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História Ácidos e Bases - De volta à escuridão


Escrita por: Misukisanlover

Notas do Autor


Minha gente amanhã teremos 2 meses de ácidos e bases e hoje o décimo capitulo URU ~rebola

Vou deixar o link de uma brincadeira no final ^^

Boa leitura

Capítulo 11 - De volta à escuridão


Fanfic / Fanfiction Ácidos e Bases - De volta à escuridão

 

Capitulo 10 – De volta à escuridão

 

Os pingos de chuva eram grossos e pesados, o calor da tarda naquele momento estava fazendo todo o sentido, a tempestade nem um pouco repentina anoiteceu o dia antes da hora por causa das nuvens. A única luz que vinha do céu escuro era a luz rápida dos raios que causavam as trovoadas estridentes e assustadoras que respondiam ferozmente às elas.

Luna era a única pessoa da ilha inteira que caminhava pelas ruas com um pé d’água daquele. Por mais frio que estivesse passando, Luna não se incomodava com isso. O que lhe incomodava era a dor forte que sentia no peito, os calafrios que não paravam de subir sua espinha e a sensação de que algo terrível estava para acontecer. Ela olhava para os lados, para trás, para frente, e cada ruído que os pingos de chuva faziam ao cair, soavam como grande tambores em seus ouvidos.

Vampiro.

Ela tentou abraçar o próprio corpo mesmo que suas mãos estivessem tremendo muito e sua roupa estivesse toda encharcada.

A Raposa tem o poder de trazer os mortos de volta à vida.

Ela fechou os olhos com força, ao se lembrar do que Sherlock falava nas reuniões. Queria que tudo aquilo fosse um pesadelo, queria acordar, abraçar Jinki e contar a ele que nunca o deixaria ir embora, ela estava apavorada, não tinha em quem se apoiar. As pessoas que sempre a protegiam estavam mortas, todas elas... Inclusive JongHyun e Onew.

Ela sabia o que estava acontecendo com seu corpo, mas não queria admitir que aquele tormento estivesse voltando. Não conseguia, mesmo que a sensação de perigo eminente estivesse o tempo todo ao seu redor.

Ela olhou para tás quando teve a sensação de estar sendo seguida, era uma sensação comum para ela já que sempre estava com medo, mas naquele momento era crucial. Foi o desespero que veio dois minutos antes do pânico. O pânico só chegou de verdade quando ela escutou um rosnado logo atrás de si, ela engoliu em seco e parou de andar na mesma hora.

Apesar de coragem minúscula, ela começou a se virar devagar, primeiro o rosto, depois o corpo. O rosto dela ficou inexpressível logo depois. Não havia o que fazer.

Havia um lobo rosnando e arranhando o asfalto a frente de Luna, ele a encarava com tanto ódio que seus olhos tremeluziam em vermelho e saliva escorria do canto de sua boca.

Luna deu três passos para trás e percebeu que mais rosnados começaram a perturbar seus ouvidos. Ela soluçou e cobriu a boca com suas mãos encharcadas antes de se virar e descobrir que estava cercada.

Ela gritou, gritou alto.

Fechou os olhos e se acocorou cobrindo os olhos para que não vesse o que vinha a seguir. Seu corpo todo tremia, seu peito ardia em dor e ela mal conseguia respirar, tanto pelo medo quanto pelo frio cortante da tempestade. Ficou daquela forma por longos minutos, mesmo depois de perceber que fora tudo uma alucinação, sua mente ainda lhe dizia que ela deveria se manter daquela forma, protegida, para que não visse a morte chegar.

Ela só mudou de posição quando suas pernas ficaram francas demais e ela caiu no chão cheio de lama. Nem ligando para a sujeira, Luna se deitou e abriu os olhos.

Ela olhou diretamente para o céu, para os pingos de chuva que caiam em seu corpo se misturando com suas lágrimas, os relâmpagos continuavam cruzando o céu e ela se perguntava o porquê de estar viva. Ela não tinha mais sentido para isso.

“- Nunca se apegue demais a uma pessoa, Luna. Porque quando ela um dia vier a te fazer falta... Poderá acabar com a sua vida”

Sua mãe dizia quando ainda tinha treze anos.

 

***

 

Quando deu dez da noite, Taemin recebeu uma mensagem da Amber dizendo que o chefe não havia aparecido para trabalhar. Não precisava ser muito esperto para deduzir que ela estava tentando avisá-lo da possibilidade de Jong In aparecer em sua casa logo mais tarde, ele não descartou isso, mas também não ficou a espera, estava muito cansado e a noite estava fria, havia acabado de passar uma tempestade maluca. Ele estava embrulhado com três lençóis diferentes e não pretendia ficar esperando o lobo chegar, acordado.

Apesar dos pesadelos ainda estarem vivos em sua mente, ele estava tão cansado que o sono já estava quase lhe vencendo quando sentiu uma presença a mais no seu quarto. No primeiro momento achou que pudesse ser Kang-woo, mas logo que abriu os olhos viu o moreno sentado na poltrona ao lado de sua cama. Ele estava olhando para a parede, com os dedos cruzados abaixo do queixo. Uma posição considerada bastante sexy para Taemin.

- Porque será que não estou nem um pouco surpreso de te ver aqui? – Ele perguntou baixinho ainda de olhos fechados e Kai sorriu sem mostrar os dentes – O que é?

- Como sabia que eu viria, eu poderia muito bem estar caçando ou algo assim – Olhou de soslaio para o mais novo que apenas sorriu – É... Talvez estivesse meio óbvio mesmo – O moreno tentou tirar os lençóis de cima do mais novo, mas o outro se contorceu para que ele lhe soltasse – O que foi? Como vou poder olhar pra você com esse muro de pano em cima de você?

- Olhe apenas para os meus olhos, eles são lindos – Taemin arqueou a sobrancelha e Kai soltou uma gargalhada – Brincadeira, estou com frio, não me faz ter um ataque epilético não, tá?

- Claro que não... – O mais velho ficou pensativo -... É que eu queria te levar até o parque... Preciso conversar com você – Taemin fez careta – porque eu não posso falar aqui? Bem, eu ficaria mais confortável falando fora do seu quarto – Ele olhou ao redor – nem preciso dizer o que penso quando vejo você enrolado como um gatinho ronronando em cima cama.

- Okay, me dê dez minutos.

 

Demorou menos de dez minutos, Taemin apenas deu um jeito de vestir três casacos um por cima do outro, colocar luvas nas mãos e um gorro felpudo na cabeça. Quando ele desceu das escadas todo camuflado Kai não conseguiu segurar o riso. Estava engraçado e fofo demais para não rir. Taemin apenas revirou os olhos e o seguiu para fora da casa.

Assim que os dois saíram, Taemin se arrependeu de ter aceitado o convite, era óbvio que frio estaria de matar, o outono estava quase acabando e havia acabado de chover. A respiração dele passou a ser notada por causa do vapor que saia de seu nariz toda vez que expirava.

- Caralho... – Ele murmurou abraçando o próprio corpo com dificuldade, já estava cheio de pano o suficiente – Seja rápido, não quero morrer de frio.

Os dois andaram em silêncio até o parque. Não era muito longe, ficava em uma praça bem próxima da casa dele, tinha um escorrega, duas gangorras, três balanços e um brinquedo carrossel, Taemin sorriu só de olhar, lembrava que quando era pequeno havia caído porque tentou se pendurar no volante que ficava no meio dele controlando as cadeiras.

- Amo esse brinquedo – O brinquedo estava com a tinta desgastada e todo molhado – Levei uma queda horrível nele.

- Eu imagino o que você tentou fazer – Kai sorriu e Taemin deu a língua – Algumas crianças costumam cometer os mesmos erros que outras, é normal.

- O que você queria falar comigo? – Taemin perguntou sentando no balanço do meio, quase não cabendo nele por causa dos casacos.

Kai se sentou ao lado do rapaz e esperou um pouco.

- Você tem medo de mim? – Perguntou de repente e Taemin ficou tenso, o sorriso desapareceu tão rápido que Kai quase tinha certeza da resposta – Seja sincero. Tem ou não têm?

- De você em si... Não. Tenho medo de... Outra coisa... – Kai esperou que o mais novo dissesse – Ah... Porque isso é tão difícil... Você é um lobo. Apesar de você me parecer ser o lobo mais controlado do mundo eu sei da sua natureza, sei que apesar dos lobos serem os vampiros que mais conseguem se adaptar aos humanos, o descontrole ainda é eminente. Eu tenho medo disso, de um dia você perder o seu controle e acabar fazendo algo ruim comigo ou com as pessoas ao meu redor.

Kai olhou para a praça por alguns instantes, parecia pensar em coisas do passado, seu olhar era distante demais para ele estar de fato ali, mas bem... Ele logo saiu do transe e começou a falar.

- Luhan me ensinou a me controlar. Antes eu não conseguia passar um mês inteiro sem me transformar em lobo, mesmo sem estar sobre o poder da lua, eu era um pouco irado e descontrolado, ele me ajudou muito... Era realmente uma pessoa gentil, ele cuidava de mim como ninguém jamais cuidou, nem mesmo... Uma ex- namorada que eu tive – Ele pausou esperando que o outro comentasse algo, mas como não aconteceu continuou – Se isso te apavora, eu não ficarei triste e nem chateado se você pedir que eu me afaste. Eu não vou negar, sinto vontade de possuir o seu corpo por inteiro, morder você e sugar seu sangue até a última gota – Kai lambeu o lábio inferior imaginando o quanto aquilo seria bom – mas... E gosto de te ter vivo. O que mais me atrai até você não é só a beleza do corpo e o desejo que sinto pelo seu sangue, mas... Você. Aquilo que você guarda dentro de si.

Taemin sorriu e suspirou.

- Depois de ouvir que você quer me foder e depois me matar... Eu acho que vou pensar duas vezes antes de me entregar a você – Ele disse sarcástico e Kai arqueou a sobrancelha – mas sabe... Tem uma coisa, o Luhan... Você quer mesmo saber se Kang-woo é ele?

- Quero... Mas se Luhan está mesmo decido a fingir que é um humano ele vai fazer isso até o fim, ele é um dos únicos vampiros que tem o dom de se disfarçar como um humano.

- Eu sei de uma forma que você pode descobrir se ele é ou não o Luhan.

- Qual?

- Beijando-o.

- Quê? – Kai arregalou os olhos.

- Kai, só uma pessoa burra como você não perceberia que o Luhan era louco por você. Eu aposto como ele ficou morto de ciúmes quando sua ‘ex-namorada’ chegou e tomou o lugar dele na hora de cuidar de você, você estava tão apaixonado que nem percebeu isso... Estou errado? – Kai ficou calado – Faça esse teste, beije Kang-woo, se ele for mesmo Luhan, uma hora ou outra irá retribuir... Se não... Eu vou ter que bater na minha cara e na sua por dias para me livrar da culpa dessa mancada.

O vampiro franziu a testa, cheio de inquietação.

 A verdade era que ele não queria acreditar que o irmão era apaixonado por ele.

 

***

 

Sehun gostaria de ter presenciado a tempestade do inicio ao fim. Gostaria também de saber qual era o prazer dos humanos em fumar um cigarro, ele não sentia nenhuma diferença quando puxava o ar para dentro dos pulmões e o cigarro passou a ser um mistério para ele. Estava perto da janela, observando o céu fumando um cigarro fino e longo.

Josephine estava sentada em uma mesa que ficava bem próxima da janela, Sehun podia sentir as pernas da garota indo e voltando como um balanço de parque. Ela estava olhando para os dois vampiros que estavam sentados na mesa há horas. Sehun era o pai dos dois, tinha responsabilidade sobre eles, mas não pretendia controlá-los, se eles pretendiam ficar sem se falar problema era deles, ele achava até mesmo engraçado.

- Não entendo – Josephine comentou inclinando o pescoço para o lado – Vocês eram tão amigos, porque não se falam? Não é só porque somos vampiros que devemos parar de falar com os amigos sabiam? – Um sorriso maquiavélico nasceu nos lábios de Sehun.

- Não estamos com raiva um do outro, Jos... Rose... Só não temos muito o que falar um para o outro no momento – JongHyun cruzou os dedos ainda sem coragem de olhar na cara do antigo colega de trabalho.

- Vocês estão assim porque se tornaram vampiros? – Josephine arqueou a sobrancelha e deduziu que a resposta era sim mesmo que ninguém tivesse se manifestado – Não deveria ser assim, o que nós somos agora é desprezível humanamente falando, eu sei, mas nós temos que fazer de tudo para nos honrar pelo menos um pouco, Appa já é acostumado com essa vida, mas nós não. Temos o direito de escolher o caminho que vamos percorrer durante os anos que se seguirão e eu tenho quase certeza que ele não tem objeção nenhuma quanto a isso – Ela olhou para o mais velho que fingia não estar prestando atenção no que ela dizia.

- Eu não me importo com suas coisas, é verdade, mas saibam que qualquer coisa que interfira nas batalhas que vamos ter que vencer, irá me incomodar e eu não irei aceitar de forma alguma – Sehun se virou para encarar os dois – Eu estou louco para começar os treinamentos com você – Ele apontou para Onew – Para mim fogo só não é mais interessante que o Gelo. Pode até não parecer, mas o gelo tem muitos segredos a guardar.

- Vai colocar eles para lutarem juntos? – Josephine perguntou e Sehun assentiu – eu não acho certo, eles faziam parte da mesma equipe no trabalho – Ela sorriu – A equipe bizarra... Eu amava o programa de vocês.

- Provavelmente você é a única pessoa da ilha – JongHyun disse sincero.

- A equipe bizarra... Quem sabe eles não se unam a nós – Sehun olhou para Josephine sorridente.

- Nem pensar – Onew disse – Não quero minha Luna entrando nesse mundo, eu não tive escolha e você sabe, por isso estou aqui de bom grado, mas Luna não.

- Nem tio Tae – Josephine disse de braços cruzados e Sehun gargalhou com a rebeldia.

- Primeiro de tudo, todas as almas sabem dizer não ao meu pedido de ressuscitar, mas quase nenhuma resiste. Todas me escutam voltam a vida, por isso, se você voltou é porque tem um assunto inacabado ou porque deseja a vida que propus a você.

- Alguma alma já recusou voltar? – Assim que aquela pergunta saiu da boca de Josephine, Sehun apertou tanto o cigarro que ela se apagou e se rasgou logo depois. Procurou se acalmar antes de responder.

- Uma única vez – Sehun se aproximou dos meninos e alternou o olhar entre os dois – Já se sentiram ruins? Se sentir ruim como uma pessoa que serve para todos menos para si mesmo? Foi assim que eu me senti quando essa alma recusou o meu pedido – Ele bateu com força na mesa e olhou para Josephine – mas não vamos entrar em detalhes. JongHyun, eu tenho um presentinho para você. Vai ser a sua primeira noite de treinamento.

- E eu vou treinar com quem? – Ele perguntou estranhando.

- Não com quem e sim com o quê.

 

Depois de ser trancado dentro de uma sala com isolamento acústico, JongHyun resolveu que pensaria duas vezes antes de confiar no vampiro pai. A única coisa que dava luz a sala era a abertura de vidro que tinha no teto dela. Ele ficou se perguntando como foi que ele havia construído aquela sala na sede em apenas três dias.

Josephine e Sehun podiam ser vistos no vidro que tampava a abertura do teto, Sehun falou alguma coisa, mas ele não conseguiu ouvir – por motivos óbvios – o mais velho pegou o microfone e bateu nele três fazes, fazendo um som agudo entrar na sala.

- Desculpe – A voz distorcida do mais velho invadiu a sala – Está me ouvindo? – JongHyun assentiu fazendo careta – Ótimo. Já faz alguns dias que você foi transformado e como eu não sou muito paciente e você ainda não me mostrou resultados, vou forçar um pouquinho o seu poder para fora – O mais velho sorriu sádico e pareceu mexer em alguns botões no painel logo ao seu lado.

 

- O que vai fazer? – Josephine perguntou preocupada com o mais velho que estava preso – Não vai matá-lo, não é?

- Claro que não, minha querida. Eu vou apenas ajudá-lo – Sehun levantou três pequenas alavancas no painel de uma vez devagar, logo que as alavancas chegaram ao topo Josephine olhou para dentro da sala e viu JongHyun gritar de dor. Ele tampava os ouvidos e se cotorcia soltando gritos de pura dor. Sehun desligou o microfone interno e Josephine parou de ouvir o som que vinha do mais velho.

- O que está acontecendo com ele?

- Alta frequência – Sehun ergueu a cabeça – Ele é mais forte do que eu pensava, essa frequência duas vezes menor já teria matado um humano. O agudo é fatal... – Ele sorriu mostrando os dentes, observou o vampiro preso com mais detalhes, ele já estava prestes a fazer o que ele queria.

JongHyun já estava deixando sua perna escapar, suas mãos já estavam se desintegrando e sua boca também. Ele aumentou a frequência no máximo e não demorou dois segundos para JongHyun tombar ao seu lado. Josephine se assustou com a presença repentina do mais velho, podia jurar que há um segundo ele estava lá dentro.

Sehun desligou a frequência.

- Como se sente? – Perguntou se virando e olhando para ele. Ele ainda estava caído e não conseguia olhar para cima, a dor nos ouvidos ainda estava presente.

- Insano – Conseguiu dizer – Me senti como se estivesse sendo amassado como uma latinha de refrigerante, e de repente vim parar aqui.

- Ótimo... – Sehun deu tapinhas leves no ombro de JongHyun sorrindo -... Daqui à uma hora faremos de novo e de novo, até quando você descobrir como usar seu poder.

 

***

 

Minho estava de olhos fechados enquanto Amber desenhava em seu rosto com suas delicadas mãos. Ela tocava nos olhos, no nariz, boca e então voltava a percorrer os dedos pelo mesmo caminho novamente, queria tocar no rosto do namorado até não conseguir mais esquecer como ele era. Ela sorriu fechando os olhos e ele abriu os olhos para vê-la sorrir, não seria fácil vê-la sorrindo nos próximos dias.

Ele retribuiu o sorriso e tocou no rosto dela tão carinhoso quanto ela. Os dois estavam nus, os dois sentados, ela com as pernas entrelaçadas na cintura dele e ele apoiando as costas na parede. Eles haviam feito sexo mais cedo, naquele momento, estavam apenas aproveitando o êxtase final. Estavam cansados demais para se levantar e começar a rever os corpos novamente, e deleitados com a sensação que os deixaram calmos e preguiçosos.

Amber mesmo nunca tinha ficado tão suada em toda sua vida e tocando no corpo do mais velho não sentia nojo, apenas êxtase. Ela beijou os lábios do mais velho e olhou no fundo de seus olhos.

- Provavelmente é a nossa última vez_ - Amber tampou a boca de Minho com o dedo indicador pedindo silencio.

- Não fale agora... – Sussurrou -... Está muito perfeito – Ela fechou os olhos e colocou a cabeça no ombro do moreno -... Eu amo você... Amo muito... Mesmo escutando esse ruído no seu peito, não quero aceitar que você vai me deixar – Ela suspirou enquanto alisava o braço másculo do mais velho – Como é possível tudo sumir tão de repente?

Contar não havia sido fácil, talvez tenha sido uma das coisas mais difíceis de sua vida, mas Minho foi forte, mesmo vendo que ela iria sofrer continuou, precisava contar a verdade e conscientizá-la do que estava para acontecer. Minho pegou os ombros da mais nova e a afastou de si para que pudesse olhá-la nos olhos.

- Não quero que fique se martirizando. E... Eu também te amo – Ela levantou os olhos percebendo que havia dito o que ainda não tinha se deixado dizer – Só espero que não tenha falado isso só porque estou morrendo – Amber deu um tapa leve no ombro do mais velho.

- Eu não sou esse tipo de mulher. Eu realmente te amo... Já faz algum tempo desde que disse a você que ainda não estava pronta... E durante esse tempo, descobri o quanto você era especial para mim – Ela tocou nas bochechas de Minho novamente – Os corpos que temos aqui não tem muito o quê fazer e nosso chefe não veio... Que tal a gente ir para casa e dormir o resto da noite? – Ela arqueou a sobrancelha ele sorriu.

- Não seria uma má ideia, nesse frio é impossível dormir sozinho.

 

Foi Minho quem fechou o necrotério e dirigiu até chegar à casa de Amber. O caminho estava úmido por isso ele teve que reduzir a velocidade, pelo caminho jurou ter visto uma mulher deitada no chão, mas deduziu que era apenas uma bêbada que havia escorregado no chão úmido e caído desacordada. Continuou o caminho sem comentar nada com Amber.

Quando Amber abriu a porta foi direto para lareira dar um jeito de acender a lenha. O frio era intenso e ele não reclamou, mesmo quisesse ir dormir com ela, o frio estava o fazendo ter muita vontade de tossir, se segurava como podia, mas de vez em quando tossia e chamava a atenção de Amber.

Não demorou nem dez minutos para Kai descer as escadas e chamar a atenção dos dois.

Amber se levantou e o olhou séria como sempre. Para Minho, mesmo Kai sendo um vampiro, e sendo o vampiro que o colocou nos braços de seu pai, não parecia ser uma pessoa diferente do que ele já mostrava ser, o chefe brincalhão e narcisista que o fazia rir sempre. Não via porque tratá-lo diferente, mas ele não podia interferir nas decisões de Amber.

- Eu sabia que você estava aqui. Já está indo embora? – Perguntou sarcástica e Kai colocou as mãos nos bolsos fazendo bico.

- Na verdade não. Ainda tenho um assunto a resolver nesta casa – Kai franziu a testa ainda olhando para Amber, como se tivesse tentando achar alguma coisa errada na mulher – Você está bem?

- Estou ótima – Disse ríspida e Kai terminou de descer as escadas.

A menor caminhou até ele e o interrompeu segurando seu braço.

- Por favor... – Ela sussurrou olhando nos olhos do vampiro -... Se você tem piedade... Se afaste do meu primo... Eu lhe imploro... – O rosto de Amber foi de deixar Kai compadecido, mas ele não tinha o que fazer. Apenas tirou o braço da menor do seu e sorriu levemente para ela.

- Sinto muito, agora, só poderia tirar seu primo da minha vida se eu o matasse – Foi a última coisa que ele disse antes de sumir nas sombras dos cômodos de luz apagada.

Amber colocou as mãos nos olhos e iniciou um choro baixo. Ela sabia, no fundo do peito, que ficaria sozinha. O peito dela doía só de pensar que Minho já estava lhe abandonando e que Taemin logo iria desaparecer, de um jeito ou de outro, ela sabia... Ficaria sozinha.

Quando ouviu a tosse de Minho aumentar limpou as lágrimas e se virou para ajudá-lo. Quando chegou perto dele o beijou e se sentou com ele na poltrona em frente da lareira.

- Deixe eles dois – Ele tentou convencê-la – Eu acho que você deveria confiar mais no seu primo.

- Eu conheço meu primo – Ela disse apoiando a cabeça no ombro do maior – e sei que ele tem dois caminhos, e nenhum deles é bom.

- Posso saber que caminhos são esses?

- Morrer ou se tornar um vampiro e me deixar sozinha.

Minho tossiu e ela apertou com força a camisa dele, as lágrimas escorregaram valentes pelo seu rosto, não sabia até onde conseguiria suportar. Já havia suportado muito, desde a morte da mãe, da tia que a criou... Amber decidiu uma coisa naquele momento, assim que Minho falecesse, iria tratar de vigiar o corpo e cremar poucas horas depois, não queria que acontecesse o mesmo que aconteceu com os outros á Minho.

Não deixaria o amor de sua vida se tornar um assassino.

 

***

 

Krystal estava novinha em folha, o corpo dela já estava inteiro depois de três dias que o veneno a consumiu, Suho se surpreendeu com a velocidade da cura, gostaria de todo coração que ela pudesse sentir pelo menos metade da dor que já sentira um dia. Ele sorriu de si mesmo, era impossível. Ela era a protegida dos ancestrais.

Ele estava encostado na parede observando as costureiras bordarem o vestido de noiva de sua rainha, era um vestido extremamente delicado, bordado com a mais rara fibra, e com brilhos feitos de pó de cristal de gelo se acumulando na bainha dos bordados delicados das mulheres.

Krystal estava com os seios nus, mas mesmo assim sua presença não a incomodava, o que já o deixou de orelha em pé. Ela jamais o deixaria ficar ali observando tudo, porque ela não estava nem mesmo notando a presença dele? Ele arqueou a sobrancelha e observou o rosto apreensivo da mais nova. Ela estava pensativa, pensativa demais para o gosto dele. Ela cruzava os dedos e apertava os lábios, o olhar completamente distante.

- Por hoje, é só isso, garotas – Suho disse surpreendendo a todas – Eu sei que temos pouco tempo, mas eu preciso falar com a minha noiva – Foi quando Krystal finalmente percebeu que ele estava ali, ela ficou apreensiva, levantou os olhos com cansaço definido em seus feições – Podem ir – As mulheres recolheram suas coisas e saíram do quarto o mais rápido que puderam. Assim que o cômodo ficou apenas com eles dois, Suho começou a andar até a sua futura rainha. Ele olhou para o reflexo dela no espelho, e ela fez o mesmo com ele – Veja como você está linda, veja o que você se tornará daqui á alguns dias... Será que não percebe a honra que darei a você? – Ele franziu a testa com o olhar preocupado – Acredite você ou não, eu quero o seu bem, mas você parece não me escutar, sempre me desobedecendo... Se eu não concertar isso, quem vai sofrer é você no futuro.

- Hoje eu só quero dormir, Suho – Ela disse descendo do degrau que estava em pé e caminhando até a própria cama.

- Você está diferente – Ele adicionou ainda olhando para o reflexo dela no grande espelho que cobria a parede inteira a sua frente – eu posso perceber isso apenas pelo fato de não estar se dando o trabalho de me provocar como sempre, será que aconteceu algo que não fiquei sabendo? – Ele entortou a cabeça e arqueou a sobrancelha.

- Por que acha isso? – Ela disse de cara fechada – Eu não posso ficar diferente por um dia se quer que você já acha que eu tenho alguma coisa de errado? – Krystal riu sem humor – Poupe-me, apenas estou cansada, meu poder de cura foi forçado ao máximo dos últimos dias.

- Certo... – Ele se aproximou da noiva e pegou sua mão – Vamos, vou te levar para passear.

- Mas eu não quero.

- Cale a boca – Ele disse puxando a mais nova para fora do quarto.

 

Krystal sabia que havia alguma coisa por trás daquele passeio. Suho não era de levar ela para passear sem segundas intenções. Quando ela viu as crianças que haviam deitadas no meio da floresta colocou as mãos no rosto completamente horrorizada, era uma vampira, acostumada a causar a morte, mas não gostava de tirar a vida de quem nem mesmo sabia o que era ela. Eram pelo menos cinco crianças, uma do ladinho da outra, todas abraçadas umas com as outras, morrendo de frio. 

- Quero que escolha uma, e beba o sangue dela ou todas elas, se quiser. Sangue de crianças é o mais forte para nós. Aposto como sua indisposição vai acabar, a não ser que ela não seja causada por fraqueza – O vampiro cruzou os braços – Vamos escolha.

Krystal olhou para as crianças e um nó nasceu em sua garganta, queria poder fugir, mas sabia que era apenas pior para ela e para as crianças que continuariam a morrer de frio.

Ela sugou o sangue de todas, uma de cada vez, cravou os dentes gentilmente no pescoço de cada uma e assim que o sangue começava a querer encher o seu organismo ela quebrava o pescoço da criança. Fez tudo com as cinco, quando terminou estava cheia, com vontade de vomitar, mas segurou o enjoo.

Suho sorriu para ela de uma forma tão bonita que ela poderia jurar que ele era outra pessoa, ele limpou a boca da mais nova que estava suja de sangue e beijou sua testa.

- Eu gostaria de conseguir te amar como um dia amei alguém... – Ele sussurrou baixinho e fechou os olhos com força, ele estava... Abrindo o coração? – talvez assim nenhum de nós dois precisaríamos ser castigados por nada... – Ele a abraçou e ficou assim por um tempo, ela sem entender direito o que estava acontecendo, nem mesmo tinha forças para se negar a se entregar a simpatia do rei – Eu vou acabar com isso... Eu vou... – Disse quase como que em uma canção de ninar.

 

Chanyeol estava fazendo seu passeio matinal pela floresta que ninguém ia mais uma vez. Fazia um tempo que não ia, desde quando sua armadilha pegou Krystal e ele teve que levá-la para casa. Ele sorriu ao pensar nisso, fazia mais de vinte e quatro horas que não conseguia tirar aquele beijo da cabeça. Apesar de gélida, ele se impressionou com a delicadeza da pele da garota.

“Quando Chanyeol se afastou conseguiu ver os olhos de Krystal se abrirem, podia jurar que tinha visto os olhos dela cintilarem em azul, mas tirou isso da cabeça quando ela lhe olhou com seus olhos castanhos. Ao contrário dele, ela não sorriu, apenas ficou pensativa, como se tivesse acabado de cometer um pecado mortal.

- O que foi? Não gostou? – Perguntou se sentindo meio tonto por causa da bebida.

- Eu gostei... – Ela sussurrou colocando o dedo nos lábios – isso... Não deveria ter acontecido, eu sou noiva, lembra?  - Chanyeol fechou os olhos com força e abriu a boca querendo praguejar, não havia se lembrado daquilo quando a beijou.

- Caralho... Eu não... Desculpa, você deve estar se sentindo horrível e eu... Mas me diz, que tipo de noivo é isso que joga ácido na própria mulher?

- O tipo de noivo que eu não desejo para ninguém, infelizmente vou ter que ser obrigada a casar com ele, e tendo isso em mente, não podemos fazer isso de novo”

- Acho que eu não sou capaz de me controlar se colocar os olhos em você novamente – Ele disse para si mesmo enquanto abria caminho pela floresta.  Não gostava de andar por floresta úmida, mas era o jeito, precisava se exercitar.

Verificou se o veneno estava bem colocado na ponta das flechas e posicionou os braços para atirar a qualquer momento.

Quando ele sentiu aquele frio se aproximar novamente, cuidou logo em se esconder. Ele tinha um truque para que os vampiros não sentissem o seu cheiro, seus antepassados haviam conseguido criar um perfume que disfarçava o cheiro de vampiro, como? O pai de Chanyeol sempre dizia que os Park mantinham muitos vampiros em cativeiro para testá-los e descobrir como destruí-los ou como enganá-los. Era como uma medicina vampiresca, só que feita para conseguir forma de matá-los e não de curá-los.

Era com esse perfume que os vampiros nunca sentiam cheiro, ele estava usando ele naquela noite.

Quando o frio ficou mais intenso, Chanyeol fechou o casaco e se manteve mais atento. Esperou que os vultos começassem a aparecer, o que não aconteceu. Foi mais fácil do que ele imaginava, duas silhuetas apareceram no meio da neblina, uma feminina e outra masculina, ele não ouvia som vindo de nenhum dos dois, eles pareciam caminhar brigados um com o outro. Ele estreitou mais os olhos e conseguiu visualizar melhor. Uma vampiro e uma vampira de cabelos brancos, ela com cabelos longos até a cintura e ele com um corte perfeito como o de um ator dos dramas mais famosos da Coréia do Sul.

Ele estava quase achando que havia ganhado na loteria quando olhou melhor o rosto da mulher.

Era Krystal. Ela estava do lado do vampiro mais velho que parecia mandar-lhe fazer alguma coisa. Chanyeol não moveu nenhum dedo, continuou paralisado esperando que ela agisse.

Quando ele viu o que Krystal fazia não conseguiu segurar as lágrimas. A mulher se ajoelhou aos pés das crianças e começou a sugar o sangue de cada uma delas, sempre quebrando o pescoço delas no final, sugar o sangue não era o suficiente para ela, ela queria matá-las. Esse pensamento o encheu de ódio, ódio de si mesmo que não percebeu quem ela era verdadeiramente.

Ele colocou o punho trêmulo em cima da boca tentando abafar os gemidos que saiam de sua boca, o frio e a dor da traição estavam cortando seu coração. Ele mordeu o lábio inferior e engoliu em seco, o dilema estava sendo escrito a sua frente, ela era uma vampira, um Urso, ele tinha que matá-la, mas suas mãos se negavam a apontar a flecha para ela.

Você precisa matá-la... Precisa... Ele cerrou os punhos e olhou de novo para os dois. Aquele era o noivo dela, e provavelmente o que era ácido em seus braços na verdade se tratava de veneno de cobra, oh sim, ele sabia mais do que ninguém o que o veneno da serpente fazia, era com ele que era feita a base do veneno que matava os vampiros.

Ele estava prestes a desistir e ir embora, tomar satisfações daquele que ele já havia sacado que se aproximou apenas para saber mais sobre seu passado, qualquer vampiro urso do mundo sabia da existência dos Park, estava na cara que ela queria apenas descobrir o que pretendia fazer e isso o irritou ainda mais, fez ele querer ficar e acabar logo com aquilo.

Foi quando o principal que estava para acontecer finalmente ocorreu e o fez erguer a flecha e atirar.

 

***

 

- Eu vou te contar uma história – Ele sussurrou fechando os olhos – Em uma época distante, nasceram dois irmãos gêmeos da realeza. Um irmão e uma irmã idênticos, brincariam muito, mas infelizmente, por motivos egoístas de adultos, os dois gêmeos foram separados. O garoto foi criado por uma família pobre, e a garota foi criada como uma princesa. Esse garoto, apesar de tanto tempo, quando sua irmã já era rainha, voltou para se tornar o cervo dela. Ela o aceitou, por que bastou olhar para ele para saber quem e ele era, seu irmão perdido. Esse irmão prometeu a ela sempre protegê-la, mesmo que isso lhe custasse à vida, mesmo isso o fizesse ser mal. Só que infelizmente esse cervo se apaixonou por uma dama, uma dama que a princesa odiava por ser a esposa daquele que ela amava. Ela mandou seu cervo matá-la, e ele como havia prometido, fez sem hesitar, mas isso o feriu profundamente, ele matou aquela que ele amava para o bem de sua rainha, a rainha que era tão má para o povo e tão boa para ele. Para ele, ela era apenas uma linda mulher de sorriso inocente, mas para os habitantes do reino, ela era um monstro que precisava ser eliminado. As pessoas da cidade se rebelaram, ela apenas admitiu que aquele fosse o seu fim, que merecia tudo o que estava prestes a acontecer, mas ele disse que não. Sabe o que ele fez Krystal? – Krystal negou com a cabeça e Suho sorriu – Ele entregou as roupas dele a ela e vestiu os vestidos da rainha. Trocou de lugar com ela, como eram gêmeos, ninguém nunca perceberia a não ser que olhassem debaixo das roupas.  Ele se tornou a princesa e ela um fugitivo... Há muito tempo atrás... Esse cervo foi morto olhando para o último sorriso inocente que sua irmã lhe deu antes que ele morresse guilhotinado.

- O que aconteceu com a irmã? – Ouviu a voz da noiva sussurrar embargada.

- Morreu algum tempo depois – Suho se afastou de Krystal o suficiente para olhá-la nos olhos.

Suho colocou as mãos em cima das bochechas gélidas da noiva e a massageou com delicadeza. Ela estava mesmo diferente, nem reclamava de receber os seus toques, isso era tão novo que ele desejava que sempre fosse daquele jeito. Ele olhou nos olhos da mais nova e aproximou o rosto com cuidado. Fechou os olhos e sentiu o toque da testa de Krystal na sua, não demorou até que ele fizesse seus narizes se tocarem e consequentemente os lábios.

Ele sentiu as unhas de Krystal apertarem seu casaco quando ele tocou seus lábios frios nos dela, era quase doloroso beijá-lo, o frio nunca a incomodava, mas aquele em especial lhe deixava indefesa, com um efeito contrário, ela se sentia derretida nos braços do vampiro rei.

O beijo terminou com dois selinhos carinhosos da parte dele, ela ainda estava assustada demais para falar alguma coisa, não conseguia entender, não queria se entregar daquela forma, por que ele estava sendo daquele jeito tão de repente?

- Isso é algum tipo de plano? – Ela perguntou sem tentar se soltar dos braços do mais velho – Está tentando me conquistar novamente? Sendo gentil e carinhoso?

- Não – Ele riu – Eu só quero te provar que não sou só aquilo que você acha que eu sou. Sim eu sou um monstro eu admito, mas um dia, dentro de mim, morou um jovem que foi capaz de amar e de acreditar que as coisas podiam mudar... Infelizmente... Esse jovem morreu há muito tempo – Ele sorriu e a abraçou sem dar mais explicações.

- Se você pudesse decidir... Casaria comigo?

- Eu... – Suho sentiu uma dor invadir sua colina, não uma dor comum, uma dor de veneno – Krystal... – Ele disse afastando ela de si, olhou para trás e viu uma flecha cravada na metade de suas costas, nem precisava ter olhado para trás, a ponta da flecha estava à amostra no meio de seu peitoral.

- Suho! – Ela gritou sem saber o que fazer.

- Krystal... – Ele sussurrou antes de cair em cima da noiva.

- Suho... Aish! O que eu faço? – Ela olhou para frente e viu uma sombra que só podia ser de uma única pessoa – CHANYEOL!

O grito do nome maldito foi o que fez Suho realmente desmaiar.

 

***

 

Quando Kai ficou cara a cara com a porta do quarto de Kang-woo pensou duas vezes antes de abri-la, a dúvida não era tão grade para ele, mas todas as vezes que o garoto falava, fazia ela se tornar ainda maior. Era estranho como aquele garoto se parecia tanto com Luhan e ao mesmo tempo tão humano. Isso o fazia hesitar, se o menino fosse mesmo um humano, estaria prestes a fazer algo de muito errado.

Ele preferiu não pensar muito naquilo, precisava confiar em seus instintos, precisava confiar que seu irmão estava disfarçado e cogitar que ele gostava mesmo dele – o que não deixava de ser uma ideia que ele detestava. Kai ergueu a cabeça e bateu na porta três vezes antes de abri-la. Imaginou que o garoto já devia estar dormindo, mas então escutou:

- Quem é? – A voz de Kang-woo falou abafada.

- Kim Jong In – Ele disse abrindo a porta. O garoto estava sentado na cama lendo um livro – Deveria estar dormindo, não é? – Kang-woo deu de ombros e colocou o livro na cabeceira.

- O que quer aqui? Vai continuar insistindo que sou o tal do Luhan? Ou veio me pedir desculpas? – Kai ficou na frente de Kang-woo, mas não se sentou na cama, apenas colocou as mãos nos bolsos e o encarou com seriedade – O que foi? Porque está me olhando sério assim, fiz alguma coisa de errado?

- Não... Nada de errado. Eu só vim aqui porque quero ter certeza de uma coisa. Eu sei que posso parecer um maluco, mas eu só quero saber se meu irmão está vivo... Se você for ele, verdadeiramente, sabe que não estou ficando louco.

Em um segundo Kai encostou o nariz ao de Kang-woo e tocou na nuca dele para que ele não tivesse por onde escapar, o menino arregalou os olhos ao ver a proximidade do mais velho. Kai tocou nos cabelos igualmente loiros ao do seu irmão, do rapaz e se aproximou um pouco mais para beijá-lo. Kang-woo desconfiou, mas não acreditou no que estava prestes a acontecer, à medida que o outro foi se aproximando ele foi tentando se afastar, arregalou ainda mais os olhos quando descobriu que não tinha aonde ir, mesmo virando o rosto para o lado, os lábios do mais velho sugaram os seus para que se unissem.

Kai permaneceu selando os lábios do mais novo sem forçar demais a barra, esperou ele retribuir de olhos abertos, era como um beijo de dorama, sem precipitações, sem se mover, apenas a espera do sinal verde um do outro.

Quando Kang-woo ficou mais tenso e começou a socar o peito do vampiro, fez este pensar em soltá-lo e desistir daquela ideia maluca que Taemin havia tido, assim que se afastou do garoto viu a expressão apavorada que ele tinha, fora pego totalmente de surpresa e isso fez Kai ficar frustrado. Esperava mesmo que o garoto fosse seu irmão.

Kai se levantou e se curvou em um ângulo de quarenta graus.

- Desculpe, não irei me meter na sua vida novamente, agora eu já tirei as minhas dúvidas, Kang-woo. Tenha uma boa noite, aja como se isso nunca tivesse acontecido, não irei mais falar de Luhan com você novamente – Ele levantou a cabeça e observou o rosto ainda assustado do garoto.

Ele se virou e andou até porta. Quando a fechou respirou para se controlar um pouco, – mesmo que isso fosse apenas um habito humano – fazer aquilo havia sido mais difícil para ele do que ele tinha pensado.

Kai colocou as mãos apoiadas na porta e fechou os olhos. Taemin realmente teria que dar vários tapas neles para se livrarem da culpa daquela mancada.

- Você é um idiota – Escutou uma voz séria falar atrás de si.

Quando olhou para trás, viu olhos azuis insanos lhe encarando com uma mistura de ódio e decepção.

- Eu achei que você fosse ser mais inteligente do que isso – Um sorriso sádico saiu dos lábios de quem falava.

E antes que Kai pudesse responder, Luhan puxou a camisa do mais velho o empurrou contra a parede, tão forte que ele pode ver o reboco caindo no chão, e o beijou.

 

 


Notas Finais


EIIITAIAA DIABOOOO VO NEM FALAR VOU SÓ CORRER HAHAHAHAHAHAHAHA

Gente eu tenho pena de vocês que vão ter que esperar até o proximo hahaha. Espero que tenha valido a expectativa e compensado a capa horrível que eu fiz, eu vou fazer outra, prometo as fãs da Luna que eu vou melhorar essa capa - se quiser deixar o link de uma foto legal dela eu agradeço.

Link da brincadeira: http://socialspirit.com.br/jafernandes/jornal/10-capitulos-e-2-meses-de-acidos-e-bases-3446433

Beijoooos comentem, vou cuidar de responder todos haha


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