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Gaara pov's on
Ino me encarava surpresa. Suas bochechas estavam levemente coradas, a tornando mais encantadora. Balançava a cabeça lentamente tentando processar minhas palavras. Nem mesmo eu estava acreditando no que disse. Se levantou com pressa, ficando de costas para mim.
- Você está mentindo! - Concluiu, com a voz um pouco alterada. Revirei os olhos.
- Por quê brincaria com algo assim? Qual o sentido?
- VOCÊ GOSTA DE ME PROVOCAR! - Se virou para mim, praticamente gritando.
- Eu não brincaria com algo assim. Mas...aconteceu. - Me senti envergonhado ao falar. Droga, como ela consegue me deixar assim?
- MENTIROSO! EU NÃO VOU CAIR EM MAIS UM DE SEUS JOGUINHOS! - Ela se afastou soltando um gritinho fino com os dentes cerrados. Eu segurei o braço dela, a impedindo de se afastar mais e olhar para mim.
- Minhas palavras são tão difícies assim de acreditar? - Temi a resposta.
- Sim! - Ela nem hesitou em responder. Me senti um pouco triste com aquilo.
- Por quê? - Me aproximei mais dela com uma voz manhosa, deixando nossos corpos completamente colados. Percebi que ela soltou um leve suspiro com a aproximação.
- P-Porquê você me odeia e eu te odeio. - Ela tentou se afastar, mas eu não deixei.
- Eu não te odeio. E eu sei que você também não me odeia, Yamanaka.
Eu envolvi sua cintura com o meu braço, a erguendo, deixando seus lábios a poucos centímetros dos meus. Ela deixou os olhos entreabertos, respirando com dificuldade. Eu dei um leve sorriso. Continuei.
- Vê? O seu corpo anseia pelo meu. Responde ao meu toque, como se estivéssemos ligados. Não contenha seu desejo por mim Ino. Entregue-se a mim. Seja minha.
Eu percorri seu rosto com a ponta no meu dedo. Ela fechou os olhos aproveitando o toque. Não resisti, a beijei. No começo ela ficou surpresa e hesitante, mas depois respondeu a altura.
No começo era um beijo tímido, mas depois começou a ficar mais ardente. Minha língua pedia passagem para a boca dela, ela concedeu. Explorei cada canto de sua boca, sentindo seu gosto e as sensações e ela me trazia. Tinhamos apenas pequenos intervalos para respirar, e depois voltavamos a nos beijar. Senti suas pequenas mãos passando a mão no meu peito, me empurrando com fracamente, com a intenção de me fazer parar.
Mas Ino não tinha forças, estava completamente entregue a mim. Segurei seus cabelos, tornando o beijo mais intenso. Ficamos assim por alguns minutos, mas parecia ter sido alguns segundos.
Quando paramos de nos beijar, estávamos respirando como loucos, arfantes. Estávamos com as testas coladas, recuperando a respiração. Nossas mãos estavam entrelaçadas, eu não queria soltar nunca.
- Seja sincera...Esse foi o melhor beijo da sua vida não foi? - Perguntei a ela, sorrindo de canto. Ela "acordou" do transe e arregalou os olhos, me empurrando e dando um forte tapa em meu rosto. Aquilo doeu. Coloquei a mão na parte machucada em meu rosto, a olhando incrédulo.
- PERVERTIDO! DEPRAVADO! APROVEITADOR BARATO! PICA-PAU DE UMA FIGA! - Ela gritava se afastando rapidamente de mim. Estava bem zangada.
- O QUÊ EU FIZ?! - Fui até ela, ela andava rapidamente sem ao menos olhar para mim.
- VOCÊ ME SEDUZIU E ME BEIJOU! SEU CANALHA DESGRAÇADO! COMO PODE?!
- ADMITA! VOCÊ GOSTOU! - Ela me encarou com um olhar de raiva, mas bem corada.
- VOCÊ NÃO PRESTA! PERVERTIDO! NUNCA MAIS TOQUE EM MIM!
Eu senti uma fina espada atravessar meu peito com aquelas palavras, mas não demonstrei. Fui até ela e segurei seu braço com brutalidade.
- O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?! ME LARGA!
- Do que você tem medo? De se apaixonar? Ou de mim? - Fui frio e sério naquelas palavras, não demonstrando nenhuma emoção. Ela tremeu e hesitou.
- EU SOU CASADA GAARA! - Ela explicou tentando se soltar. Vi que ela estava a beira de lágrimas.
- Mas você disse que não amava seu marido, que nunca amou ninguém. Além do mais, nem sabemos se iremos sair daqui. - Rebati.
- EU NÃO POSSO JOGAR TUDO PARA CIMA ASSIM! E EU NEM SEI SE TE AMO! - Ela estava começando a chorar, mas eu não amoleci.
- Tente descobrir. - Ousei me aproximar dela, mas depois recuei. Não queria que aquilo terminasse como a alguns minutos atrás.
- V-VOCÊ É MAIS NOVO QUE EU! - Ela buscava argumentos.
- Só 4 anos! - Revirei os olhos, vi ela pensar um pouco e depois me olhar incrédula.
- VOCÊ TEM SÓ 18 ANOS?! MAS NÃO SEU FORMULÁRIO ME DIZ QUE VOCÊ TEM 21! VOCÊ É AINDA UMA CRIANÇA! - Pronto, começou o interrogatório. Mas pelo o menos ela esqueceu um pouco de sua raiva por mim.
- Idade não é documento. E como eu disse, é fácil fazer informações falsas. - Conclui, um pouco ofendido por ter sido chamado de criança.
- ISSO É BEM MAIS COMPLICADO! VOCÊ É BEM MAIS NOVO DO QUE PENSAVA QUE FOSSE! V-VOCÊ JÁ PARECE UM HOMEM FEITO! EU SOU VELHA PARA VOCÊ! - Ha, essa mulher não quer se envolver comigo de qualquer jeito.
- E daí? Meus sentimentos por você não vão mudar tão facilmente. Além do mais, 4 anos não é lá muita coisa... - Sussurrei, tentando a seduzir novamente, tentando envolver sua cintura com meu braço como antes, mas ela me impediu com um olhar entendiado.
- PODE IR TIRANDO SEU CAVALINHO DA CHUVA, ISSO NÃO VAI FUNCIONAR NOVAMENTE. - Ela cruzou seus braços, bufando. Eu suspirei derrotado, me afastando dela e abaixando a cabeça, de costas para ela.
- Escute Ino. Eu já fiz minha parte, já disse que te amo. Eu estava jogando tudo para o alto por você, depois que achar o homem eu fugiria com você. Eu realmente queria ter uma família contigo, Ino. - Lamentei calmamente.
- Gaara, eu...- A interrompi continuando.
- Mas, eu não posso te obrigar a me amar. Desculpe por ter te beijado, eu sei que não deveria fazer isso com uma mulher casada, ainda mais com a minha patroa. - Sorri doloroso para ela, prosseguindo.- Eu farei de tudo para deixar de te amar, não se preoucupe. - Eu comecei a andar calmamente, mas depois eu parei e finalizei. - E fique tranquila. Eu nunca mais irei te tocar.
Eu fui caminhando, a deixando com um olhar incrédulo para trás.
Foi um erro ter me apaixonado por você, Ino.
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