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História A Faculdade - Primeiro Dia


Escrita por: trishakarin

Capítulo 1 - Primeiro Dia


O carro parou em frente a faculdade. Era de costume morarmos em pequenos campos estudantis e aquilo não estava sendo bem aceito pelos meus pais. Meu pai sequer desligou o motor para se despedir, enquanto minha mãe já havia descido do carro e me ajudado com as malas. Ele não ia descer, conhecia bem meu pai, a tristeza, a angústia, mesmo que estivesse a apenas duas horas de distância deles, afetava-o bastante.

- Aqui está, querida - minha mãe entregou-me a mala com lágrimas nos olhos.

- Não entendo por qual razão vocês estão tão tristes. Deviam estar felizes. Eu consegui a bolsa de estudos, mãe, eu vou conseguir me formar - disse confusa.

- Eu sei, querida, estamos orgulhosos de você. Mas entenda, é difícil saber que não a veremos mais todas as manhãs, que não lhe direi boa noite, que não a veremos mais todos os dias. 

- Eu entendo, mas é difícil para mim também e vê-los tão tristes, angustiados, isso me entristece bastante.

- Nos desculpe. Desculpe seu pai, acho que ele não conseguirá. Qualquer coisa nos telefone, que viremos o mais depressa possível. Estude, não se jogue nessas festinhas, seja responsável e final de semana nos vemos novamente.

- Obrigada, mãe.

Ela entrou no carro acenando e meu pai praticamente cantou pneu partindo. Vi o carro se distanciar, levando toda a segurança que ainda sentia quando estava com eles. A partir dali seria somente eu e meus medos. Peguei a mala e entrei no campo estudantil. Uma senhora baixa, de óculos meia lua se aproximou com um sorriso amarelado.

- Nome, por favor.

- Ashley München. 

- Por aqui, querida. Aqui temos os dormitórios, você dividirá o quarto com mais uma garota, veterana de preferência, para que te ajude com o que precisar. No final do corredor fica a secretaria e qualquer coisa que precisar, basta se dirigir até lá. Qualquer dúvida, basta me chamar. 

A senhorinha me entregou uma pasta com meu nome em um adesivo na frente e chaves. Sorriu como se tudo aquilo fosse suficiente para que eu soubesse o que fazer a partir dali.

- O seu quarto fica no terceiro andar, com essa chave em azul você abre. A vermelha é da porta da frente, após às 18 horas costumamos trancá-las, mas como há aulas, há opções de lazer, acredito que precise disso. Na pasta encontram-se os horários de aula, mais informações necessárias de material, disciplinas, um mapa do campus e sua ficha, que terá de entregar na secretaria do Campus. Alguma dúvida?

- Nenhuma. Qual o número do quarto?

- Terceiro andar, quarto oito.

- Mais alguma coisa? - perguntei rindo com a velocidade com que aquela senhora falava.

- Acredito que não. Seja bem-vinda, o nome da sua colega de quarto é Jennifer Gomes, tome um pouco de cuidado com ela, é bem festeira, mas conhece tudo aqui e poderá te ajudar bastante. Mas vive se metendo em encrencas. 

Eu sorri para ela agradecendo toda a ajuda. Aguardei que ela caminhasse pelo corredor, antes de alcançar as escadas. Nem sinal de elevadores, eu teria realmente de malhar a perna para poder chegar ao meu quarto. Peguei a mala e subi cada degrau com cuidado, já não conseguia ver cada um deles.

O prédio era antigo, apesar de bem conservado. Cheguei ao topo e atravessei o largo corredor com diversas portas e não demorou até avistar o quarto de número 8. A partir daquele momento eu sabia que minha vida estava mudando e que tudo aquilo fazia parte do futuro próximo. Peguei as chaves que a secretária me deu e coloquei na fechadura, girando e abrindo a porta. Haviam duas camas, cada uma em um canto e uma janela no centro. Entre as camas uma pequena mesa de estudos e ao lado de cada cama, encostado na parede um guarda-roupa de duas portas e quatro gavetas, suficiente. Percebi não haver um banheiro ali, o quarto era até espaçoso, mas ficava somente naquilo.

- Quer ajuda? - uma voz roucamente sensual soou às minhas costas.

Virei quase que em filme de terror, quando o assassino sussurra no ouvido da vítima, antes de chegar a matá-la. A garota riu gostosamente, antes de entrar no quarto e me dar passagem.

- Meu nome é Jennifer e acredito que serei sua nova colega de quarto. 

- Isso. Eu sou Ashley.

- Hum, Ashley, nome de burguesa. 

- Quem me dera, mas não. 

- Mas pela pele boa e a carinha mimadinha, no mínimo é filha educada de forma rígida. 

- Acredito que sim. Eles são bem conservadores.

- E te deixaram vir pra essa zona? Algum deles é formado?

- Minha mãe.

- Então ela sabe a bagunça onde a filha se meteu. Mas não se preocupe, vou te deixar a par de tudo. Amanhã tem uma festa maravilhosa no pavilhão doze, que é a área de educação física e não se preocupe, total liberado pelos professores. Hoje é quinta-feira, então não somos permitidos a ter festa. Curioso você vir hoje já e não segunda.

- Tenho uma entrevista amanhã com o diretor Alves. 

- Ah sim, realmente, ele só está aqui nas sextas. Seus pais vão te buscar no sábado?

- Não. Só na próxima semana. Eles querem que eu me acostume com o local.

- Isso é cruel, mas para a sua sorte eu vou ficar aqui porque tomei uma suspensão e tenho que cumprir castigo. Ou seja, tenho dois trabalhos para sábado. 

Jennifer se aproximou da porta e a fechou.

- Bom, aqui é o nosso quarto, sua cama é essa aqui - apontou para a cama da direita - Aquele é o seu guarda-roupa, a garota anterior pode ter esquecido algo, se esqueceu é só colocar em uma bolsa e levar na secretaria que eles resolvem isso. O banheiro é saindo aqui, vira a direita e segue reto, a porta vermelha é o banheiro dos números pares e a porta azul dos números ímpares. Entendeu?

- Sim.

- Cada uma tem seus produtos de limpeza, higiene, etc. Uma vez por semana uma faxineira vem limpar tudo, feito hotel, mas temos que manter a ordem, caso contrário ela anota e passa para a senhora Gregor.

- Quem é?

- Uma velhinha que possivelmente você conheceu na entrada. Por fim e não menos importante, a festa amanhã é as 20 horas, estarei aqui te esperando para irmos, certo?

- Pode deixar.

- Se não tiver o que vestir, te ajudo! Agora eu tenho que ir, pois meu gato está me esperando. Qualquer coisa, já sabe onde é tudo. Bata nas portas, faça amizade. Vamos viver, garota!

Ela saiu como um raio, uma tempestade que bagunça tudo e tudo o que eu poderia fazer era sentar na cama e rir. Aquilo era então faculdade e sinceramente, eu estava adorando.


Notas Finais


Qualquer sugestão, crítica, eu aceito, quero melhorar cada vez mais! Avisem até quando começar a ficar chato ou não.


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