História Amor e Ódio. - 2. Apaixonada?

02 - Apaixonada?

Acabei me perdendo nos corredores da fairy tail, aquilo parecia um labirinto, tinham escadas e corredores para todo lado, e eu nunca ia parar no lugar desejado. Perguntava-me o que iria fazer quando batesse o sinal, afinal eu não sabia voltar para minha sala e os corredores se encontravam desertos.

Quando eu entrei em desespero, comecei a correr e acabei dando de cara com uma menina, e como foi com a Lucy, nós duas caímos.

– Ah, me desculpe. – eu disse.

– Não, tudo bem! – ela respondeu, quando a olhei percebi que era a menina que estava fazendo um piquenique com o namorado enquanto eu observava o campus na primeira aula.

– Eu sou muito distraída, é a segunda vez em que isso acontece.

– Não se preocupe, acontece o tempo todo, com todo mundo. Todos aqui são muito distraídos. Você é nova? Nunca te vi por aqui.

– Sou nova sim, meu nome é Erza. Erza Scarlet!

– Prazer, sou Levy. Levy Mcgarden! Já ouvi falar de você.

– Também já ouvi falar de você. – eu sorri.

– Você está perdida? Quase ninguém fica nesse corredor há essa hora, geralmente estão todos no refeitório.

– É eu me perdi, esse colégio é muito confuso. – passei a mão no meu cabelo.

– Posso te mostrar tudo, se você quiser é claro. Aqui é mesmo muito confuso, e a propósito amei a cor do seu cabelo. – eu corei com suas últimas palavras.

– Ah obrigada! E porque você está aqui? Achei que nunca iria encontrar ninguém antes de bater o sinal, e eu preciso de bolo de morango estou morrendo de fome.

– Eu estava indo pegar um livro na biblioteca, que é logo ali, só para me distrair sabe. Sou uma das únicas que a frequenta, principalmente no intervalo, se não for à única, é claro.

– Amo ler, não sei por que tem gente que não gosta, é um dos maiores prazeres da vida.

– É isso o que eu sempre digo. Amor ler e escrever! – ela sorriu. – Quando não estou estudando, ou não estou com Gajeel, são meus hobbies.

– Gajeel? Você está falando de Gajeel Redfox? Filho do Sr. Metalicana Redfox?

– Ele mesmo, é o meu namorado. – Seus olhos brilharam. – Por quê?

– Nada! – eu disse e dei de ombros. – Hm, vamos?

– Sim, vamos! – Nós duas nos levantamos e começamos a caminhar em silêncio, descemos uma escada gigantesca que a Levy disse ser um atalho. Depois viramos à direita, e então entramos por uma porta dupla, com os dizeres “Refeitório, empurre para entrar” em preto. Assim que atravessamos a porta meu olhar bateu nele, o menino de cabelos azuis, Jellal. Ele estava na mesma mesa que a Lucy, Juvia, o Gray, Gajeel, uma menina de cabelos azuis e um menino de cabelo rosa. E droga... estávamos indo exatamente para lá.

– Min’na. – disse Levy ao chegarmos na mesa onde eles estavam.

– Levy-chan. – disse Lucy e sorriu para menina. – Erza-san. – completou e sorriu para mim.

– Imouto-san, o que você está fazendo aqui? – Levy perguntou para menina de cabelos azuis, que devia ser sua irmã mais nova.

– A mamãe me mandou trazer suas chaves.

– Por quê? Sempre que eu esqueço, você ou um dos empregados abre a porta, não precisava ter todo o trabalho de trazer as chaves.

– Não vai ter ninguém em casa.

– Por quê? Onde vai estar todo mundo?

– Papai vai viajar a negócios urgentemente, e claro, eu e a mamãe vamos junto, porém como você tem a faculdade e etc você não pode ir.

– E os empregados?

– Papai deu folga.

– E esperam que eu fique naquela mansão enorme sozinha? Estão de brincadeira? Não vai ter ninguém pra cuidar?

– Você dá um jeito, as ordens foram só para te avisar e entregar as chaves. – A menina começou a se afastar, e antes se virou para nós novamente: - Nee-chan estou saindo. – então ela ergueu seu dedo indicador, e seu dedão e se afastou.

– Wendy Mcgarden, volte já aqui. E a sua gata, a Charle, como ela fica?

A menina se virou para nós novamente e gritou:

– O Sr. Igneel, pai de Natsu-san resolveu cuidar dela, já que ela e o Happy se dão muito bem, tenha um bom dia nee-chan. – e então ela correu antes que Levy a chamasse novamente.

– Mas que droga! – Levy sentou-se irritada na mesa, e olhou para o Natsu, que devia ser o garoto de cabelos rosa.

– A culpa não é minha. – ele disse e ergueu as mãos como se estivesse se protegendo. Gajeel pediu para trocar de lugar com a Lucy e então se sentou ao lado de Levy e colocou suas mãos em volta da garota. O menino de cabelos rosa trocou de lugar com Jellal, para ficar ao lado da Lucy-san. Uma cadeira vaga, que normalmente deve ser ocupada por Mystogan-kun, e então Gray e Juvia sentados lado a lado. Eu realmente não sabia o que fazer nesse momento!

– Erza-san, sente-se. – disse Levy indicando a cadeira vazia ao lado de Jellal, e então eu me sentei, me sentindo meio constrangida. Olhei para a mesa ao lado, para disfarçar que meu rosto estava quase ficando da cor dos meus cabelos, nessa mesa que eu olhei estavam as mesmas meninas que estavam fofocando de mim quando cheguei, prestei atenção no que elas falavam, palavra por palavra:

“ – Sabia que ela ia ficar na mesa dos riquinhos. – comentou a menina morena.

– Eu também. – respondeu a loira. – Riquinhos mesquinhos e populares que acham que são melhores que os outros porque tem dinheiro”.

Pensei em ir até elas e as fazer calarem a boca, mas mudei de ideia. Olhei para o lado e por questão de segundos eu encontrei os olhos dele... fiquei paralisada, completamente sem reação. Até que a Levy me fez desviar o olhar quando começou a falar:

– Gente! – ela disse e todos a olharam. – Essa é a Erza Scarlet, ela é nova aqui.

– Prazer Erza, eu sou Gray Fullbuster e essa é minha namorada Juvia Lockser. – o menino seminu que tinha visto no campus disse, agora ele estava com uma camisa branca, e depois apontou para a menina de cabelo azul e repicado ao seu lado, que eu havia visto junto dele hoje de manhã, enquanto conversavam com a Lucy-sama.

– Juvia acha encantador lhe conhecer Erza-san. – Jeito esquisito de falar, terceira pessoa?

– Também é um prazer conhecê-los.

– Sou Gajeel Redfox, Levy já deve ter falado de mim, prazer em conhecê-la Erza-san.

– O prazer é todo meu. – eu dei um sorriso simpático e ele retribuiu, apesar de ser assustador ao mesmo tempo. – E sim, ela me falou sobre você.

– Nós já nos conhecemos! – Lucy disse e sorriu de orelha a orelha. – Éramos melhores amigas no ensino médio. Esse é o meu namorado, Natsu Dragneel. – ela apontou para o rosado ao seu lado.

– Prazer Erza-san. – disse Natsu. – Conheço ­o seu pai, o Sr. Scarlet.

– Prazer! E todos podem me chamar só de Erza. – sorri. – Também conheço seu pai, o Sr. Igneel, ele já foi lá em casa tratar de negócios.

– Sim, ele me disse que ele e seu pai são sócios.

– Aye!

– Tudo bem, vamos te chamar só de Erza. Ah, e esse imbecil do seu lado, de cara amarrada é o Jellal. – apresentou Levy, Lucy fez negativo com a cabeça, o que te deixou todos confusos.

– Hm. Nós já...bem, nos conhecemos, ele é da minha classe.

– Ah sim, é... Você não estava com fome Erza? Posso pegar algo para você.

– Eu perdi a fome, mas mesmo assim obrigada. – então bateu o sinal. Eu me levantei dizendo que precisava passar na secretária novamente, porque precisava entregar um papel que tinha esquecido. Saí dali rapidamente, e alguém se levantou atrás de mim! Podia ouvir os murmúrios na mesa:

“– Você não pensa? – ouvi a voz de Lucy

– Eu achei que seria falta de educação não apresentá-lo.

– Era meio óbvio que eles se conheciam não? Se ela não é da nossa sala, e também não conhecia os outros é lógico que ela é da sala do Jellal, não posso a deixar ser a próxima.”

E então me afastei o suficiente para não ouvir mais nada, a não ser passos atrás de mim. Tentei despistar quem me seguia, seja lá quem fosse, mas não conseguia, a pessoa seguia cada passo meu cada vez mais próximo. Só podia ser o Jellal! Quando fui tentar entrar no banheiro feminino me puxarem pelo pulso e me pressionaram contra a parede, era ele.

– A secretária e a nossa sala são para o outro lado Scarlet. – ele disse , seu rosto a centímetros do meu.

– E precisava me seguir, me puxar e me prensar contra a parede só para falar isso? – eu o olhei irritada.

– Você fica linda brava, sabia?

– Ah, cale a boca e me solte. Eu só precisava... é...hm...

– Precisava? – Droga, como ele era irritante.

– Ir ao banheiro! – Que desculpa mais idiota Erza, não vai colar.

– Têm outros dois banheiros femininos no outro lado do campus.

Droga! Pense em algo... Pense...

– Se você não sabe, não conheço nem metade dessa escola. Só conheço esse banheiro porque me perdi por aqui, e então me encontrei com a Levy.

– Se perdeu porque fugiu de mim, pelo lado errado ainda por cima! – ele adorava provocar não? Mesquinho, irritante, idiota, insuportável.

Seu rosto continuava a centímetros do meu, e ele aproximava cada vez mais... Ouvia seu coração bater no mesmo ritmo que o meu acelerado. Seus lábios estavam quase colados no meu e então... BIP, BIP. Era o celular dele!

– Então... É a minha namorada, ela disse que a professora Cana está atrás da gente, melhor irmos e... – lhe dei um tapa na cara, e ele ainda teve a capacidade de parecer surpreso.

– SUA... N-NAMORADA? – criei fôlego para falar, ou melhor, gritar. Eu estava com tanta raiva, lágrimas tentavam cair, mas eu não deixei. – Você tem namorada e dá em cima de mim? Ainda tem a capacidade de tentar me beijar, qual o seu problema Jellal? – e então saí correndo, chorando. Fraca, era isso que eu era completamente fraca. Estava chorando por um idiota!

Cheguei quase morta na sala, de tanto correr e então pedi licença. Uma professora morena, de cabelo liso, usando somente um sutiã, uma calça e uma bota me viu e foi logo perguntando:

– Aonde é que você estava?

– E-eu m-me p-perdi... – Droga, não gagueje, ela pode desconfiar.

– Tudo bem ,mas dá próxima vez não terá desculpas, sente-se.

Fui para o meu lugar na janela, e resolvi prestar atenção na aula dessa vez. Mas não entendi nekas. Uns 10 minutos depois Jellal entrou na sala, a professora Cana fez a ele a mesma pergunta.

– Na sala do diretor! – ele mentiu.

– Fazendo o que na minha sala? – Um senhor atrás dele perguntou.

– Diretor Makarov. – todos se levantaram e fizeram uma reverência, os imitei.

– Para a minha sala Sr. Fernandes, agora!

– Tudo bem! – ele saiu de cabeça baixa. O diretor veio avisar que nenhuma turma teria a última aula, porque teria uns assuntos que os professores teriam que resolver.

Jellal só voltou na outra aula, e ficou tentando conversar comigo via “MSN improvisado”, mas eu o ignorava.

Assim que a outra aula começou, e um senhor bigodudo entrou na sala, Jellal desistiu de tentar falar comigo. O resto do dia foi tranquilo, fazia um lindo sol lá fora e comecei a prestar atenção na última aula, que era biologia, fiz todas as anotações necessária. Porém, não via a hora de sair dali! Assim que bateu o sinal, que deveria ser para a última aula, que não teríamos, eu arrumei minhas coisas rapidamente e sai da sala, sem olhar pro mesquinho irritante. Pensei em procurar as meninas, mas o estacionamento já estava quase vazio, provavelmente já devem ter ido. Queria ter alguém para conversar sobre o Jellal, mas a Lucy não pode ser ela vai dizer que eu não devia me deixar levar pelo Jellal, a Juvia era muito estranha e não a conheço direito, tem a Levy, mas ela já deve ter ido, provavelmente pra casa da Lucy, já que iria ficar sozinha na mansão. Então eu não tinha ninguém!

Entrei na minha Lamborghini branca, e antes de dar a partida avistei Jellal junto de uma menina de cabelos brancos curtos, eles estavam conversando. Ela era muito parecida com a Sra. Strauss (professora Mira). Não sei por que, mas aquilo me deu um aperto no coração.

– Tudo bem Erza, eles só estão conversando! – disse para mim mesma. – E se beijando... Por que eu estou me importando mesmo? E também estou parecendo uma louca falando sozinha, droga!

Dei a partida do carro, e saí dali rapidamente, sem nem olhar para trás. Não sei o porquê, mas aquilo machucava e muito! Poderia eu, estar apaixonada por aquele idiota? É impossível não?