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História My new life - Você me lembra ela...


Escrita por: MisakiMarcy e MarcelineQueen

Notas do Autor


Espero que gostem...

Capítulo 5 - Você me lembra ela...


Fanfic / Fanfiction My new life - Você me lembra ela...

Marshall

Era noite, faltava pouco menos que duas horas para o horário que Marceline e eu combinamos de nos ver em sua casa. Eu, Simone e Beter comíamos na mesa de madeira rústica na sala de jantar, a floresta do outro lado da parede inteira feita de vidro balançava com o vento.

Estávamos morando em uma “antiga” casa do meu pai (no sentido de apenas não ter sido usada a alguns anos, mas permanecia em ótimo estado e Simone deve ser provavelmente o “objeto” mais velho por aqui), feita de madeira e vidro, ficava no topo de um dos morros que cercavam a cidade, porém este era um dos únicos que “não possuía moradias”, já que a mata que o cercava tinha a fama de ser amaldiçoada.

Perfeita para dar a privacidade necessária a dois Shikis se esconderem dos humanos. Não era um castelo grande e assustador ao qual eu havia me acostumado, mas gostei, atendia nossas necessidades e era aconchegante. Meu pai realmente tinha bom gosto.

Peguei a jarra de sangue e enchi mais uma taça, o tilintar dos talheres dos outros dois era uma das poucas coisas que podiam ser ouvidas, até que o silêncio foi quebrado por minha tia.

-Simone: Então Marshall, ainda não tive a chance de perguntar, como foi seu dia?

-Marsh: Legal, para a escola.

-Os dois sorriram: O velho Marshall de sempre.

-Simone: E o diretor? O que achou dele?

-Marsh: Na verdade... Ele foi estranho.

-Beter: Em que sentido?

-Marsh: Legal demais.

-Simone riu baixo: E por isso ele é estranho?

-Marsh: Você não está entendendo, ele foi legal DEMAIS.

-Flashback ON-

Eu estava na diretoria. Não queria ter que aturar o mar de gente para saber qual seria minha sala e, por sorte, o diretor decidiu que queria falar comigo antes das aulas começarem então provavelmente seria poupado, mas ainda sim não conseguia deixar de me aborrecer. Já tinha visto esse tetrinho antes. O garoto problema é chamado no primeiro dia para levar alguns sermões e ameaças (o que só que deixava com mais vontade de fazer algo errado) e depois era dispensado com um aviso de “ficarei de olho”. Não queria ter que aturar isso mais uma vez então acabei inspirando lentamente quando ouvi meu nome ser chamado de lá de dentro.

Levantei do banco em que estava, passei pela secretária que havia por ali e entrei, nem reparei no lugar apenas no homem. Era alto, parecia forte mesmo com o terno que usava, tinha cabelos loiros perfeitamente alinhados, usava óculos de armação retangular preta e os olhos amarelos, seu jeito me pareceu bem o estilo “diretor carrasco”.

-Diretor: Bom dia Abadeer. Sente-se – fiz o que ele me mandou, colocando antes a caixa com minha guitarra na parede próxima a porta. - Não tenho muito tempo então vou direto ao assunto... – começou se sentando também.

-Marsh: Antes eu já gostaria de falar uma coisa, senhor – O interrompi acrescentando o “senhor” para não irritá-lo logo de cara, ele se silenciou e fez sinal para que eu continuasse. - Já estive em muitas escolas, em diversos países diferentes e como você sabe fui expulso de todas elas, cada uma por um motivo diferente, mas nunca repeti o ano ou sequer tirei notas que não fossem no mínimo na média. Nunca arranjei briga com alguém sem um motivo, mesmo que os meus as vezes não sejam considerados plausíveis para alguns. Prometo, não pretendo fazer nada que cause minha expulsão, não irei tentar alagar a escola, quebrá-la, explodi-la... - ele arqueou as sobrancelhas. - Foi apenas um exemplo - expliquei. - Também não sou do tipo de aluno que cola, forja, ou qualquer coisa do gênero. Cabular aula? Sinceramente talvez eu faça, se eu achar que não perderei nada de importante. Mas de qualquer forma serei um aluno qualquer, com um passado “delinquente”, não irá precisar se preocupar comigo, pois não farei nada de mais, pretendo me formar logo. Porém, somente se o senhor, diferente dos outros, não ficar no meu pé, me julgar pelas minhas ações passadas e por cada coisinha que possa acontecer me culpar ou me botar de detenção. Se confiar em mim, irei fazer por merecê-la.

-O homem sorriu: Tudo bem.

-Arqueei uma sobrancelha: O senhor disse tudo bem?

-Desta vez ele riu baixo e se levantou, indo até uma prateleira de livros: Sim. Acredito que as pessoas não podem ser julgadas o tempo todo por ações do seu passado. Não irei te tratar diferente de qualquer aluno dessa escola. Contanto que não arranje problemas, não precisará se preocupar comigo.

-Marsh: Hm... Então é só isso?

-Diretor: Sim. E saiba que tem minha autorização para se levantar e sair das aulas que não estiver interessado, assim não atrapalha o rendimento dos outros.

-Marsh: Sério?!

-Diretor: Sim. Há outros alunos como você nessa escola, ou melhor, outro. Contanto que não impliquem com ele, ele não arranja problemas. Irei ser com você assim como sou com ele. Alguma dúvida pode vir falar comigo. As informações sobre sua sala, aulas, etc. estão nesta folha a sua frente. Pegue e está dispensado.

-Olhei para a mesa e vi a tal folha a peguei e me levante: Tudo bem então... Adeus. – peguei minha guitarra e sai da sala. Fui até o banco que estava antes e parei a sua frente ainda desacreditando aquilo.

Não sei que tipo de diretor ele é, ou se realmente é tão legal, mas... Acho que terei de esperar para ver.

-Flashback OFF-

-Simone: Eu disse que você iria gostar dele.

-Ri baixo: Não acreditei em você.

-Beter: E os alunos?

-Marsh: Bom... Revi o Gumball, o que gostei. Não me disseram que ele também estudava lá.

-Simone: Achamos que gostaria da surpresa.

-Marsh: Foi ótimo saber que já conhecia alguém. Também conheci uns caras que parecem ser legais, Finn, Jake e Flame.

-Beter: E as garotas? – Simone o encarou com olhar cortante. – O que foi? Foi só uma pergunta!

-Marsh: Conheci duas bem interessantes.

-Simone: Interessantes quanto? – perguntou com um olhar sugestivo.

Primeiro a imagem de Fionna me veio a mente, aquele cabelos loiros e os olhos azuis, eu ainda estava confuso, tentando entender o que naquela garota havia me feito ficar tão interessado em tão pouco tempo. E pior, percebi que involuntariamente acabei soltando um sorriso, daqueles bobos e com olhar perdido e é claro que meus tios não deixaram passar. Se encararam com olhares sugestivos e se juntaram em um coro estendido de:

- HUMMMMMMMMMMMM.

-Marsh: É pra tanto? – perguntei ao voltar a mim.

-Simone e Beter: Sim. HHHUUUUUUMMMMMMMMMMM...

-Marsh: Eu já disse e repito: sou o mais normal dessa casa.

-Simone: Azar o seu, os normais são chatos.

-Beter: É por isso que nossa família é cheia de anormais, altamente abestados, mas muito inteligentes.

Todos riram.

-Simone: Mas me diga Marsh, que nível de interessantes e quem são?

-Marsh: Uma se chama Fionna...

-Beter: A loira bonita da sua sala? – uma bola de neve acertou a cara dele. - AI! Eu estava brincando Simone, primeiro ela é muito nova e segundo eu te amo – a albina deu um sorriso de canto sem olhar para ele.

-Simone: Enfim , e o que você achou da Fionna?

-Marsh: Parecia ser legal e bem gata, viu o tamanho daqueles peitos?

-Simone: Tem horas que a sua sinceridade não me agrada – falou com a mão na testa enquanto eu e Beter riamos.

Sim eu sou totalmente sincero com a Simone em várias situações, ela sempre acaba descobrindo quando eu minto mesmo, então já falo tudo na lata. Literalmente, tudo.

-Beter: Então já arranjou uma garota para tentar conquistar, hein? Te dou uma semana no máximo.

-Marsh: Mas a atração vampira não funciona em quem já está apaixonado, e se ela estiver a fim de outro? Quanto você dá?

-Beter: Mas uma semana eu dei caso ela esteja apaixonada – nós dois sorrimos e tocamos nossas mãos (high five). - Só não leve ninguém para a cama logo no primeiro encontro, ok? – rimos.

-Simone: Homens - revirou os olhos. - E a segunda garota, Marsh?

-Marsh: Bom, ela...é ótima, as coisas que ela gosta são as mesmas que eu, a maneira dela de agir, pensar e encarar a vida é bem...interessante, não sei que outra palavra poderia usar. Além de que ela é muito bonita, tem um ótimo humor, ela é....bem legal – eu estava sorrindo de novo, mas não um sorriso bobo e apaixonado, eu estava simplesmente feliz.

-Beter: E qual o nome dela?

-Marsh: Marceline.

Simone e Beter se entreolharam surpresos.

-Simone: Você acha que é ela?

-Dei de ombros, com um gole matei a taça e a enchi com mais sangue: Não sei ao certo, ainda tenho que averiguar umas coisas. Mas ela me passa uma sensação familiar, como se já a conhecesse. Deixem que eu cuide disso.

-Beter: Você já nos avisou. Não nos meteremos.

-Marsh: Obrigada. Vou me encontrar com ela essa noite, por falar nisso, não me esperem cedo, quero andar pela cidade depois.

-Simone: Sem problemas, vamos sair com uns amigos nossos, também voltaremos tarde.

-Marsh: Simon e Betty?

-Simone sorriu: É claro. Estamos com saudades. E falando em tarde, olhe as horas! Vamos Beter, ou iremos nos atrasar! - O ruivo enfiou toda a comida que ainda havia em seu prato na boca e saiu correndo para a sala. – Tchau Marsh, voltamos lá pelas três ou quatro. Divirta-se - me deu um beijo na testa, foi até a sala, colocou um casaco e os dois saíram.

Infelizmente eu ainda estava meio distraído, pensando em Marcy e na Fionna, não queria fazer nada e ao mesmo tempo não queria ficar parado sem fazer nada, então decidi já ir para a casa da morena. 
Tomei um banho rápido, me troquei com uma calça jeans, camisa xadrez vermelha e preta e um all star preto depois fui.

 

(----x----)

 

Eram cerca de 20:30 quando cheguei em frente a casa de Marceline. Era em outra montanha no limite da cidade, assim como a minha era de madeira e vidro, bem grande e bonita. A maioria das luzes estavam acesas então comecei a voar por entre os galhos das árvores procurando o quarto da morena. Não foi muito difícil, na verdade foi um dos primeiros cômodos que olhei.

Como eu adivinhei que era o dela? Bom, era um quarto com uma parede dos Beatles, instrumentos e um porta-retratos dela com as amigas. Precusa de mais alguma coisa? Mas para garantir fiquei um tempo olhando e esperando ela aparecer. 
Percebi que uma das janelas (que cobriam 3/4 da parede) podia ser aberta pelo lado de fora também .Flutuei até uma pequena plataforma de madeira, com no máximo 20 centímetros de largura, que havia em frente na frente da janela (uma espécie de parapeito), abri e entrei.

Assim que pisei no quarto pude ouvir o som do chuveiro, ou seja, Marceline estava no banho.

Reparei mais no quarto. Era bem legal, até eu teria um como aquele. Havia uma prateleira que cobria quase uma parede inteira, cheia de mangás e alguns livros de suspense, terror, romances policiais, etc. Para espera-la fui até o móvel, peguei um mangá ao acaso, me sentei no sofá do quarto e me pus a ler.

 

Marceline

Eram 20h, faltava uma hora para o Marshall chegar, Simon e Betty haviam saído para encontrar alguns amigos e eu estava lá deitada na sala sem ter nada de bom na TV. Decidi ir tomar um banho, separei uma roupa e entrei no banheiro. Demorei um pouco, pois depois que Marshall saísse eu iria me encontrar com minha banda.

Talvez seja bom esclarecer que meu horário é invertido do das pessoas comuns. Eu estudo de manhã, durmo durante a tarde e a noite eu me divirto.
Pense assim, o que você chama de meia noite, eu considero meio dia, enquanto você está indo dormir, eu estou apenas no começo da minha "tarde", e vice e versa. É assim com a maioria de nós "monstros".

Saí do banho as 20:45, me enxuguei, me vesti com um short preto de cintura alta, cropedi com o símbolo YouTube, um colar com notas musicais, uma pulseira preta e vermelha, um bracelete preto, fiz uma trança no cabelo, coloquei uma touca cinza de lã e passei uma maquiagem preta simples, colocaria um all star preto quando fosse sair. Assim que abri a porta do banho me deparei com Marshall deitado no sofá do meu quarto lendo um mangá.

-Ri: Como achou meu quarto? - sempre deixávamos a casa aberta enquando alguém estava, então não era estranho o garoto ter entrado.

-Marsh nem tirou os olhos do mangá para responder: Abri a porta de todos até achar esse, não foi difícil perceber que era o seu.

-Marcy: Já são nove horas?

-Marsh: Na verdade cheguei as oito e meia, mas como você estava no banho peguei esse “mangá” - fez aspas com a mão.

Somente nessa hora reparei bem no que estava em suas mãos, era o meu diário (um deles, pelo menos). Sempre pego capas de mangás para disfarça-los e os coloco com os outros de verdade, assim ninguém suspeita. Fui até ele e arranquei o caderno de sua mão.

-Marsh: HEI! EU QUERO VER COMO TERMINA!

Outra característica dos meus diários é que eu modifico os nomes, lugares e outras coisas, fazendo com que tudo pareça mais uma simples história sice-life do que um diário pessoal.

-Marcy: Mas não vai ver!

-Marsh: Porque? – falou manhoso. - Estava muito legal.

-Marcy: Foda-se, não vai ler.

-Marshall cruzou os braços e fez biquinho: Feia! – não me contive e soltei uma grande gargalhada da cena. Ele se levantou, pegou uma guitarra que estava no quarto e começou a afina-la. Estranhei. – Gostei das músicas que apareciam na história. Foi você que compôs?

-Marcy: Talvez...

-Marsh sorriu: Uma das que mais gostei foi a “Esperar”. Como ela era mesmo? –ele começou a tocar a guitarra e cantar.

Marshall: As pessoas esperam tanto tempo,
por um perfeito momento,
quase todas escolhem esperar,
deixando de se arriscar.

Ele olhou para mim como se dissesse para continuar e foi o que fiz.

Marceline: Mas você tem que entender,
esperar nem sempre é o certo a fazer.
As vezes você fica tanto tempo aguardando,
que nem percebe o momento ideal passando.

 

Marceline e Marshall: Esperar ou arriscar,
O certo contra o duvidoso,
Será que o melhor é mesmo aguardar?
Esperar ou arriscar,
O certo contra o duvidoso,
Será que o melhor é mesmo aguardar?

 

Marceline: Tem vezes que você fica tão cego,
esperando e sem tentar,
que não vê...
as varias chances que a vida lhe da.

 

Marshall: O tempo passa, esperar não é uma opção...

Marceline: Esperar nem sempre é o melhor,
Marshall: Todos têm que se arriscar,
Marceline: Parar de perder as oportunidades.
Marshall: O momento perfeito pode nunca chegar.
Marceline: Crie sua própria hora!
Marshall: Pare de pensar e vá agora.
Marceline: Está na hora de parar de pensar e se arriscar....

 

Marceline e Marshall: Esperar ou tentar,
O certo contra o duvidoso,
Será que já não está na hora de levantar
Esperar ou arriscar,
Pular no mundo do incerto
Será que o melhor é mesmo aguardar?

 

Marshall: Pare de pensar e se arrisque
Marceline: Se jogue no desconhecido e tente!
Marshall: Tentae, se arrisque, sem pensar...
Marceline: Sem pensar...

 

Marshall e Marceline:  E tentar...
Já chega de esperar!

Terminamos de cantar e sorrimos um para o outro.

-Marsh: Você canta muito bem, além de ser ótima compositora.

-Marcy: Obrigada. Você também não é tão mal - ele arqueou uma sobrancelha e eu ri. - Mas vamos direto ao assunto, sim? Fionna. Faremos o seguinte, se eu contar sobre ela primeiro, já ficaria fácil conquista-la, então você tem que concordar ser meu escravo e ai eu te falo tudo que dá para saber sobre ela. Além de, deste dia em diante, ajudarei você a ficar com ela o máximo que eu conseguir. Caso você não ache que vale o esforço então paramos por aqui. Porém eu vou garantir que vocês nunca fiquem juntos, já que você mesmo terá dito que não queria.

-Marsh: Não vejo problema.

 

(----x----)

Marshall e eu estávamos na sala a céu aberto da minha casa. Já havíamos conversado bastante sobre a Fionna (sim ele vai tentar ficar com ela e começaríamos amanhã a executar um plano para aproxima-los), mas agora éramos nós o assunto.

Eu precisava saber sobre ele, para ir colocando na cabeça da Fionna que o moreno era um bom partido, além de eu também estar curiosa em relação a ele. No final das contas os assuntos foram se espalhando e nos dispersamos completamente, estávamos contando algumas palhaçadas que aconteceram em nossas vidas, parecíamos até dois amigos de longa data, rindo sem parar.

-Marsh: Não acredito que você fez isso mesmo! – falou entre os risos. Eu simplesmente assenti com a cabeça já que ainda não conseguia parar de rir.

-Marcy: A-Acredite! - falei com dificuldade. Após alguns minutos finalmente conseguimos nos recompor e eu me levantei. - Estou com sede, quer alguma coisa?

-Marsh: Não, obrigada.

Fui até a cozinha e peguei uma garrafinha de sangue na geladeira, já estava ficando com fome e tinha medo de atacar Marshall em algum momento.

Mas agora... pensando bem... não senti cheiro de humano nele.

-Marsh: Marcy?

-Marcy: Oi Marshall - me virei para o mesmo. - Mudou de idéia? Quer alguma coisa?

Bosta, agora com essa garrafinha de sangue na mão não conseguiria sentir o cheiro dele mesmo que tentasse, terei que lembrar de ver isso na escola.

-Marsh: Não eu só...não vá achar estranho, mas eu queria saber se você já teve um primo?

-Marcy: Primo? Porque a pergunta? – ele entrou na cozinha e se sentou em um banquinho em frente a bancada, do outro lado estava eu.

-Marsh: Nenhum motivo em especial só curiosidade. Então, já teve?

-Marcy: Não. Meus tios nunca tiveram um filho e nem filha - tomei um gole do líquido vermelho viscoso, limpando ao máximo os vestígios em minha boca. - Nunca tiveram chance, na verdade. Meu tio, irmão gêmio da minha mãe, morreu antes que pudessem. Sua mulher nunca mais se casou ou saiu com outro homem. Pelo menos não que eu saiba, falo pouco com ela - Parei e pesei em voz baixa. - Se bem que...

-Marsh: O que? - Ele ouviu? Boa audição hein.

-Marcy: Não, nada. Realmente nunca tive primos. Mas e você?

-Marsh: Já tive uma prima.

-Marcy: Já teve? Ela...

-Marsh: Morreu. No mesmo acidente que matou meu pai - Me encolhi levemente e me sentei ao lado do garoto, ele já havia me contado sobre o acidente de seu pai, mas não havia mensionado outra pessoa.

-Marcy: Sinto muito.

-Marsh: Não sinta - ficamos um tempo em silêncio, achei que ele precisava desse tempo, para pensar se ele queria dizer algo mais e o que. - Você me lembrou um pouco ela.

-Marcy: Sério? Ela tinha quantos anos quando morreu? - perguntei meio hesitante, com medo de o assunto ser muito delicado ainda.

-Marsh: Tinha 7. - fiz uma expressão que indicava bem minha confusão ao ser comparada a uma criança de 7 anos. - Não é isso, minha prima parecia muito comigo, os olhos vermelhos, o cabelo negro, nossas personalidades, apesar de ela ser menos agitada e mais cautelosa, além dos nossos gostos.... Você... Você se encaixa em alguma dessas características - isso era verdade, eu e Marshall já tinhamos percebido as semelhanças em aparência, gostos e até personalidade que tínhamos. - Fiquei imaginando se ela não seria como você se ainda estivesse aqui.

-Baixei a cabeça e murmurei a única coisa que pensei: Sinto muito. - Ele riu e ficou quieto. - Você gostava bastante dela?

-Marsh: Você nem faz idéia... Me lembrar dela é até... duro. Nós sempre fazíamos de tudo para irritar um ao outro. Eu amava odiá-la e odiava ama-la, era uma amizade de cão e gato. Até cortei o cabelo dela uma vez enquanto todos dormiam, assim ela finalmente se tornaria igual a mim, o reflexo perfeito. Dês de então eu a chamava assim, reflexo. Paguei caro pela piada, mas valeu a pena. Só fomos perceber que nos importávamos um com o outro, que realmente éramos importantes para nós, quando nossos pais falaram que ficaríamos um tempo afastados. Foi o último dia que a vi e um ano depois ela morreu no acidente. Já faz 10 anos, mas ainda me dói. Fico pensando que eu podia ter aproveitado mais os anos com ela, ao invés de ter gastado todo meu tempo a fazendo me odiar.

-Coloquei a mão em seu ombro, tentando consola-lo, ele me encarou e sorriu da minha tentativa patética: Não sei se posso dizer, mas não acho que ela te odiava.

-Marsh disse após alguns segundos: Quer saber? Talvez não mesmo, ela ao menos se mostrou bem triste com nossa despedida, mas mesmo assim não consigo deixar de pensar que disperdicei tudo o que poderíamos ter tido e vivido. E eu sei que isso pode parecer estranho já que éramos só crianças, a grande parte do que aconteceu naquela época eu já esqueci, mas... Não dá pra explicar, eu apenas... sinto como se eu tivesse falhado com ela.

-Suspirei: Pode parecer estranho... mas acho que entendi o que você sente. Não concordo, mas entendo - ele riu baixo e eu sorri depois repiti a única coisa que conseguia pensar. - Sinto muito.

-Marsh: Obrigada. Bem... Já está ficando tarde, é melhor eu ir. Nos vemos amanhã as 6:20 na escola, certo? – combinamos de ir mais cedo para poder armar o plano.

-Marcy: Sim. Boa noite.

-Mash: Boa noite.

Ele se despediu com um abraço rapido e saiu floresta a dentro. Muitos teriam medo de entrar em uma mata como aquela no meio da noite, mas ele não hesitou por um segundo sequer. Ainda tenho que ter certeza, mas acho que esse cara esconde alguns segredos e eu vou descobrir quais são.

 


Notas Finais


Não me julguem, não sou compositora, apenas tento fazer meu melhor para dar algo de especial para a história.

Espero que tenham gostado e até a próxima.

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