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História Herança Veela - Cap 11 - Seguro:


Escrita por: AmandaRoss

Notas do Autor


OLÁ SEUS LINDOS!! Desculpa a demora... Serio mesmo... É que teve minha festa de quinze anos, o que foi realmente cansativo e se não bastasse dois dias depois eu fiquei doente e não pude escrever por que tava quase podre, então eu dei uma corrida para escrever esse capítulo, por que se não ia demorar muito mais e eu não gosto de demora... Por mais irônico que possa parecer... Mas enfim.

Nesse capítulo ainda não teve o beijo tão esperado e tals, mas... Ta caminhando, tá indo... Assim, talvez, bem talvez mesmo, eles se acertem no próximo capítulo? Vou ver o que eu vou fazer... Mas de qualquer forma, espero que gostem desse capítulo. Bjs!

Ah, quase ia me esquecendo, a musica é You Be In My Heart. É linda a musica, até tocou no meu aniver.... Tá agora é serio, beijo pra vocês.

Capítulo 11 - Cap 11 - Seguro:



Cap 11 - Seguro.


Oh, por Merlin... O que diabos ele acabara de fazer? Aquela criatura perfeita estava em seus braços agora a pouco... Por que ele o tinha deixado ir? Deus, por que? 


Ainda se lembrava da sensação de tê-lo a baixo de si, dos gemidos, da textura da pele macia e é claro o delicioso cheiro. Epa, é melhor não lembrar tão bem assim... Ou ele teria que invadir o dormitório da Grifinória esta noite.


Ah, aquilo foi tão bom, tão perfeito... Por que acabou? 


"   — Não... Não faça isso.
     — Me solta... P-Por favor...
"


Agora ele se lembrava... Aquela voz baixinha, quebrada e ofegante. Ele nem pensara duas vezes antes de fazer suas vontades. Mas, agora que Potter se fora ele se sentia o maior idiota da face da terra. Ora bolas, por que raios ele havia se importado com o que Potter queria? Era só fazer. Só se satisfazer e pronto... Ele faria com que o outro também gostasse... Mas, então...

Por que ele o deixou ir embora?


Passou a mão nos cabelos, agoniado. Era melhor voltar logo para o dormitório e tomar um banho frio. 


Andou silenciosamente pelos corredores de Hogwarts, sem se importar se seu turno como monitor tinha acabado ou não, a única coisa que lhe importava agora era um bom banho quente, sua cama e a esperança de poder ver certo moreno de olhos verdes amanhã... Oh céus, ele estava enlouquecendo. Potter o estava enlouquecendo. Ele não parava de atormenta-lo, era preciso apenas sentir seu cheiro para seu corpo ter fortes impulsos de agarra-lo e... Bem, ele já havia imaginado varias coisas. Uma melhor que a outra em sua opinião.


Então, quando ele finalmente teve a oportunidade de por tudo isso em pratica ele vai e deixa o outro ir embora... Draco gemeu em frustação, se controlando para não dar meia volta e arrancar o outro de onde quer que ele esteja.


Entrou no salão comunal da Sonserina sem se importar em falar com seus amigos, sem ver também o olhar desconfiado de Pansy nas suas costas.
                                                 oOo
Harry gemeu, sentindo as caricias em seu corpo, sentia-se sendo comprimido por um corpo maior que o seu. Mãos carinhosas o tocavam, em todos os lugares de seu corpo. Harry queria mais daquilo, mais daquele toque, ele se sentia extremamente bem. Se mexeu inquieto, procurando mais aproximação. Não notou que já estava na beirada de sua cama e rolou. Caindo com um baque contra do chão de madeira, enrolado nas cortinas e cobertas. Finalmente acordando.


Remexeu-se tentando soltar-se mas era quase impossível, ele se sentia como um peixe na rede de pesca. Só conseguiu se soltar mesmo quando Rony puxou com força as cortinas e ele se levantou recolhendo as cobertas do chão e jogando emboladamente em cima da cama.


      — Você esta bem Harry? — Rony perguntou o olhando de cima a baixo.


      — Ahn... Estou. Claro que estou. — Harry respondeu sem jeito. — Eu só... Tive um sonho.


E que sonho... Imediatamente o moreno tornou-se ciente de sua condição, uma forte cor carmim tomando conta de suas bochechas.


      — Tem certeza de que está bem? Está todo vermelho.


      — S-Sim, eu... Eu só... Preciso ir ao banheiro.


Dito isso ele andou o mais rápido que conseguiu até o banheiro, logo se trancando lá dentro. Olhou para baixo só para confirmar, notando o estranho volume na sua calça de pijama. Ah, aquilo só fora acontecer por causa... Do sonho. 


Havia parecido tão real para ele, como se realmente alguém o estivesse tocando daquele jeito. Alguém loiro... forte... Que por um acaso havia "esbarrado" com ele ainda ontem. Harry sacudiu a cabeça, tentando tirar esse pensamento dela enquanto tirava a calça, finalmente ficando nu e ligando o chuveiro.


Ele precisava parar de pensar no sonho e muito menos no que aconteceu ontem se quisesse se livrar daquela ereção. Mesmo assim, mesmo se forçando a não pensar nisso era difícil, afinal fora tudo tão... Rápido. Mas ao mesmo tempo ele sentia que fora certo. O menino simplesmente não conseguia se entender. Eram vários sentimentos diferentes de uma só vez.
Fora ele mesmo quem pedira para que aquilo parasse, mas foi preciso muita força de vontade. Ele sabia que poderia se machucar se aquilo se aprofundasse, mas ao mesmo tempo era difícil acreditar que algo tão bom e perfeito fosse lhe fazer mal. Já por outro lado quem estava fazendo aquilo consigo era Draco Malfoy. Uma pessoa que ele mal conhecia, que fora o primeiro a lhe tocar daquele jeito, lhe dando algum prazer, mas também era um bastardo implicante que não deixava ele e seus amigos em paz.


Suspirou fundo, sentindo a agua correr por seu corpo. Ainda estava ciente da ereção, mas recasava a se tocar pensando em Draco Malfoy, muito menos no que ele fizera com ele ontem... Oh droga, melhor esfriar essa agua.
                                                        oOo
O café da manha foi uma experiência um tanto exaustiva, no melhor ponto de vista. Aparentemente as noticias de sua "briga com Umbridge" correram por toda Hogwarts, rápido o suficiente para dar inveja na coruja mais veloz. Aquilo nem mesmo havia sido uma briga, pois se fosse Harry teria que ter feito alguma coisa, aquilo estava mais para... Sei lá... Covardia. Por parte da velha com cara de sapo é claro, que parecia ter esperado a melhor oportunidade para explodir, pois mesmo depois de todas as perguntas sobre sua aula e até mesmo sobre outros assuntos por parte dos outros alunos, foi preciso Harry apenas abrir a boca para levar uma detenção e ser praticamente expulso da sala de aula.


Assim que o trio entrou no salão principal um burburinho de conversas começou, mais baixo e intenso do que antes. O moreno tentava não se concentrar nisso, tentando andar rápido para a mesa da Grifinória, mas ainda sim conseguia ouvir frases soltas.


"Ele diz que Você-Sabe-Quem voltou"


"Ele brigou com uma professora... Tadinho, deve estar louco"


"Ele é tão lindo"


"Queria poder aperta-lo todinho..."


Essa ultima frase o fez corar e ao mesmo tempo, andar o mais cautelosamente que conseguiu enquanto se protegia para não ter nenhum outro hematoma, pois ainda tinha marcas recentes que estavam bem doloridas.


Finalmente sentou-se a mesa, quase no mesmo momento se dando conta de que estava com bastante fome. Serviu-se de tudo que poderia pegar e começou a comer, ignorando os olhares em si, coisa que já tinha se tornado rotina. Ele não se acostumara com isso, muito menos gostava. Mas era melhor ignorar, quanto menos coisas para lhe preocupar ou pensar menos dor de cabeça iria ter, outra coisa que também já tinha com certa frequência... Talvez pela sua vida turbulenta...


Viajando em seus pensamentos Harry passou os olhos pelo são principal, levando um pedaço de torrada a boca. Observava a mesa dos professores, Hagrid ainda não voltara de onde quer que esteja, mas uma coisa que lhe preocupava. Snape também não estava ali. Isso não fazia a mínima diferença, na verdade até preferia assim. Seus olhos passaram por Dumbledore que parecia ter começado uma conversa com Flitwiki quase imediatamente. O coração de Harry apertou, não sabendo o que fez para o diretor o estar ignorando deste jeito... Bem, ele sabia o que ele tinha feito mas, não tinha culpa certo? Se pudesse escolher nada seria daquele jeito... Mas ele não podia escolher.


Um pouco cabisbaixo voltou sua atenção a seu café da manha, mas de canto de olho um brilho prateado chamou sua atenção. Levou algum tempo até que conseguisse captar novamente aquele brilho, mas quando o fez seus olhos o levaram direto até a uma imagem que fez seu corpo esquentar e esfriar ao mesmo tempo, seu coração bater rápido e devagar e seus pensamentos fossem tão rápidos, mas tão lentos que ele não conseguia raciocinar.


Malfoy o estava olhando fixamente, seus olhos possuíam um desejo tão intenso que era difícil até respirar, seus cabelos platinados faziam um belo par junto com seus olhos prata que brilhavam mais do que nunca, além da pele lisa e levemente dourada. Era visível a atração que ele estava exercendo em quem quer que lhe dirija o olhar, quase todos a sua volta o estavam fitando hipnotizados. Harry não estava ciente no olhar das outras pessoas, só conseguia enxergar o garoto que parecia exercer algum tipo de magnetismo sobre si, não entendia o que era, nem mesmo poderia entender naquele momento com a mente nublada do jeito que estava.
Harry o encarava, sem perceber sua boca aberta. A grande custo desviou o olhar, corando. Sem perceber o sorriso divertido que o loiro esboçou.


O menino tentou a todo custo terminar seu café da manha sem olhar novamente na direção da mesa da Sonserina, mas isso parecia ser mais difícil do que tentar argumentar com Snape. 


      — Harry, você está bem? — Hermione perguntou, sentada logo a sua frente. Não ciente da situação atrás de si, nem do olhares famintos no corpo sarado do herdeiro da família Malfoy. — Não está comendo nada.


      — Ah... Estou bem sim. — Repetiu a frase que já tinha se tornado automática. — Só não estou com muita fome.  


      — Seria melhor comer Harry. — A garota se inclinou um pouquinho para frente, curioso o garoto fez o mesmo, ouvindo a outra sussurrar. — Veelas submissos tem a saúde um pouco frágil, não é bom abusar... Tem que se alimentar bem Harry, por favor.


      — Eu... — Pensou em falar alguma coisa, qualquer coisa. Mas o que? Ele era mesmo um veela submisso, não podia negar ou evitar. Normal também nunca fora, mas... Antes pelo menos era mais fácil fingir, não queria admitir para si mesmo mas ainda não tinha se acostumado com o fato de ser um veela, ainda mais submisso. — Tudo bem, vou comer. Não precisa se preocupar.


Tentando acalmar a amiga e mais do que tudo poder voltar aos seus pensamentos e ao mesmo tempo esquecer sobre ser um veela, pois não precisava dele mesmo se lembrando disso. Todos já faziam questão de fazê-lo. Harry levou mais um pedaço de torrada a boca. Hermione ficou olhando por alguns momentos até finalmente voltar a tomar seu café. O moreno suspirou cansado, olhando para o lado, verificando se Rony também tinha percebido alguma coisa, mas o ruivo estava ocupado demais comendo e conversando com Dino sobre quadribol.


Indo completamente contra seu bom senso, Harry olhou novamente para a mesa da Sonserina. Malfoy estava comendo, calmamente. O moreno se sentiu estranhamente calmo enquanto o olhava, era fascinante o jeito com que a franja loira caia sobre os olhos prateados enquanto o outra baixava a cabeça par comer, a boca fina, porém cheia e rosada, húmida pelo suco de abóbora que o outro estava tomando... Harry se sentiu estranho, um calor se espalhava por seu corpo o fazendo suar frio. 


Malfoy era bonito, Harry tinha que admitir, porém era estranho como ele sentia... Oh, Merlin... Desejo? Sim, ele, Harry Potter sentia desejo por Draco Malfoy. 


Era fácil saber por que, afinal o loiro era uma visão e tanto, mas ainda assim era um homem. Harry nunca se sentira atraído por homem nenhum antes, claro que ele agora era um veela submisso, mas mesmo assim nunca tinha pensado em fazer nada com um homem. — apesar de todas as cantadas que recebeu — O que estava acontecendo com ele? Estava tão mudado assim a ponto de  desejar um homem? Ainda mais Draco Malfoy?


As lembranças da noite passada voltaram a sua mente... Aquilo havia sido coincidência não é? Quer dizer, provavelmente o outro estivera fazendo sua ronda noturna e quando viu Harry sentiu a mesma coisa que todos os outros garotos da escola... Mas Harry estava usando a capa de invisibilidade... Sem falar que nenhum garoto que o... Pegasse. Daquele jeito o soltaria por motivo nenhum. É por isso que ele evitava andar sozinho. Já tivera experiência traumatizando o suficiente.


Porém estranhamente ele não pensava nisso como uma "experiência traumatizante" na verdade tinha sido... Bom. 


Nesse momento Malfoy ergueu seu rosto, olhando imediatamente na direção de Harry. O garoto tentou desviar o olhar, mas não conseguiu. Aproveitando a situação o loiro sorriu minimamente, logo depois lambeu os lábios lentamente, insinuando-se.


Harry nem piscava, seguindo o movimento da língua rosada pelos lábios do outro, quase podia sentir ela em seu pescoço novamente. Piscando com força ele desviou o olhar, corando fortemente.


      — Vamos indo? — Hermione falou, checando os livros de sua mochila — Nossa primeira aula é de trato de criaturas magicas, precisamos ir agora ou vamos nos atrasar.


Mas do que rápido Harry se levantou, nada melhor de que uma aula agora, para tirar esses pensamentos confusos de sua cabeça. Ou não...
                                               oOo
A aula de trato de criaturas magicas não foi nada, nada bem. A professora explicou tudo com perfeição, mostrou criaturas muito legais e interessantes chamadas tronquilhos e a aula correu sem nenhum problema realmente grave. Não poderia ter sido pior. Agora todos estavam achando a professora Grubbly-Plank muito melhor do que Hagrid, o que na opinião de Harry não era nem um pouco verdade, a única coisa que acontecia era que Hagrid era um pouco... Entusiasmado demais. Mas de jeito nenhum ele daria o braço a torcer, Hagrid era o melhor professor que eles poderiam ter.


      — Até que a professora Grubbly-Plank não é tão ruim assim, não é? — Hermione comentou com a voz cautelosa, enquanto eles andavam até as estufas onde seria a próxima aula.


      — Eu não acho. — Harry disse mais do que rápido — Prefiro o Hagrid, ele é um professor bem melhor.


      — Ah Harry, você tem que concordar que...


      — Que o que? Que aquela professora é melhor que o Hagrid? De jeito nenhum. — Ele respondeu, levantando a voz mais do que era necessário.


      — Nossa Harry, eu não ia falar isso. Não precisa ficar bravo.


      — O que? Eu... Desculpa eu... Eu não queria falar daquele jeito é só... — O que iria dizer?

Que estava estressado por que ele não conseguia entender o que estava sentindo em relação ao seu inimigo desde sempre e que lhe tinha agarrado ainda noite passada?


      — Você está estranho, aconteceu alguma coisa? — Perguntou Hermione, sempre observadora.


      — O que? Eu não estou estranho! — Ele respondeu na defensiva.


      — Está sim cara, desde ontem quando você chegou da sua "caminhada" — Rony finalmente falou, escolhendo uma hora muito errada na opinião do moreno. — Tem certeza de que não aconteceu nada? Ninguém fez... Você sabe...


      — C-C-Claro que n-não aconteceu n-nada! — Por que ele não conseguia parar de gaguejar? — Vamos logo, a aula já vai começar.


E saiu á passos largos, deixando um Rony confuso e uma Hermione desconfiada para trás.

 
O garoto continuou andando até chegar as estufas, em sua mente estava imaginando quando poderia ter alguma paz. Provavelmente não tão cedo. Realmente ele estava agindo um pouquinho estranho, a aula toda, ele tentara evitar o contato visual, ou até chegar perto demais de certo loiro, mas parecia que o outro queria provoca-lo, a cada olhar por acidente, ou as vezes quando o moreno estava distraído era só olhar em volta para notar Malfoy perto demais. Suas mãos estavam completamente machucadas por segurar o tronquilho forte demais ou quase deixa-lo escapar. 


Harry só notou que já tinha chegado as estufas quando ouviu o barulho de conversas se aproximando e ficando mais alto. A porta da estufa abriu e alguns quartanistas saíram, incluindo Gina e alguns momentos depois, Luna. 


A garota loira estava usando brincos do que pareciam ser mini rabanetes, não parecendo se importar com os olhares indelicados que recebia, ou até mesmo não parecia estar ciente deles. Andou calmamente para fora da estufa, seu olhar por acaso passou por Harry. Ela lhe sorriu brilhantemente. O garoto desejou que ela não viesse em sua direção. Porém foi isso mesmo que ela fez.


Os alunos observavam com curiosidade Loony Lovegood se aproximando do veela mentiroso Harry Potter, esse ultimo estava com muita vontade de se enterrar no vaso com terra mais próximo e ficar lá até sua vergonha passar.


A garota parou logo a sua frente, um silêncio coberto de ansiedade dominou o local, Harry estava prestar a murmurar um oi, quando num folego só Luna começou a falar.


      — Eu acredito que Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado está de volta e acredito que você lutou com ele e escapou.


      — ... — Harry piscou lentamente — Eu... Obrigado... Eu acho.


Com mais um sorriso ela deu meia volta e se juntou á sua turma, indo para a próxima aula. Alguns alunos ainda observavam Harry, que tentou não ficar muito vermelho, o que parecia ser inútil.


      — Hey Potter! — Harry gemeu mentalmente em quanto se virava para ver quem o estava chamando, algo dentro de si dizendo que nada aconteceria ali, em um lugar cheio de gente, pelo menos era isso que ele esperava. Surpreendeu-se enquanto Ernie MacMillan se aproximava, do seu jeito pomposo de sempre.


Antes que Harry pudesse se aproximar ou dar um olá para o outro, um braço passou por seu ombro. 


      — Olá Ernie. — Rony falou amigavelmente, acompanhado de Hermione que se dirigiu até o outro lado do moreno. Harry queria dizer que não precisava daquilo, mas estava realmente agradecido. Sentia-se extremamente vulnerável com tantos olhares famintos encima de si e Rony e Mione estando sempre ao seu lado o ajudavam mais do que podiam imaginar... Droga, agora ele se sentia mal por ter falado com eles daquele jeito.


      — Weasley. — O outro assentiu educadamente com a cabeça. — Quero que saiba, Potter. Que eu acho que você está lindo e...


Ele tossiu e pigarreou, enquanto Harry corava fortemente.


      — Quero dizer, eu acho que você está certo. Não são só os estranhos que te apoiam. Eu pessoalmente acredito em você cem por cento. Minha família sempre esteve apoiado firme o Dumbledore, assim como eu.


      — Obrigado Ernie. — Harry sorriu com sinceridade. — Eu agradeço por isso, mesmo.


Acenando meio desajeitadamente o garoto deu meia volta, o moreno podia até mesmo jurar que ele havia corado um pouco. 


      — Bem, pelo menos não é só gente estranha que acredita em você, não é? — Rony comentou, finalmente tirando o braço de seu ombro.


      — A Luna? Ela não é estranha! — Ele exclamou, não podia evitar lembrar também dos cavalos horrorosos que aparentemente apenas ele e a garota "estranha" conseguiam ver. Se ela era estranha então... Ele também era? — Quer dizer, bem, ele só é um pouco... Excêntrica.


      — Claro que sim, claro que sim... — O ruivo o olhou divertido — Se eu não soubesse, acharia que está a fim da Loony Lovegood.


      — Q-Que?! N-Não, claro que não. — O menor desviou o olhar. A ideia dele estar " a fim" de alguém como a Luna parecia-lhe simplesmente errada. Era estranho, mas sua mente não conseguia assimilar a ideia. Era errado. Apenas isso, errado.


Finalmente a aula começou e foi para a surpresa de ninguém que a professora Sprout começou falando sobre os NOMs. Harry não conseguia se preocupar com algo que ainda estava tão longe, sabia que era importante mas... Havia tantas outras coisas em sua mente, provas que aconteceriam daqui a meses não eram uma delas. Apenas ficou ouvindo a professora falar, esperando que o sinal batesse logo.


Quando finalmente foram almoçar, Harry foi surpreendido por Angelina, gritando com ele por ter pego uma detenção bem no dia do treino de goleiro. Era culpa dele por um acaso? Claro que ele não queria que fosse desse jeito. Os gritos de Angelina, seu fracasso em conseguir ficar longes de problemas e a atenção quase de meio salão foi o bastante para fazerem os olhos de Harry marejaram. 


Merda, ele não queria chorar, não ia chorar como uma garotinha no meio do salão principal, ainda mais com uma garota gritando consigo. Respirou fundo, tentando apenas ignorar... Ele ainda tinha que comer alguma coisa, estava morrendo de fome e tinha detenção marcada para as cinco horas.
                                               oOo
Ás cinco horas Harry se despediu de seus amigos e saiu da sua sala comunal até o terceiro andar, onde agora estava a sala da atual professora de defesa contra as artes das trevas. Foi recebido por um "Entre" numa voz doce e açucarada que lhe fez querer vomitar. Suspirando alto entrou na sala e quase teve que sair novamente para checar se aquela era a sala correta.
O lugar estava completamente mudado de quando Lockhart passou por ali, ou Lupin, ou até mesmo Moody. Em todas aquelas vezes ele ainda conseguia visualizar uma sala de professor ali, mas agora... Só faltavam algumas bonecas e a hora do chá estava pronta. 


      — Boa noite, senhor Potter. — Umbridge falou novamente, tirando Harry de suas meditações sobre a decoração cor de rosa e carregada de babados.


      — Boa noite, professora Umbridge. — Ele tentou manter sua voz o mais firme que conseguiu.


      — Bem, sente-se — Ele apontou-lhe uma cadeira. — Quero reforçar essas detenções são sua punição por ter propagado histórias más, indecentes, e para chamar a atenção, Sr. Potter. Você virá aqui ás cinco horas amanhã e depois de amanhã e na sexta também. 


Contando historias más e indecentes? Para chamar a atenção? Harry apenas fitava o pergaminho que estava na mesa a sua frente, o fitava com tanta intensidade que não duvidava que algum momento ele pudesse romper em chamas. Ele era apenas um mentiroso louco por atenção...


Sentia seus olhos marejarem de raiva. Argh, lagrima idiota. Não ia chorar, se recusava a chorar. Não havia chorado por tantas outras coisas, não seria por uma mulher tão horrível quanto aquele que choraria agora. Largou sua mochila ao lado da cadeira indicada e se sentou.


      — Vejo que já está melhor não é? Estamos controlando nosso temperamento, não acha? Agora, você fará algumas linhas para mim, Sr. Potter. Não, não com sua pena — Harry parou no meio do movimento que fazia para pegar sua mochila. — Você vai usar uma pena especial minha. Esta aqui.


Ela entregou-lhe uma pena longa e fina com uma ponta tão afiada que Harry temia rasgar o papel ao escrever.


      — Eu quero que você escreva "Eu não devo contar mentiras" — Ela lhe disse com a voz doce.


      — Tudo bem... Quantas vezes? — Ele tentou manter a voz o mais suave que a ocasião permitia, estava tentando "Controlar seu temperamento"


      — Ah, quantas vezes forem necessária para a mensagem... Penetrar. — O garoto não conseguiu compreender o estranho brilho no olhar da mulher ao pronunciar da ultima palavra.


Sem animo algum ele começou a escrever, assim que escreveu a primeira palavra notou que não havia tinta ali, mas mesmo assim... Mesmo assim a caneta continuava a escrever. Estranhando um pouco aquilo, ele continuou, terminando a primeira frase.


Um gemido de dor involuntário escapou de seus lábios, demorou um pouco ao focalizar a fonte da dor, mas quando o fez ofegou de susto. As palavras em tinta vermelha e brilhante no pergaminho, estavam sendo escritas, de alguma forma, em sua pele. Na parte de trás de sua mão direita era clara a frase que se formava "Não devo contar mentiras."


Deixou a pena cair na mesa com um estrépito, olhando para sua mão tremula com os olhos arregalados. Com a mesma expressão de susto escarou a mulher que retornava seu olhar com a boca esticada em um sorriso que para ele parecia macabro.


      — Sim? — Assustou-se ao ouvir a voz melosa.


      — N-Nada... — Murmurou com um fio de voz.


Posicionou a pena mais uma vez, escrevendo a frase novamente. De novo sentiu a dor queimando em sua pele, as palavras sendo cortadas ali e logo cicatrizando. 


Por pura teimosia continuou a fazer isso, por varias e varias vezes desejou que aquilo acabasse, já estava a ponto de implorar que lhe deixasse ir embora, mas mesmo assim continuou. Em certo momento uma lagrima solitária desceu por sua bochecha, mas que logo foi impedida por sua mão esquerda. Não choraria. Não por aquela mulher terrível. 


Depois do que pareceram horas, ouviu a voz que agora sim lhe dava ânsias de vomito verdadeiras. Até certa tontura... Ele não estava se sentindo nada bem e não estava falando da dor palpitante em sua mão que agora chegava a escorrer sangue.


      — Venha cá.


Ele levantou e foi, de cabeça erguida até a mesa.


      — Mão.


Ela estendeu sua mão ferida, logo sendo acolhida pelas mãos gordas e pequenas da professora. Não se importando com um filete de sangue que escorria.


      — Tsc, tsc, não vejo que causei muita impressão, ainda — Ela sorriu, causando calafrios no menino. — Bom, teremos que tentar novamente amanhã á noite, não é? Pode ir.


Ele saiu do escritório em silencio. Nesse momento a escola toda já estava completamente deserta e silenciosa, ouvia apenas o som de seus passos se afastando daquele lugar horrível ou estava uma pessoa horrível. Caminhou com calma até o final do corredor então, quando já tinha virado a esquina, tendo certeza de que estava longe o suficiente ele saiu correndo.
                                           oOo
Draco fazia a ronda pelos corredores. Na verdade apenas andava por eles, pois sua cabeça estava longe. Estava assim já algum tempo... Não sabia dizer exatamente quanto, mas era um sentimento ruim. Na verdade o sentimento de que estava acontecendo algo ruim. Com quem? Com ele com certeza não era. 


Ele podia esquecer isso, era apenas uma sensação tosca. Tosca, mas insistente. Quanto mais ele tentava ignorar mais forte ela ficava. Estava ficando mais aflito, seu coração mais apertado. Oh, por Merlin, o que ele estava sentindo? Será que ele teria um infarto ou o que? Depois de horas nessa sensação foi que um cheiro chamou-lhe a atenção.


Era o cheiro de maças, lírios e canela... Era e não era na verdade. As maçãs pareciam estar passadas, o lírios mais do que mortes e bem... A canela não deixava um aroma muito bom também. Ah, mas esse cheiro ele sabia exatamente da onde vinha. Potter. Alguma coisa tinha acontecido com ele... Quando não acontecia?

 

Mas havia um problema, o doce cheiro daquele garoto nunca fora assim antes. Alguma coisa dentro dele... Seu coração talvez? Dizia que esse cheiro e a aflição que sentia estavam ligados. Ligados a Potter. 


Droga, o que ele estava fazendo? Estava mesmo seguindo o cheiro para encontrar Potter? Já havia feito isso antes, claro. Ainda tinha as lembranças bem vividas, mas mesmo assim não podia deixar de se sentir como um animal, seguindo pelo cheiro. Bem, ele era meio veela.


Deixou que seu corpo o leva-se ate o segundo andar, andou por aqueles corredores até ouvir alguns sons estranho. Parou abruptamente, ouvindo atentamente o que parecia ser soluços de choro.
                                                oOo
Harry correu até achar uma de suas passagens secretas, essa ficava no segundo andar e era apenas uma escada que levava do segundo ao quinto andar com rapidez, uma passagem escondida atrás de uma tapeçaria antiga. Empurrou o pano para o lado e subiu cinco degraus até cair sentado em um deles e se encolher, abraçando as próprias pernas. 


Sua mão latejava de dor, podia sentir sua cabeça latejando também ao ver mais do que um filete de sangue manchando seu suéter. Estava sentindo tonturas e precisava vomitar. 


Sem sua permissão um soluço angustiado saiu, acompanhado por uma lagrima que lago foi impedida por sua mão boa. Foi inútil, pois varias outras seguram aquele, junto com mais soluços. Ele simplesmente não conseguia impedir sua angustia de escapar em forma de choro. Era tanta coisa... Tanta coisa... Tão pouco tempo, tão pouco dele próprio para tanta coisa, tanto problema. 


Merda qual era o problema dele? Por que estava chorando como uma debutante desvairada? Simplesmente não podia controlar, todo que ele havia passado em tão pouco tempo estava desabando em cima de si em forma de lagrimas... Ele precisava se acalmar, nem que fosse só um pouquinho. Realmente não estava se sentindo bem e o choro não estava ajudando.


Quando pensou que já estava se acalmando ouve o som de passo do lado de fora, se aproximando. Achou que eles iriam apenas passar reto, afinal só ele e Rony, Fred e Jorge conheciam aquela passagem. Quase teve um derrame quando a tapeçaria foi empurrada para o lado e Malfoy parou, o observando com os olhos arregalados, com uma legitima expressão de quem não sabia o que fazer.


Imediatamente ele se levantou, enxugando as lagrimas. Não queria falar com ninguém agora, então apenas deu as costas ao outro e subiu as escadas, não deu tempo nem de chegar ao decimo degrau até parar novamente.


      — Potter! O que pensa que está fazendo? — O outro chamou.


Harry hesitou por um momento, pensando se deveria responder ou apenas seguir seu caminho. Indo contra todo seu bom senso ele se virou.


      — Estou subindo as escadas, se é que não percebeu. — Já se virava novamente quando sentiu seu braço ser agarrado.


      — Espera, onde pensa que vai? Não pode sair nesse estado... O que aconteceu com você?


      — Não é da sua conta. E eu já disse para não me tocar! — Puxou seu braço com força, mas no estado que estava, junto com a forte tontura que sentiu, acabou caindo escada abaixo. Assim seria se o outro não tivesse lhe apoiado.
                                                         oOo
Ele andou seguindo o som até uma tapeçaria velha... Estava ficando louco ou coisa parecida ou a tapeçaria estava chorando? Sentiu mais uma vez aquele aroma que estava fraco e diferente do que estava acostumado... Vinha de trás da tapeçaria, em um impulso empurrou o pano para o lado e assustou-se com o que viu.


Harry Potter estava encolhido, abraçando suas próprias pernas e chorando. Era uma imagem de quebrar o coração... Seria ainda mais se o próprio não tivesse se levantado bruscamente e dado meia volta, o ignorando completamente.


      — Potter! O que pensa que está fazendo? — Ele chamou antes que pudesse se dar conta.
Viu o outro hesitar até finalmente se virar e o encarar com o que parecia ser indignação, mas falhando miseravelmente por causa dos olhos brilhantes e aquosos, além do rosto corado e do cabelo levemente bagunçado.


      — Estou subindo as escadas, se é que não percebeu. — Sua voz estava tremula mas mesmo assim o outro continuava de cabeça erguida. Esta imagem lhe fez sentir uma emoção estranha no peito.


      — Espera, onde pensa que vai? Não pode sair nesse estado... O que aconteceu com você? — Ótimo. Agora ele estava agindo como uma mãe coruja. Viu o outro fazer um movimento com a intenção de ir embora e em um impulso agarrou seu braço.


      — Não é da sua conta. E eu já disse para não me tocar! — Viu enquanto o outro amolecia, tropeçando na escada. Mais do que rápido se impulsionou para frente, agarrando o pequeno corpo com cuidado, apoiando segurando o braço dele e por acidente, tocou a mão direita. Assustou com o gemido de dor do outro, imediatamente se alarmando.


Come stop your crying 
(Vamos, pare de chorar)
It'll be all right
(Vai ficar tudo bem)
Just take my hand
(Apenas pegue minha mão)
Hold it tight
(Segure forte)
                                                      oOo
Uma pontada de dor na mão direita o fez gemer involuntariamente, neste mesmo momento tentou esconder sua mão machucada. Ciente de que estava completamente apoiado no corpo do outro, mas a culpa não era sua, não conseguia ficar de pé, a tontura não deixava.


Sentiu sua mão ser bruscamente puxada para cima, direto na altura dos olhos do outro, tentou se afastar mas o outro segurou com mais força sua mão, fazendo ele próprio gemer mais alto e seus olhos lagrimejaram mais ainda com a dor que quase o fez ver estrelinhas.


Estava ciente que apenas não caia pois um braço forte e protetor estava em sua cintura, claro que também estava usando toda sua força para segurar nesse mesmo braço com sua mão boa, enquanto esperava Malfoy ler o que fora talhado em sua pele.


      — Céus, Potter... O que você fez?


      — E-Eu não fiz nada! — Ele exclamou com a voz tremula — Não foi minha culpa... Não foi...


      — O que... Quem fez isso? O que significa isso na sua mão? — Falou o outro segurando firmemente a mãe machucada, sujando seus dedos com sangue.


      — Não foi culpa minha... Eu juro... — Já não sabia se falava coerentemente.


      — Potter!


I will protect you
(Eu te protegerei)
From all around you
(De tudo ao seu redor)
I will be here
(Eu estarei aqui)
Don't you cry
(Não chore)
      — Malfoy... Por favor... — Lagrimas escorriam de seu rosto novamente.


      — Ah... Eu... Me desculpe eu não queria faze-lo chorar novamente... Eu só... — Harry não soube o final da frase pois nesse momento sentiu-se ser abraçado. Sua cabeça descansava no peito forte do outro enquanto era abraçado calorosamente, agarrou a camisa do maior como se pudesse cair. O que, poderia mesmo.


Apenas deixou-se chorar... Uma sensação completamente diferente estava tomando conta de si... Segurança. Quando ele havia sentido aquilo? Talvez... Há muitos anos. Quando seus pais ainda estavam vivos. Era estranho admitir para si mesmo mas ele se sentia seguro. Ah, que ótimo. Ele se sentia seguro nos braços do quem o perturbara a vida inteiro, e mas recentemente até molestara... Era tão estranho... O outro era tão quente... Tão aconchegante...
                                    oOo
Seu coração quebrou em vários pedaços pequenos, todos repletos de culpa ao ver as lagrimas grossas escorrerem pela pele branca e lisa. Ele havia provocado aquele choro.


For one so small,
(Para alguém tão pequeno)
you seem so strong
(Você parece tão forte)
My arms will hold you,
(Meus braços te abraçarão)
keep you safe and warm
(Manterão você seguro e aquecido)
This bond between us
(Este laço entre nós)
can't be broken
(Não pode ser quebrado)
I will be here
(Estarei aqui)
Don't you cry
(Não chore)
      — Ah... Eu... Me desculpe eu não queria faze-lo chorar novamente... Eu só... — "Me preocupei?" Era isso? Ele tinha ficado preocupado? Bem, e quem não ficaria ao ver aquela coisa horrível na pele tão delicada do outro. Ouviu um soluço magoado e abraçou mais forte o pequeno corpo. Por Merlin, não sabia por que estava fazendo isso... Era Potter, pelos céus. Ele. Draco Malfoy. Abraçando. Harry Potter. Era muito difícil processar isso em sua mente.


Mas apesar de tudo... Ele se sentia bem. O sentimento de aflição se fora, ele se sentia... Completo. Como nunca se sentira antes. Estava onde devia estar, era o que seu coração dizia. Dês de quando ele ouvia seu coração? Ele não sabia... Sentiu o corpo em seus braços amolecer e olhou aflito para os olhos verdes.


      — Malfoy, por favor... Não deixe... — Ouviu o menor murmurar em uma voz sonolenta — Não deixe que eles vejam... Por favor...


E o outro tinha apagado.
 


Notas Finais


Então é isso. Não deixe de comentar é de graça e indolor.


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