História Dark Angel - Love.

Enfio meu nariz em seu cabelo e respiro, seu cheiro doce inebriante. Ele se remexe um pouco em seu sono e seu braço se aperta mais em torno de minha cintura, ele está enroscado em mim, suas pernas emboladas na minha, seu braço me apertando e sua cabeça em meu ombro, ele ressona tranquilamente, é lindo vê-lo dormir.

Quando chegamos a uma cidade que eu não sei o nome, convenci Zayn e aos outros para pararmos em um hotel e dormimos, dizendo que eu precisava descansar, mas não era bem isso.

Zayn não dormia, passou um dia e uma noite dirigindo sem parar, nem mesmo quando eu insistia em dirigir e ele dormir um pouco e nem quando eu o ameaçava jogar um feitiço para ele dormir, ele dizia que estava bem e que aguentava, e isso estava me dando nos nervos.

Quase dei saltos de alegria quando essa cidade que parece ter saído de livros antigos de romance surgiu pelo nosso caminho, e eu tive de dizer que precisava de uma cama descente para pararmos e fazer Zayn e os outros dormirem direito, mas Zayn teve de dar seu exagero.

Quando ele disse que iria arrumar um quarto para nos eu imaginei um hotel de beira de estrada e até estava feliz que fosse; fazia me lembrar de minha infância quando mamãe bebia e não pagava as contas e tínhamos de ir para hotéis, eu sempre me divertia na minha inocência sem saber o que estava acontecendo e achando que estávamos de férias; mas quando Zayn volta e nos leva para um hotel enorme e muito moderno, com um hall que me fez sentir perdida e desconfortável, mas ele dá de ombros dizendo que eu disse que precisava de uma cama decente. Quase dei um tapa nele, ele sabe que não gosto de extravagâncias.

Passo meus dedos pelo seu cabelo escuro, tão macio e brilhante.

Ele está dormindo há horas, eu dormi um pouco também, mas não estou com sono agora, e eu gosto de ver Zayn dormir, é algo que não vejo com frequência.

Fico olhando para o lustre no teto e pensando pra que alguém precisaria de um lustre em um quarto, uma sala de jantar ou uma sala de estar até que tem sentido, mas em um quarto? Sacudo minha cabeça. Extravagâncias.

Pego o iPhone de Zayn e desbloqueio a tela, e quase digo um 'O QUÊ?' bem alto acordando Zayn. Seu papel de parede é uma foto minha, dormindo.

Fico olhando tanto parada olhando a foto que a tela bloqueia novamente, só para eu perceber que sua proteção de tela também é uma imagem minha, em sua casa, eu estou no chão de sua sala de estar em posição de lótus debruçada sobre o livro de Liliam, meu cabelo caindo sobre meu rosto e minhas mãos apoiadas no chão, não me lembro dele tirando fotos de mim e nunca percebi.

Desbloqueio a tela e vou para a galeria de fotos, e encontro mais fotos minhas. Vou passando uma por uma, várias minhas dormindo em seu quarto, meu cabelo caindo ao redor do meu rosto ou no travesseiro, meu rosto tranquilo, algumas minhas na sua casa, uma minha no quintal da minha casa, tudo branco de neve e eu sorrindo para uma flor em minha mão, me lembro desse dia, eu encontrei um cravo vermelho solitário e sai para ver, e ele tinha ficado na porta. Vou passando as fotos, muitas minhas, até que chega a primeira foto que ele tirou, eu estava sentada a alguma distância, eu estava no escuridão, sentada em minha mesa de sempre, lendo meu livro concentrada, meus olhos nessa foto estão verdes, meus antigos olhos.

Fico encarando a imagem por um tempo, parece tão... distante.

Nesta época eu era tão ignorante como todos, não vendo o sobrenatural a nossa frente, tendo uma vida normal e ignorante, sinto falta disse, sem bruxas, vampiros, lobos e encarnações me rodeando. Sem nada, apenas o que todo mundo sabe, nada.

Zayn se remexe e levanta a cabeça, olhando para mim com olhos brilhantes. Me arrependo de sentir falta da minha vida ignorante, porque na minha vida ignorante eu não teria esse homem me olhando com tanto amor nos olhos.

Ele recosta a cabeça em meu ombro e inspira alto, me aperta mais e beija meu pescoço.

- Então quem estava certo? Eu em parar e dormir em uma cama decente ou você em dirigir e não dormir?

Ele ri e se deita ao meu lado, me puxando para deitar em seu peito.

- Você. - Ele admite, dou um sorriso grande de vitória e olho para ele.

Ele olha para minha mão e eu sigo seu olhar, eu ainda estava com seu celular.

- Mexendo nas minhas coisas? - Diz ele.

Eu levanto minha mão para nos duas olharmos a tela.

- Você andou tirando fotos minhas? - Digo passando as inúmeras fotos minhas, querendo desesperadamente selecionar o 'delete' em todas. Não fico muito a vontade tirando fotos.

- A culpa é sua de ser tão adorável dormindo. - Ele diz e pega o celular de minha mão e o vira para mim, e ouço o barulho de uma foto nova sendo tirada.

Ele vira a tela para mim e olha para minha mais recente foto, eu o olhava com curiosidade, meus olhos quase negros brilhando e minha testa franzida.

Pego o celular de sua mão e foco seu rosto, tirando uma foto sua.

Ele está lindo, seus olhos brilhando e com cara de sono, seu cabelo ao seu jeito caindo na testa, seus lábios rosados que qualquer garota mataria para ter em um pequeno sorriso, suas bochechas rosadas de um jeito doce.

- Você pode sair em fotos! - Digo e começo a rir.

Ele começa a rir e puxa o celular de minha mão, olhando para a tela.

- Você é a modelo aqui.

Ele vira para mim para bater outra foto, mas eu puxo o celular de sua mão e levanto ele na distância de um braço e tiro uma foto nossa juntos.

- Bem melhor. - Digo olhando a foto, ele todo lindo e eu desarrumada.

Ele volta a se apertar em mim apoiando sua cabeça no meu peito e fecha os olhos, fico passando as mãos pelo seu cabelo.

- Katherine eu não estou a fim de dormir novamente, mas você me acariciando vai ser difícil.

- Durma, eu também vou. - Murmuro baixo, surpresa de estar meio sonolenta.

Ele se inclina e me beija lentamente, descende seus beijos pelo meu queixo, pescoço, até minha clavícula.

Sinto seus dedos mexendo em minha blusa, levantando-a lentamente, seguro seus cabelos, ele levanta seu rosto e me olha nos olhos.

- Você quer? - Ele diz, sua voz rouca.

Sim! Sim! Minha mente grita desesperadamente, mas meus lábios não se mexem. Eu quero, como quero, mas eu não consigo dizer, fico ali, congelada, sem dizer nada.

Ele volta a se recostar em meu peito e fecha os olhos.

- Tudo bem, durma um pouco.

Um minuto depois ele já estava dormindo, me puxando para si, e eu estava ali, em silêncio e parada.

Não consigo entender o que aconteceu comigo, fiquei paralisada, não consigo entender, o que aconteceu?

Idiota, isso que eu sou. Porque eu ficaria parada assim? Porque alguma mulher ficaria parada assim? 

Ele me ama, me disse isso, está sempre comigo e salvou minha vida tantas vezes, eu sou uma idiota, isso sim.

O brilho de seu anel chama minha atenção, o que me faz perceber o quão fraco ele está. Que estranho, deve ter sido o esforço, ele foi muito forçado e eu também não estava muito que prestando atenção na hora da luta.

Coloco meu dedo sobre o anel de prata em formato de rosa e murmuro baixinho o feitiço, sentindo a energia fluindo por ele, mas dessa fez faço um feitiço diferente, é de proteção, mas não proteção quanto a alguém não puder bater nele, mas proteção quanto a feitiços, nenhuma bruxa ou feiticeira poderá jogar qualquer feitiço nele enquanto ele estiver com este anel.

Termino e me sinto melhor, lembro-me perfeitamente o quanto ele ficou frustado por Luce e Leiht terem usado um feitiço contra ele.

Analiso meu anel, ainda estamos com o feitiço de sentir um ao outro. Entrelaço minha mão na dele e fecho meu olhos, cansada de repente.

Acordo sentindo algo estranho, algo faltando. Me mecho e percebo que Zayn não está na cama.

Me levanto em um pulo, tive um sonho em que ele me deixava, que alguém fazia ele me deixar, sinto calafrios, ainda posso sentir o vazio dentro de mim.

Olho ao redor do quarto escuro, minha visão se acostumando, e o acho, em pé diante da janela, as corinas fechada.

Vou até ele, abraçando-o. Ele me puxa para si, me aconchegando em seu peito.

- O que você está vendo? - Digo e puxo um pouco a cortina.

Ele dá um pulo e vai parar no outro lado do quarto quando um feixe bem fino de sol entra, tomo um susto e solto a cortina rapidamente, ele está do outro lado, encolhido no canto.

Ele não pode ser tocado pelo sol, ele se machuca se isso acontecer.

- Não queria te assustar. - Ele diz, seus olhos grandes. Seus olhos estranhamente brilham no escuro, tenho que admitir que é assustador.

- Não assustou.

Vou até ele e puxo sua mão com o anel, fecho meus olhos e murmuro baixinho.

- Confia em mim? - Digo quando acabou, abrindo meus olhos.

- Sim, claro. - Ele diz, não entendo.

Sacudo minha cabeça e puxo ele até a janela onde estávamos, e antes dele perceber minha intenção puxo toda a cortina.

A luz do sol banha o quarto, olho para Zayn que cobre o rosto com o braço e se abaixa, mas o sol não queima sua pele. Quando ele percebe ele fica olhando para mim ainda detrás de seu braço. Sacudo minha cabeça, sorrindo.

Ele abaixa o braço lentamente, olhando para sua pele pálida ainda perfeita sob a luz do sol, sua expressão é de dúvida, como se ele não acreditasse ou não quisesse acreditar. Ele mexe o braço e passa a mão sobre ele, sobre seu rosto, seu sorriso cada vez maior.

- Você quem fez isso? - Ele diz, seus olhos brilhando para mim e sobre a luz do sol seus olhos estão da cor de mel, brilhando.

- Sim. - Puxo sua mão e indico o anel. - Um feitiço bem fácil.

Ele me puxa para seus braço, me apertando contra si e eu me sinto pequena. Ele enche meu rosto de beijinho, na bochecha, nos olhos, no queijo, nos meus lábios, na minha testa, vários beijinhos em meio s sorrisos.

Eu sabia o quanto ele gostava de sol, uma das poucas coisas que ele me contou sobre seu passado, ele contou que saia com sei pai para pescar na beira do lago e se banhava de sol, era o que ele mais sentia falta de quando era humano.

- Você deve estar com fome. - No momento em que ele o diz eu sinto fome, antes não havia me dado conta, mas agora estou faminta. - Vamos.

Vamos até o restaurante do hotel e eu como tanto que fico meio sonolenta quando termino. Zayn se deliciou de poder sair durante um dia de sol, nos sentamos perto das janelas de vidro com o sol entrando até nos, e ele estava magnifico.

Ele vestia um jeans justo preto, all star e uma camisa de linho branco que expõe seu antebraço esquerdo todo tatuado e com ray ban, olhando de um lado para o outro, e sorrindo para mim. É lindo de se ver.

- Terminaram? - A nossa garçonete pergunta. Ela mal olhou para mim o tempo inteiro em que nos atendeu, só ficou encarando o Zayn, sua bochecha corando quando ele se dirige a ela e seus pensamentos que me deixam morrendo de ciúmes, mas eu tento me controlar.

- Sim. - Respondo e fico feliz com a decepção em seus pensamentos quando Zayn mal levanta os olhos de seu jornal que está lendo.

Então ela finalmente olha para mim, ela me analisa, reparando tudo em mim. Fico feliz de ter tomado um banho e trocado de roupa, e arrumado meu cabelo, mas fico surpresa pelo jeito que ela me vê.

Ela me acha atraente, repara em meu cabelo dourado descendo em alguns cachos grossos pelo meus ombros até minha cintura, o formato de meu rosto, meus lábios, e percebo tarde demais que ela gostou de mim. Não do jeito que uma mulher vê a outra, mas do jeito que uma mulher vê um homem atraente. Ela jogo dos dois lados.

Arregalo meus olhos e ela sorri abertamente para mim, tiro-me de sua mente e me apresso para sair dessa situação.

- Ah..  Hm... e-eu.. - Atrapalho-me em minhas palavras, e capto em seus pensamentos que ela acha isso fofo. - Vou ao toalete.

Levanto-me e passo por ela quase correndo, ela iria se oferecer para ir comigo, olho por cima do ombro rapidamente a tempo de ver sair tirar os óculos escuros e olhar para mim, não entendo.

Apoio minhas mãos na pia de granito branco, e me encaro no espelho.

Eu não tenho nenhum preconceito, longe disto, ela era linda, cabelos negros longos e olhos claros, mas os pensamentos dela me assustou, ela imagina uma orgia, onde estariam eu, ela, Zayn e outra mulher, Zayn passando de uma a outra, e ela também pensou em saber onde era meu quarto para uma visitinha, e ela queria saber onde eu iria, como uma perseguidora. Isso é tudo o que eu menso preciso agora, uma nova perseguidora sádica por sexo.

Lavo minhas mãos e quando volto Zayn está rindo.

- O que foi? - Eu pergunto.

- Acho que entendi o porque de você sair correndo.

Olho em volta para ver se aquela louca ainda está por perto, sinto um alívio quando não a vejo.

- Acho melhor de levar antes de você sair correndo daqui. 

Nos vamos andando de mãos dadas.

- Zayn Malik! - Escuto alguém gritar o nome de Zayn e olho ao redor, surpresa.

Um homem alto de cabelos pretos, olhos claros e pele pálida (N/a: eu iria colocar uma foto dele, mas prefiro deixar a vocês quem vocês quiserem imaginar como ele), acena para nos e vem andando.

Olho para Zayn, ele apenas balança a cabeça e tiro os óculos, e sorri brevemente quando o homem se aproxima.

- Quanto tempo. - Ele apertam as mãos e seus olhos claros se dirigem a mim. - E quem é esta bela dama?

Ele me avalia de cima abaixo, seus olhos eguem meu corpo e voltam até meus olhos, fico totalmente sem jeito, o jeito que ele me olha, é intimidante.

- Katherine Le Brun. - Zayn diz, sua voz dura e sem qualquer emoção.

- Hareton Draw - Ele estende a mão e eu a pego, ele aperta meus dedos levemente e sorri abertamente.

Seu olhos brilham, acho que me reconhece, claro, ele com certeza sabe sobre a maldição.

Solto sua mão rapidamente e olho para Zayn. Ele são da mesma altura, o que me faz sentir menor do que já sou.

- Vocês são amigos? - Pergunto depois de um silêncio sinistro que se instalou, Zayn encara ele de um jeito, que me dá arrepios.

- Zayn é um velho amigo meu, ele nunca te contou sobre mim? - Ele diz, sorrindo para mim, sacudo a cabeça. - Entendo, ele é bem misterioso, não acha?

Permito um sorrisinho para ele, ele não desvia os olhos dos meus. Tento acessar seus pensamentos, mas sou impedida por uma barreira, vampiro.

- Foi há tempo demais, não havia o porque dizer. - Zayn diz, sua voz ainda seca, porque ele está agindo assim?

Hareton olha para Zayn, fico aliviada por ele desviar o olhar de mim, eles se encaram por um momento.

- Tenho uma festa hoje, ficaria feliz com a presença de vocês. - Ele diz, e seus olhos novamente caem em mim. - Sempre quiz conhecer uma descendente de Liliam. - Ele diz bem baixinho, só para mim.

Fico encarando ele, sem desviar.

- Apesar de ter visto algumas delas, elas não se pareciam com você, você se parece muito com Liliam, e posso sentir seu poder emanando. - Ele diz, mais baixo ainda.

- Você conheceu Liliam? - Digo meio alto.

- Sim, a vi uma vez, e mesmo sendo uma memória meio remota, consigo reconhecer o quanto você se parece com ela.

Fico de queixo caído, ele conheceu Liliam! Queria fazer milhões de perguntas, mas me seguro calada.

- E então? - Ele diz, olhando de mim para Zayn.

- Nos estaremos lá. - Zayn diz.

Fico meio sem saber o que ele está falando. A festa, claro.

- Ah que bom, agora eu vou ter uma companhia para fazer compras!

Tomo um susto quando uma garota aparece do nada gritando, eu não havia percebido ela por ali.

Ele vem até mim e me abraça, sinto sua pele fria por baixo de seu casaco, vampira.

- Sou Anne. - Ela diz sorridente quando me solta. - E Você é Katherine!

Seu cabelo castanho balança enquanto ela dá pulinhos. Ela parece ter uns dezessete.

- Kathy. - Digo meio sem jeito, ela continua a rir e a dar pulinhos.

Olho para Zayn e acho que eu espelho sua expressão meio assustada e surpresa. olho para Hareton, que parece alheio a Anne, ele olha para mim e para Zayn, sorrindo.

- Ótimo. - Hareton diz. - Que bom que agora Anne terá companhia.

Zayn me passa um cartão de crédito preto e beija minha bochecha, e diz baixinho:

- Tenha cuidado.

Mas antes de eu poder dizer algo Anne me puxa dele e eu olho por cima do ombro, ele me olha divertido, e eu lhe mando um olhar de socorro.

Anne me leva pelo hotel, e eu tento me esforçar para ouvir tudo o que ela diz, mas ela fala tão rápido!

- É verdade que você é a reencarnação de Liliam? - Ela pergunta, seus olhos claros brilhando, agora eu percebo o quanto ela se parece com Hareton.

- Sim.

Ela sorri, seus olhos brilham, ela parece uma criança.

- Ouvi dizer que quando a hora em que a maldição será quebrada, a descendente é tão forte quanto Liliam era, e as irmãs Luce e Leiht voltariam. - Ela sussurra, como se fosse nosso segredo.

- Sim, é verdade, e advinha que é? - Ela arregala os olhos, e pela primeira vez nos dez minutos em que nos conhecemos ela fica calada.

- Você? - Ela diz baixinho. - Por isso eu sinto isso!

Ela bate a mão na coxa e ri para si mesma.

- Então também é verdade essa história dos olhos. - Ela diz chegando perto demais, seu nariz quase encostando no meu, fico paralisada. - E as gêmeas? Já apareceram? 

Sacudo a cabeça e ela arregala os olhos novamente. Ela tem o rosto redondo e cachos, e com os olhos arregalados parece uma boneca.

- Há mais ou menos três dias eu as encontrei.

Ela abre a boca e pega me meus ombros.

- Me conta tudo!

E eu conto, tudo, os lobos e metamorfos, como foi a luta, como elas apareceram e as sombras e as coisas que sairam do buraco, e a surra que dei nelas.

- Elas mereceram. - Ela ri. - Havia muita maldade, elas estão consumindo de seu ódio há milênios.

Concordo com ela, me admira elas não estarem loucas.

- Também acho. - Arregalo os olhos, oque? - Ah, eu não consigo ler seus pensamentos, só fragmentos, desculpe, é meio que sem querer.

- Acontece o mesmo com Zayn. - Digo para mim mesma.

Ela me puxa para uma loja, este hotel tem lojas também,uau.

É a nossa terceira loja, e ela ainda não achou o que procura.

- É uma festa de gala! Tipo as do século XVIII! Aqueles vestidos! Mas não acho nenhuma loja decente!

Ela reclama saindo da loja batendo o pé.

- Bem, que tal aquela? - Aponto para uma loja com vidro fume preto, com letras vermelhas escritas " Dark " - Parece ter o que você procura.

Ela olha pensativa para a loja, mas dá de ombros e pega minha mão, me levando até a loja.

O interior da loja é todo em cores escuras, as paredes cor de vinho, o chão de mármore escuro e o carpete macio branco, a única coisa clara, e os divãs disposto em cor vermelho sangue, até que é bonito.

Anne se apressa para os vestidos, e dá gritinhos quando percebe que encontrou o que procura.

Vou mais lentamente pelos vestidos, passando por eles, sem nenhum me chamar a atenção, mais porque eu não vi Ian e Alejandra e nem tive tempo de perguntar a Zayn.

- Kathy! Kathy! - Eu me viro e Anne está com um vestido todo pomposo e azul. - O que você acha?

- É lindo. - Digo, é, realmente, lindo. - Você deveria experimentar.

Ela sacode a abeça e entra na cabine, eu continuo olhando alguns, não me interessando. A atendente tentou me ajudar, mas eu disse que estava bem.

Anne sai alguns minutos depois com o vestido, e ela está maravilhosa.

- O que acha? - Ela diz, rodando.

- Perfeito, realça seus olhos.

Ela vem até mim e me abraça, eu retribuo, é estranho como mal a conheço e já me sinto tão confortável com ela.

- Agora você tem que encontrar o seu!

Ela tira o vestido e vem me ajudar, e depois de muitos e muitos vestidos descatados, eu escolho um que gostei.

Ele é de cetim preto e longo, a saia não tanto cheia como o de Anne, mas tem seu estilo, e é tomara que caia. Um que eu gostei pelo menos.

- Ahh você tem que ir com ele!! - Anne grita quando saio da cabine.

A vendedora coloca um espelho enorme na minha frente e eu me vejo. O vestido coube perfeitamente em mim.

- Tudo bem.

Na hora de pagar quase não dou o cartão, o vestido é realmente muito caro, mas Anne vendo eu hesitar puxa o cartão de minha mão e passa, não sei como ela sabia a senha, já que nem eu sabia.

Saimos da loja com uma bolsa enorme e agora segundo ela precisávamos de sapatos, o bom foi que na primeira loja ela encontrou o que queria, um salto enorme preto, o meu também é preto, mas não tão alto.

Não compro jóias, não quero torrar o dinheiro de Zayn, Anne leva um colar lindo com uma pedra azul, para combinar com seu vestido.

Já no nosso apartamento, ela não me deixa ir falar com Zayn e me leva para seu quarto, me fazendo de barbie.

O que vejo no espelho não se parece comigo, nem um pouco.

Vejo uma mulher com um belo vestido preto, seu cabelo caindo solto pelos ombros, seus olhos mais negros, a maquiagem realçando o violeta que ainda resta nele, e a boca vermelha um ponto de cor. Não se parece comigo, eu estou... bonita.

- O que achou?? - Anne pergunta, seus olhos brilhando de expectativa.

- Ah ... Hmm... Eu... Adorei. - Digo, me atrapalhando.

- Que bom. - Ela aperta meu braço levemente.

- Posso ver Zayn agora? - Pergunto, ansiosa, preciso saber dele de que eu não estou ridícula.

- Pode. - Ela diz rindo, e começa a se arrumar.

Saio pelo corredor me acostumando com o salto alto e entro no elevador.

Quando chego no nosso quarto percebo a porta encostada, entro sem dizer nada.

Encontro Zayn em frente ao espelho do quarto, mexendo em seu cabelo, e quando ele olha para mim e seu queixo cai, literalmente, pergunto:

- Está tão ruim assim?

Fico olhando para o carpete do quarto, sinto seus dedos em meu queixo e ele levanta meu rosto, me fazendo olhar em seus olhos.

Ele dá um passo para trás e me olha, de cima  baixo, pega minha mão e me gira.

- Você está linda. - Ele diz, seus dedos percorrendo meu queixo e descendo pelo meu pescoço, deixando um arrepio por onde ele toca. - Absolutamente linda.

Sua mão para na base de meu pescoço e ele me olha novamente, não consigo dizer nada.

Ele segura meu rosto com as duas mãos e me beija.

- Absolutamente linda. - Ele me beija nos lábios novamente. - Absolutamente minha.

Sorrio, afirmando.

Ele se afasta e vai até a bolsa que ele trouxe, e eu reparo nele, ele está de terno preto, camisa branca sem gravata e seu cabelo está com as pontas para todo lado, dou um suspiro, ele está lindo, lindo demais.(foto nas notas finais)

Ele coloca em minhas mãos uma caixa de veludo azul e a abre, revelando uma gargantilha de renda com uma rosa e um rubi e brincos grandes com pedras de rubi.

- Era de minha mãe, ela dizia que quando eu encontrasse a mulher de minha vida ela daria isto a ela, como ela não está aqui eu mesmo faço isso.

Ele sorri abertamente para mim, e eu fico parada, olhando dele para a joia.

- Eu não deveria...

- Você é a mulher da minha vida, é sua, e não venha com essa de ser caro, eu a guardei por todo esse tempo esperando por você.

Fico ali parada, sem palavras, sei que qualquer coisa que eu disser não vai mudar.

Ele tira a gargantilha e tira o cabelo de minha nuca, sinto seus dedos em minha pele, e ele deposita um beijo quando a coloca. Depois pega o brinco e o coloca.

Satisfeito, diz:

- Venha ver.

Vou com ele até o espelho, e de novo não acredito que seja eu, não se parece comigo, parece uma versão minha mais rica e esnobe.

Ele me puxa para ele, me abraçando. Me conforto nele, sentindo seu corpo no meu, seu recente calor, me confortando, me sentindo segura, querendo nunca mais sair deste abraço.

Até que alguém bate a porta.

- Vamos pessoal! - Anne entra no quarto, ela está linda, o vestido realçando seus olhos junto com o colar, com os lábios rosados e os olhos marcados ela parece perfeitamente com uma boneca.

Vamos até o salão, é um baile de máscaras, Anne comprou a minha, uma mascara escura de renda, e a de Zayn um preta também, ele está absurdamente lindo.

Mas quando entro no salão lotado de mulheres lindas em seus vestidos de seda e homens em seus melhores ternos, o sangue foge de meu rosto.

O candelabro, o lustre, as paredes, as cores, tudo, está tudo exatamente.

- O que foi? - Zayn pergunta, eu empaquei na entrada.

- É o salão. - Digo, minha voz um fiasco. - O salão que eu tive a visão.