História Summer Paradise - Just you.

Narração em 1º pessoa: Ronnie.

-Por que você não deu valor, Ronnie? – uma voz feminina conhecida sussurrou em meu ouvido e então abri os olhos, estava dentro de uma caixa e Louis fora dela, atrás de mim estava... – áh Ronnie, o que foi? Vamos, responda! – Vanessa.

Procurei por ar mas dentro daquele cubículo não havia. A caixa era impressionantemente pequena e vocês sabem, eu tenho claustrofobia. Olhei para frente e vi Vanessa conversando com Louis, passando toda a mão pelo o seu peitoral. Uma onda de raiva passou por mim.

-Por que? Porque eu sou uma estupida. Eu consigo estragar tudo e a culpa é toda minha. Louis, por favor, você está me ouvindo? – eu gritava, sem oxigênio nenhum em meus pulmões – Lou, eu vou morrer, por favor, me perdoa eu sei que estava errada e você sabe o quanto eu te amo? Eu te amo de mais eu não... eu não consigo mais falar – sussurrei – por favor, diga que me ama.

Meu olhos se fechavam lentamente e tudo que eu vi era os dois se beijando, a mão do meu homem fazendo um carinho nas costas dela e então antes que tudo ficasse escuro ele murmurou:

-Eu te amo Vanessa e nenhuma menina, nem mesmo Ronnie, vai conseguir mudar esse meu sentimento por você.

E, então tudo ficou preto, meu coração parou de bater e meu corpo caiu para trás.

Me levantei rapidamente e um peso me puxou de volta para cama. Olhei para o teto e tudo o que eu via era preto. Tudo preto. Sentia também uma dor de cabeça insuportável, como se uma faca estivesse passando no meio do meu cérebro. Respirei fundo e fechei os olhos.

-Está tudo bem Ronnie, ele não dormiu na sorveteria – sussurrei para mim mesma tentando me acalmar – está tudo bem Ronnie, Vanessa não está em Londres e Louis está na sua casa... certo? Certo. Se acalme, foi apenas um pesadelo

Fui para o banheiro em passos curtos e lentos tentando por minha respiração em dia. Mas que merda. Me olhei no espelho e o que eu vi realmente não era eu. Olheiras embaixo dos olhos, cabelo embaraçado e oleoso. Olhei para os meus braços e estavam vermelhos e com vergões. Mas que bosta aconteceu comigo em apenas 6 horas dormindo?

Comecei a pentear meus fios dourados mas no primeiro nó desisti e fiz um coque em meu cabelo. Peguei meu moletom da GAP preto e uma calça jeans um pouco rasgada no lugar das coxas e nos pés eu vesti meu vans da mesma cor do moletom.

Caminhei lentamente até a sorveteria que fomos ontem. Não tem o que se preocupar, Louis não dormiu lá. Mas um medo invadia meu corpo e a cada vez que eu imaginava Lou deitado na calçada, tremendo de frio, meu coração se apertava.

E, então cheguei a rua. Meus passos se cessaram e meu coração parou. Logo a mais de alguns metros eu conseguia ver Louis, sentado com a cabeça para baixo, dormindo desconfortavelmente. Se eu não estivesse prestes a chorar eu até acharia uma ação fofa.

-Lo-lou? – gaguejei assim que cheguei até ele – Louis... – envolvi sua cabeça em meu peito e ele suspirou – amor, acorde.

-Hm? – murmurou abrindo os olhos – Ronnie? – sussurrou.

-Sim – disse fazendo carinho em sua cabeça – me desculpe, me desculpe por você estar aqui e me desculpe por não te dar o valor que você merece, você é meu anjo e eu não acredito que você dormiu aqui – lagrimas se formaram em meu olho e eu as deixei rolarem sobre minha bochecha.

-Ei pequena – sua voz rouca me fez arrepiar e ele se virou para mim – por que está chorando, meu amor? Aconteceu alguma coisa?

-Não... – menti, aquele pesadelo ainda martelava em minha cabeça – só diz que me ama.

-Eu te amo...

-Isso é verdade? – mas eu sabia que era.

-Acho que eu já provei isso dormindo aqui – sorriu se levantando e meu puxando junto e logo em seguida me abraçando.

-Eu não sei se eu te mereço, quer dizer, eu não sou perfeita e tem muitas meninas que são, e que dariam qualquer coisa para estar com você – sussurrei apertando sua blusa.

-Ronnie... – suspirou – o que deu em você? Você não é perfeita e ninguém é perfeito minha pequena, mas talvez você seja perfeita para mim.

-Era tudo o que eu queria ouvir.

-Sua mãe sabe que você está em Londres? – perguntei pegando um copo de água na cozinha.

-Não – respondeu me abraçando por trás – mas o que isso importa, quer dizer, seus pais voltam daqui duas semanas e olha só, temos todo esse tempo livre aqui – sussurrou em meu ouvido e começou a beijar meu pescoço e apertar minha cintura.

-Sim, mas... – mordi meu lábio assim que suas mãos foram parar em meu peito, apertando o mesmo – mas... é que... – eu realmente não conseguia formular uma frase completa com Lou passando a mão em todos os cantos do meu corpo.

-Fale... – sussurrou mordendo o lóbulo da minha orelha me deixando completamente arrepiada – o que você ia dizer?

-Lou, por favor, não... – apertei sua mão em torno da minha cintura – por favor... – fechei meus olhos e joguei minha cabeça no ombro de Louis.

-Por que? – disse enquanto dava leves mordidas e chupões em meu pescoço.

-É que...

E, então tudo aconteceu muito rápido, assim que seus dedos tocaram minha virilha meu corpo estremeceu e numa ação boba eu soltei o copo que eu segurava em minhas mãos. Os cacos foram parar em nossos pés descobertos.

-Ai meu Deus! – exclamei.

-Ai meu Deus! – o olhei e vi que ele olhava para os seus pés.

-AI MEU DEUS! – gritei olhando para os nossos pés.

Achei que iria desmaiar. Não sei se era pela a imagem que via ou pela a dor dos cortes. E, então veio uma ânsia de vômito. Eu realmente não podia ver sangue. Mais um dos meus pontos fracos.

-Lou... – sussurrei fechando os olhos e tentando me equilibrar – me ajuda.

Louis me pegou no colo e, mancando, me deitou no sofá da minha sala. Abri meus olhos e o vi agachado perto ao meu pé, examinando o mesmo.

-Você quer ir para o hospital, sei lá? – perguntou fazendo um carinho me minha perna.

-Não – sussurrei – eu só não posso ver sangue que eu... não consigo ver sangue.

-Vamos dar um jeito no seu pé e vai ficar tudo bem, princesa.

-E no seu também...

-O meu é o de menos – sorriu se levantando.

-Eu realmente não te mereço – coloquei a mão em minha testa e fechei os olhos, sorrindo.

-No que está pensando? – ele perguntou enquanto passava um algodão com alguma coisa gelada em meu pé.

-No sonho que tive hoje.

-E o que aconteceu nele? – sorriu.

-Bom, é que... – olhei para cima – eu estava dentro de uma caixa e... Ai! – exclamei assim que ele tirou um caco do meu pé.

-Fique quieta, continue...

-Eu estava numa caixa muito pequena, muito mesmo, nem sei como cabia nela e aí você estava fora dela e Vanessa também – Lou levantou as sobrancelha, ainda passando o algodão, manchado de sangue – e você não conseguia me ouvir ou me ver e ela começou a falar comigo, perguntando por que eu não te dei o valor que você merece e então ela foi até você e você sorriu ao vê-la e, então Vanessa começou a falar com você e vocês começaram a se beijar e ai você disse “Eu te amo Vanessa e nenhuma menina, nem mesmo Ronnie, vai conseguir mudar esse meu sentimento por você.” e depois disso eu morri – o olhei, sua sobrancelha continuava arqueada e então ele suspirou.

-Hm – foi tudo o que disse.

-Hm?

-Hm.

-Só vai dizer isso? Sério? – Louis suspirou novamente.

-Não tem o que dizer, foi só um pesadelo seu...

-E o que você disse...

-Não – ele me interrompeu – você sabe que eu te amo – bufou pondo esparadrapos em torno dos cortes – só você, apenas você, Ronnie...