- Eu não pretendia...
- Meu caro, agora já é tarde.
Os passos ecoam pela sala vazia, a não ser pelos dois e o pequeno pedestal encimado por um vaso de cristal.
- É só amor jovem.
- Sim, mas é claro. – ele ri. – Não seja ingênuo, Seneca.
- Mas, senhor...
- Sem mais. – a voz de Snow é fria e cortante. – Não percebe o que permitiu? Aquele não é um simples ato de amor jovem, é uma afronta ao nosso poder. Como pôde...
- Não foi a minha intenção, apenas achei que a capital apoiaria.
- A Capital apoiou. Eu não.
Seneca baixa os olhos mais uma vez para o vaso a sua frente. As pequenas esferas negras amontoadas dentro.
- E como se não bastasse, ainda deixou o garoto vivo.
- Mas ele...
- Era só deixá-lo! – a voz de Snow se eleva. – No estado em que estava não duraria muito tempo!
- Deixá-lo... Morrer?
- É claro, afinal, meu caro, essa é a função dos nossos Jogos não é?
Snow se aproxima e o cheiro forte de rosas incomoda Seneca.
- Não consegue ao menos fazer o trabalho direito. Tem de deixar a coisa inacabada. Veja o prejuízo que me deu, agora teremos de acabar com ele de um jeito convincentemente acidental.
Suas mãos cobertas por grossas luvas remexem as pequenas frutas.
- Já fomos ridicularizados demais com o episódio das amoras... Não posso deixar um terceiro tributo vivo.
- Eu sinto muito, senhor presidente.
Snow ri da desgraça em que Seneca Crane caiu.
- Não há mais o que sentir. – e suspira. -Você era o meu melhor Idealizador, Sêneca. Realmente será uma perda enorme.
E com um ultimo sorriso, ele sai da sala e as portas são lacradas. Lá dentro, apenas Seneca Crane e um vaso de cristal repleto de amoras-cadeado.
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