiros e faziam testes_

- Para saber como derrotá-los!

- TORTURAR E MATAR NÃO SE EXPLICA CHANYEOL! – Ela gritou – Se nós tivéssemos fazendo esse tipo de coisa, você logo diria que é porque já nascemos todos tendendo a ser demônios sem sentimentos! Nós nascemos com poderes que nos tornam maiores que os humanos isso pode até ser verdade... Mas isso não significa que um dia vamos conseguir ser tão malvados quanto alguns deles. Não estou passando a mão na cabeça de ninguém, eu sei muito bem das atrocidades que o meu clã já fez por poder, e é um dos motivos pelo qual não vi motivos para te matar. Você não é culpado pela história da sua família, você não precisa carregar esse fardo em cima de você... Não ainda. Quando você matar o seu primeiro vampiro, saberá do que eu estou falando, e não terá mais a minha liberdade, eu matarei você sem hesitar, mesmo que eu... Que eu goste de você. Se você pretende ser igual ao resto da sua família, não vou perder tempo indo contra o meu clã por sua causa.

- Mas... – Chanyeol estava sem palavras -... E... E as crianças?

- Eu acabei com o sofrimento delas, Suho daria um jeito de matá-las de um jeito muito pior do que eu, elas já estavam no final da vida apenas... Terminei.

Chanyeol se ajoelhou e começou a chorar olhando para o chão, sentindo uma dor terrível no peito, vergonha das coisas que sua família tinha feito, vontade de morrer...

- Eu já me senti como você está se sentindo agora, é horrível, não é? – Ele levantou a cabeça – Nem sei quantas pessoas o meu clã já matou... Quantas eu mesma já matei... – Ela olhou nos olhos do mais novo – Ainda há tempo de fazer o que é certo, Chanyeol. E eu posso te ajudar, se você me ajudar. Nesse momento, o melhor que há a fazer é esconder você aqui comigo como o meu cervo. Os ursos já sabem que você existe e não vão ficar quietos até te achar e te matar.

O caçador permaneceu calado.

- O que acha?”

 

***

 

Luhan não conseguia parar de olhar para o rosto de Minho. Amber colocava toalhas úmidas na testa queimando em febre do mais velho, choramingava baixinho, já sentindo a dor da perda lhe invadindo. Luhan sentiu algo dentro de seu peito gritar, gritar palavras que não o agradavam nem um pouco. Ele colocava a mão no peito pedindo um pouco de paz e silêncio, um amigo estava prestes a partir.

Luhan fechou os olhos e cruzou os dedos trêmulos.

Amber ouviu um som e olhou para a porta. Kibum chegou ofegando, cansado e encostando-se ao batente da porta. Ele primeiro recuperou o fôlego para só então entrar no quarto para falar com o filho. Ele logo percebeu que Amber não estava brincando, Minho nem abriu os olhos de tanta febre que tinha, tremia os lábios quase roxos e fazia menção de tossir quase sempre que respirava.

- Eu... Tive medo de não chegar a tempo – Ele piscou e se ajoelhou ao lado de Amber – Está me ouvindo Minho? Eu estou aqui, Kibum.

Minho conseguiu esboçar um sorriso.

- Eu sabia que... Você viria. Eu sabia que não morreria antes de escutar a sua voz – Ele sorriu falando tudo entre pausas para recuperar a respiração – Eu acho que não sou mais capaz de ver você... – Minho engoliu em seco com dificuldade – Eu preciso te falar umas coisas.

- Pode falar.

Minho sorriu sereno.

- Apesar de você ter entrado no meu caminho através de outra pessoa... Tem algo que eu quero te dizer – Pausa – Quando eu estava com frio, você foi a única pessoa capaz de me aquecer, quando eu era invisível, foi a única que me viu e quando eu tinha medo... Fazia-me ter mais medo para que aprendesse a ser corajoso – Kibum sorriu de abaixando os olhos – Eu acho que você entende o que eu quero dizer. Eu não vivia antes de você aparecer, apenas... Sobrevivia. E eu te amo como pai, como irmão... Hyung. Obrigado por tudo, e espero que não tenha me levado a mal, sempre amei muito você, mas eu precisava me sentir livre desse lugar, queria mesmo conhecer_

- Não precisa explicar, você mal consegue respirar, se poupe para fazer a sua ultima declaração a sua amada – Kibum sussurrou beijando a mão do mais novo – Eu entendo, e te amo, meu filho. Você foi a melhor coisa que eu criei com amor em toda a minha vida.

Luhan respirou fundo e olhou para Amber. Ela estava tentando segurar os soluços, para que Minho não percebesse que ela chorava e toda aquela cena, deixou o vampiro compadecido. Os humanos sempre seriam seres frágeis e incríveis.

 

***

 

- Appa... – Josephine sussurrou com a voz chorosa -... Por que fez isso com a Luna? Ela não precisava ter vindo para esse mundo, não é? – Sehun olhou para a filha com o olhar cheio de piedade, a menina fazia beicinho de olhos baixos.

- Onew fez a escolha dele, apenas coube a eu respeitar, minha querida – Sehun suspirou olhando para a lua que já se livrava completamente das nuvens – Eu tenho certeza que ela ficará bem, você não precisa se preocupar com ela.

- Eu estou com medo – Ela confessou olhando para os próprios dedos – Desculpa, Sehun – Ela falou com a voz mais madura – Eu posso ter sido uma de suas escolhidas para batalhar pela sua causa mas... Eu não posso dizer que não estou com medo, ou que tenho cem por cento de certeza que vou vencer, porque não seria verdade. Eu nasci de uma garota de onze anos, com uma mentalidade amadurecida, mas o corpo frágil, mal consegui desenvolver meus poderes, nem consegui convocar uma tempestade ainda. Sinto-me estranha dentro de um corpo tão forte, como se a qualquer momento eu pudesse ser expulsa dele por ser tão fraca... Não acha que isso é demais? – Sehun sorriu e colocou as mãos nas bochechas da menina.

- Você é perfeita, e eu vou te provar que as minhas escolhas nunca estão erradas, Rose – Sehun se inclinou e beijou os lábios rosados da vampira da tempestade. Ela teria se assustado se não fosse um ato comum, Sehun sempre lhe dava um selinho quando queria lhe confortar.

- Eu queria que não fizesse mais isso – Ela pediu – Eu... Estou ficando com o seu outro filho.

- Luhan? – Sehun arqueou as sobrancelhas e Josephine assentiu – O meu coelho está morando minha coruja? Eu não sei se posso aprovar esse namoro, Luhan fingiu ser humano mesmo na minha frente, mesmo sabendo que eu estava louco para saber se ele era ou não o meu filho.

- Não perguntei se você aceita ou não, isso não importa par mim, eu o amo.  Você não aceitar só vai me fazer não meter o senhor nos meus assuntos amorosos.

Sehun sorriu.

- Não se preocupe. Não vou interferir – Ele olhou para o céu novamente – Quer saber de uma coisa? Hoje você ganhará dois irmãos novos. Um deles é Luna e outro... Eu estou esperando falecer. Ele será um coelho assim como Luhan, só que ainda melhor, eu espero.

Josephine franziu a testa já tendo suas desconfianças.

- Não faça nada precipitado Appa, eu confio no senhor, confio nos seus instintos, mas às vezes eles me parecem loucos demais, e sem ética.

- Eu não costumo ter ética, você é que fica fantasiando, achando que eu sou uma pessoa que na verdade eu não sou... – Ele fez uma pausa –Obrigado.

- Pelo quê?

- Por acreditar em mim, não sabe o quanto isso é importante, Rose... – Ele fechou os olhos -... Eu gostaria que todos os meus filhos fossem como você. Eu não posso falar, não posso, mas eu sei que vocês podem confiar em mim.

Um uivo por ser escutado por toda a cidade. Era Luna.

- Será que ela está bem?

- Sim está, deve estar sentindo o cheiro do irmão mais velho que também está transformado nesse momento. Você sabia que o rugido de um lobo atrai o outro lobo?

- Sério?

 

***

 

O abraço quente do lobo deixava Taemin confortável. Talvez Kai nunca ficasse tão quente quanto quando estava transformado em lobo e isso fez ele aproveitar ainda mais o momento. Ele sorriu passando a mão por cima do pelo negro e macio da criatura, o lobo era maior que ele uns trinta centímetros, mas não deixava de ser confortável abraça-lo.

Taemin olhou para cima, onde o lobo ainda estava de olhos fechados, sentindo suas caricias.

- Kai? Pode me escutar? – A fera continuou imóvel – Se poder me escutar, toque a sua pata na minha mão – Taemin esperou ansioso pelo toque do animal. Acreditou de verdade que ele iria levantar a pata e colocá-la em sua mão, mas isso não aconteceu. Taemin fechou os olhos e suspirou, era pedir demais.

Um uivo pôde ser escutado ao longe, Taemin franziu a testa, estava baixo demais para ter sido Kai.

Nem teve tempo de pensar antes que o lobo lhe empurrasse e começasse a correr em círculos dentro da jaula como um louco. Taemin arregalou os olhos percebendo que a porta estava aberta, tentou se arrastar até ela antes que Kai escapasse, mas acabou sendo empurrado pelo lobo.

Taemin sentiu suas costas estalarem quando bateu na parede de espelhos. Assim que conseguiu olhar para frente viu que o lobo se aproximava rangendo os dentes, arregalou os olhos não tendo ideia de por onde escapar, por cima dele, não dava. Por debaixo, sem chances. Ele estava ferrado.

Colocou as mãos em cima dos olhos para não ver o que vinha a seguir e começou a sentir suas costas ficarem úmidas, ele franziu a testa tentando descobrir o que seria, mas não teve tempo. Escutou o uivo estridente da fera que respondia ao outro ruivo e esperou a morte.

Ele pôde escutar os três primeiros passos do Lobo e depois ele começou a escutar o choramingo dele. Taemin franziu a testa e abriu os olhos. Quando viu seu antigo chefe de equipe socando o lobo para que ele se calasse ficou boquiaberto, não conseguiu reagir. O inteligente líder, estava naquele momento matando uma fera com as próprias mãos.

- PARE! – Ele gritou já ficando desesperado quando viu sangue nas mãos dele – VOCÊ VAI MATÁ-LO!

JongHyun parou, soltou o lobo e caminhou até ele com uma expressão assassina no rosto, pegou o mais novo pela gola e o tirou da gaiola. Quando o soltou, logo trancou a grade com o cadeado e se voltou para ele.

- O que você estava pensando quando resolveu entrar? – Taemin não conseguiu se levantar, estava tonto e ainda conseguia sentir uma umidade em suas costas – Você... –JongHyun sentiu um cheiro forte invadir suas narinas, o cheiro tão forte que fez a sua cabeça doer como se tivesse levado uma tijolada. Olhou para o garoto que tentava se levantar e percebeu sangue pingando no chão – Puta que pariu, Taemin! Você está sangrando! – O mais novo engoliu em seco e tentou se afastar, a umidade... Era sangue, quando começou a se afastar para trás percebeu as manchas ficando por onde passava . Percebeu a expressão de JongHyun mudar, seus olhos ficando confusos, tremeluzindo entre o negro e o azul, seus dentes ameaçando sair – Seu... Seu cheiro...

- Eu sou fedorento pra caralho, já sei!

Taemin desistiu de se afastar se lembrando de uma coisa.

- JongHyun... – Ele falou desabotoando os primeiros botões da camisa e deixando seu pescoço a amostra – Pode morder.

JongHyun arregalou os olhos.

- Você está doido?! Quer morrer? Eu... – Ele colocou as mãos no nariz tentando aliviar o cheiro.

- Eu sei que você está sentindo, é irresistível, por isso mal consegue pensar em se controlar, só vai parar quando você prová-lo, com Kai também foi assim.

- Eu não sou o Kai! E também eu tenho a impressão que não vou conseguir parar, para de falar asneiras.

- Confia em mim! Bebe logo.

JongHyun não queria fazer aquilo, não queria ser como Kai, não queria ter que passar por algo que ele passou porque não queria ter nada em comum com ele, mas os instintos eram maiores do que qualquer orgulho que ele tivesse, a sede que aquele cheiro lhe dava era monstruosa, ele sentia que nem se bebesse todo o sangue do mundo saciaria sua sede. Ele se aproximou do mais novo devagar, dois passos e ele se teletransportou para as costas de Taemin, onde o sangue escorria e manchava a camisa branca do rapaz. Viu que a cabeça do mais novo balançava em confusão, talvez se perguntando onde ele estava. JongHyun tampou a boca de Taemin e mordeu as costas dele, bem onde estava cortado pelo vidro.

Taemin se contorceu e tentou gritar de dor. O grito foi abafado pela mão de JongHyun, mas a dor não deixava de ser insuportável. Ele não iria morrer por JongHyun, disso tinha certeza, mas estava perdendo tanto sangue que sua visão já estava ficando turva.

Não demorou três segundos para JongHyun lhe soltar e começar a tossir. A tosse ficou mais profunda e ele começou a vomitar.

Taemin conseguiu se levantar e se encostou à parede sentindo que desmaiaria a qualquer instante. Por sorte, ele havia trazido torta de alho para lanchar durante a tarde. Sabia dos perigos e o melhor jeito de se prevenir era fazendo um vampiro tomar do seu sangue contaminado pelo alho.

- O que diabos...

- Alho – Ele disse cambaleando para fora do quarto, ouvia Kai rosnar e uivar desejando sair de sua prisão e provavelmente lhe matar também. Andou até o canto da sala que tinha o freezer e pegou duas bolsas de sangue. Voltou para o quarto e JongHyun ainda passava mal – Ei. Pega – Ele jogou uma bolsa de sangue para perto dele.

JongHyun não recusou, bebeu tudo mais rápido do que qualquer coisa. Nem fez questão de sentir o gosto frio do sangue conservado, apenas queria tirar aquele gosto horrível da boca, parar de sentir aquele enjoo estranho.

Foi o que aconteceu rapidamente, assim que o sangue começou a esquentar o seu corpo.

- Obrigado... E... Eu nem tenho mais vontade de beber o seu sangue – Ele sorriu olhando para o garoto. Parou de sorrir quando viu a face pálida que ele tinha. Os joelhos de Taemin se curvaram e ele caiu no chão. JongHyun se teletransportou para frente dele e pegou a outra bolsa de sangue que ele segurava – O que você precisa?

- Preciso que você tampe a minha ferida, e preciso que me faça beber esse sangue. Eu acho que é a única forma de me recuperar.

JongHyun engoliu em seco.

 

Taemin fazia caretas quando sentia a agulha lhe perfurar. O corte havia sido profundo, mas pequeno, só pegou quatro pontos. Assim que o mais velho terminou de costurar e tampou o ferimento com a camisa branca que o rapaz estava vestindo entregou o sangue dentro de um copo para que ele bebesse.

- Vou te considerar um guerreiro se conseguir beber isso – Taemin fez careta e engoliu em seco – Tenta não pensar que é sangue.

Ele tentou não pensar, mas não adiantou nada. O gosto era horrível, metálico e tão frio que logo fez com que ele tentasse colocar pra fora. Apesar de ter náuseas fortes, o sangue não queria voltar, ele aproveitou isso e bebeu o rosto todo de uma só vez. Sentiu como se todos os seus órgãos internos tivessem dançando e rebolando dentro de seu corpo.

- Que horror, o que diabos os vampiros veem nisso? – Ele disse colocando o copo vazio ao seu lado – Ai que vontade de colocar meus bofes pra fora... – Ele disse com a língua pra fora e com vontade de desmaiar.

JongHyun sorriu.

- É a necessidade – O vampiro sentou ao lado do rapaz – Como vão as coisas?

- Não muito bem, não sei se percebeu, mas as pessoas da minha ilha estão morrendo por causa de uma praga... – Os dois ficaram em silêncio por um tempo. O lobo ficou quieto resmungando em seu canto – Eu queria saber por que ele me atacou de repente.

- Eles são capazes de sentir um ao outro, ele escutou o uivo da outra.

- Da... Outra?

- Luna foi transformada – Taemin deixou os ombros caírem. Ficou perplexo demais para falar alguma coisa, só tinha vontade de lamentar.

Ele abraçou o próprio corpo, começando a achar que havia mais vampiros do que humanos a sua volta.

 

***

 

 

O casamento dos vampiros não é uma cerimônia comum.

Geralmente, vampiros não casam, porque é uma cerimônia complicada que requer benção dos ancestrais. Os sete espectros que no passado comandavam o clã Urso, sendo cada um o rei oficial de cada clã. O mais poderoso, claro, era o rei do clã Urso que tinha influencia sobre todos os outros.

Voltando a questão do casamento, era muito difícil aparecer uma união que eles aprovassem, por isso apenas os reis se casavam.

O salão onde a cerimônia acontecia era enorme, cabiam todos os ursos – que não eram mais do que cem pessoas – e tinha o fundo na forma de meia lua, onde havia os sete tronos e o trono – mesa de escritório – do atual rei que ficava do lado direito de todas as cadeiras de ouro maciço e rubis.

A ocasião só acontecia durante a Lua de Sangue porque era o momento que os espectros tomavam a sua forma original. A forma que tinham quando ainda eram vivos, podendo até mesmo tocar coisas físicas, era o momento que os ancestrais tinham mais força e por isso era o único dia que eles eram capazes de abençoar um casamento com os instrumentos antigos. A coroa do rei e da rainha seriam colocadas oficialmente.

Assim que a lua começou a entrar em estado de penumbra, os Ursos começaram a encher o salão sagrado a espera da cerimônia. Inclusive Chanyeol estava entre eles, Krystal se vestiria por completo e isso fazia com que homens não pudessem ficar no resinto mesmo sendo cervos dela. Ele ficou admirado com a beleza da arquitetura do local, as longas paredes de gelo, anjos e demônios esculpidos por toda parte, tronos de ouro e rubi, cada um com um animal esculpido na ponta do encosto e o altar que estava rodeado de servas, esperando o casal da noite para fazer as honras.

 

Krystal sentia todo o seu corpo tremer. Sentia que não estava preparada para aquilo, nunca estaria, mesmo depois de quase cinquenta anos de preparação, mesmo depois de tanto tempo sendo controlada pelo rei, não queria se tornar uma submissa completa dele.

Ela estava pronta, no sentindo de arrumada.

Seu vestido tinha uma calda tão grande que ele se estendia três metros depois de suas pernas. Seu véu era feito de flocos de gelo e sua grinalda era feita de cristais de gelo afiados, para provar o amor à rainha o rei tinha que se arriscar para tirar a grinalda e trocar pela coroa, um ato que sempre acabava em sangue.

- Krystal... – A quase rainha escutou a voz do amigo logo atrás de si. Quando ela olhou para Lay sorriu para ela -... Você está tão linda... – Ele a olhou de cima a baixo e depois olhou para a porta do salão que ainda estava fechada – Eu estaria ao seu lado se os ancestrais não tivessem escolhido você... Não é mesmo? – Ele sorriu sem humor e ela assentiu.

- Eu nunca me esqueci de você Lay, eu ainda gosto muito de você, claro que eu preferia estar ao seu lado do que estar me tornando uma rainha agora... Mas as coisas nunca são como desejamos, não é mesmo?

- Tente ser feliz, pare de ser tão teimosa, e não teremos problemas – Ele deu de ombros e ela riu.

- Vou tentar.

- Vamos logo, Lay – Sulli disse se aproximando do rapaz – Boa sorte minha querida, tenho certeza que seu casamento será cheio de emoções – Ela sorriu maliciosa e carregou Lay para dentro do salão. Assim que as portas se fecharam, Krystal se sentiu sozinha novamente. Nem mesmo tinha visto Suho depois do episódio da flecha, era muito estranho que ele não tivesse ido atrás dela perguntar onde estaria Chanyeol, ela tinha certeza de ter gritado o nome dele enquanto ele ainda estava acordado.

- Pensando em mim? – Suho apareceu ao seu lado tão de repente que ela quase deu um pulo, se seu vestido, não fosse tão pesado, teria mesmo feito isso. Suho sorriu – A nossa tão esperada Lua de sangue... Espero que esteja tão feliz quanto eu.

Ela baixou um pouco a cabeça e ele olhou para ela.

- Não consigo ver bem o seu rosto, mas eu sei que está linda como nunca esteve – Ele olhou para as portas do salão e olhou para o relógio que estava escondido dentro da roupa – O eclipse está quase no pico... – Ele ficou calado por alguns segundos – Tomamos um susto alguns dias atrás, não é? – Ela assentiu – Não se preocupe, já estou providenciando a morte daquele infeliz... Se ele está sozinho... Finalmente não teremos mais problemas com aquela família desgraçada.

Um sino tocou dentro do salão. Krystal ajeitou a postura e Suho olhou para frente sorridente, suas vestes brancas casavam com o vestido gracioso da rainha, era o casal mais branco do mundo, os cabelos de Krystal quase eram invisíveis na sua roupa, e os de Suho não estavam muito longe. Quando as portas se abriram sozinhas, Suho cruzou o braço esquerdo com o braço direito de Krystal e os dois olharam para frente.

- Não faça nada de estranho, os ancestrais não te perdoarão – Ela engoliu em seco e os dois começaram a andar para dentro do salão.

Todos os Ursos e vampiros de outros clãs que estavam ali a convite deles, se emocionavam com a consolidação da união do rei e da rainha, aquilo significava o inicio de um novo ciclo. Suho agia como se nenhum deles existissem, para ele a única presença que lhe interessava era a dos ancestrais, que estavam todos sentados, cada um em seu devido trono.

Krystal olhou para todos aqueles vampiros, algo ainda dizia a ela que eles ainda tinham esperanças que algo iria acontecer... Algo que ela não sabia o que era.

Ela estava quase chegando ao altar quando avistou Chanyeol no meio de tantas pessoas. Aquele idiota com cabelo descolorido estava com uma expressão de morte, como se algo que lhe pertencesse estivesse sendo tomado.

Quando os dois chegaram ao altar o rei do clã Urso, que ficava bem no meio se levantou para pegar as duas coroas que seriam usadas. Ele pegou as duas e ficou de frente para os dois.

- Vocês prometem amar e respeitar, todo o clã Urso, lutar com todas as forças pelo sangue de sua tribo e escutar todas as ordens dos ancestrais que vos falam? – Todos os sete falaram juntos.

- Sim – Os dois disseram em um uníssono.

- Prometem fazer isso, juntos?

- Sim.

- Estão cientes de que suas almas estarão unidas a partir de agora e que se o rei morrer, a rainha morre, e se a rainha morrer, o rei morre os dois tendo um prazo de três dias para falecer? – Krystal fechou os olhos querendo morrer naquele momento, não queria ficar ligada a Suho  

- Sim – Os dois disseram juntos.

- Que a união seja oficializada agora. O rei deve tirar a grinalda de cristais de gelo da noiva e limpar o seu sangue com o véu que será tirado de seu rosto.

Suho fez o que foi mandado. Assim que colocou as mãos ao redor da grinalda, fez uma careta, Krystal viu seu véu ser manchado de sangue, sentiu a coroa de flores de cristal de gelo sair de sua cabeça, Suho tirou o véu de seu rosto e soltou um leve sorriso para ela. Limpou os dedos ensanguentados com o véu e esperou.

O ancestral do clão urso colocou a coroa na cabeça de Suho depois que ele se curvou para isso. Depois entregou a coroa que Suho havia mostrado a Krystal alguns vários dias antes, para que ele colocasse na cabeça de Krystal. Suho se virou para Krystal e ela abaixou a cabeça para que ele colocasse a coroa. Ela sentiu os cristais furarem sua cabeça, mas não reclamou.

- Agora pode se beijar para selar a ligação.

Suho não esperou Krystal se preparar. Ele a beijou sem aviso prévio. Quando ela percebeu já estava com os lábios de Suho lhe acariciando.

Antes que ela fechasse os olhos viu o olhar derrotado de Chanyeol. Isso fez o coração dela se apertar. Ela fechou os olhos e retribuiu o beijo do mais velho, não tinha mais o que fazer contra ele. Estava feito, ela não podia mais ir contra ele, seria uma tolice desnecessária.

 

Era a primeira vez que Krystal entrava nos aposentos do rei. Era enorme e a única coisa que tinha era uma fria cama com lençóis e mosqueteiro vermelhos. Ela franziu a testa estranhando a cor do enxoval. Vermelho não era a cor da pureza.

- Eu sei o que está pensando minha rainha – Ele disse desenlaçando o seu vestido – Mas a questão é que somos brancos demais, é uma cor que chega a abusar, tenho quase duzentos anos, precisava variar e... – O vestido pesado caiu aos pés da rainha – Eu queria possuir você pela primeira vez, em contraste com o vermelho sangue, que é a cor que tanto adoramos, não é mesmo? – Ele fez ela se virar para ele e sorriu tocando as bochechas dela – Dessa vez você não tem por onde escapar.

Depois de tirar a lingerie de Krystal e admirá-la por longos segundos, pediu que ela se deitasse na cama enquanto ele tirava suas vestes. Ela se deitou com o corpo tremendo, se sentia doente estando naquele quarto, e quando se deitou na confortável cama vermelha do rei, olhou para os pontos brilhantes que haviam no teto do quarto. Se fossem estrelas, ela pediria para não estar ali, mesmo sendo uma ilusão.

Ela sentiu o colchão afundar em ambos os lados. Viu o rosto de Suho aparecer no lugar das estrelas de mentira. Ele estava quase em cima dela, apoiando as mãos no colchão para não se deitar em cima dela.

- Você é ainda mais linda do que eu pensava – Ele sorriu sarcástico beijou a sua rainha sem pudor algum.

Krystal percebe o quanto sórdido era Suho nas primeiras atitudes dele na cama. Após um longo beijo, ela sentiu a mão esquerda do mais velho descer até o seu quadril, e depois até sua intimidade. Sem avisar, ele introduziu dois dedos em sua entrada ainda virgem.

 

Chanyeol escutou um gemido.

Isso fez com que ele parede de pensar em qualquer coisa que estivesse pensando. Tudo bem, talvez ele fosse idiota por ter resolvido ficar no quarto ao lado do de Suho só para bisbilhotar. Ele não iria conseguir ficar escondido sem saber o que estava acontecendo, não podia aceitar os cifres sem saber o que na verdade aconteceu.

Droga, o que ele estava pensando, Krystal só havia dado um beijinho nele e ele já estava pirando daquela forma. Tinha que deixar de mão... Deixar de mão...

Outro gemido – dessa vez mais alto – pôde ser escutado.

Chanyeol cerrou os olhos e fechou os olhos, precisava se acalmar, ou iria acabar atirando três flechas no rei psicopata antes que se desse conta.

Ele não resistiu a curiosidade, queria saber o que acontecia, pra falar a verdade, ele queria saber se ela estava gostando ou se ela estava mesmo sendo forçada. Apenas ele estava no corredor quando saiu do quarto. Era a noite de núpcias do rei e da rainha, ninguém se atrevia a sair de seu quarto, apenas ele.

Ele deu passos sorrateiros e abriu a porta deixando apenas uma brechinha para que pudesse ver o que acontecia.

O que viu o deixou ainda mais desapontado.

Suho podia ser um psicopata, mas não deixava de ser sortudo. Ele possuía Krystal. Ele a tinha para si, e entrava e saia de dentro dela sem que ela reclamasse. Ela não estava olhando naquela direção, seu rosto estava coberto pelo rosto dele que beijava o pescoço dela tentando ser delicado completamente desproporcional com a intensidade de suas entocadas.

Chanyeol sentiu uma lágrima descer de seus olhos fechou a porta antes que fizesse uma besteira.

 

***

 

- Ele tem razão – Minho apertou a mão de Amber o máximo que pôde – Eu deveria poupar um pouco do meu tempo a você, mas eu acho que tudo o que tinha para falar pra você, falei quando ainda estava com saúde. Nada mudou, eu ainda te amo e ainda quero ser feliz com você, mesmo que isso não seja possível – As pausas para poder respirar eram constantes – Seu houvesse uma máquina do tempo, a única coisa que eu mudaria no meu passado, era o fato de não ter me confessado a você antes – Ele apertou com um pouco mais de força os dedos de sua amada – Você não tem nada a me dizer antes de eu ir?

- Eu já disse... – Ela engoliu em seco -... Que eu amo você...

- Não é que... Eu sinto que tem... Alguma coisa... – Minho começou a tossir e sangue veio junto com a tosse, Amber pegou um pano para limpar e quando começou a tirar o liquido vermelho de Minho percebeu que ele havia parado de respirar.

Ela parou o que estava fazendo para colocar a mão esquerda na boca, iniciando um choro silencioso, mas doloroso. Ela não queria que Kang-woo visse aquilo.

- Kang-woo... Por favor... Vai lá pra baixo – O garoto assentiu e saiu de dentro do quarto – Ai meu deus Kibum! – Ela começou a soluçar, se debruçou em cima do corpo do mais novo e começou a derramar suas lágrimas sobre seu abdômen – Eu estava me segurando tanto... Não queria que ele me escutasse... Queria que ele morresse em paz.

Kibum colocou a mão no ombro da menina sentindo a mesma dor que ela. Talvez ainda mais profunda, por se tratar de quase um filho.

 

- Kibum... – Ela falou depois de ter conseguido parar de soluçar -... Quero que leve o corpo dele daqui, antes que algum vampiro resolva vir atrás dele.

- Eu já pretendia fazer isso.

 

- Onde ele está...? – Sehun sussurrou olhando para a cama vazia do rapaz.

- Não precisa mais ir atrás dele, Sehun – Luhan falou entrando no quarto e colocando as mãos nos bolsos. Sehun arqueou a sobrancelha surpreso.

- Do que está falando? Pelo que eu saiba você não manda nas minhas atitudes – Sehun sorriu.

- Não, é verdade, mas em Minho sim.

- Quê? – O sorriso dele sumiu.

- O seu coelho agora é meu filho. 

 


Notas Finais


AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

VO SÓ SAIR CORRENDO

Gente do céu, não ia falar, porque nao podia, mas eu quero, eu posso ai caralho, VAI TER TAEKAI no próximo ep. ^^ Tipo... Taekai mexmo, tipo hahaha vocês sabem.

Gente que baffooooo hahaha aconteceu muita coisa e nem da pra mim falar de tudo por isso vou ficar na minha, vou responder os comentários haha
beijoo e até o próximo.


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