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História Amor e Ódio. - 5. Dor e lágrimas!


Escrita por: ErChan12

Notas do Autor


Leiam as notas finais, é importante.
Aviso: Problemas psicológicos pós violência e depressão.

Boa leitura!

Capítulo 5 - 5. Dor e lágrimas!


Fanfic / Fanfiction Amor e Ódio. - 5. Dor e lágrimas!

05 - Dor e lágrimas!

Andava cambaleante pela aquela rua, machucada, destruída, humilhada. De vez em quando eu me apoiava nos muros, portões e outros lugares quando me sentia tonta e mal e sentia fortes dores na barriga por causa dos cortes. Não sabia onde eu estava, subi uma quadra e fui pela direita dessa vez, bem longe do beco. Só me senti melhor quando avistei o shopping onde eu estava com as meninas antes dele aparecer... Claro que não iria entrar para procurá-las e nem podia, eu estava um lixo. Agradeci pela rua estar completamente vazia agora, já que uma forte chuva havia começado, e eu não me importava. Continuava a chorar, fortemente, e era como se a chuva chorasse comigo. Eu tossia muito, e minha garganta se encontrava irritada, tudo o que faltava naquele momento era vomitar sangue, espero que não aconteça.

Fiquei mais tranquila quando avistei minha casa, mas ao ver as pessoas que estavam paradas ali na frente, senti certo desapontamento. Wendy, Lucy e Levy estavam conversando e rindo paradas em frente a minha mansão, provavelmente me esperando já que eu havia demorado demais. Quando elas me viram, naquele estado deplorável suas risadas cessaram completamente, principalmente ao repararem o sangue no meu vestido, que havia sido meio que limpado com a chuva que me acompanhou do beco pra casa.

– Erza? Oh meu Deus o que aconteceu com você?

Eu não respondi, não conseguia e talvez nem conseguisse. Queria que elas fossem embora e me deixassem em paz, mas não podia descontar toda minha dor e raiva nelas. Meu olho direito, o qual ele havia acertado, doía, minha barriga cortada ardia, meu corpo cambaleava, sentia tontura e calafrios, minha cabeça quase explodia, tossia sem parar e espirrava também, eu estava lamentável por fora, mas tudo isso não equivale a nem metade do que estou por dentro.

– E-eu. – continuei a chorar. – fui violentada.

Depois de dizer isso eu desabei no chão, mas elas correram para me segurar.

– Por quem? Meu Deus, como escapou? Chamou a polícia?

– Jellal, uma paulada na cabeça que o fez perder a consciência e não.

Elas estavam com os olhos arregalados. E não falaram nada, simplesmente nada, e por um momento queria que elas falassem.

– Você disse Jellal?

– Sim. – não sei como ainda encontrava minha voz.

– Erza, você tem que falar com a polícia, urgente e...

– Não! – foi tudo o que consegui falar. Alguns minutos de silêncio, elas se fitaram confusas e eu continuei: – Ele estava bêbado, e eu fui fraca e não resisti. E é bom que vocês não falem nada, ou eu irei me sentir traída. – comecei a chorar novamente, e então me levantei. – Vou embora da cidade!

– O QUE? – perguntaram em coro.

– Isso mesmo, e vou amanhã. Podem fazer o que quiser depois que eu for embora, denunciar a polícia e tudo o mais, depois que eu partir não quero que vocês me encontrem, não me procurem e não façam questão de denunciar algo que já está no passado e a que sofreu tudo não estará mais aqui.

Falado isso entrei pelo portão da mansão e o fechei com força (se é que eu tivesse alguma força ainda).

– Passar bem! – dito isso corri o mais rápido que meu corpo fraco conseguia aguentar.

Ao passar pela porta de casa, não olhei para nada nem ninguém. Só subi as escadas o mais rápido que minhas pernas aguentavam. Quando cheguei em meu quarto tranquei a porta, e me joguei na cama. Tudo o que eu fazia era chorar! Fui para o banheiro e parei em frente ao espelho, eu realmente estava horrível bem pior do que imaginava. Retirei o vestido, e então observei a marca em minha barriga, era parecida com a que Jellal possuía em seu rosto, só meio deformada. E em vez de ser marca de nascença ou coisa parecida, estava colorida com meu sangue, agora seco. Retirei completamente meu vestido e o joguei no lixo, depois dava um jeito nele pra nenhuma empregada achar.

Liguei a torneira na banheira e deixei encher, comecei a abrir as gavetas até achar o que procurava, uma lâmina.

Quando a banheira terminou de encher, entrei devagar. Assim que a parte que estava cortada entrou em contato com a água, segurei um grito de dor, ardia e muito. Mas ao pouco aquilo passou, e pude ficar relaxada. Via a água ficando vermelha, enquanto o sangue seco se tornava liquido novamente e misturando-se com a água.

Peguei a lâmina, e a deslizei pelo meu pulso que logo começou a sangrar. Joguei a lâmina para lado!

“Sou uma idiota.” Pensei.

Não valia a pena fazer aquilo, não mesmo. Apesar de eu estar destruída por dentro, os cortes em minha barriga já eram o suficiente para eu esquecer os problemas mentais. Dei um pequeno suspiro e então saí da banheira, enrolei uma toalha em meu corpo, tomando cuidado para não machucar. Peguei algumas faixas que estavam em uma gaveta da pia, e então enfaixei os cortes, apertando com um pouco de cuidado e um pouco de força (para estancar futuros sangramentos). Coloquei uma blusa branca larga, para que ela não apertasse minha barriga, e depois coloquei uma calça azul de pijama. Pegue um band-aid e coloquei por cima do único corte que havia feito em meus pulsos! Joguei a lâmina no lixo e saí do banheiro.

Não precisaria me preocupar caso as empregadas achassem o vestido, afinal a porta estava bem trancada e não sairia do meu quarto tão cedo, não mesmo.

Peguei meu estojo de maquiagem e voltei ao banheiro, passei com cuidado pó e base em cima do meu olho roxo, até que ficasse razoável. Tomará que melhore até amanhã, para eu poder sair da cidade sem que ficassem perguntando o que havia acontecido com meu olho.

Deitei e fechei os olhos, mas não conseguia adormecer. Por causa dele, Jellal, e principalmente por causa do que ele havia feito. Não foi um estupro, mas foi quase, o consegui impedir que ele tirasse minha pureza que tanto guardará pra quando alguém importante aparecesse em minha vida.

Meu celular começou a tocar, primeiro umas 15 ligações de Lucy, depois umas 20 de Levy e depois eu joguei meu celular pela janela e o observei ficar em pedacinhos. Meu coração estava quebrado daquele mesmo jeito... Em pequenos pedacinhos, que sangravam sem parar. Era como se o pesadelo da noite anterior tivesse se tornado em parte real.

“Meu sangue escorria, junto com minhas lágrimas. Alguém estava por cima do meu corpo, quase sem vida, a pessoa segurava uma faca, e ela estava com muito sangue, provavelmente o meu. A pessoa deu uma risada doentia, e então com certa crueldade a pessoa me beijou e eu finalmente pude ver sua face, antes que meus olhos se fechassem, para sempre. Era ele.”

Olhei pela janela que ficava ao lado de minha cama, havia parado de chover, mas o tempo está nublado e sombrio, como meu coração.

O amor que sentia por Jellal noite passada, parecia ter se esgotado, se é que fosse amor. Tudo o que eu sentia por ele nesse momento era nojo. Relembrava o jeito que ele me bateu, e também o jeito que forçou a droga do pinto dele a entrar dentro da minha boca.

Nunca havia sentido a solidão tão precisamente como nesse momento, e nunca tivera tantos pensamentos suicidas como estava tendo agora. Eu sempre batia de frente com tudo, inclusive aquela noite, aquela noite que é minha principal escuridão.

#FlashbackON

Estava em Paris, na França junto dos meus pais, e como sempre a negócios. Tinha somente 14 anos na época. Era basicamente nove horas da noite, e estávamos no hotel. Perguntei ao meu pai se podia dar um volta por Paris, pelo menos até a torre. Ele apenas assentiu!

Saí do hotel, alegre. Chovia fraco, e parecia que deixava a cidade mais bonita (se isso fosse possível), meus olhos brilhavam. Caminhava em silêncio, observando atentamente cada lugar pelo que eu passava. Até que um homem começou a andar lado a lado comigo, e então ele me empurrou para uma parede. Aquela foi à primeira noite que eu quase fui estuprada.

– O que está fazendo? – perguntei para o homem.

– Como será você de baixo dessa roupa? – ele sorriu maliciosamente.

– Me solta! – comecei a me debater, e tentar me soltar das garras daquele homem.

– Não! – ele colocou meu cabelo atrás de minha orelha, e quando foi tentar beijar meu pescoço peguei o spray de pimenta que meu pai havia me dado para situações de emergência. – Sua puta!

Eu tentei correr, mas ele me agarrou. Não tinha acertado o olho dele, me sentia uma idiota e frágil garotinha (não que eu não fosse);

Nunca imaginaria que algo daquele tipo pudesse acontecer na França. Ele me colocou contra a parede novamente, mas então eu fiz a única coisa que poderia fazer naquele momento, para salvar a mim mesma. Consegui alcançar o canivete que meu pai também havia me dado por proteção, e com um movimento rápido cortei a garganta do homem, e ele caiu morto no chão.

Eu me joguei no chão e comecei a chorar, e tentar estancar o sangramento do homem, mas do que adiantaria se ele já havia morrido mesmo? E eu mesma havia feito aquilo com ele, não que eu me arrependesse, mas eu nunca imaginei que seria capaz de matar alguém para salvar a mim mesma.

A policia chegou, e eu estava desmaiada no chão. Fui levada a um hospital e depois que acordei fui levada a delegacia! Durante dias eu sonhava que minha família tentava me estuprar e eu cortava suas gargantas. Tive que começar a frequentar um psiquiatra da França mesmo, por causa disso meu pai cancelou seus compromissos e voltamos ao Japão bem antes do previsto, e toda semana tinha que ir ao psiquiatra de lá, e aquilo era um saco.

Eu sei, eu havia matado alguém. Mas mesmo assim eu superei, afinal depois daquilo eu já estava literalmente fodida mesmo.

#FlashbackOFF

Minha escuridão, meu maior segredo, minha fase completamente “rebelde” e do tipo: foda-se a porra toda. Eu bati de frente com aquilo, o que estava acontecendo comigo? Eu me sentia fraca e inútil agora, como nunca antes..

Talvez estivesse pagando pelos meus atos daquela época... Eu merecia tudo o que estava acontecendo e mais um pouco, apesar que só estava tentando me proteger, eu fui completamente egoísta, será?

Acho que estou enlouquecendo, o que está acontecendo comigo? Eu estava frágil e vulnerável.

“Disseram que quem sofre um estupro, ou é violentado sexualmente tem tendência a ter problemas psicológicos. Nessa fase, tudo que a pessoa precisa é de companhia, ir a um psiquiatra é a melhor solução.”

Estou mesmo fodida, e enlouquecendo. Quem sou eu? Eu não me reconheço mais. Já tive fazes como essa, ou talvez pior, eu literalmente era uma louca mal interpretada no mundo. Eu via humanos, mas não via a humanidade.

Estou louca, estou louca. Não entendo meus pensamentos, porque quando as coisas começam a dar certo na minha vida, algo estragava? Eu era mesmo louca? Qual o meu problema? Eu não aguento, não aguento.

Meu subconsciente estava me deixando pior, eu não me entendia, não compreendia mais nada. Só via que estava deslocada, e completamente machucada.

Sentei-me na cama, respirei fundo. Não queria ter de frequentar um psiquiatra novamente! Sempre que coisas obscuras acontecem comigo, eu enlouqueço, deve ter algo muito errado comigo.

Respirei fundo, de novo, e de novo, mais uma vez, outra e mais outra.

Deitei na minha cama, fechei os olhos e adormeci.

***

TOC, TOC.

Alguém bateu na porta, enfiei um travesseiro na minha cara.

T0C, TOC.

Bateram mais uma vez. Ignoraria até a pessoa desistir e ir embora!

TOC, TOC.

Já estava me estressando.

TOC, TOC.

– O que foi? – falei de mau humor.

– Desculpe lhe incomodar Erza-san. – a empregada falou do outro lado da porta. – Mas tem um menino com uma marca esquisita no rosto falando que precisa falar urgentemente com você.

Como? Ele estava ali? Depois de tudo? Depois de quase me fazer afundar no poço, ter pensamentos estranhos e enlouquecer?

O que eu podia fazer afinal? Deixa-lo plantado esperando? Falar pra empregada mandar ele embora? Certamente ele voltaria.

Me levantei, ainda sentia muitas dores, e estava gripada provavelmente. Tive que passar pó e base, não fazia diferença se ele visse ou não visse o que fez comigo, mas as outras pessoas da casa sim.

Afinal, eu dormira durante horas, ou ainda não tinha escurecido? Não saberia dizer... Mas parece que eu dormi por dias, e era impossível que só tenham se passados minutos. O céu agora estava ensolarado, provavelmente já era domingo.

Peguei a primeira roupa que vi e coloquei, depois calcei meu all star botinha preto, tentei dar um jeito no meu cabelo desgrenhado, mas não que tenha adiantado e então desci as escadas.

Fui ao portão, mas quem estava parado ali tinha o mesmo rosto de Jellal, mas com certeza não era ele. Usava óculos, uma camisa branca totalmente abotoada, e uma gravata listrada por cima. Calça social e um tênis comum.

– Mystogan? – perguntei.

– Olá Lucy. – ele disse severamente.

– O que faz aqui?

– Vim saber por que meu irmão foi encontrado em um beco, desmaiado e completamente bêbado.

– É que...

– Estou brincando, já sei toda a história, vim acertar as coisas e explicar outras.

– Como possa saber se você é o Mystogan, ou o Jellal tentando conquistar sua inocência?

– Pareço o Jellal para você?

– Nem um pouco pra falar a verdade.

– Isso é o suficiente.

– Acho que não.

– Bom, o meu irmão idiota está no hospital e ainda não acordou, você bateu com muita força pelo o que parece.

– Talvez, mas era preciso.

– Eu sei que era, nenhuma mulher, em hipótese alguma entregaria seu corpo daquela forma, meu irmão é mesmo um baka, nojento se quer saber.

– Quem bom que você é sensato, ao contrário dele. Se você não for ele, se passando por você... Entendeu-me né?

– Entendi. Mas vou precisar da ajuda de uma pessoa para lhe explicar detalhe por detalhe e para que você entenda tudo e acredite em mim.

Uma menina loira apareceu na frente do portão, e sorriu para mim.

– Lucy? – perguntei, se ela estava ali, só podia ser mesmo o próprio Mystogan.


Notas Finais


Não era pra esse capítulo existir, só uma pequena parte dele. Mas eu tenho uma amiga que ela estuda psicologia, e ela disse que isso que a Erza estava passando, como se fosse uma depressão, é comum por quem é abusado ou estuprado. Principalmente por ela ter uma certa escuridão no passado. Então isso foi tipo um alerta, mas também ajuda um pouco no restante da fic... enfim, quero logo acabar com esse ambiente tenso que cerca a Erza e o Jellal, então as coisas vão mudar daqui pra frente. Beijos *-


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