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História A Última Gota - Capítulo dezessete


Escrita por: NinaF

Notas do Autor


Espero que gostem!! (:

Capítulo 18 - Capítulo dezessete


- Aqui ta pior que no lago.

- Aqui tem correnteza.

Violet olha para mim com as sobrancelhas erguidas. Ela acordou à dois dias, mas ainda estamos com o “acampamento” montado, só mudamos de caverna já que a outra era muito pequena e perto demais do rio. Se chovesse já era. A em que estamos agora é mais afastada. Não acho seguro sairmos antes do dia de hoje já que o prazo para que ela melhore é de três dias, mesmo que no dia seguinte ao que acordou ela tenha se levantando e dito que estava bem outra vez. Desde ontem sua fome voltou ao normal e alguns poucos vômitos que ela teve cessaram, a sede ainda continua.

Os esquilos que ela caçou acabaram, então, já que estamos perto de um rio disse que iria pescar alguma coisa, mas está meio difícil. Parece que no lugar em que estamos o calor é maior ainda. Violet rasgou sua calça e agora desfila pra cima e pra baixo com um “short” ligeiramente acima da metade de suas coxas. Não que a visão não me agrade – totalmente pelo contrario - mas depois quem tem de esquentar a esperta a noite sou eu.

Ela está sentada nas pedras, agitando as pernas dentro da água e olhando a floresta. Insisti para que Violet viesse até o rio comigo, a idéia de deixá-la sozinha e longe de mim não me deixa seguro. Afinal, esse foi meu erro com Clove, o erro que levou a sua morte...

Eu miro a lança num peixe que está nadando lentamente perto de mim e o espeto.

- Pelo menos um! – exclamo contrariado.

Violet solta uma risada.

- Joga.

Tiro o peixe da lança e jogo-o no ar, Violet o pega e coloca ao seu lado.

- Você trouxe faca? – me pergunta.

Balanço a cabeça enquanto procuro por mais peixes.

- Ta, então eu vou indo pra caverna, pra limpar isso e já colocar pra assar. Pega só mais um e sobe pra lá.

- Sozinha?

- É.

- Não, espera e eu vou com você.

Violet bufa contrariada.

- Qual é... Não tem ninguém por esses lados da floresta, ou já teriam nos achado a séculos. Eu vou ficar bem.

Olho Violet de maneira séria. Não importa o que eu diga, ela não vai esperar então acabo cedendo.

- Vai, teimosa. – suspiro. – Mas leva o machado e fica de olho.

- Vou levar sua camisa também. – ela pisca pra mim, sorrindo, e se levanta.

Eu sorrio e vejo-a calçar as botas, pegar o machado e seguir floresta à dentro arrastando-o pelo chão.

Depois de cinco minutos eu espeto outro peixe, um pouco menor que o ultimo, mas me contento e então saio da água. Calço as botas e passo a mão pelo cabelo, tirando um pouco da água, pego a lança e o peixe e sigo pela floresta, em direção à caverna em que eu e Violet estamos. É perto. Quando me aproximo ouço sons que me fazer enrijecer totalmente. Isso é barulho de luta. Eu preparo a lança e saio correndo entre as arvores. Quando estou quase lá o som inconfundível vem aos meus ouvidos. Pedradas. Pedradas contra alguma coisa... Contra alguém.

Clove foi morta a pedradas, a imagem de sua têmpora funda me causa pesadelos até hoje. Eu entro em pânico novamente com a idéia de perder Violet e o sangue começa a me subir à cabeça. Estou pronto para matar seja lá que esteja lutando com ela. A imagem de Violet, com a cabeça funda, exatamente como Clove, insiste em me aterrorizar a cada passo que eu dou, mas se dissolve assim que chego a clareira em que fica nossa caverna.

Violet está de pé, uma pedra do tamanho de um pão em sua mão. Ela está totalmente respingada de sangue, sua expressão é fechada em fúria. No chão o corpo de um garoto está inerte, sua cabeça envolta em liquido pegajoso e vermelho. Assim que focalizo tudo o canhão vem e me avisa. O garoto está morto. Violet, não tira os olhos do cadáver um só minuto e sua respiração é acelerada.

- Mas que me...

Ela ergue os olhos pra mim. Em menos de um segundo estou com ela nos abraços, apertada contra meu peito, minha própria respiração está acelerada e meu coração está ribombando pelo susto.

- Ele já era. – Violet diz pra mim.

Eu respiro fundo um par de vezes e então solto, em meu mais baixo e carinhoso tom:

- Caralho, Violet! Eu te disse pra não vir sozinha! Você me deu um susto, você poderia ter morrido! Que merda...

O ultimo palavrão sai esmagado.

- Eu não vi ele chegando, veio por trás e tentou me acertar com um pedaço de... sei lá o que era. Mas eu escutei seus passos no ultimo segundo. – ela murmura.

- Vocês lutaram?

- Ele quase conseguiu me derrubar, mas eu sou mais rápida. Ele era forte, dai eu vi a pedra...

- Droga, Violet... Olha o tamanho dele, poderia ter te matado fácil. – eu me afasto e a olho. – Nunca mais, nunca, você vai ficar sozinha aqui.

Ela assente.

No fundo, Violet é mesmo frágil como aparenta. Ela tem uma habilidade extraordinária com as armas e tudo mais, é muito bem treinada – se bem que acho que ela já nasceu com isso, essa habilidade toda não vem só com treinamento. – mas é frágil. Ela tem o tamanho normal pra uma garota de dezesseis anos, mas o pessoal aqui é maior. Ela deve ser uma das menores. Se for pega de surpresa por um cara do tamanho deste que ela acaba de matar... Pode acabar morta.

- A gente tem que sair pra eles pegarem o corpo. – sua voz firme me acorda.

Eu assinto e nós saímos novamente na direção do rio, de mãos dadas, ficamos lá durante alguns minutos, para que Violet limpe o sangue e retirem o corpo do garoto e então voltamos.

No chão há uma poça de sangue, a pedra que Violet usou para golpear o garoto do 8 está no meio dela. Nós a contornamos e entramos na caverna em silencio. Violet se senta encolhida contra uma pedra e lá fica.

- Eles estão vindo. – ela quebra o silencio.

- Talvez não... – digo.

- Ta claro que sim. Um já nos achou, faltam três. A menina do 10, Ryan e Revlon.

Me sento a sua frente.

- Ta na hora, Cato. O final.

Eu fico em silencio. Sei que Violet está certa, mas o medo é maior que eu. Agora é a hora de enfrentar os outros, bater de frente e bem... Se alguém conseguir pegar Violet, ou, conseguir me matar e Violet ficar sozinha? Eu sinto um receio enorme, mas algo aqui dentro luta contra ele: Meu instinto Carreirista, meu instinto de matar, de vencer. O instinto de Violet está ainda mais aguçado que o meu, ela quer sair pra caçar os outros desde que acordou e eu é quem estou mantendo-a presa aqui, mas sei que não vou conseguir por muito tempo. Nossa vontade de matar parece ter nascido junto conosco, e não ter sido criada com treinamento. Eu e Violet somos predadores naturalmente. E tudo o que é de natureza não pode ser detido por muito tempo.

- Arruma tudo, - digo. – temos pessoas a matar.

Meu instinto venceu o medo.

 

Enquanto eu afio a espada numa pedra vejo Violet arrancar as folhas de algumas plantas.

- O que você vai aprontar com isso? – pergunto.

Ela ergue os olhos pra mim.

- Um jeito de ter minhas armas a mão.

Não entendo o que têm as folhas a ver com isso, mas me calo. Às vezes as maluquices de Violet dão certo. Continuo a trabalhar na espada até que me dou por satisfeito e então vou até ela para ver o que pretende fazer.

Está sentada no chão fazendo uma espécie de trança com as folhas, formando uma tira grossa.

- Afia as minhas facas e o meu machado? – ela me pede concentrada.

- Afio, onde estão?

- Na caverna.

Pego as seis facas e o machado no chão e volto para fora. Quando já estou na quarta faca Violet parece ter acabado seu trabalho em trançar as folhas e se levanta. Ela pega as tiras e as amarra envolta das coxas.

- Já tem alguma pronta? – ela me pergunta.

Assinto e aponto as três facas já amoladas ao meu lado. Ela as pega e prende nas tiras em sua perna.

- Isso não pode te cortar? – indago.

Ela balança a cabeça e encolhe os ombros. À medida que vou terminando as facas ela as prende, três de cada lado.

- O que a gente precisa levar? – me pergunta.

- Não muita coisa, quero acabar com isso logo. Talvez vamos dormir só uma noite.

- Vou começar a pegar tudo.

Assinto e ela desaparece na caverna. Quero encontrar a 10 ainda hoje, talvez possa deixar Violet dar um bom show à Capital matando-a, ela é realmente boa em métodos cruéis. Depois, Revlon e Ryan, a parte mais difícil, podem não ser tão bons quanto eu e Violet, mas acho que nos darão trabalho. Quando termino de afiar o machado de Violet entro na caverna, para ver o que ela realmente está levando. Encontro-a agachada – a imagem das facas presas à sua perna me causa um certo medo – colocando nossas garrafas de água cheias na mochila.

- O que tem ai? – pergunto.

- Água, os óculos, – ela não se vira – a rede...

Violet se levanta e vem até perto de mim, pega o nosso saco de dormir no chão e o ergue.

- Precisamos levar isso?

- Talvez... – respondo.

Violet o joga na direção da mochila.

- Você sabe muito bem que há formas mais eficientes pra gente se esquentar não é? – digo baixo.

Violet sorri.

- É mesmo?

Eu assinto e então a beijo. Não como das outras vezes, é diferente. Eu não quero simplesmente um beijo, quero Violet por inteiro. Em pouco segundos o machado que eu segurava está no chão e minhas mãos seguram seus quadris com firmeza. Eu quero levá-las além, mas tenho medo de assustá-la.

Beijo Violet com voracidade e sinto suas mãos entrarem por baixo da minha camisa, subirem minhas costas. Suas unhas me arranham levemente e eu deslizo meus lábios até seu pescoço. Sinto-a suspirar e isso me deixa ainda mais ligado. Eu nunca desejei tanto estar completamente sozinho com ela. Pressiono-a contra a parede da caverna e minhas mãos sobem, entrando debaixo de sua blusa.

- Eles estão vendo a gente... – ela sussurra nervosa e se afasta de mim rapidamente

Eu fico lá, parado, bobo e faminto por Violet. Desejando que ela tivesse se esquecido das câmeras para continuarmos, mas sinto algo estranho nela - que rapidamente começa a remexer as coisas. O modo como se afastou de mim foi bastante esquisito. Eu fico receoso de que tenha a assustado e saio me sentindo ligeiramente estranho. Alguns minutos se passam e ela me chama, quando entro todas as armas estão no chão.

- Quais? – ela está séria novamente.

Temos duas espadas, uma adaga, um machado, uma clava, um arco. As seis facas eu prefiro deixar com Violet e a lança eu nem mesmo sei onde está.

- Eu quero uma espada. – digo.

- Eu preciso do machado. – Violet fala. – E... queria ficar com a clava.

Eu sorrio.

- Pode ser.

- Fica com a outra espada. – ela diz.

Assinto. Duas espadas são melhor que uma. Sobram um arco e uma adaga os quais eu e Violet decidimos que não serão úteis. Tudo o que sobrou de comida foram algumas tiras de carne e alguns biscoitos que colocamos na mochila. Prendo as duas espadas no cinto e Violet vai levar o machado na mão, seu casaco amarrado na cintura. A clava e meu casaco estão na mochila, junto com a comida e as outras coisas que Violet já havia posto lá. Coloco a mochila pendurada em um ombro e nós dois saímos juntos da caverna.

- Escondemos o que sobrou? – ela pergunta.

- Não. – respondo. – Deixe ai. Agora o que eu quero é que nos achem.


Notas Finais


É o seguinte... To muito, muito, mas muito chateada. Onde estão os comentários? As notas nos capítulos? Vocês não estão mais gostando da fic, é isso? :'( Poxa vida gente, vocês é que me estimulam a postar... Beijos! :(


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