- Mais uma margarita, por favor – pedi ao barman.
Girei no banco de modo que eu ficasse de frente para a pista de dança e pudesse ver onde Eleanor estava.
- E então, posso te pagar uma bebida? – um homem se sentou na banqueta ao meu lado.
Eu o olhei, ele era bonito, estava com os cotovelos apoiados em cima do balcão, com o rosto virado para mim com um sorriso sedutor no rosto. Muito bonito.
- Desculpe, mas eu já parei de beber por hoje – respondi tentando parecer simpática.
- Meu nome é Tyler, e o seu? – ele perguntou.
- Katherine – respondi.
- Aqui esta sua bebida – o barman colocou o copo em cima da bancada e empurrou para mim.
Merda.
- Pensei que você já tivesse parado – o cara que estava ao meu lado arqueou a sobrancelha.
- Pois é, mas eu nem lembrava que tinha pedido. Mas essa vai ser a última que eu bebo – mal terminei de falar e já estava bebericando pelo canudo.
- Acho que você está tentando se livrar de mim – ele coçou a barba rala e se virou para mim.
- Está tão evidente assim?
- Até agora não – ele riu. – Então eu estou certo?
- Sim – curta e grossa.
- Eu posso te levar para jantar se você quiser. Você não pode me dispensar sem antes me conhecer – ele se virou para mim.
- Claro que posso.
- E por quê? – ele estava curioso.
- Por que eu tenho namorado – dei um sorriso amarelo.
- Isso não significa que não possamos ser amigos.
- Isso significa sim – respondi tirando o dinheiro da carteira e colocando em cima da bancada debaixo do copo. Saí de lá e fui atrás de Eleanor.
- Por que você é assim? – ele me puxou pelo braço e veio atrás de mim.
- Por que eu quero ir pra casa, quero ficar com o meu namorado, mas infelizmente tenho que ficar aqui, e pra piorar você está me perturbando – sacudi meu braço para que ele me soltasse. Segui em frente e o deixei para trás.
* - É melhor você ficar longe do meu gato – uma ruiva parou na minha frente quando eu estava dançando com Eleanor.
- Pensei que fosse proibido trazer animais de estimação para a boate – brinquei.
- Não se faça de sínica! – ela cuspiu as palavras para mim.
- Eu nem sei de quem você ta falando – revirei os olhos.
- Do Tyler, eu vi que você estava me dando em cima dele – ela alegou.
- Pelo amor, eu nem conheço ele direito.
- Fica longe dele!
- Vem Els – puxei Eleanor e suas amigas para longe dali.
Mas pelo que parece nada está ao meu favor essa noite.
- Eu acho que você está me seguindo – era o Tyler.
- Fala sério, eu não estou atrás de ninguém. Só estava tentando me livrar da sua namorada psicótica, mas parece que em nenhum lugar que eu vou eu tenho paz – revirei os olhos.
- Namorada? – ele perguntou franzindo a testa.
- É, a ruivinha doidona lá – bufei.
- Ah, minha ex namorada?
- E eu lá sei.
Me afastei dele.
- O seu namorado não precisa saber – ele veio atrás de mim.
- Ele pode até não ficar sabendo, mas eu vou saber e eu não sou desse tipo – sorri irônica.
Ele me puxou pelo braço e tentou me beijar, eu tentei empurrá-lo.
- Você ta louco? Me solta – berrei dando socos eu seu braço para que ele me soltasse.
- Ninguém vai saber, podemos ir a um lugar mais vazio se você quiser – ele me puxou para mais perto de mim
- Eleanor, me ajuda! – gritei. Ele era forte demais para que eu conseguisse me soltar dele.
- Fica quieta – ele chegou mais perto.
- Eu mandei você me soltar – tentei dar um chute nas partes baixas dele, mas acho que não fiz tanto estrago quanto pretendia fazer.
- Que merda é essa garota?
- Ei, ei, ei, solta ela – Eleanor o empurrou
Graças a Deus eu estava livre dele.
* Eleanor estava em pé dançando e eu estava ao seu lado apenas olhando. Eu já não agüentava mais ficar ali.
Senti alguém puxando meu cabelo, mas ignorei. Até que puxaram pela segunda vez, e com mais força.
- O quê que foi? – me virei irritada.
- Eu mandei você ficar longe dele – a ruiva gritou e me deu um tapa na cara.
- Você está louca? – perguntei segurando seu pulso.
- Eu vi vocês dois juntos – ela me deu um tapa agora com a outra mão.
- Para! – eu empurrei-a e ela caiu no chão.
- Você vai se arrepender, sua vadiazinha – ela levantou-se e avançou para cima de mim.
Ela me deu outro tapa, tudo influenciou a minha atitude, a minha raiva, minha impaciência, meu estresse, tudo. E era lógico que não ia dar em coisa boa.
Quando ela veio me dar estapear de novo, eu enrosquei minha mão eu seu cabelo e o puxei para trás fazendo com que ela se curvasse para trás a medida que eu puxava.
Ela fez a mesma coisa que eu, e me puxou pelo cabelo. Estávamos lá nós duas ajoelhadas no chão, uma puxando o cabelo da outra.
- Me solta! – gritei, e com força lhe dei um tapa na cara.
Ela se jogou para cima de mim, me derrubando no chão, e tentando estapear minha cara, porém eu segurei suas mãos.
Girei para o lado ficando em cima dela. Ela arranhou meus braços enquanto tentava fazer com que eu a soltasse.
- Para de ser louca – pedi.
- Você se acha o máximo só por causa do namorado. Você é uma golpista de merda! Aposto que já está até grávida só pra segurar ele, por que ele é rico – ela cuspiu as palavras de um modo que me machucassem mais que um soco.
O sangue subiu a cabeça e eu reagi da maneira errada.
- Sua puta nojenta, você não sabe de nada – e então foi aí que eu comecei, estapeei a cara dela com toda a força que eu pude.
Só parei de agredi-la quando alguém me levantou me segurando por debaixo do braço.
Eu estava cega de raiva.
- Tira ela daqui, tira ela daqui! – a garota gritou.
*
- Eu não acredito que eu fui expulsa da boate por sua causa – Eleanor reclamou pela milésima vez enquanto íamos para casa.
- Ninguém te expulsou, você saiu porque quis – lembrei-a.
- Você tinha que brigar com aquela garota?
- Não fui eu quem começou.
- A pergunta não foi essa.
- Me deixa em paz, eu estou estressada.
Uma garoa fina começou cair.
- Que ótimo, e agora está chovendo! Se eu não tivesse dado tudo o que eu tinha pra aquela garota não prestar queixa contra você nós poderíamos estar indo de táxi pelo menos – ela resmungou.
A ruiva queria ir a delegacia prestar queixa por agressão contra mim, seriamos duas a prestar queixa já que ela também me bateu, o problema foi que eu cortei a boca dela e eu estava ilesa. E não era só por isso, eu e Eleanor estávamos evitando chamar atenção, ninguém podia saber que nós fomos para a boate, e isso nos custou 950 libras para que ela ficasse de boca fechada.
- Até quando você vai esfregar na minha cara? Depois eu pago o seu dinheiro, talvez assim você pare de reclamar.
- Não faço questão do dinheiro. Só estou reclamando por estar na chuva, por sua culpa.
- Eu nem queria ter ido para àquela boate, eu só fui porque você me perturbou pra que eu fosse.
- Eu pensei que você quisesse ir.
- Achei que eu tivesse deixado claro que não estava nem um pouco afim de ir.
- Então por que foi?
- Por que eu sou uma idiota Eleanor, porque você jogou sujo comigo, e eu entreguei os meus pontos quando cedi a você. Meu erro é sempre querer ser boa demais – desmoronei.
- Agora você está colocando a culpa em mim por você ter ido?
- Não!
- Quer saber, tchau Katherine - ela atravessou a rua.
Continuei pelo mesmo lado da rua e fui para casa. Agora estava chovendo forte.
* Eu acordei cedo, eram 8 horas da manhã, e a parte mais interessante é que mesmo que eu tenha ido dormir às 4 horas da manha, eu estava sem sono. Apenas de resseca, com uma dor de cabeça imensa e estressada.
Coloquei o roupão e fui para a cozinha, fiz café para ver se melhorava na ressaca.
Quando eu coloquei a caneca em cima da bancada da sala e me sentei no banco, alguém abriu a porta com um rompante.
- Katherine? – Harry entrou.
- Você poderia ter pelo menos batido na porta antes de entrar assim?
- Você deixou a porta aberta. Não viu minhas mensagens? – ele perguntando batendo o pé no chão de braços cruzados.
- Que mensagens? – do que ele estava falando?
- Eu deixei a minha chave com você. Eu passei aqui pra buscar a chave e você dormir lá em casa, eu queria cuidar de você já que você estava doente. Mas você não estava aqui e eu fiquei trancado fora de casa. Só por curiosidade, onde você estava ontem à noite? Você não estava passando mal? Achei que não pudesse sair de casa.
- É mas aí a minha tia estava com as meninas fazendo o show ontem e eu não queria ficar em casa sozinha, então fui pra casa da Eleanor – menti.
- Ah é? Você foi pra casa da Eleanor? – ele perguntou irritado jogando um jornal de fofocas em cima da mesa.
Eu engoli em seco. Eu estava na capa, a maior foto era eu em cima da ruiva batendo nela, a boca dela estava ensangüentada. E as fotos que estavam embaixo eram, uma minha sentada no bar bebendo, a outra era com um garoto que me perturbou a noite inteira cujo nome eu esquecera, e uma foto minha sendo expulsa da boate. Eleanor também estava nas fotos. Que merda!
- Quer dizer que você estava doente o suficiente para não ir ao show do seu namorado mas estava boa o suficiente para ir a uma boate? – ele estava praticamente gritando.
Eu coloquei as mãos na cabeça sentindo-a pulsar.
- Me desculpe.
- Katherine você tem que entender que agora você é minha namorada, não pode fazer coisas desse tipo. Você me expôs! Sabe porque você está na capa? Por que você é minha namorada. Você leu o que estava escrito na primeira linha? “ Namoradas dos integrantes da boyband One Direction são flagradas na boate All Night sem os namorados. Na noite passada a boyband fez um show em Londres e as namoradas não estavam presentes na platéia. Pelo visto elas trocaram os namorados pela boate. Mas quem realmente se destacou foi Katherine Jowett, a namorada do integrante Harry Styles: Na noite passada além de brigar com uma garota, ela foi flagrada com outro homem. “ – ele parou de ler e ficou me olhando de cara feia, completamente irritado – E então Katherine, como você me explica isso?
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