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História A Little Crush - Mentiras Esfarrapadas.


Escrita por: natymoreira

Notas do Autor


Chegamos amoores, agradeço a todos pela paciência que tiveram em esperar eu repostar tudo novamente. Sou extremamente grata a todos vocês, eu espero que gostem e uma ótima leitura.

Capítulo 15 - Mentiras Esfarrapadas.


Capítulo 15 – Mentiras Esfarrapadas.

 

Eram quase cinco horas da manha quando eu voltava pra casa com Zayn. Eu tinha insistido pra ele que eu poderia vir sozinha, mas ele não deixou. E não era nada fácil convencer ele a mudar de ideia. Todos os comércios estavam fechados, a única coisa que se via era a estrada iluminada pelos faróis de carro e as luzes dos altos postes. Uma neblina fina caia sobre a cidade, e o sereno da madrugada fazia um borrão no vidro do carro. Mesmo com o ar quente ligado, eu estava com frio. Apertei o sobre tudo contra meu corpo e encolhi minhas pernas.

Olhei de relance para Zayn, ele permaneceu calado o caminho todo. Já estava começando a achar que ele tinha se arrependido na noite passada. Ele apertou a ponta do nariz como se quisesse esquecer o meu olhar sobre ele. Volte-me para a janela e percebi que já estávamos na rua de minha casa. Suspirei duas vezes em seguida e Zayn parou o carro uma esquina antes da minha casa.

- Não quero complicar você Emma, então é melhor descer aqui.  –Ele estava certo, do jeito que aqueles vizinhos eram fofoqueiros e ‘’amigos’’ de mamãe, se me vissem sair do carro de Zayn, eram capazes de inventar coisas absurdas. Concordei com a cabeça e sai do carro, fui impedida por Zayn segurando meu pulso.   – Não vou deixar você, eu prometo.

Senti-me aliviada e confortada por ele ter dito aquilo.

- Acredito em você.  –Sorri e sai do carro, aguentando firme a vontade de dar um beijo nele.

Olhei mais uma vez para a rua tendo a certeza que ninguém nos observava e corri a passos largos até chegar em frente a porta. Peguei a chave reserva que mamãe deixava dentro de um vaso de plantas na entrada, e abri tentando fazer o mínimo de barulho possível. Suspirei feliz ao ver que mamãe ainda dormia, caminhei até o meu quarto tirando o casaco e me jogando na cama. Olhei para o teto e sorri sozinha, me virei para o lado. Mas do que nunca eu estava me sentindo completa e feliz.

Como era sábado eu resolvi tomar logo um banho, porque não iria conseguir voltar a dormir. Joguei a camisola no cesto de roupas sujas junto com a minha peça intima e girei o registro. Cada músculo do meu corpo relaxou ao sentir o toque da água quente. Passei o tempo ali debaixo pensando em Zayn, e como foi maravilhoso a minha noite. Foi bem melhor do eu imaginava ser, bem melhor mesmo.

Me enrolei em uma toalha quando terminei e coloquei uma menor em meus cabelos, tinha lavado meu cabelo ontem, mas, depois de tudo ele estava soado de novo. Peguei um creme de erva doce, que eu simplesmente adorava e espalhei por todo o meu corpo. Arrumei meus cabelos e coloquei uma roupa simples (1). Olhei para o relógio que marcava quase seis e meia, como o tempo passou tão rápido e eu não percebi?

Para distrair um pouco, eu fui ler. Peguei ‘’Um Homem de Sorte’’ do Will Fetters e me sentei na cama. Fiquei lendo por um bom tempo, até mamãe entrar no quarto.

- Bom dia querida.  –Sua voz passou pelos meus ouvidos causando-me uma raiva imensa. Fiz um aceno com a cabeça em forma de resposta.  – Vou ao mercado, quer ir comigo?

Por mim eu ficaria em casa a tarde toda sem fazer absolutamente nada, mas, porque não aceitar seu convite?

- Tudo bem.  –Fechei o livro e o deixei sobre o travesseiro. Calcei minha sapatilha e a acompanhei saindo do quarto.

. . .

Em menos de quinze minutos paramos em frente ao supermercado. Mamãe estacionou o carro em uma vaga mais afastada dos outros veículos e depois descemos. Peguei um carrinho dos menores, já que não iríamos comprar muitas coisas. Apenas para o almoço e o jantar.

Mamãe caminhava um pouco a minha frente, e eu dava passou entediados por aquelas prateleiras enormes.

- Mãe... –A chamei e ela se virou sorrindo.  – Pode olhar o carrinho agora? Quero ver umas coisas.

- Pode ir, nos encontramos daqui a pouco.

Assenti e caminhei por outro corredor ate onde estavam os chocolates. Eu tenho certeza que esse meu vicio por chocolate se deu devido a papai. Ele era confeiteiro e tinha uma padaria, e sempre que ele fazia trufas, doces, bolos ou qualquer coisa que envolvia chocolate, ele me mandava provar. Acabei criando gosto pela coisa.

- Olha quem eu encontrei por aqui.  –Alguém disse atrás de mim.

- Desculpa esta falando...  –Me virei dando de cara com Harry.  – Comigo.

- Olá pra você também, Emma.  –Ele brincou. Até hoje eu não sei por que motivo ele começou a falar comigo, semanas antes eu era insignificante.   – Parece que não esta feliz em me ver.

- E porque eu deveria estar?  -Perguntei sarcástica. Olhei para a cestinha que ele segurava nas mãos, estava repleta de bebidas e energéticos, e se não me engano vi um pacote de camisinha lá dentro também.

- Porque você me odeia tanto?  -Ele parecia revoltado.

- Não odeio você.  –Falei a verdade. Eu não tinha nada contra Harry, até o achava legal. Mas isso não muda muito as coisas.

- Então porque me trata dessa forma?  -Ele deu dois passos, eu olhei para uma barra de Hershey’s.

- Porque ‘tá falando comigo sendo nunca sequer me deu um oi?  -Rebati.

- As coisas mudam, comecei a te achar interessante.

- Não acredito muito nisso.  –Falei cruzando os braços. Ele mordeu os lábios e me encarou.

- Como você é namorada do Zayn, quis me aproximar mais de você.  –Ele sorriu coçando a nuca.

- Não sou a namorada do Zayn.  –Como eu disse, não sei que tipo de relação nos temos ainda. Pode se chamar de ‘’ficar’’?

- Pelo jeito que a cama dele estava bagunçada hoje, creio que vocês sejam bem mais do que isso.  –Ele disse dando um passo mais próximo. Minha boca se abriu em um O bem redondo.  

- Vou ignorar esse seu comentário.  –Falei sem graça.

- Vi você dançando aquele dia na boate, confesso que quase esqueci que Zayn é meu amigo e te pegava lá mesmo.  –Ele escorou a mão vazia na prateleira. Já não bastava Zayn de safado, agora eu tinha que aturar Harry, o mulherengo.

- Essa piada não teve graça, lamento.  –Revirei meus olhos e peguei uma caixa de bombons e uma barra de chocolate branco com amendoim.   – Tenho que ir, tchau.

- Vamos ser bons amigos Emma.  –O ouvi dizer, mas, não me virei para responder algo.

Depois de ter dado algumas voltas encontrei mamãe perto da sessão de carnes. Coloquei os doces dentro do carrinho.

- Já peguei tudo o que queria, podemos ir?  -Falei.

- Sim, vamos. 

Passamos pelo caixa para pagar as compras e depois fomos embora.

. . .

No final da tarde resolvi assistir uns filmes na tevê. Preparei uma pipoca de micro ondas e me deitei no sofá. Em algum canal que eu não me lembro do nome passava Marley e Eu. Antes do filme chegar na metade, minha pipoca tinha acabado e eu não tinha um pingo de vontade de ir fazer outra. Agora eu só queria ver Zayn e beijar ele, sentir sua pele em contato com a minha e ver aquele sorriso cafajeste em seus lábios. Fui tirada dos meus pensamentos quando mamãe se sentou na ponta do sofá em que eu estava.

- Vamos ao culto amanhã, e tenho uma surpresa pra você.  –Porque aquilo não me parecia que ia ser legal? Olhei esperando a resposta.  – Quero que conheça alguém amanha. O nome dele é Derek, é filho de Elisabeth. 

- Valeu, mas, não ‘tô interessada.  –Falei trocando de canal.

- E porque não?

- Não quero conhecer outra pessoa, estou bem do jeito que estou.  –Respondi e ela me olhou furiosa.

- Não me diga que ainda é por causa de Zayn.  –Ela se levantou gritando.  – Eu já disse que não quero você com aquele garoto.

- Eu não entendo o porquê disso, papai não era nenhum santo ou pastor quando vocês se conheceram.  –Tentei manter a calma, mas, estava difícil.

- Não tente comparar uma situação a outra. Há uma grande diferença. 

- Ah é? Então me diga qual é. Porque eu não sei.  –Eu estava quase me descontrolando, faltava apenas um passo para que eu explodisse. Ele se calou e me olhou.

- Olha só como fala, é igualzinha a ele. Não percebe o mal que esse garoto lhe faz?

- Ao contrário mãe, ele me faz bem. Muito bem.  –Disse firme e sem temer o que viria depois.

- Vai terminar com ele.  –Ela disse respirando fundo, estava tentando permanecer calma também.

- Não, eu não vou.  –Continuei firme.

- Emma, você vai agora terminar tudo com esse garoto ou pode ir arrumando as malas agora mesmo.  –Ela apontou para a porta.  – E eu não estou brincando.

- Não pode me obrigar a fazer, não pode.  –As lagrimas que já corriam pelo meu rosto me obrigavam a gritar.

- Eu te levo até a casa dele.  –Ela saiu procurando supostamente as chaves e eu me desabei, sente no sofá com o rosto entre as mãos.

Será que ela não tinha coração pra fazer aquilo? Será que ela não percebia que eu não queria conhecer ninguém, não queria ninguém e sim Zayn. Era só ele, apenas ele.

- Vamos Emma, você é mais do que tudo isso.  –Quando ela foi tocar meu braço para me levantar eu puxei com força, e a olhei furiosa.

- Um dia você vai se arrepender de tudo isso, guarde minhas palavras.

Sai de casa pisando fundo até o carro. Logo atrás vinha mamãe sem um pingo de piedade.

Ditei a ela o caminho à casa de Zayn, que não era muito longe. Quando chegamos em frente ao seu sobrado, eu desci do carro correndo. Toquei a campanhinha e ele não demorou a atender.

- Zayn me ajuda, por favor.  –O abracei com toda a força possível.

- O que foi Emma? O que aconteceu?  -Ele disse preocupado, tive certeza que ele sabia do que se tratava quando parou de falar e olhou pra minha mãe atrás de mim.

- Ela quer me mandar pra Alemanha, só porque algum idiota contou a ela que a viu a gente.  –Falei em prantos, nem eu mesma sabia o porquê daquele escândalo todo. Eu não estava apaixonada por ele, estava? Provavelmente sim, percebi isso a partir do momento em que eu sentia falta ate do cheiro dele.

- A senhora não pode fazer isso.  –Ele começou.

- Mas é claro que posso, sou a mãe dela e sei o que é melhor para... 

- Não venha com esse papo novamente.  –A cortei.

- Solte-a. Você não a merece, nunca vai poder dar o que ela merece. Você é um demônio.  –Ela me puxou de seus braços e Zayn riu.

- Demônio?  -Ele repetiu ainda com o sorriso nos lábios.  – Porque não deixar sua filha ser feliz?

- Ela pode ser feliz, sem você.  –Ela tinha fogo nos olhos, parecia um leão quando esta frente a frente a sua presa.   – Prometa que vai ficar longe da minha filha, ou mando ela pra Alemanha e vocês nunca mais vão se ver, nunca mais.

- Mamãe...  –Tentei falar algo, mas não conseguia.

- Eu prometo.  –Ouvi a voz de Zayn e senti meu coração se despedaçar.

- O que?  -Perguntei incrédula.

- Eu prometo ficar longe da Emma.  –Ele disse sério.  – Posso pelo menos conversar a sós com ela?

Ela assentiu e foi para o carro. Zayn deu espaço para entrar na sua casa e fechou a porta atrás de si.

- Você prome...  –Comecei a falar antes de seus lábios se encostarem aos meus, unimos-nos em um pequeno selinho.  – Pensei que tinha dito que ia ficar longe de mim.

- Você acha mesmo que eu sigo alguma regra? Sou Zayn Malik, ninguém manda em mim.  –Ele disse convencido. Meu coração deu uma cambalhota de alegria. Passei minhas mãos pelo seu pescoço e o puxei para um beijo ardente. Quando poderíamos repetir a dose da noite passada?

- Eu odeio você.  –Falei pousando as mãos em seu peito.

- Seria muito bom se isso fosse verdade.  –Ele sorriu de canto.  – Preciso que saia por essa porta fingindo estar o pior possível.

Sua testa colou-se na minha.

- Prometo dar um jeito de ver você, do jeito Malik.  –Ele sussurrou antes de me dar um ultimo beijo.  – Vá logo.

Separei-me dele mesmo não querendo e abri a porta, dei uma olhada antes de ir para o carro.

Só espero que esse plano de Zayn dê certo, e no final nos ficássemos juntos.

Continua...


Notas Finais


Gostaram? *-*


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