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História A Última Gota - Parte I - Capítulo um


Escrita por: NinaF

Notas do Autor


Espero que gostem! (:

Capítulo 2 - Parte I - Capítulo um


Tudo têm sido confuso desde que voltei para casa. A ultima coisa que me lembro na arena é de estar no chão, ter um monte de bestantes comendo minha carne dolorosamente aos poucos e de Katniss Everdeen, talvez numa tentativa de me livrar do sofrimento, apontando seu arco em minha direção. Mas, não sei se devo dizer felizmente ou infelizmente, ela falhou com seu arco e sua ultima flecha, acertando uma parte próxima ao meu ombro ao invés de minha cabeça. Sendo comido aos poucos, já machucado e com uma flecha fincada em mim, fiquei desacordado, ou, mais precisamente, eu morri.

Agora vem a parte a qual apenas me contaram. Houve um canhão anunciando minha morte porém, no momento em que o aerodeslizador me içava meu coração voltou a bater. É claro, estávamos apenas eu, e os tributos do distrito 12 na arena. Apenas o brutamontes do distrito 2 contra os amantes desafortunados do distrito 12. Os Idealizadores não podiam simplesmente me largar novamente na arena e deixar seu publico de Panem descontente por ter o grande final adiado, os amantes se enfrentando. Então, eles simplesmente me tiraram de lá e segundo o que disseram – e segundo o que vi- , me deixaram novo em folha com todos aqueles médicos e tecnologia da Capital. 

Quando acordei havia meia dúzia de pessoas ao redor de mim. Um homem mais baixo, com cabelo verde em um tom ácido e batom rosa se aproximou e me explicou o que tinha acontecido. Em um dia eu já estava voltando para o distrito 2. Os que realmente foram tratados como ganhadores foram Katniss e Peeta, o Conquistador como eu o chamava dentro da Arena, eu apenas tive direito a dar algumas entrevistas, explicando o porquê de eu ainda estar vivo, e voltar ao meu distrito onde, pelo menos, me reconheceram como um vencedor. Afinal, escapar dos Jogos Vorazes com vida e sem querer não é pra qualquer um. Desde então voltei a viver como tudo era antes, exceto por uma coisa: Clove.

Ainda tenho pesadelos a noite, e pensar que ela morreu por minha culpa. Eu devia ter dado cobertura à ela no ágape e não me afastado demais. Talvez o choque e a dor tenham me desequilibrado no jogo. Me lembro de quando sai do meio das arvores e a vi caída no chão.

 

“Clove!” gritei vendo-a caída, a vida se esvaindo dela. “Clove!” Percebi Katniss e o cara do distrito onze correndo, ele havia levado a mochila que continha o numero do meu distrito, pouco me importava. Ela mexia os lábios me chamando e assim que cheguei mais perto vi que com certeza haviam a acertado com uma pedra, sua têmpora estava funda. Me ajoelhei ao seu lado e coloquei sua cabeça sobre minhas pernas. “Fica comigo, Clove!” eu dizia. Eu sabia que chamar por ela não adiantaria em nada, mas não aceitava que ela se fosse assim. Eu e Clove crescemos juntos, éramos amigos desde pequenos, nós fomos pra os Jogos Vorazes juntos, eu tinha feito a promessa de que nós dois sairíamos vitoriosos. Falhei. “Ganha essa por nós dois.” Ela ainda foi capaz de dizer e eu percebi que era tarde demais quando seus olhos se fecharam e o canhão explodiu. Não chorei, foi difícil, mas não, apenas me despedi dela e me afastei do corpo para que eles pudessem retirá-la dali, assim que ela foi içada pelo aerodeslizador eu me virei para a floresta, onde o garoto do distrito onze havia desaparecido.

 

Já se passou muito tempo desde tudo isso. Hoje é dia da colheita para a 75ª edição dos Jogos Vorazes e meu nome está dentro daquela esfera de vidro de novo, entre milhares de nomes o meu só está lá uma vez. Uma vez como o habitual. Mesmo depois de ter participado da 74ª edição dos Jogos Vorazes meu nome ainda está lá para ser sorteado, porque? Bom, eu participei, mas não morri e nem venci. Todos os papeis com meu nome foram retirados quando me voluntariei ano passado, mas eu voltei e ainda estou na faixa etária, então... Mas é a ultima vez que isso acontece, pois já cheguei aos dezoito anos e mesmo assim acho pouco provável que eu seja sorteado hoje de novo, mas, falando a verdade, meu instinto carreirista berra para que eu me voluntarie novamente.

Geralmente hoje é o dia pelo qual aqueles que têm de doze a dezoito anos anseiam, a maioria das casas do distrito dois está com as cortinas fechadas, as fabricas de armamento e os centros de treinamento estão fechados, as minas que temos estão vazias. Certamente centenas de candidatos a tributos estão se preparando dentro de suas casas, de dedos cruzados para que seu nome seja sorteado hoje, para que tenham seu momento de glória. Muitos estão tentando criar coragem para se voluntariar, como eu fiz. É claro, o animo seria muito maior e até haveria pessoas nas ruas caso não tivessem cancelado o Massacre Quaternário. Essa “edição especial” – e ligeiramente angustiante – ocorre a cada vinte e quatro edições normais, como um aniversário da derrota dos distritos, e é marcada por surpresas surpreendentes para quem vê de fora – e desagraveis para os que estão na arena. Sei que no segundo Massacre, mandaram que fosse levado para a Arena o dobro de tributos, o distrito 12 foi que saiu vencedor. É claro não foi divulgado o motivo pelo qual o Massacre foi cancelado e só se sabe que o descontentamento na Capital foi grande, mas o pronunciamento do presidente Snow foi “Recompensaremos vocês na próxima edição”.

- Cato, vá se arrumar. – minha mãe, Anne, aparece à porta do quarto.

Todos nós, ao irmos para a colheita temos que estar bem arrumados afinal, não sabemos se seguiremos de volta pra casa ou nos tornaremos o alvo das câmeras. Me visto rapidamente e vou para a sala onde minha mãe está terminando de arrumar meu irmão mais novo, Gabe, e meu pai, Ben, está sentado ao sofá, calado.

- Porque temos de ir? – pergunta Gabe. – Ninguém aqui vai participar dessa coisa...

- O nome do seu irmão ainda está disponível para ser sorteado.

Ponho a camisa pra dentro da calça e vou para a porta de casa. Me distraio escutando o silencio enquanto penso que daqui a três anos o nome de Gabe vai estar na esfera de vidro em que hoje o meu está. Isso é, se o Jogos sobreviverem até lá. No fundo eu sinto que depois da ultima edição algo mudou nos distritos, está tudo mais agitado e correm até boatos de que há levantes em alguns distritos, ta ai um motivo pelo qual o Massacre Quaternário poderia ser adiado. A bagunça é tanta que ficaria difícil para Snow ficar com um olho nos Jogos e o outro nos distritos.

Escuto o rangido da porta e meu pai, minha mãe e meu irmão estão parados lá. Já é hora de irmos.

Na ida é um desce e sobe ladeira bastante cansativo, o relevo daqui é bem montanhoso. Dá para se ver, em certo ponto, bem no centro do distrito, a grande muralha natural. Uma montanha, uma fortaleza impenetrável que guarda o centro do exército da Capital. Depois dos Dias Escuros o coração das forças da Capital se estabeleceu aqui, o que, felizmente, nos dá um crédito com o governo.

 

Já na praça é sempre a mesma coisa, bandeiras brilhando nas construções mais altas, um palco montado temporariamente e câmeras empoleiradas em quase todos os telhados e varandas que só contribuem para o clima de tensão, há apenas uma pequena diferença. Há Pacificadores armados de metralhadoras por todos os lados.

Os que têm seu nome para ser sorteado são separados por idade, de um lado ficam as meninas, do outro os meninos. Um pacificador colhe meu sangue, me inscreve na colheita e então vou para o grupo de meninos de dezoito anos. Em cima do palco estão quatro cadeiras; na primeira encontra-se nosso prefeito, um velho baixo e gordo com a cara rosada, na segunda está a escolta do distrito dois, Megara Storm, com aquelas roupas esquisitas da Capital e um sorriso escancarado, nas terceira e quarta cadeiras estão sentados os tutores dos tributos que serão escolhidos, ganhadores de edições anteriores dos jogos: Mark Pond e Alicia Stark. Quando o grande relógio da praça indica as duas horas, o prefeito se levanta e no pequeno pódio mais adiante começa a ler a mesma ladainha de todos os anos, a história de Panem. O pais que se levantou onde antes costumava ficar um lugar chamado América do Norte. Fala de todos os desastres que destruíram a terra e sobre a guerra pela sobrevivência e o resultado de tudo isso: Panem, uma avançada Capital rodeada por treze distritos que trouxe, segundo eles, “paz o prosperidade para os cidadãos” – Uma mentira, tendo em vista a situação de outros distritos. E então chegamos à parte dos Dias Negros, a revolta dos distritos contra a Capital. Os distritos de um ao doze foram derrotados, o décimo terceiro – que liderou a rebelião-, bom, dizem que até hoje suas minas de grafite irradiam algo tóxico e portanto ninguém pode se aproximar da área. Depois da guerra civil e da obliteração do distrito treze os doze distritos restantes foram obrigados a seguir o Tratado de Traição para que a paz se estabelecesse em Panem e, como lembrete de que nós nunca deveríamos tentar outra rebelião, ele nos deu os anuais Jogos Vorazes.

As regras dos Jogos são simples; como punição pela rebelião, cada distrito deverá ceder uma garota e um garoto – os chamados tributos – para participar. Esses vinte e quatro tributos são aprisionados em uma área que poderá ser desde um deserto seco à uma devastação congelada, a Arena. No tempo de algumas poucas semanas os tributos lutam entre si para sobreviver, o ultimo vivo é o ganhador dos Jogos Vorazes.

Os distritos um e dois são os mais ricos, nós do dois produzimos armas, trabalhamos nas construções em toda Panem e treinamos pacificadores, o distrito um produz artigos de luxo, tudo vai para a Capital. Por sermos os distritos mais ricos as crianças aqui não passam fome e são treinadas durante toda sua vida para irem para os Jogos e voltarem trazendo honra e prêmios para o distrito, ao contrario de outros distritos – os mais afastados – que geralmente vivem na miséria e seus tributos não têm muitas chances. Na verdade, treinar para os Jogos é errado mas a Capital finge não ver porque, afinal de contas, nossos tributos movimentam tudo e dão o que eles querem: Sangue e Violência. Os nossos tributos, os do um e os que vêem do quatro geralmente são chamados Carreiristas, são os que geralmente chegam na Arena, matam metade dos outros tributos na Cornucópia e depois sobrevivem até os últimos dias – isso se não ganharem.

Logo depois de seu longo e enjoativo discurso o prefeito lê uma lista dos antigos ganhadores do distrito dois e depois convida Megara Storm à se pronunciar. Ela caminha excessivamente ereta em seu vestido amarelo berrante até o pódio e diz, efusiva como sempre:

- Feliz Jogos Vorazes! – e começa a discursar sobre a honra de estar num distrito tão forte.

No ano passado conheci Megara mais a fundo quando fui um tributo, e ela não é nem um pouco efusiva quanto parece. Não nos trata mal é claro, pelo contrario, é até bastante eficiente e tenta nos ajudar no que puder, parece ter... pena de nós.

Chega a hora do sorteio.

- Primeiro as garotas não? – diz enquanto caminha até o globo de vidro com o nome das garotas.

Ela afunda quase que seu braço inteiro na urna e tira de lá um pedaço de papel que mal consigo ver. Parece que todos estão de respirações presas, talvez pela ansiedade. Não há agitação no lado das garotas, talvez muitas estejam pensando desesperadamente “por favor seja eu, por favor seja eu”, todas querem sua glória.

Megara Storm vai novamente até o pódio e abre o pedaço de papel.

- Violet Beauregard! – diz ela animada numa voz clara.

Silencio.

Minha visão se volta para o lado das garotas. Violet Beauregard sai do grupo de dezesseis anos. Pele morena clara, cabelo negro e ondulado até pouco antes do meio das costas, estatura mediana...

- Alguém se voluntaria? – pergunta Megara à multidão.

Uma menina no grupo de dezessete anos fez menção de dar um passo em direção ao tapete que faz um corredor.

- NÃO! FIQUE ONDE ESTÁ, VOCÊ NÃO DURARIA NEM A PRIMEIRA HORA!

Um homem alto e forte está parado por perto, com certeza deve ser o treinador. Geralmente os treinadores ficam por perto fiscalizando se nenhum desesperado para ter os holofotes irá se voluntariar sem estar “pronto” e conseqüentemente trazer vergonha ao nosso distrito.

Apesar de parecer frágil, Violet Beauregard caminha firme até o palco, Mark Pond se levanta de sua cadeira e a ajuda a subir os degraus.

- Sim, Violet Beauregard! – diz Megara animadamente. - Uma salva de palmas!

A praça irrompe em aplausos e assovios animados, os apostadores já gritam suas predições a plenos pulmões, vejo algumas das garotas do outro lado torcerem o nariz, a chance de suas vidas havia sido roubada por aquela garota que parecia tão inofensiva.

- Agora vamos escolher nosso tributo masculino! – anuncia Megara indo ao lado oposto, onde está o globo com os nomes masculinos. Ela faz o mesmo suspense e só alisa o papel assim que chega perto do microfone.

- Cato Stoll! – diz com uma expressão incrédula.


Notas Finais


Espero que tenha ficado bom o capitulo (: Para quem quiser ou achar melhor eu também posto no Nyah, estou bem mais presente lá do que aqui, então se alguém se interessar a fic tem o mesmo nome e capa lá, é fácil de achar. ;*


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