História Um Novo Caminho - Capitulo 30: Dor

Capitulo 30: Dor

Kushina avançava as cegas pelos campos em direção a antiga construção. Minato tinha perguntado a ela no dia anterior um bom local para a realização daquele rito de passagem e ela indicara. O sol já passava do meio do céu e ainda nenhum dos dois tinha dado sinal de vida. Quando passara do meio-dia a kunoichi sentiu algo estranho apertar seu coração. Minato e Naruto não estavam bem e ela podia sentir isso.
Correu mais rápido chegando ao lugar em um instante, atravessou a entrada indo direto para o subsolo. Ao entrar no túnel viu uma luz proveniente de tochas acesas, correu mais rápido, seu coração a mil. Ao sair para o salão quadrado ela parou estática.
Kushina estacou, seus olhos primeiros se detiveram na figura de Minato, caído no chão com a boca sangrando e os olhos sem vida.
- Minatooo! – gritou ela desesperada correndo até ele e tentando reanimá-lo, mas não obteve resposta, o poderoso Yondaime Hokage tinha partido desse mundo dessa vez para sempre.
As lágrimas dela molharam a face do grande ninja. Num ritual quase sagrado Kushina fechara os olhos de Minato, tinha o perdido pela segunda vez.
Foi só nesse momento que Kushina percebera um barulho forte. Ela se virou assustada e viu Naruto encostado numa das paredes de costas para ela.
- Naruto? – perguntou se levantando e indo em direção dele.
Ao chegar perto percebeu as manchas de sangue que respingavam no chão Olhando mais atentamente percebeu que os punhos dele sangravam. Kushina tocou no ombro dele e o virou.
Os olhos se encontravam fechados e dois filetes de sangue saíam deles. Ao observar melhor viu que Kushina pode notar que a camisa dele se rasgara e que aqui e ali grades ferimentos se espalhavam por todo corpo.
- Naruto, o que aconteceu? – Perguntou a ninja aflita.
- Mãe, dói demais, todo meu corpo parece queimar, me ajude por favor.
A ruiva ficou horrorizada, seu filho sofria demais. Ela tentou abraçá-lo, mas ao fazer isso uma nova onda de dor o atingiu. Naruto gritou freneticamente e se desvencilhando do corpo da mãe e com um enorme desespero começou a socar a parede não se importando com os ferimentos que causava as mãos. Vez por outra atingia a cabeça e os ferimentos continuavam a sair. Não aguentando mais Naruto fez um in criando alguns kage bushins que começaram a socá-lo velozmente. Kushina não conseguindo mais assistir aquilo se aproximou e destruiu todos, em seguida prendeu as mãos de Naruto para que ele parasse de mutilar seu próprio corpo.
De repente dois vultos apareceram na entrada daquele salão, eram Netero e Kageru.
- Parece que Minato conseguiu! – fala o Namikaze se aproximando do cadáver de Minato e dizendo:
- Você cumpriu sua missão, descanse em paz meu filho.
Enquanto isso Netero se aproximava de Kushina e de Naruto e ele já havia percebido que algo errado estava acontecendo. Ao chegar mais perto confirmou ao ver estado de Naruto.
- Papai me ajude o Naruto está tendo um colapso – implorava a kunoichi.
- Deixe me ver isso! – fala Netero pegando seu neto pelo o ombro e o sacudindo – reaja Naruto!
Mas era inútil, Naruto não o escutava e tampouco respondia a única coisa que podia perceber era a dor.
- É inútil – fala Kageru – vocês não podem fazer nada. Naruto deve vencer esse desafio sozinho.
Netero soltou Naruto e partiu para cima de Kageru o erguendo pelo colarinho da camisa.
- Desfaça o que seu filho fez? – gritou o velho uzumaki.
- Impossível, não é possível parar. Isso só acaba com a vitória de Naruto ou com a morte do mesmo.
A vontade de Netero era matar aquele velho ali mesmo, mas se resignou. Não havia sentido em fazer aquilo.
- Temos de deixar Naruto sozinho! – fala o Namikaze – e pelo próprio bem dele.
Netero soltou o outro e foi até sua filha que ainda tentava ajudar Naruto e disse:
- Temos de deixá-lo, não podemos fazer mais nada.
- Mas...
- Não se preocupe, ele é forte e pode vencer, pelo menos é isso que eu espero.
Kushina se conformou com as palavras de seu pai e ambos deixaram se dirigiram para a entrada do túnel. Kageru também foi pra lá levando consigo o cadáver de Minato.
Os três lançaram uma última olhada para Naruto ajoelhado no chão gemendo de dor. E se foram deixando-o com sua própria luta.
Quando chegaram lá fora a ninja perguntou:
- Quanto isso vai demorar? – perguntou a ruiva, temendo a reposta.
- Aproximadamente seis horas, um pouco mais um pouco menos.
Kushina olhou para entrada do túnel apreensiva. Ela esperava que seu filho conseguisse vencer mais aquela provação.

Muito perto dali Jiraya observava do topo de uma árvore a floresta da morte. Até aquele instante nenhum movimento podia ser percebido e reinava o mais puro silêncio. O sannin dos sapos esperava por Orochimaru. Há dois dias ele havia descoberto através de um ninja com quem lutara que Orochimaru era o vilão por trás de tudo e que ele pretendia tomar para si o poder secreto dos uzumakis e isso o incomodava. Se realmente eles criaram todos aqueles jutsos seria muito perigoso que ele os conseguisse.
Jiraya havia mandado uma mensagem para konoha e esperava que Tsunade enviasse equipes para ajudá-lo.
- Preciso impedir aquele maldito de conseguir, mesmo que para isso tenha dar minha vida.
Como a extensão da floresta era grande Jiraya temia que Orochimaru fosse usar outra rota para atacar. Por isso ele espalhar alguns sapos ao redor da montanha do redemoinho para espreitarem.
Há um pouco mais de um dia de distancia dali. O grupo principal do sannin das cobras corriam furtivamente pelas sombras das árvores, eles procuravam não chamar atenção, o que não era muito difícil. Eles pretendiam chegar o mais rápido possível. Orochimaru mal podia esperar para por as mãos. Já o grupo que partira antes estava um pouco mais para frente e devia chegar em 22 horas.
Ao mesmo tempo os shinobis de konoha iam a máxima velocidade e provavelmente chegariam quase ao mesmo tempo em que Orochimaru.
Muito em breve uma épica batalha começaria para todos. E o palco já estava montado.

A dor o consumia inteiramente. Naruto se ergueu devagar, mas uma violenta dor na perna esquerda o fez cair no chão novamente. Seu corpo se encontrava ferido ao máximo e a queimação continuava a se espalhar.
“Eu não vou conseguir.” Pensava ele “vou morrer aqui sem poder cumprir a promessa que fiz ao meu pai.”
Um novo espasmo de dor fez Naruto cair rolando no chão e dali ele não conseguiu se levantar. Ele não conseguia abrir os olhos e tampouco mexer um único músculo, a queimação continuava, era como se todo seu corpo pegasse fogo.
- Você e realmente um fraco!- falava a voz da raposa, acho melhor morrer do que viver subordinada a um lixo como você.
Aquilo fez a mente de Naruto despertar. Seu pai havia se sacrificado para ajudá-lo a selar a Kyuubi e para lhe dar poder para proteger a todos e na primeira grande adversidade ele estava falhando. Viu em sua mente toda sua vida, todo sofrimento para ser reconhecido por todos e agora morrer daquela forma...
Nesse instante algo despertou em sua mente e mesmo contra todas as probabilidades ele abriu os olhos. Eles tinham ficado opacos, mas ainda assim tinham um brilho. Em seguida o ninja ergueu seu corpo e a dor lacerante invadiu tudo, mas ele não desistiu com toda vontade se ergue até ficar de pé.
- Eu não vou desistir, mesmo que meu corpo seja feito em pedaços irei conseguir – fala ele para o nada.
Então nesse instante ele ouviu algo, podia ser um delírio da sua cabeça, por causa da dor. Mas lhe pareceu ouvir a voz do seu pai lhe dizendo: “Muito bem”
Naruto concentrou todo seu chakra, iria vencer aquela provação custasse o que custasse.

Na casa dos Uzumakis Kayta, Myaka, Hinata e Sakura se encontravam sentadas num quarto sobre muitas almofadas. Todas elas estavam preocupadas desde que Naruto saíra e ficaram ainda mais quando os outros foram atrás dele. Kushina pedira para que nenhuma delas fosse até lá, pois era perigoso, Mas via-se claramente que elas não queria esperar mais.
- Temos de ir lá agora! – grita Sakura – não podemos esperar mais.
- Mas a Kushina-san disse para não irmos! – fala Hinata.
- Isto não importa. Naruto está correndo perigo e acho que podemos ajudar – repetia a rosada.
- Ela tem razão – fala Myaka.
- Até você que nunca desobedeceu a kaa-san! – disse Kayta provocando a outra.
- E você – fala Myaka – não se importa com ele?
Kayta abaixou a cabeça e ao levantá-la disse:
- Sim, apesar dele ser um cabeça-oca, tenho de admitir que ele sabe conquistar as pessoas.
- Então vamos! – grita Sakura.
Todas concordam e vão em direção ao outro lado da montanha. O sol já tocava as montanhas ao longe e ele já tinha se posto quando as duas chegaram ao lugar onde acontecera o selamento.
Lá as três encontraram Kushina, Netero, Kageru e o corpo de Minato.
- O que houve? – pergunta Myaka preocupada.
- O que fazem aqui? – perguntou Kushina com os olhos vermelhos de tanto chorar – eu pedi que esperassem lá em casa não foi?
- Sim, mas estávamos preocupadas e decidimos vir.
- DEVERIAM FAZER O QUE EU MANDEI! – gritou a ruiva furiosa fazendo as quatro recuarem.
- Kushina! – gritou Netero para ela em seguida se virou para as quatro – ela está passando por um momento difícil perdoe-a.
As quatro assentiram. Netero se aproximou e contou resumidamente o que acontecera. Elas receberam bem a noticia da morte do Yondaime, mas ficaram agitadas ao saber de Naruto. Kageru se encontrava sentado sobre uma pedra de olhos fechados. De repente ele os abre e se aproxima da entrada das ruínas sorrindo. Ao chegar perto da entrada do poço ele vê Naruto vindo, se arrastando pelo chão. Ele o ajuda o apoiando no seu ombro.
- Tudo bem garoto? Eu sabia que você ia conseguir afinal é filho de seu pai.
Naruto esboça um sorriso fraco, ele se encontrava em estado deplorável com grande parte de suas roupas rasgadas e corpo cheio de ferimentos. Os outros o cercam velozmente. Kushina pega seu filho de Kageru e abraço forte, os outros se juntam e o cumprimentam. Myaka não resiste e lhe dá um beijo em frente, Netero põe a mão sobre seus ombros e todos o cumprimentam, ele ameaça cair, mas Kushina o ampara. Entretanto o olhar do jovem uzumaki recai sobre o corpo do pai estendido sobre a rala grama que cobria aquela colina.
Naruto se desvencilha dos braços da mãe e vai em direção a ele tenta ir até o pai enquanto fala, a voz saindo fraca:
- Pai!
No entanto ele não chega a metade do caminho e cai, desmaiando em seguida.

Naruto desperta de repente, uma sabor amargo vindo a boca. Ele ainda trazia traços de um pesadelo. O suor pingava de sua testa, ele olhou para os lados e viu sua mãe deitada numa cama ao lado da sua.
Os olhos de Kushina abriram-se a ao ver o filho ali ela saltou da cama e abraçou.
- Que bom que você está bem! – fala a ninja – eu fiquei tão preocupada.
- Mãe, quanto tempo se passou?
- Você dormiu por quase um dia todo. Seus ferimentos foram desaparecendo aos poucos. Kageru-sama diz que é o efeito da mistura do seu chakra com o chakra da Kyuubi.
- E o meu pai?
Os olhos de Kushina ficaram cinzentos e Naruto repetiu a pergunta., até que ela disse:
- Ele se foi!
Naruto ficou paralisado por alguns segundos, lágrimas vieram a seus olhos e ele não conseguiu dizer sequer uma palavra.
- Por quê? – se perguntou Naruto.
- Ele estava muito doente e não ia sobreviver por muito tempo. Ele sabia que ia morrer, mas decidiu deixar algo para você.
Naruto deu um soco no seu travesseiro exclamando:
- Eu não queria isso!
- Naruto! – fala Kushina o abraçando.
- Por quê? Logo agora que minha família estava reunida. Ele...
Os dois se abraçaram e a mãe confortou a tristeza de seu filho. Depois de algum tempo Naruto perguntou:
- Já o enterraram?
- Sim, o enterramos na montanha. Decidimos não esperar você acordar. Afinal e melhor que se lembre do seu pai vivo como ele era.
O Jovem concordou e limpou suas lágrimas, em seguida se vestiu.
- Pra onde vai? – perguntou Kushina.
- Eu vou até lá.
- Isso não pode esperar até de manhã?
- Não – respondeu o uzumaki se dirigindo a porta – eu preciso ir agora.
Naruto partiu deixando sua mãe na cama.
Velozmente ele deixou a casa. Uma lua crescente iluminava o caminho. Não demorou muito para o uzumaki achar o tumulo que tinha sido caprichosamente erguido no formato de uma pirâmide com o símbolo da folha estampado. Naruto se aproximou e se ajoelhou diante do monumento tocando levemente o símbolo da vila da folha.
- Pai por quê? – se perguntava ele.
Nesse instante Naruto ouviu um barulho de passos atrás de si. Ele se virou e viu a figura de Kageru se aproximando.
- O que você quer?
- Só quero falar com meu neto, não posso.
Naruto não disse nada. Kageru se sentou numa pedra próxima ao túmulo.
- Mesmo você sendo meu neto ainda não tivemos chance de ter uma conversa com deveríamos.
- Pela conversa que tive com meu pai antes dele morrer, ele me disse que a relação que tinha com você não era das melhores.
- Isso é verdade, mas apesar das divergências no fim nos dávamos bem. Entretanto não é sobre isso que vim falar com você. Creio que sabe muito bem que recebeu um poder incrível de seu pai, mas não basta ter o poder tem de saber usá-lo.
- E o que tem isso? – indagou Naruto.
- Eu lhe ensinarei a usar o poder desses novos olhos, além disso, lhe ensinarei a usar fuuinjutsos melhor qualquer um.
Naruto encarou o velho por alguns segundos em seguida voltou a olhar para o tumulo. O jovem sabia que mesmo que quisesse teria de apreender a controlar aquele poder.
- Está bem, quando começamos?
- O mais depressa possível, mas antes que lhe dar uma coisa – disse ele tirando um medalhão com um desenho da raposa e estendendo para o uzumaki.
- O que é? – perguntou o loiro.
- A parte ruim da raposa, chegará um momento em que você precisará desse poder. Eu lhe ensinarei a controlar o doujutso e esse poder, até esse momento chegar você não deve em hipótese alguma quebrar o selo.
Naruto encarou a figura da raposa contida o medalhão curioso sobre aquele poder.
Kageru ia dizer mais alguma coisa, mas ele parou no mesmo instante e se virou para leste de onde podia sentir uma enorme perturbação de energia. O mesmo acontecia com Netero na casa dos uzumakis.
- Parece que temos visitas! – fala Kageru – despeças-se de seu pai, pelo jeito teremos uma longa noite pela frente.

Uma horas antes:
Perto da floresta da morte parecia tudo calmo, era o que pensava Jiraya entretanto um sapo que estava com ele deu o alerta:
- Jiraya-sama, um grupo de aproximadamente trinta indivíduos se alojou do outro lado, parece que Orochimaru está com eles.
- Merda! Ele deve ter me localizado, temos que ir rápido.

Do outro lado O grupo de Orochimaru se posicionava pronto para destruir a barreira.
- Agora e sua vez Raito-kun! – disse Orochimaru
O jovem de cabelos marrons se aproximou lentamente da floresta. A escuridão dominava o lugar e o Maximo que se conseguia ver dália dentro eram uns vinte metros. O kamya ficou entre duas grandes árvores e fez alguns selos rápidos, em seguida estendeu sua mão. Uma luz amarelada começou a sair do seu corpo e se estender como se fosse nevoa através da floresta. A medida que avançava dissipava a escuridão. Depois de alguns Minutos a luz parou e formou duas paredes feitas daquele chakra alaranjado formando um caminho até o outro lado.
- Finalmente! – fala Orochimaru – avancem!
Todos os soldados começaram a caminhar por aquele caminho seguindo Raito, mas quando os últimos iam passar uma saraivada de shurikens e kunais saiu da mata a frente atingindo alguns dos ninjas que caiam.
- Bom trabalho! – fala Kakashi saindo dos arbustos ao lado dos outros ninjas de konoha, ao mesmo tempo Jiraya também se juntava ao grupo, mas o grupo de Orochimaru já havia passado tão logo perceberam a presença de inimigos.
- Vamos segui-los rápido! – fala Jiraya e os outros concordam e seguem pela trilha, mas ao darem o primeiro paço dentro daquele corredor ele começou a se despedaçar, restando apenas a floresta escura.
- Droga! – fala Jiraya – agora não podemos atravessar.
- O que faremos Jiraya-sama? – perguntou Kakashi.
- A única coisa que podemos fazer é esperar.
O grupo de orochimaru corria pela região próxima a floresta.
- Kabuto vamos nos dividir! – disse o sannin das cobras – creio que teremos surpresas pela frente.
- Hai! – fala o assistente fazendo sinal para que todos se dividissem pelo território.
Netero também já se dirigia para o lugar onde os inimigos foram. O combate ia começar.