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História A Última Gota - Capítulo dezesseis


Escrita por: NinaF

Notas do Autor


Espero que gostem meus amores (:

Capítulo 17 - Capítulo dezesseis


O grito cortante me alarma. Violet. Corro entre as arvores tentando encontrá-la, há som de luta. Só paro quando a vejo, Ryan a imobiliza com uma gravata e sorri sádico pra mim. Violet tem um feio corte na boca, suas roupas estão rasgadas e sujas, ela esteve lutando com ele e conseguiu acertar-lhe um soco no nariz e um chute, percebo pelo sangue escorrendo em seu rosto e o jeito como manca ligeiramente.

- Exatamente assim. A isca atraiu a presa. Olá Cato.

Eu estou paralisado, sem reação. Ela está nas mãos dele.

- Achou que iria tirá-la de mim? Não, ela é minha, sempre vai ser.

Violet se remexe, mas não consegue se soltar, é pequena demais pra ele, assim como é pra mim.

- Eu sei que daqui eu não saio, então se eu não saio... Ela também não,

Nessa hora ele torce seu pescoço. Um urro escapa da minha boca, mas ao invés de ver o corpo morto no chão vejo o céu roxo.

Minha respiração é descompassada, sinto meus dedos quase colados á espada, meu alivio só vem quando sinto a respiração leve de Violet contra o meu pescoço. Um pesadelo. Foi só um pesadelo. Repito isso mentalmente várias vezes, mas abaixo os olhos para Violet receoso, para constatar que tudo não se passou de um pesadelo. Dormindo, tranquila, as feias manchas vermelhas ainda estão em seu rosto. Sua temperatura alta nos esquentou durante a noite. Encaro o céu novamente, o sol está quase nascendo pela sua cor mesmo assim não decido me levantar. Está bom demais, assim, abraçado a ela. Não sei por quanto tempo fico lá, mas quando vejo o sol já está alto e a voz fraca de Violet me chama. Ainda mais fraca. Um emito um grunhido em resposta.

- Minha cabeça dói.

Meu coração parece receber uma facada. Mais um sintoma, mais uma dor, mais um sofrimento, mais uma piora.

- Quer remédio? Têm alguns aqui.

- Não precisa, não vai passar. – sua voz é firme. – Só... Queria te avisar...

...Que o meu tempo está se esgotando. Sua frase iria terminar assim, mas ela se calou no meio.

- Sabe... Vamos ficar aqui? – digo mudando de assunto, não quero pensar sobre o fato de Violet estar em estado terminal. – Passamos a noite aqui e ta tudo tranquilo, porque não ficar?

Violet concorda.

Lá para o meio-dia, eu estou forçando pedaços de esquilos para dentro de novo. Quis convencer Violet a comer um pedaço, mas ela aceitou somente a água. Está tudo tranquilo, alguns pássaros cantam, mas de repente todos se calam. Eu e Violet erguemos os olhos um para o outro e então logo depois o barulho nos faz gelar. Dois canhões.

Paro no lugar com um pedaço de esquilo enchendo minha boca. Violet arregala os olhos pra mim. É como se algo gelado descesse pela minha espinha.

- Dois, Cato...

Entendo o que ela quer me dizer. Distrito sete. Vejo Violet começar a tremer.

- Acho que não... – minto, tentando convencer a mim mesmo.

Passamos o resto do dia tensos, mais a noite o selo da Capital aparece no céu e o hino toca. Durante os últimos dias não me lembro de tê-lo visto, ou não estava me preocupando com as mortes ou tenho ficando absorto demais em meus pensamos durante a vigia.

Droga.

Os rostos das duas crianças aparecem no céu, os dois pequenos do sete. Os dois os quais eu e Violet ajudamos. Não posso dizer que me afeiçoei muito a eles mas está mais que claro que Violet sim pois escuto seus soluços. Eu também estou mal, claro, e estou sentindo uma espécie de orgulho também. Aqueles dois foram até o final, foram fortes. Eram apenas duas crianças, duas vitimas dos Jogos Vorazes, em desvantagem contra todos nós.

Os dois ainda ocupam meus pensamos quando me enfio para dentro do saco de dormir com Violet.

- Acha que... Foi rápido? – ela me pergunta chorosa.

- Eles estão melhor agora, não deve ter sido algo doloroso. – Assim espero.

O sono vem e me leva, não tenho pesadelos e acordo já com o sol nas alturas. Chamo Violet para nos levantarmos e digo que hoje a obrigarei a comer, ela querendo ou não.

Nada.

Chamo mais algumas vezes, chego a sacudi-la levemente.

Nenhuma resposta.

Eu me levanto com um salto e olho o rosto de Violet. As manchas sumiram, sua pele tem um tom pálido e doente, sua boca está roxa, seu corpo mole. Pego uma de suas mãos e constato: Mais que geladas

- Não, não, não... – eu repito a mim mesmo inúmeras vezes. Checo o pulso, ainda viva, mas sua respiração é quase um suspiro. O sintoma que indica que o trabalho do bestante está quase concluído: O coma.

Jogo o saco de dormir longe e fico olhando-a. Ela está indo embora, Cato, traga-a de volta. Absolutamente não sei o que fazer, estou aterrorizado demais. Apenas aliso seu rosto e chamo por ela, mesmo sabendo que é inútil. Violet pode estar em coma.

Minha primeira reação é levá-la pra longe. Agora estamos mais que vulneráveis, tenho que nos esconder. Quando estendo a mão para pegar a mochila percebo que estou tremendo. Coloco o saco de dormir e os casacos nela às pressas e então a prendo às minhas costas. Passo um de meus braços por debaixo de seus joelhos e o outro por suas costas. A imagem de Violet inerte em meus braços me faz estremecer.

Um lugar para nos esconder, é disso que eu preciso. Pensa, Cato, pensa. Alguma caverna... Alguma gruta... Bem, é mais comum haverem cavernas perto de rios. Há um rio no meio da floreta, paramos nele uma vez, mas é estreito demais. Ele deve aumentar de tamanho conforme entra na floresta. É pra lá que eu vou.

Dou mais uma olhada em Violet, mas isso só faz com que meu coração fique mais apertado.

Sigo na direção oposta a que vínhamos andando esses dias todos, mas indo cada vez mais fundo.  Estou lutando contra o tempo, com medo de que o coração de Violet pare de bater a qualquer momento. Não tenho tempo para lágrimas, nem para a dor em minhas costas por conta do movimento brusco de levantá-la do chão. Depois de duas horas meio andando, meio correndo ouço o barulho de água correndo. Aumento a velocidade e corro na direção do som, no caminho até chego a tropeçar em algumas pedras, mas não paro. Em certo ponto Violet começa a escorregar, paro e a ajeito para que não balance muito. Seus lábios que sempre foram avermelhados e cheios estão numa cor roxa pra lá de feia.

Respiro um tantinho aliviado quando chego ao rio, é largo e tem uma pequena correnteza. Cavernas, eu preciso de uma caverna. Vou descendo o rio e então percebo que a floresta tem uma leve inclinação. Nunca havia reparado antes. Abaixo os olhos para ver onde estou pisando e quando os ergo avisto algo que parece uma pequena caverna mais ao longe. É lá mesmo.

Disparo, passando pelas pedras mesmo e chego ao local em poucos minutos. Não é muito grande e é bem úmido, a entrada é meio apertada, mas consigo passar sem machucar Violet. Deito-a no chão e checo seu pulso novamente, seu coração ainda está batendo, mais fraco, porém ainda bate. Em segundos percebo que o que me fez levar Violet até ali sem perder o controle foi a adrenalina e agora ela está baixando e me deixando consciente de que Violet está morrendo. Meus olhos ardem e minha respiração se desestabiliza. Eu fico meio deitado, meio sentado ao lado de Violet.

- Você não vai não é mesmo? – pergunto inutilmente. – Violet, você não pode...

Lágrimas querem descer e dessa vez não as reprimo. E daí se me virem chorando? Eu sou humano, afinal de contas. Me sento contra a parede da caverna, com o rosto escondido nas mãos e choro. Agora não há mais volta, ela está morrendo e eu não fiz nada. Porque não podia ter sido eu ao invés dela? Eu daria, eu dou minha vida pela de Violet, mas agora já não é possível. Ou é...

Levanto o rosto e a vejo deitada imóvel, seu peito e sobe e desce, curto e devagar. A idéia de perder Violet, de viver sem ela, me é insuportável. Se ela vai, eu vou também.

Assim que o coração de Violet parar de bater... Eu me mato. Está decidido, nós dois morreremos nessa caverna, juntos. Porque não? A idéia de morrer me parece mais suportável do que a de perdê-la. Trago Violet pra perto de mim de modo que ela fica entre minhas pernas, escorada em mim. Encosto a cabeça nas pedras e olho o teto, sentindo seus dedos frios entrelaçados nos meus trêmulos. Não sei por quanto tempo fico assim, chorando silenciosamente e esperando.

Quase pulo quando sinto uma leve pressão em minha mão, olho para baixo e vejo. Violet está mexendo os dedos, apertando minha mão. Minha boca se abre em surpresa e também aperto, levemente, sua mão.

- Violet? – chamo.

- Oi... – ouço sua voz, fraca e rouca. Ela dá um suspiro.

- Ta melhor? – pergunto, esperançoso.

- Não, Cato, eu to morrendo. – ela diz.

Esfrego meus olhos e tento controlar a voz para que ela não perceba que estou chorando.

- Não você não ta...

- Cato, me escuta. – ela suplica. – Dá próxima vez que meus olhos fecharem, eles não irão se abrir mais, entendeu? – ela começa a chorar e eu também. – Você vai seguir e então ganhar isso por nós dois, quando chegar no distrito dois diga as minhas irmãs que eu amo elas. Cato, eu só quero que você seja a ultima coisa que eu veja.

Eu a viro de forma que continue deitada em mim, mas consiga me ver. Não digo que meu plano é me matar assim que ela se for, ela com certeza irá me contradizer. Seus olhos vermelhos e molhados se fixam em meu rosto e ela sorri levemente.

- Violet, você vai tentar com todas as suas forças ficar acordada, ta? – digo, com a voz embargada. – Me promete?

- Você sabe tanto quanto eu que se eu prometer, não vou poder cumprir.

- Vai, você vai. Você não pode me deixar...

- E eu não quero... Mas não depende de mim...

- Violet...

- Cato, eu te amo. – ela chora.

- Eu te amo, Violet. – digo.

Ela me olha e pisca lentamente algumas vezes. Beijá-la, é a ultima coisa que quero fazer antes que ela se vá. É molhado devido às nossas lagrimas e doloroso. É a ultima vez que irei beijar Violet, me esforço ao máximo pra guardar cada detalhe, o toque de seus lábios, o gosto, seu jeito de me beijar. Quando nos separamos ela olha em meus olhos durante um tempo, assim como também fixo os dela, quero guardar o tom de âmbar que acho tão bonito e curioso, mas tenho pouco tempo pra isso já que ela logo fecha os olhos.

As lagrimas me vêm como nunca, eu abaixo a cabeça encostando minha testa à de Violet, os soluços balançam meu corpo. Ela se foi, sua respiração é fraca, mas está desacelerando cada vez mais. Eu a perdi, Violet Beauregard, a única que amei. Parece que tudo agora passa diante dos meus olhos: A primeira vez que a vi na Colheita, totalmente inocente; nosso aperto de mão dentro do carro; nós dois na estação de trem, posando para os fotógrafos; nossas mãos erguidas encima daquela carruagem; a visão de Violet, de costas e de pijamas, espiando a Capital pela sua janela no Centro de Treinamento; sua entrevista; ela dormindo de seu jeito engraçado no sofá em frente ao meu no dia em que viemos pra arena; Violet matando a garota do onze que estava prestes a me matar; a vez em que Ryan tentou beija-la; nossa briga... Todos, absolutamente todos os momentos que tive com ela passam diante dos meus olhos.

Eu fico chorando, esperando que a vida abandone totalmente o corpo de Violet para poder tirar a minha quando um barulho baixo me assusta. Eu reconheço o barulho. “Dádiva” penso. Eu não sei se deixo Violet e vou pegá-lo ou se deixo pra lá. Ótima hora para mandar um desses, será que não querem mandar outro mais tarde também? Quando nós dois já estivermos mortos? O barulho não para e então decido deixar Violet deitada e correr para pegar seja lá o que for.

O pára-quedas prateado está no chão fora da caverna. Há preso nele um tubo grande e também prateado e um bilhete bem comprido. Pego os dois. O tubo tem uma pequena fivela que desamarro e o abro. Uma seringa. Minhas mãos tremem descontroladamente, isso pode ser remédio pra Violet. Pego o bilhete e começo a ler. A primeira frase está em letras garrafais: INJETE NA VEIA DO PESCOÇO DELA ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS! LEIA O RESTO DEPOIS!

Minhas pernas respondem sozinhas e eu corro para a caverna. O pânico me atinge quando percebo que a respiração de Violet é quase nula. Eu nunca injetei nada em ninguém antes, diz que devo injetar no pescoço dela, mas não tenho a mínima idéia de onde fica a veia. Quando afasto seu cabelo respiro aliviado ao ver que a dita cuja veia está saltada. A seringa não é complicada, mas é estranha, há uma agulha presa a um cilindro metálico e então um pequeno botão na outra extremidade, uma fenda no cilindro revela um liquido verde acido. Sem pensar duas vezes finco a agulha na veia saltada na lateral do pescoço de Violet e aperto o botão. Não é preciso apertar até que o liquido seja totalmente injetado, é meio que automático.

Eu recomecei a chorar sem perceber. O liquido se vai totalmente para a corrente sanguínea de Violet e então retiro a seringa e a deixo caída ao meu lado. Lembro-me de ler o restante do bilhete então o coloco a frente dos meus olhos.

“Sei que nos demoramos, mas não é nada fácil achar o antídoto para veneno de sanguessuga e ele também não nem um pouco barato, ainda mais nas circunstancias dos Jogos – Parabéns, pois vocês acabaram de ganhar a dádiva mais cara de todos os tempos. Agora que injetou é só esperar se o corpo dela reagirá bem ou não. Observe se o ritmo da respiração irá aumentar e se ela começará a suar, é o sinal de que o antídoto está funcionando. Se for assim, ela deve acordar em um dia, a partir dai ocorrerá uma espécie de processo reverso. Ela terá febre novamente, ficará fraca e não sentirá fome. Em compensação sentirá muita sede. O veneno vai ser expulso do corpo de Violet então ela irá suar e urinar em excesso, pode haver vomito então não se preocupe quanto a isso, é natural. Caso ela não sinta vontade de beber água, force-a! É crucial. Violet deve estar bem em três dias. Cuide dela, Cato. Fiquem vivos!

- A.”

 

Olho ansiosamente para Violet, talvez por horas até que noto sua respiração se acelerar significativamente e sua testa começar a brilhar devido ao suor.

Eu caio como uma pedra no chão, arfando e olhando o teto de olhos arregalados.

- Funcionou. – sussurro para depois começar a chorar compulsivamente.

Devo parecer louco enquanto choro e rio ao mesmo tempo. Violet está salva, foi por pouco, mas ela está salva. Minha vontade é gritar, mas fazendo isso posso alertar algum tributo restante sobre nossa posição então me contento de sorrir bobamente com lagrimas nos olhos. Depois de um tempo me apoio sobre os cotovelos para olhar Violet. Sua boca está voltando à cor normal lentamente, toco sua mão e constato que já não está tão fria.

Ela só deve acordar no dia seguinte então não posso deixá-la deitada na pedra. Faço um bolo com nossos casacos e coloco embaixo de sua cabeça. Coloco o saco de dormir aberto sobre Violet. Começa a escurecer e não é bom ficar em uma caverna escura. Pego alguns galhos pequenos e faço uma fogueira fraca que deixa a caverna à meia luz, mas a claridade não é visível do lado de fora.

Eu simplesmente não consigo dormir então passo toda a madrugada andando de um lado ao outro, guardando Violet. Não é por medo de alguém nos achar - acredito que isso seja quase impossível - mas por falta de sono mesmo. Acho que o choque de quase tê-la perdido me desestabilizou totalmente. No meio da madrugada ela se remexe um pouco, o que acho que indica que está melhorando.

Já perto de amanhecer eu me encosto à porta da caverna e observo o sol surgir lentamente, deixando o céu primeiramente violeta. Violeta... Violet. Fito a cor até que ela se torne um laranja vivo e quando dou por mim o céu já está azul e o sol está brilhando no alto. A pequena fogueira que fiz para iluminar a caverna se apagou.

Olho para Violet e vejo-a ainda dormindo de seu jeito engraçado. Tudo bem, ela está ok, e agora? Faço uma contagem dos ainda vivos: Revlon e Ryan ainda estão no Jogo, eu e Violet, a menina do 10 e o menino do 8. Estamos quase lá. Traço um plano mental para achar os outros o mais rápido possível, só vou esperar Violet se recuperar totalmente, então nós vamos acabar logo com isso e vamos pra casa. “Só um sai vivo” Lembro a mim mesmo. Que seja ela então...

 

Passo as próximas horas comendo uma maçã atrás da outra, do lado de fora da caverna. Não me sinto muito bem ficando tanto tempo dento dela. Não há mais nada pra se fazer além de comer, mas, por incrível que pareça, o tempo passa rápido e logo já está no meio da tarde e eu ouço um farfalhar dentro da caverna. Estico o pescoço e vejo o saco de dormir se remexendo.

- Violet? – chamo.

Ouço um grunhido e volto correndo pra dento da caverna. Ainda esta deitada, mas está bem acordada.

- Tem algum motivo para eu não ter morrido? – me pergunta desconfiada.

Eu rio e me sento ao seu lado. Ouvir sua voz de novo parece ser a melhor coisa que aconteceu em toda a minha vida.

- Alicia e Mark mandaram uma coisinha bem no ultimo segundo. Você ganhou a dádiva mais cara de todos os tempos, aposto que eles armaram os diabos pra mandar o antídoto que te salvou.

Ela ainda está em sua habitual posição de dormir e tem uma aparência sonolenta. Parece não totalmente recuperada, mas está, sem duvidas, melhor do que esteve nos últimos dias.

- O que era? – ela me pergunta novamente. – O que foi que me impediu de morrer?

Só então eu me lembro, Violet tem pavor de agulhas e injeções em geral.

- Sabe o que era? – agradeço mentalmente por ela estar desacordada na hora. – Uma injeção.

Sua expressão se endurece, mas sua mão desliza e se enrosca a minha.

- Obrigada. – ela sussurra.

- Pelo que?

- Por ter salvado minha vida, por não ter me abandonado nem quando soube que eu era um caso perdido...

Aliso seus dedos com o polegar.

- Você sabe muito bem porque eu fiz isso, e você teria feito a mesma coisa.

Violet sorri pra mim e finalmente vejo seu antigo sorriso de volta.

- Sabe...  Nunca imaginei que você fosse assim. – ela ri levemente. – Eu te via pela televisão lá de casa e sentia medo, vendo você matar pessoas.

Eu entendo e dou uma risada mesmo sabendo que é a pura verdade. Eu não sou assim tão... Apaixonado. As únicas pessoas com quem demonstro algum afeto são minha mãe e meu irmão e também tinha Clove... No restante eu era uma pedra, só me lembro de ter chorado quando Clove se foi. Na verdade continuo sendo assim fechado, mas perto de Violet, quando se trata dela... Eu me desarmo completamente. Até mesmo chorei na frente de país inteiro.

- Como se você pudesse falar alguma coisa, não é? – brinco. - Jogar uma garota de dez metros de altura... Depois eu que meto medo.

Violet ri também.

- Como ta se sentindo? – pergunto a ela.

- Muito bem. – me responde.

Eu a olho.

- Ta se sentindo bem? Sério?

Ela assente.

- Por quê?

- Porque Alicia disse no bilhete que veio junto com seu remédio que levaria três dias para você se sentir bem. A febre iria voltar, você iria se sentir fraca...

Violet encolhe os ombros.

- É fato, eu estou com frio mesmo estando esse sol de rachar lá fora. E também estou meio tremula, mas estou bem no geral. Muito melhor que antes.

Encosto as costas da minha mão em sua bochecha e vejo que realmente está ligeiramente quente.

- Quais foram as baixas? – ela me pergunta.

Balanço a cabeça.

- Não teve nenhuma.

Violet dá um longo suspiro.

- Então, em quantos estamos?

- Nós dois, Ryan e Revlon, uma do 10 e um do 8.

Ela assente por um tempo e depois levanta os olhos pra mim. Tem no rosto um sorriso ligeiramente maldoso.

- Cato... Que tal a gente sair pra caçar?


Notas Finais


Queeero meus comentários falando se está bom ou não, hein?!


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