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História Dont Let Me Go - Até Sábado


Escrita por: Mrscurly

Notas do Autor


Olá, lindas!
Prometi que não iria demorar para postar o capítulo e aqui está!
Novamente ficou um pouco grande, mas espero que não se incomodem.
Muito obrigada pelos mais de dez favoritos novos, um grande beijo para quem favoritou e comentou!
Boa Leitura.

Capítulo 16 - Até Sábado


Fanfic / Fanfiction Dont Let Me Go - Até Sábado

Voltar ao trabalho com ameaça de nevasca em Londres, não foi o melhor jeito de começar uma semana, principalmente quando se é enganada pelo tempo, com um final de semana estranhamente ensolarado para o mês de janeiro.

O cenário acinzentado tinha retornado para o céu e o vento forte entrava pelas frestas das janelas, fazendo-me praguejar de frio enquanto vestia a grossa blusa de lã preta, de gola alta, ao mesmo tempo que tentava colocar as botas de cano baixo.

- Você e sua mania de fazer um milhão de coisas ao mesmo tempo, não é, Nora?- A voz irônica de Hazel, me fez levantar a cabeça, encontrando minha amiga devidamente vestida, escorada no batente da porta, com um sorriso no rosto.

Por um minuto, pensei que estava tendo um sonho, pois o normal de uma segunda feira para Hazel era, acordar bufando e sair batendo todas as portas do apartamento enquanto reclamava da vida, desde o momento em que nasceu.

Ainda entorpecida com a estranha Hazel que me olhava com olhos brincalhões, sentei-me na cama para conseguir fechar os zíperes das botas e peguei um cachecol quentinho, amarrando-o fortemente em meu pescoço. Tudo isso, olhando para Haz como se ela fosse uma estranha.

- O que fez você ficar tão animada em uma segunda feira? - Perguntei, pegando meu celular apenas para confirmar que Harry tinha finalmente se cansado de mandar mensagens para mim, o que não me deixou dormir à noite inteira.

- Como não ficar animada com o dia lindo que está fazendo? - Tentei achar algum sinal de ironia naquela frase, mas ela falava como se estivéssemos passando um verão no Hawaii.

Apenas para ter certeza de que não estava ficando maluca, olhei pela janela do quarto, observando folhas e galhos sendo levados pelo vento, e nuvens carregadas dando um ar deprimente para a paisagem.

- Tudo lá fora está cinza, e estamos em ameaça de nevasca. – Digo, pausadamente, como se tentasse fazer uma criança entender que dois mais dois eram quatro.

- Por isso mesmo! – Hazel gritou, animada, jogando em meu braços, a bolsa que eu procurava. – Tudo fica mais legal com neve.

- Você odeia neve. – Dou risada, puxando-a pelo braço, pronta para enfrentar o vendaval da rua.

- As pessoas podem mudar, sabia? - Ao ouvir aquilo, franzo a testa e cruzo os braços, encarando-a, que terminava de trancar a porta do apartamento.

Claro que eu já sabia o motivo de toda aquela animação, pois ela não ficava assim desde o dia que ganhou seu pato de pelúcia do Simon, o qual deu o criativo nome de Daffy Duck. Mas eu queria ouvi-la dizer.

- Pessoas mudam, mas você não. – Apertei o botão do térreo e esperei que o elevador começasse a fazer seu barulho estrondoso de sempre.

- Ok! – Ela revira os olhos. – Minha felicidade não tem nada a ver com essa droga de tempo que está fazendo hoje, feliz?

- Só quando você disser que tudo isso está relacionado ao Simon. – Cantarolo, passando pela recepção do prédio, aos pulos.

- Agora é oficial, você é totalmente maluca. – Hazel bufa, esfregando as mãos assim que saímos pelo portão.

O frio estava realmente rigoroso, fazendo com que as pessoas corressem nas ruas, com seus cachecóis e luvas quentinhas.

- Acho melhor nós irmos logo, com esse frio, o metrô vai estar lotado. – Murmuro, enlaçando meu braço no de Hazel, que já estava com os lábios roxos.

- Eu já falei o quanto eu odeio andar naqueles vagões apertados?

- Devia ter pensado nisso antes de bater o meu carro. – Ralho com Hazel, seguindo o fluxo de pessoas que desciam apressadas as escadarias do metrô.

Depois de longos minutos sentada em um dos banquinhos duros do vagão, apenas observando o senhor à minha frente mudar as páginas do jornal, finalmente chegamos ao prédio Daily, que estava extremamente quente, sinal de que o diretores conseguiram arrumar o aquecedor.

Cheguei em minha sala e joguei a bolsa no chão, bufando ao perceber que já havia uma pilha de matérias para editar em cima da mesa.

- Que ótimo começo. – Reclamo, ligando o computador.

- Pelo menos você não terá que correr o dia inteiro, levando cafés e rosquinhas para essa gente preguiçosa – Ela bufa, amarrando seus cachos em um coque mal feito.

Sinto meu celular vibrando em meu bolso e rapidamente pego-o, pronta para começar uma nova maratona de mensagens com Harry, mas o visor piscante mostrava que meu pai estava ligando.

- Ah, pelo amor de Deus! Diga que não é o Harry! Vocês não me deixaram dormir ontem, pois o barulho do seu celular parecia uma bomba explodindo a cada mensagem.

- É o meu pai, Hazel. – Fuzilo-a com os olhos. – E você não tem trabalho para fazer?

- Sei quando não sou bem vinda. – Mostrando-me a língua, Hazel vai embora batendo os pés.

Fiz uma nota mental depois da ligação, para não esquecer do horário que havia marcado para ir jantar na casa de papai, deixando o meu estômago animado só com a ideia de comida que não fosse congelada.

Lendo o pequeno bilhete em cima da pilha de papéis, onde avisada para depois de redigir todas as matérias, leva-las de volta e mandar a redigidas, por e-mail, para Simon, comecei a longa jornada lendo textos sobre uma boa nutrição e como prevenir doenças de pele.

Todas aquelas palavras já não faziam mais sentido para mim, quando finalmente acabei, bem próximo da hora do almoço, fazendo com que apenas eu continuasse na redação. Agrupando todos os papéis em meus braços, faço todo o caminho até a sala de Simon, cumprimentando algumas pessoas que passavam por mim.

Parei em frente àquela porta tão conhecida e, como sempre, entrei sem ao menos bater, o que me causou um grande arrependimento, pois acabei presenciando, novamente, uma cena desconfortável para mim.

Eles pareciam insistir em se “pegarem” sentados, pois mais uma vez Hazel encontrava-se no colo de Simon e, este, sentado em sua cadeira. O beijo deles era tão intenso, que não consegui ficar sem arregalar os olhos.

- Ok, parem vocês dois! – Deixo os papéis em minhas mãos caírem em cima da mesa, fazendo um estrondo. – Vocês tem que parar de se agarrar sempre que eu apareço!

Hazel saiu do colo de Simon, passando as mãos pela boca borrada de batom enquanto ele, tentava arrumar os óculos tortos no rosto.

- Você não sabe bater? - Hazel pergunta, revirando os olhos.

- Depois dessa, acho que aprendi. – Murmurei.

- Não seja tão razinza, Nora, a gente viu você fazendo coisa pior com o Harry. – Simon comentou, pegando os folhas da mesa e as guardando em uma das suas gavetas.

- O que você fez com o Simon? - Pergunto, horrorizada, olhando atônita para Hazel.

- Nada! Por que eu faria alguma coisa? - Ela dá de ombros.

- Só estava falando a verdade, Nora. – Simon sorri, indo até o lado de Hazel e a abraçando pela cintura.

- Ok, acho que vou almoçar, porque vocês parecem que querem ficar sozinhos. – Jogos os braços para o ar, já indo em direção a porta.

- Uma hora você terá de se acostumar. – Hazel grita, rindo.

- Só espero não ser acordada, alguma noite, com o barulho de gemidos. – Grito de volta.

- Nós também te amamos. – Simon diz, no momento em que fecho a porta, revirando os olhos.

Ainda um pouco revoltada, reviro minha bolsa a procura da carteira, percebendo tarde demais, que a tinha deixado em cima da minha mesa, na hora em que fui comprar um refrigerante na máquina.

Arrasto-me de volta para a redação, onde todas as saletas já estavam vazias. Passei pelas minhas divisórias, quando percebi alguém sentado na cadeira, olhando atenciosamente para o monitor do computador.

Não olhei direito para as feições da pessoa, simplesmente fechei os olhos e usei minha bolsa como arma de defesa, acertando-a na cabeça do homem com toda a minha força.

- Droga, Nora! Sou eu! – A voz de Harry me invade, fazendo com que eu abrisse meus olhos e o visse parado na minha frente, com uma careta de dor.

- Você, por acaso, sente algum prazer em me assustar, garoto? - Digo, desesperada.

- Claro que não! Você não me viu aqui? - Ele passa a mão na cabeça, no local onde eu o acertara.

- Se eu tivesse visto, não teria batido em você... – Paro alguns segundo. – Ou teria, como vingança por ontem.

- Eu só estava esperando você voltar e, afinal, gostei dessa matéria sobre a comida mexicana.

- O que está fazendo aqui? - Desligo o monitor e pego minha carteira, ainda sem acreditar que havia achado que Harry era algum ladrão.

- Vim te chamar para comer alguma coisa, ia te mandar uma mensagem, mas acabei de sair do estúdio. – Ele diz, se levantando. – E aliás, a mulher da portaria é bem desconfiada.

- Certo, ótimo. – Pego-o pelo braço e começo a arrasta-lo para fora da redação. – Apenas esqueça que eu te dei uma bolsada e me leve para almoçar.

- Ás vezes não entendo como fui gostar de você, Nora.

Minhas bochechas, automaticamente, começaram a corar e eu simplesmente não tive coragem de olhar em seus olhos naquele momento, pois não queria que ele percebesse que aquilo tinha feito meu coração sair pela garganta, praticamente.

Entramos no elevador em silêncio e, eu não tinha certeza se estava em condições para acabar com aquele gelo.

- Simon e Hazel não vão conosco? -Harry perguntou, meio sem jeito, coçando a nuca.

- Acho que eles não vão almoçar hoje. – Balanço a cabeça ao relembrar dos dois.

Fizemos o caminho até onde o carro dele estava estacionado, em frente ao prédio da Daily e, assim que sentei-me no banco, Harry me encarou, pronto para sair pelas ruas.

- Onde quer almoçar? - Ele tinha um pequeno sorriso nos lábios.

- Qualquer lugar que tenha um lanche bem calórico. – Digo, fechando o sinto e ouvindo a risada de Harry tomar conta do carro, enquanto dava partida.

Passávamos por entre alguns bairros comercias, e eu já não fazia ideia de para onde estávamos indo, portanto, recostei a cabeça no apoio do banco e fechei os olhos, ouvindo a melodia baixa da música do rádio.

- Esqueci de falar, Nora... – Virei-me para olhar Harry, que mantinha os olhos focados na rua. – Eu e os meninos vamos ir para o Japão fazer alguns shows e vamos ficar cinco dias, o voo sairá hoje à noite e ... Eu queria saber se você não estaria a fim de sair para jantar hoje.

- Oh, Harry, eu adoraria, mas marquei de ir jantar na casa do meu pai hoje. – Sinto uma enorme vontade de me bater assim que vejo a expressão que o rosto dele tinha adquirido.

- Tudo bem, eu entendo. – Dava para perceber que não estava tudo bem para ele.

Muito menos estava para mim, pois senti um aperto no peito, o que fez com que eu mexesse nervosamente nas mãos, em busca de alguma solução.

- Você não gostaria de ir jantar na casa do meu pai? - Pergunto abruptamente, quase pulando do banco.

- Não precisa fazer isso, não quero incomodar, Nora.

- Mas eu já fiz, e quero que você vá comigo. – Digo, decidida, com um sorriso no rosto.

- Tem certeza? - Ele me encara rapidamente.

- Apenas venha me buscar na Daily, no final do meu expediente, ok?

- Sim, senhora. – Harry ri, fazendo com que eu balançasse a cabeça.

Chegamos em um lugar bem afastado do centro, onde uma pequena lanchonete, no estilo pinup, se sobressaia em meio a todas as outras construções sem graça.

- Jane’s Bar? - Olho para Harry, que puxava-me para dentro do estabelecimento colorido, coberto de retratos de mulheres dos anos 50.

- Você vai adorar a comida daqui, os meninos e eu costumamos vir quando temos alguma folga. – Ele explica, enquanto nos sentamos em uma das mesinhas ao lado da janela.

Tudo no cardápio da lanchonete poderia me deixar hipertensa com apenas uma mordida, mas os lanches pareciam tão bons, que não satisfeita com o meu, acabei roubando um pedaço do de Harry, que ficou reclamando o resto do almoço e todo o caminho de volta até a Daily.

- Pare de resmungar, foi apenas uma mordida. – Reclamo, jogando os braços para o alto, enquanto tirava o sinto, pronta para voltar ao trabalho.

- Uma mordida? Você quase levou meu braço junto! – Harry fez drama, fazendo-me rir.

- Certo, não vou mais discutir com você sobre isso, se não irei me atrasar para o trabalho. Até as seis, Harry. – Inclino-me sobre o banco, pronta para lhe dar um beijo na bochecha, mais ele virou o rosto, fazendo com que eu selasse seus lábios.

- Até as seis, Nora. – Ele sussurra, separando nossos rostos.

Abro um pequeno sorriso de lado, balançando a cabeça e acenando, enquanto observava Harry sair com o carro, virando na primeira esquina. Com isso, volto para a redação, onde antes de começar o trabalho maçante, ligo para papai, informando sobre o convidado extra.

Até meu pai tinha percebido o quanto eu estava animada.

- Deixe-me adivinhar o motivo desse sorriso bobo, Harry apareceu aqui e vocês saíram para almoçar. – Hazel apareceu ao meu lado, com uma expressão maliciosa.

- Também. – Respondi brevemente, enquanto digitava rapidamente algumas matérias.

- Também? - Ela pergunta incrédula. – O que aconteceu?

- Nada, nós apenas vamos jantar na casa do meu pai hoje.

- Mas vocês já estão no estágio de conhecer os pais?

- Hazel! – Taco-lhe um bloquinho de post-its. – Porque você não vai lá na cafeteira me buscar um cappuccino?

- Busque você! Vai me deixar sozinha hoje para jantar com Harry e ainda me trata como uma empregada, onde já se viu? - Hazel joga os cabelos, saindo da minha sala, reclamando com si mesma, deixando-me ali com as dez maneiras de emagrecer apenas com uma dieta de sopas.

As horas pareciam não passar, e os minutos já se arrastavam. Os ponteiros do relógio pareciam dançar em meus olhos depois da décima vez que chequei o horário. Hazel tinha voltado para minha sala duas vezes, uma para, finalmente, trazer o café que eu havia pedido, o que ajudou a me concentrar e, a outra para avisar que iria ao cinema com Simon.

E depois de mais uma dezena de matérias sobre dietas e roupas de inverno, eu finalmente acabei de redigir tudo aquilo, faltando apenas cinco minutos para as seis horas. Parecendo um tornado, desliguei o computador e joguei tudo dentro da bolsa, agarrando meu cachecol, enquanto deixava minha saleta, observando os outros milhares de redatores prontos para irem embora, assim como eu.

Passei correndo por Hazel e Simon, que também já iam embora, e apenas acenei, entrando no elevador antes que a porta se fechasse. Amarrei meus cabelos em um perfeito rabo de cavalo e passei um pouco de gloss no lábios.

Harry já me esperava no carro, assim que sai do prédio da Daily e, tudo que fiz, foi me jogar mais uma vez no banco do carona, cumprimentando-o com apenas um aceno de cabeça.

- O que você fez para estar praticamente morta? - Ele pergunta, rindo.

- Corri como se minha vida dependesse disso. – Suspiro. – Agora vamos, por que estou faminta!

Vou o caminho todo tentando explicar de uma maneira simples, como chegar à casa de papai, que não ficava muito longe da minha. E rapidamente, eu já pude ver a casinha bege que tanto amava.

- Tem certeza que não vai ser um problema eu estar aqui? - Harry pergunta, nervosamente, enquanto se postava ao meu lado, na soleira da porta.

- Pare de perguntar isso! Você repetiu essa pergunta cinco vezes no caminho até aqui. – Toco a campainha, ouvindo a voz de papai ao fundo. - Depois de provar a comida do meu pai, você irá me agradecer por tê-lo convidado.

Ouço o barulho da porta sendo destrancada e a figura de papai aparece no meu campo de visão, usando sua camisa favorita do Manchester, junto com um avental florido.

- Nora, querida, pensei que tinha esquecido do meu seu velho pai. – Ele me puxa para um abraço de urso.

- Como se isso fosse possível. – Digo, sorrindo. – Pai, este é Harry. Harry, este é meu pai, Frank.

- Muito prazer, senhor... – Harry estende a mão, mas papai apenas ri, dando-lhe tapinhas nas costas.

- Não me venha com essa de senhor, Harry, me chame de Frank, por favor. – Harry sorri, cumprimentando papai com um abraço masculino. – Vamos entrar, a comida está quase pronta.

Ao entrar na confortável sala de estar, tirei a blusa de manga, ficando apenas com a regata azul marinho que vestia por baixo, colocando todas as minhas coisas no armário em embaixo da escadaria de mogno.

- Então você faz parte daquela banda que Cassie vivi falando? Não tivemos chance de nos conhecer na festa do orfanato.  - Papai diz, sentando-se ao lado de Harry no sofá.

- Isso mesmo, Frank – Harry confirma. Sorriu vendo os dois conversando, e apenas sento ao lado de papai, no braço do sofá.

- Aliás, espero que goste de futebol, pois está passando o jogo do Manchester com o Chelsea, e o frango vai demorar alguns minutos para assar. – Papai ri, ligando a televisão no seu canal favorito de futebol, dando início à uma longa conversa com Harry, sobre um assunto totalmente desconhecido para mim, mas gostei de ver os dois se dando bem.

Depois de alguns minutos vendo vários homens correndo de um lado para o outro no campo, levantei-me e fui em direção à cozinha, apenas para checar como estava indo o preparo do macarrão à carbonara.

Coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha, enquanto procurava por um garfo, a fim de provar um pouquinho daquela comida, que estava com um maravilhoso cheiro.

- Isso está com uma cara ótima. – Harry sussurra em meu ouvido, envolvendo minha cintura com seus braços, fazendo com que nossos corpos ficassem colados, deixando-me entre ele e o fogão.

- Você realmente gosta de me assustar. – Sussurro de volta, colocando uma garfada de macarrão em sua boca, esperando pela resposta positiva. – Não deveria estar na sala com papai?

- Está muito bom. – Ele diz, depois de algum tempo. – E eu vim pegar algo para beber, mas achei algo mais interessante para fazer.

- O que? - Pergunto, mesmo já sabendo a resposta.

Harry não responde, apenas começa a distribuir beijos molhados pela extensão do meu pescoço, alternando algumas vezes com pequenas mordidas, que me faziam suspirar. Uma de suas mãos começou a brincar com a alça da minha blusa, enquanto seus lábios desciam pelo meu ombros descoberto.

- Cheguei à conclusão de que gosto quando você está de regata. – Ele diz, com sua voz rouca, me fazendo arrepiar.

- Harry... – Cubro a mão dele, que se encontrava em minha barriga, com as minhas, deixando-me levar pelos seus carinhos, inclinando levemente a cabeça.

- Oh... Desculpem... Estou atrapalhando, não é mesmo? - A voz de papai faz com eu volte a realidade e me desenvencilhe de Harry. – Podem continuar, crianças, vim apenas pegar uma cerveja, não se incomodem comigo.

Nesse momento, o timer do forno apita, alertando que o frango já estava pronto. Sinto minhas bochechas corando, e apenas olho para Harry, que estava na mesma situação que eu.

- Parece que o jantar está pronto – Papai pega as luvas térmicas. – Afinal, vocês estão namorando?

A pergunta faz com que minha vergonha aumentasse um pouco mais, me deixando com vontade de sair correndo. Esperava que Harry desse a resposta, de algo que nenhum de nós sabia, mas ele parecia estar tão confuso quanto eu.

- Nós... Somos apenas amigos. – Digo, completando aquilo, com um sorriso amarelo.

- Hum, sim, entendo. – Papai diz, rindo baixinho. – Bem, vamos comer!

Agradeci mentalmente por ele não continuar com aquele assunto constrangedor, e me ocupo em arrumar a mesa, na tentativa de esquecer tudo. Observo, rapidamente, Harry, que abria uma garrafa de vinho. Nossos olhares se encontraram, mas ele apenas abriu um sorriso confiante, o que me deixou aliviada.

O resto do jantar foi extremamente tranquilo, parecendo até que papai não tinha flagrado a gente se agarrando na cozinha. Conversamos sobre assuntos diversos, e Harry parecia ter amado tanto a comida, quanto meu pai.

E no final da noite, quando já nos despedíamos para ir embora, papai me lançou um sorriso diferente, abraçando-me ternamente, o que me deixou confusa.

- Foi um ótimo jantar, vocês tem que voltar aqui mais vezes. – Meu pai vai até Harry, abraçando assim como a mim.

- Foi realmente tudo muito bom, Frank, sua comida é maravilhosa.

- Eu falei. – Bati no braço de Harry, que riu.

- Já está tarde, não quero atrasar seu voo, aliás, boa viajem, Harry. – Papai acena para nós, enquanto íamos em direção ao carro.

Nos despedimos mais um vez, e Harry saiu com o carro pelas ruas, já escuras, de Londres. Vesti meu suéter novamente, não querendo dar nenhum motivo para que a cena da cozinha se repetisse no carro.

- Vou sentir sua falta, Nora. – Ele me olha, sorrindo.

- Também vou. – Suspiro. – Quando você volta?

- Sábado à tarde.

- Ligue para mim, ok? Vou te buscar no aeroporto. – Já estava, novamente, com um aperto no peito, e sabia que era saudades, mas apenas mordi o lábio inferior.

O caminho até em casa foi mais rápido do que eu queria, e a vontade de sair daquele carro era mínima. Em um impulso, solto meu sinto, praticamente pulando no colo de Harry e lhe dando um abraço apertado, escondendo meu rosto em sua pescoço, deixando que seu perfume me invadisse.

Ficamos em silêncio, apenas sentindo um ao outro e, quando Harry finalmente me soltou de seus braços, ele sorriu, acariciando meu rosto, e colocando algumas mechas revoltas do meu cabelo para atrás da orelha.

- Tenho que ir, se não irei me atrasar. – Ele sussurra e eu apenas confirmo com a cabeça, saindo de seu colo, não antes de lhe roubar um selinho.

- Até sábado, então. – Harry assente, abrindo um pequeno sorriso enquanto eu saia do carro, relutante.

Estava a ponto de chorar, mas mesmo assim acompanhei o carro se afastar, sentindo minha garganta fechar e meus olhos marejarem.  Só então percebi, que estava mais dependente de Harry do que imaginava.

Continua...


Notas Finais


Esse foi o capítulo novo e espero que tenham gostado!
Não se esqueçam de comentar, ok?
E quero avisar que o capítulo que vem vai ter uma pequena surpresinha ;)
Xoxo, Gabi G.


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