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História Herança Veela - Cap 20 No Hogs Head.


Escrita por: AmandaRoss

Notas do Autor


Eeeeeehh nem demorei um mês dessa vez! Eeeeeeehh... Pelo menos eu acho... é, acho que não... Ok ok, que seja. Voltei para vocês meus lindos, dessa vez com o maior capítulo que eu já escrevi. Eu até ia deixar algumas partes fora, mas como eu planejo muito mau as coisas, essa parte que eu ia cortar já era pra ta a quatro capítulos atrás de acordo com os meus cálculos.

Mas de acordo com os meus cálculos, eu não sou boa de cálculos.

... Isso quer dizer que ta certo...?

Drogas a parte, voltemos ao capítulo.

Eu escrevi tanto, em tão pouco tempo, quer dizer, eu escrevia um pouco pelo menos uma vez por dia, por que não dava tempo de fazer mais nada, eu to num estado de quase coma de tanto sono, hoje vai ser o único dia que eu vou poder dormir o quanto eu quiser! Ah, dormir, gente, dormir é coisa de Jesus. Dormir é meu sonho nesse momento u.u

Mas também, escrevi tanto, por que vocês merecem, meus lindos leitores. Sério, 35 comentários no ultimo capítulo, todos liiiindos, todos charmoosos... O que uma putaria não faz né? Seus safadiiiiinhos. >.<

Não teve musiquinha nesse capítulo, eu planejei uma musica... Só que vocês já sabem como eu planejo as coisas, elas acontecem completamente ao contrario, enfim. Agora eu vou deixar vocês lerem, já enchi o saco demais. BEIJOS SEUS LINDOS.

Capítulo 20 - Cap 20 No Hogs Head.



Cap 20 – No Hog's Head.


      — ... Prometo. — Respondeu com a voz sonolenta. — Draco eu... To com tanto sono...


Ouviu uma risada anasalada, sacudindo o peito em que se encontrava deitado. Estava cansado demais pra se importar com o que aquele loiro oxigenado estava achando graça.


      — Isso é normal Harry. — Ouviu a voz um tanto divertida do outro, mesmo que tão arrastada quando a sua própria. — Pode dormir, eu cuido de você.


Tinha algo errado, ele sentia. Mas... Estava tão bom ali, tão quente e aconchegante, ele se sentia muito bem ali, então o que poderia ter de errado? Sentia seu corpo entorpecido e sua visão ia escurecendo cada vez mais. Resolveu finalmente se entregar ao sono, deixando-se envolver por braços tão protetores.


                                                                       oOo


Andava em um corredor escuro e longo, não sabia como havia chegado ali, nem onde estava exatamente, porém continuava andando. Não ousava olhar para os lados, as paredes escuras pareciam andar chegando perto cada vez que fazia isso, o deixando com uma sensação claustrofóbica. Então de repente ele chegou ao fim do corredor, uma porta que não parecia estar ali a segundos atrás apareceu, tão escura quanto os tijolos das paredes.


O que tinha atrás dela? Ele tinha que ver. Era importante ver, pegar o que tinha ali. 


Estendeu a mão para a maçaneta da porta. Por que ela parecia estar se afastando? Chegou mais perto e finalmente conseguiu toca-la. Era agora, ele finalmente descobriria o que tinha ali. Então girou e... Tudo ficou escuro.
 


                                                                oOo


Draco acordou com os raios do sol em seu rosto, fechou os olhos com força na tentativa de ignorar a luz incomoda, mas não deu muito certo. Então com dificuldade olhou em volta.


Opa... Aquele não era seu dormitório. O que ele fazia ali? Desorientado tentou se levantar, logo se vendo impossibilitado de fazê-lo. Algo estava sobre seu corpo. Olhou na direção de seu peito, sendo agraciado com a linda visão de seu parceiro adormecido, os cabelos negros emolduravam o lindo rosto delicado e relaxado. Imediatamente parou de tentar se mexer, na verdade, parou de tentar fazer qualquer coisa que não fosse contemplar aquela bela criatura.


Era lindo o jeito que a fraca luz do sol batia na pele tão branca quanto marfim dando as bochechas um tom corado. A boca pequena e convidativa estava entreaberta descuidadamente. Os cílios eram grandes e espessos, por vezes eram apertado em uma expressão estranha durando o sono. Estava tendo algum pesadelo talvez? Não parecia, pelo jeito calmo que ressonava. Draco pensou em acorda-lo, mas isso seria um pecado. Parecia um lindo anjo dormindo. E talvez o era. Era o seu pequeno anjinho.


Calmamente acariciou a bochecha com as costas de sua mão, sentindo a tez macia. Por um minuto ele tinha se esquecido do mundo inteiro a sua volta, mas agora, aos poucos a realidade voltava a si. Eles tinham dormindo na torre de astronomia, depois de... Oh! Sim, eles tinham feito aquilo. Draco se lembraria disso para o resto de sua vida. Claro que queria passar vários outros momentos como aquele... Vários. Mas aquele tinha sido o primeiro e era especial, seria pra sempre guardado no coração de cada um deles.


Como eu disse, voltando a realidade. Draco precisava acordar o moreno, eles não poderiam ter dormindo fora de seus dormitórios, alguém poderia perceber e todo o trabalho que o loiro tivera para conseguir que o relacionamento deles dois chegasse até aquele ponto, estaria indo por agua abaixo.


Mas nem precisou pensar em acordar seu pequeno parceiro, ele parecia estar fazendo isso por si só naquele exato momento

                                                                     oOo


Acordou com uma sensação estranha no corpo, mesmo assim era bom. Sentia-se quente e relaxado. Mas certamente não estava em sua cama. Era melhor que isso. Mas... Se não estava em sua cama, alguma coisa estava errada.


Com dificuldade abriu os olhos, que ardiam de sonolência. Se acostumou com a claridade antes de tentar olhar em volta.


Aquele não era o seu dormitório... Aquela não era sua cama... Aliás, o que era...?


Sentou-se na melhor forma que deu levando onde estava, vendo pela primeira vez onde estivera dormindo a noite toda. Ali, logo abaixo de si estava Draco Malfoy. Com os cabelos levemente despenteados e brilhando como ouro a luz do sol, os olhos cinza o observando com quase adoração, desceu mais observando a camisa amassada se ajustando lindamente aos músculos bem feitos. E finalmente, olhou para si mesmo, com as roupas completamente amassadas, as calças abertas e... Sentado sobre o colo de Draco.


      — Bom dia anjinho. — O loiro abaixo de si falou com a voz ainda rouca de sono.


      — Bom di- — Fez muito esforço para não gritar, então aquilo deve ter saído mais como um som de engasgo ligeiramente agudo. Mas, qual é... Anjinho? Sério? Anjinho? Harry queria muito dar na cara do outro agora. Então com os dentes serrados ele sibilou. — Malfoy. O que estamos fazendo aqui?


      — Ah Harry, não se lembra? Onde depois de nos... Ahn, nos entendermos, acho que acabamos caindo no sono. — Draco falou com descaso, como se realmente não tivesse falado o que havia acabado de falar.


      — Depois do que fize- — Outra fez ele engasgou no meu da frase. O que eles fizeram. Oh Merlin, ele se lembrava. Cada pequeno detalhe vinha na frente de seus olhos como num filme, os toques, as palavras e... Os gemidos. Seus gemidos. 


Harry corou tão forte que poderia sair fumaça de suas orelhas agora, desviou o olhar, estava com o rosto baixo como se procurasse algo de interessante no chão. Simplesmente não poderia olhar Draco agora. Eles tinham feito aquilo mesmo? Céus... E depois ainda dormira abraçado a Draco, onde estava com a cabeça?


Espera. Ele não só dormira abraçado a Draco, como também dormira na torre de astronomia. Merda! Onde estava com a cabeça!?


      — Malfoy! — Ele exclamou, momentaneamente se esquecendo de sua vergonha. — Dormimos fora de nossos dormitórios! Dormimos na torre de astronomia! Céus, Malfoy! E se alguém tivesse nos visto? 


      — Muito bem. Agora, acalma-se ok, Harry? — E apoiando uma mão no chão ele se levantou, colocando a outra atrás das costas de Harry já que esse ainda estava sobre seu colo. Draco se ajeitou um pouco nas almofadas em que havia dormido e olho o rosto vermelho colado em seu peito. Parecia que o moreno tinha recuperado a vergonha pela aproximação repentina. — Ninguém nos viu. Não precisa se desesperar. Ainda está amanhecendo, então com alguma sorte, ninguém percebeu ainda que não dormimos nos nossos dormitórios.


Era melhor que seu parceiro ficasse calmo, ele não tinha o costume de tomar decisões boas quando estava nervoso, então todo cuidado era pouco. Viu Harry ponderar rapidamente sobre o que o outro falava, tentando ignorar a aproximação de seus corpos.


      — Tem certeza disso...? — Perguntou baixinho.


      — Sim. — "Eu acho" Completou mentalmente. Mas era melhor que o outro achasse que tinha certeza, com alguma sorte ele teria mesmo. 


      — Então... Então temos que voltar logo. — Harry levantou o rosto para o encarar, mesmo com certa dificuldade por causa da vergonha. Então se apoiou nos ombros do outro para se levantar de forma desajeitada, não deixando de notar a mão em sua cintura em quanto fazia isso. Quando finalmente estava de pé, faz o máximo que pode para arrumar a roupa, mas por sorte a capa tapava quase tudo. 


Draco também se levantou, ajeitando a roupa, porém estava mas interessado em Harry.


      — Harry... Vamos nos ver de novo não é? — Ele falou seriamente. — Não vai mais fugir de mim, não é mesmo?


      — ... — O menor o encarou, fundo nos olhos prateados. — Eu ainda estou aqui, não estou? E... Eu prometi.


      — É... Prometeu. — Disse com a voz baixa, e Harry não saberia dizer se o outro tinha noção do quão sexy era isso, provavelmente ele tinha mesmo.

 
Então o loiro estendeu a mão para o menor, que com hesitação levantou a sua e a tocando. Agarrando a pequena mão, Draco o puxou juntando seus corpos mais uma vez. Assustado Harry ofegou, mas não dando tempo para palavras, Draco tomou sua boca em um baijo necessitado. As mãos do maior apertavam sua cintura e sua nuca, as vezes puxando o cabelo de leve o fazendo delirar, a língua quente em sua boca dava a sensação que estava derretendo, o levando as nuvens. Com o ultimo pingo de sanidade que lhe restara, ele rompeu o beijo.


      — Drac- — Sua boca foi tomada novamente. Mas resistiu, tinha que fazer isso. — Draco! Os... Dormitórios... Temos que... Nós temos que voltar.


Falou ainda sem folego, seu rosto a escassos centímetros do outro, isso por que Draco estava levemente inclinado.


Acariciando a face do menor, o loiro tentou recompor seus pensamentos. Mas era quase impossível tendo aquele bela criatura em seus braços, completamente a sua disposição... Com os lábios vermelhos e inchados, a face corada e olhos verdades brilhantes... Mas não poderia jogar isso tudo fora agora, não quando tinha acabado de conseguir, esse pensamento o ajudou a fazer o que era preciso, então se afastou um passo do moreno.


      — Ok... É... Tem razão. — Disse tentando voltar a razão. — Mas eu queria poder passar o dia inteiro com você... Por que não podemos? Hoje nem tem aula.


      — Oh, Draco. Você sabe bem por que. Ou não ouve nunca o que eu falo? — Harry disse se irritando levemente. — Além do mais, hoje todos vão para Hogsmeade e...


     — Por isso mesmo! Harry, é perfeito. Ninguém vai nem notar... — Percebeu que o tom do outro já estava mudando, se tornando mais lascivo.


     — Não! Draco... Eu marquei com o Rony e a Hermione.


     — Está me trocando, eu, Draco Malfoy. Por um fim de semana em Hogsmeade com seus amigos? O mesmo fim de semana que passa dês do terceiro ano. — Draco cruzou os braços, o olhando com falsa indignação.


      — Ah, seu metido! E se estivesse? — Harry rebateu com teimosia. — Eles ainda são meus amigos! Mas, nem é por isso que eu preciso ir... Não é um fim de semana comum é... Importante.


Harry ainda não poderia contar o que seus amigos planejavam, nem ele sabia muito bem na verdade, então nem valia a pena chamar a atenção para isso.


Draco pareceu pensar no que ele falara, o fitando com seriedade. Então finalmente apenas deu de ombros. 


      — Ok Harry, ok. — Ele falou suspirando. — Eu não quero brigar... Não agora. Não poderia ficar longe de você, nunca mais.


E fez um enorme esforço para não tomar o outro em seus braços novamente.


      — Tudo bem Draco. — Harry falou baixo, como se tivesse medo de que mais alguém pudesse ouvir o que dizia, como um segredo. — Também não quero ficar longe de você.


      — Aah, Harry. — Draco gemeu. Estava difícil se controlar. — Não faça isso. É melhor que vá agora, se quer mesmo que ninguém desconfie.


Harry corou um pouco, pensando no que tinha feito. Mas o outro estava certo, ele tinha que ir agora, ou seus colegas iriam desconfiar.


      — Então... — Ele começou, pegando a capa de invisibilidade de dentro de sua capa do uniforme. — Até... Até logo Draco.


Draco pegou a mão pequena que não segurava a capa, a machucada ainda coberta pelo lenço. Beijou de leve, desejando que seu beijo levasse toda dor daquele machucado, mesmo que ainda não houvesse quase nenhuma.


      — Até logo. — O encarou diretamente nos olhos verdes e sorriu. — Harry.


Harry murmurou mais um "Até logo" e colocou a capa, deixando um pequeno sorriso adornar seus lábios enquanto se afastava de seu parceiro, saindo da torre de astronomia.

                                                                  oOo


Harry chegou na torre de seu dormitório o mais silenciosamente possível. De baixo da capa de invisibilidade, não perdeu tempo em pegar algumas peças de roupas que estivessem limpas em seu malão. Deu uma olhada em volta, conferindo se todos seus colegas estavam dormindo. Sendo confirmado com um sonoro ronco vindo da cama de Rony.


Então, ainda de baixo de sua capa ele se dirigiu ao banheiro, tomando cuidado para não fazer barulho. Entrou no banheiro e fechou a porta, se escorando na madeira e suspirando. Finalmente tomando a liberdade de tirar a capa. 


Tanta coisa tinha acontecido em tão pouco tempo... Seu corpo se arrepiava só de lembrar. Harry mordeu os lábios, abrindo a capa e vendo o estado de sua roupa. Corando um pouco, começou a se despir. Ligou o chuveiro, sentindo a temperatura da agua com os dedos. Finalmente colocou o corpo debaixo da agua quente, sentindo-se relaxar de imediato. Aproveitou o tempo sentindo a agua escorrer por seu corpo, mas não se demorou muito. 


Desligou a agua e se secou rapidamente, colocando o pijama que havia separado. Mas uma vez colocou a capa de invisibilidade e correu silenciosamente de volta ao quarto. Ok, todos ainda dormiam. Com todo cuidado abriu as cortinas de sua cama e se ajeitou, talvez ainda pudesse dormir um pouco antes de ter que acordar para tomar café da manha.


Aninhou-se de baixo das cobertas e fechou os olhos, esperando o sono chegar, mas se sentia estranho... Parecia tão frio ali, tão... Vazio. Corou ainda de olhos fechados, não acreditava que estava pensando nisso. Aquela era sua cama, não tinha nada de errado nela. Tinha que parar de pensar em coisas estranhas.


Então devagar, o sono veio, e quando finalmente conseguiu dormir... Ouviu a voz de Rony o chamando.


      — Harry... — Ouviu do outro lado da cortina, até ouvir o pano sendo puxado e abrir um dos olhos, espiando seu amigo ruivo descabelado e com cara de sono. — Acorda Harry, temos que ir tomar café da manha.


      — Tudo bem... — Murmurou, também com sono. A verdade era que não se sentia com tanto sono até agora, quando realmente teria que acordar. Se sentia cansado e seus olhos ardiam. Ótimo...


Empurrou as cobertas e sentou-se na cama, esfregando os olhos. Esse seria um longo dia.

                                                                    oOo


Draco chegou em sua sala comunal em silencio, ficou feliz em notar que não havia ninguém ali, ou quase ninguém. Apena Pansy estava ali, dormindo em umas das cadeiras perto da lareira.

Era uma atitude bem estranha por parte da garota, Draco não entendia por que raios ela teria feito isso se não estudando ela parecia estar quando dormiu afinal vestia apenas um robe verde esmeralda e eram visíveis as olheiras em baixo do olho... Talvez estivesse acordada até pouco tempo.


De qualquer forma, não era problema seu. Dirigiu-se para seu dormitório, sem se preocupar se fazia barulho ou não, afinal o que fazia era problema apenas seu e não devia satisfações a ninguém, diferente de Harry que compartilhava tudo com seus amigos Grifinório.


Abriu seu próprio roupeiro que ficava perto de sua cama e pegou o que iria precisar para tomar um bom banho. Foi até o banheiro e encheu a banheira com um feitiço. Se despiu e testou a temperatura da agua com o pé, vendo que estava boa finalmente entrou na agua, relaxando.


Não conseguia deixar de sorrir igual a um idiota enquanto observava o vapor subindo e nublando sua visão. Esta noite tinha sido incrível, finalmente seu parceiro o aceitara totalmente e... Oh Merlin, simplesmente incrível. Mal acreditava que aquele pequeno veela era seu e somente seu, para toda a eternidade e poderia viver com ele para sempre... Isso se o mundo fosse tão colorido quanto os momentos com Harry faziam parecer.


Ele estava bem ciente dos problemas que envolviam a relação dos dois, mas depois de uma noite como aquela... Era difícil se preocupar com certas coisas.


Depois de um longo tempo, finalmente saiu da banheira, sentindo o frio em seu corpo molhado. Apesar do sol tímido, ainda estava bastante frio nessa época do ano.


Vestiu-se com seu uniforme, não iria deitar para dormir como se nada tivesse acontecido, simplesmente usaria seu tempo livre para estudar. Chegou em seu dormitório para apanhar um de seus livros e viu Blaise já acordado. Este por sua vez notou a presença do loiro no quarto e o observou, logo tendo em seu rosto um sorriso de canto.


      — Saiu com alguém esta noite Draco? — Perguntou calmamente, como se não se importasse com a resposta.


      — Não é da sua conta, não é Blaise? — Draco respondeu com o mesmo sorriso.


      — Ora vamos, eu a conheço? 
      
      — Hum... É, de certa forma. — Draco respondeu, entrando no jogo. — Mas nem se dê ao trabalho, não é ninguém importante.


      — Claro que não é.  — O outro falou em um tom divertido. — Todas as meninas de Hogwarts adorariam estar com Draco Malfoy. Já até deve ter perdido a conta, não é? Pansy deve ser a única garota que não gosta de tudo isso, quero dizer, da atenção.


      — O que Pansy tem com isso? — O loiro falou, procurando um livro que lhe agradasse. Ouviu um "tsc" atrás de si.


      — Aposto que ela passou a noite toda se roendo de ciúmes. — O moreno falou. — Não viu a cara dela ontem quando você saiu para fazer a sua "ronda noturna" sem ela.


      — Bem... Como você mesmo disse, eu posso ter qualquer uma. — Draco falou, displicente. — Ela só está perdendo tempo, se importando com coisas que não pode controlar, nem nunca vai.


E com isso, o assunto estava encerrado. Blaise voltou a ser arrumar, enquanto Draco deitava em sua cama e fechava as cortinas, lendo o livro que escolheu para passar o tempo antes do café da manha.


                                                                      oOo


O dia tinha escurecido consideravelmente, o tempo parecia estar fechando e talvez chovesse enquanto estivessem em Hogsmeade. Sem se importar, os alunos se arrumaram em filas para sair da escola, tendo seus nomes anotados por Filch. Quando estavam saindo de Hogwarts, Harry achou ter ouvido a voz de Draco, automaticamente seu pescoço virou na direção. Era ele, rodeado por seus amigos Sonserinos, Pansy estava irritantemente perto demais, enquanto o loiro parecia não se importar. Harry fechou os punhos com raiva, virando o rosto pra frente. 


Aquele loiro devia ser muito idiota, para não notar meninas mais idiotas ainda quase se jogando em seus braços. Idiotas.


Tão concentrado em sentir ciúmes, Harry nem percebeu quando Draco olhou na sua direção, ignorando qualquer coisa que Pansy estivesse dizendo e talvez pensando em um dia sair para um encontro romântico em Hogsmeade... Apenas os dois.


      — Então. — Harry falou um pouco ríspido, mas tentou se controlar, Hermione com certeza iria querer saber por que ele tinha ficado emburrado do nada e não queria ter que explicar para Rony que ninguém havia lhe apalpado. — Aonde nós vamos? Três Vassouras?


      — Ahn, não... — Disse Hermione o olhando estranhamente. — Lá é muito cheio e barulhenta. Falei para os outros nos encontrarem no Hog's Head é outro pub. É mais... Você sabe... Longe. Os alunos normalmente não vão lá, então eu não acho que eles estarão ali.
A nuca do menor se arrepiou de apreensão. Estava ansioso e nervoso com isso tudo, não sabia exatamente o que esperar. 


Passaram pela Avenida da Zonko's, onde claro, estavam Fred, Jorge e o amigo deles Lino. Passaram pelo correi, viraram a rua e pararam próximo a uma bruxa em pé numa pequena estrada. Viram um retrato velho em uma porta de madeira e hesitaram em entrar.


      — Vamos. — Hermione disse, e Harry não pode deixar de notar que sua voz parecia tremula.


Mesmo assim entrou, seguido de seus amigos. O lugar era muito diferente do Três Vassouras, parecia pequeno e sujo e até um pouco sombrio, sentia o cheiro de algo que provavelmente poderia ser cabras.


Mais uma olhada em volta e um arrepio passou pela espinha de Harry e ele entendeu por que Rony parecia tão colado a si, quase como se fosse guarda-lo no bolso. Todas as poucas pessoas ali pareciam extremamente suspeitas e as que não estavam escondendo o rosto, estavam o escarando dos pés a cabeça, comendo com os olhos. Eram figuras realmente assustadoras, na visão do moreno, então ele tentou não encarar muito e ignorar todos, inclusive a pessoa com o rosto coberto com véu que olhava na direção deles.


         — Hermione... — O menor murmurou, mas foi interrompido por Rony. 


      — Tem certeza que isso foi uma boa ideia? — O ruivo perguntou olhando em volta seriamente, e Harry quase poderia abraça-lo por parecer tão preocupado consigo.


A garota o olhou apreensiva, quase com pena. Harry sabia o que ela estava pensando, que se acontecesse alguma coisa seria culpa dela por ter tido a ideia de ter ido até ali, mas ele não queria que ela se sentisse dessa maneira. Talvez eles pudessem se defender se algo acontecesse... Talvez.


      — Acho que está tudo bem Harry. — Ela falou em um tom de voz baixo. — Só... Tente não falar muito, ou... Fique atrás do Rony, tudo bem?


Antes que ele pudesse responder, uma voz grave atrás dos três fez Harry pular e Rony se colocar na sua frente.


      — O quê? — O homem ere velho e tinha cabelo e barba grisalhos. Alto e magro, parecia levemente familiar.


      — Ah! Ehn, três cervejas amanteigados, por favor. — Foi Hermione com disse.


Antes que o senhor retornasse, o trio arrumou uma mesa um tanto afastada para se sentar, curiosamente uma na frente, já que todos ali pareciam ter tido a ideia de se afastar e ir para as mesas do fundo.


      — Seis sicles. — O velho voltou, trazendo três garrafas de cerveja amanteigada consideravelmente sujas. Harry viu Rony o olhar e então mexer em seu bolso, estranho aquilo mas com certeza deveria ser alguma coisa com seu encanto veela, pensou. 


      — Eu pago. — E entregou as moedas para o homem. Com o dinheiro na mão o senhor encarou o menor fixamente, seus olhos o analisando por inteiro, quando chegaram na cicatriz, o velho piscou como se tivesse saído de um tipo de transe e se afastou.


Agora que estavam relativamente mais seguros, Rony pareceu relaxar.


      — Sabe, poderíamos pedir qualquer coisa aqui. — Falou em um tom baixo, mas descontraído e animado. — Poderíamos pedir Firewhisky, aposto que o velho não ligaria em vender para nós, eu sempre quis provar.


      — Você é monitor Rony! — A morena falou de modo ríspido.


      — Oh. — A felicidade de Rony diminuiu um pouco. — Sim...


      — Então, quem você disse que viria Hermione? — Harry cortou. Estava ficando nervoso com a aproximação do horário da reunião.


      — Só algumas pessoas. — Ela respondeu, bebericando a sua cerveja. — Falei para virem agora e eles sabem onde é e... Olha, provavelmente são eles.

A porta do pub se abriu e por ela entraram, primeiro Neville, com Dino e Lilá, seguidos por Parvati e Padma Patil com Cho e outra garota que Harry não sabia o nome. Neville olhou na direção deles e acenou, seus olhos caíram em Harry e imediatamente seu rosto redondo se cobriu de vermelho, como vinha acontecendo muito frequentemente. Então o moreno seguiu para outra mesa perto enquanto Dino e Lilá continuavam a conversar sobre qualquer coisa. Parvati e Padma falaram em uníssono "Oi Harry" e saíram dando risadinhas e o menor ainda ouviu "Ele é tão fofinho!" vindo de uma delas. Corando um pouco com isso, quase nem percebeu que Cho o encarava de uma forma estranha, quando olhou naquela direção ela piscou e continuou o caminho até uma das mesas seguida por sua amiga, com uma expressão um tanto deslocada.


Bem, então era isso, Harry achou. Poucas pessoas Hermione dissera, deviam ser só esses mesmo então. Porém, para sua surpresa nos minutos que se seguiram. Luna Lovegood também chegou, olhando tudo muito interessada, atrás dela vieram Katie Bell, Alícia Spinnet e Angelina Johnson. Logo vieram também Collin  e Dennis Creevey, Ernnie Macmillan, Justino Finch-Fletchley, Anna Abbott, uma garota da lufa lufa que Harry não conhecia. Anthony Goldstein, Michael Corner e Terry Boot todos da Corvinal, Gina seguida por uma garoto alto e magro que fazia parte do time de quadribol da lufa lufa, Fred e Jorge com seu amigo Lino Jordan, todos segurando uma sacola do Zonko's.


Oh Merlin, Harry iria desmaiar a qualquer momento.


      — Poucas pessoas!? Poucas pessoas Hermione? — Ele chiou em uma voz incrivelmente aguda, atraindo alguns olhares, mas sem importar já que encarava a morena fixamente.


      — Hum... É, a ideia se tornou conhecida. Eu e Rony tivemos que escolher quem chamar já que quando se tratava de você... Bem, muitos queriam. Não dissemos exatamente o que era, é claro. — Hermione respondeu e o menor corou levemente, ainda irritado com a quantidade de pessoas ali presentes. — Rony, você quer empurrar mais cadeiras?


O velho que cuidava do pub tinha congelado, provavelmente nunca vira o lugar tão cheio.


      — Oi. — Fred disse, contando seus colegas. — Nós podemos ter... Vinte e cinco cervejas amanteigadas, por favor?


O homem o olhou por um momento, como se tivesse acordado de seu sonho. Em um minuto todos estavam com suas cervejas.


Harry viu as cadeiras sendo arrastadas para as pessoas se arrumarem, as viu abrindo a boca e provavelmente falando alguma coisa. Mas ele não conseguia ouvir nada disso, sua visão parecia embasada.


      — rry... Harry! — Aos poucos voltou, ouvindo Hermione o chamando, parecendo preocupada. — Harry! Você esta bem?


      — Hermione! Olha toda essa gente, o que eu vou fazer? Eu não sei o que fazer, o que elas esperam de mim? — Ele falou tudo muito rápido, colocando sua preocupação para fora. Ver todas aquelas pessoas ali o deixara extremamente nervoso, sentia-se inseguro.


      — Eles só querem ouvir o que você tem a dizer. — Hermione falou em um tom calmo, tentando lhe transmitir aquela calma. — Você não tem de fazer nada ainda, eu falarei com eles primeiro, tudo bem?


Harry apenas assentiu com a cabeça lentamente. Então a garota se levantou, ficando na frente do amontoado de gente ali presente, Harry atrás dela junto com Rony. Todos ficaram quietos e por mais que fosse Hermione quem iria falar, todos os olhos estavam em Harry. Ele meio que já esperava isso, mas mesmo assim, não deixou de se sentir desconfortável. Vários meninos ali, quase todos, o olhavam de forma estranha, alguns parecendo levemente confusos, outro pareciam estar perdido em pensamentos. Percebendo isso o menor corou em vários tons de vermelho, fazendo as irmãs Patil darem risadinhas seguidos de " ownnn".


      — Er. — Hermione começou. — Bem, er, oi.


Alguns desviaram o olhar para ela, porem grande parte ainda encarava Harry.


      — Então... Er... Bem... Vocês sabem por que estão aqui, er... Harry teve uma ideia, digo... Eu tive. — Corrigiu-se depois de perceber os olhos de Harry se estreitando — Eu tive a ideia que talvez algumas pessoas queiram estudar Defesa Contra as Artes das Trevas, quer dizer, estudar realmente, não o que Umbridge faz em suas aulas... — Hermione parecia estar mais confiante, enquanto falva gesticulava muito com as mãos. — Por que aquilo não é Defesa Contra as Artes das Trevas.


Ninguém se manifestou, apesar de que agora algumas pessoas pareciam pensativas enquanto encaravam Harry.


      — Er, eu digo, aprender a nos defender, fazendo feitiços e não só o que lemos nos livros.
      — Ah, você quer passar no seu N.O.M. de Defesa Contra as Artes das Trevas também? — Michael Corner falou, talvez para Corvinais estudos fossem mais interessantes do que veelas bonitinhos... Ou quase já que o garoto ainda tinha dificuldades em encarar Hermione, dando rápidas olhadas para o moreno atrás da garota.


      — Claro que sim. — Hermione respondeu. — Porém, mais que isso, queremos treinar vocês porque... Porque... — Ela olhou rapidamente para trás, buscando alguma segurança nos amigos e respirou fundo. — Por que Lord Voldemort voltou.


O efeito foi imediato. Por mais incrível que possa parecer, todos escararam Hermione agora, prendendo a respiração. A amiga de Cho até derramou bebida em sua própria roupa, enquanto outro Lufa lufa quase caia da cadeira. A tensão era palpável, aos poucos os olhares que iam novamente para Harry não pareciam mais perdidos em sua beleza e sim interessados e curiosos.


      — Espere, onde esta a prova que Você-Sabe-Quem voltou? — Falou o garoto que quase cairá da cadeira, sua voz soava agressiva.


      — Bem, Dumbledore acredita nisso.


      — Você quis dizer que Dumbledore na verdade acredita n... Nele. — Sua voz falou quando seus olhos encontraram os de Harry.


      — Quem é você? — Rony perguntou ríspido.


      — Ahn... O que? — Ele piscou e olhou para o ruivo. — ... Zacharias Smith. Ahn... Eu acho que... Que... Que seria uma boa ideia ouvir o que ele tem a dizer sobre Você-Sabe-Quem ter voltado.


      — Olha. — Hermione disse, olhando rapidamente para Harry. — Não é só uma suposição sobre...


      — T-Tudo bem Hermione. — O menor finalmente falou e pode-se ouvir alguns suspiros. 

Harry estava ficando cansado daquilo, por mais que todos sempre estivessem encantados com o seu lado veela, ainda tinha aquelas boatos sobre Voldemort, na verdade ninguém realmente se importava que ele fosse louco, estavam tontos demais quando viam falar com ele de qualquer forma. Mas sabia que quando não estavam sob o efeito de seu encanto, as pessoas falavam, alguns ainda o olhavam torto e Harry quase queria ir conversar com essas pessoas para saber o segredo e então poder espalhar para todos os outros chatos.


Mas, também percebeu que grande parte das pessoas ali presente, só estavam ali por querer ouvir sua historia sobre Voldemort. Uma ótima oportunidade de admirá-lo incansavelmente e ainda de quebra ouvir a historia do menino louco que sobreviveu, de primeira mão, sem ser dos jornais.


      — O que quer que eu diga sobre o retorno de Você-Sabe-Quem? — Harry disse seco, enquanto escarava o menino loiro que pareceu realmente confuso se deveria estar indignado ou não. — Eu o vi. Dumbledore disse a escola toda o que aconteceu ano passado, se você não acredita nele, não vai acreditar em mim, na verdade eu não preciso que acredite em mim, não vou gastar meu tempo tentando convence-lo.


Ele realmente não sabia de onde tinha vindo toda aquela energia, mas estava com raiva e ficou imensamente feliz quando os olhares em si não pareciam mais admirarem sua beleza e sim estupefatos. Todos estavam com os olhos arregalados e ele quase poderia gargalhar agora.


      — Hum... Bem... Tudo que Dumbledore disse para nós, fi que Você-Sabe-Quem matou Cedrico Diggory e que você trouxe o corpo dele de voltar para Hogwarts. Ele não nos deu detalhes, não sabemos exatamente como Diggory foi assassinado... A-Acho que todos nós gostaríamos de saber o qu-


      — Ah! Se você veio só para ouvir como Voldemort mata as pessoas, eu não posso satisfazer suas vontades. — Harry disse com raiva e confuso percebeu que Zacharias não parecia nem de longe tão bravo quanto ele... Irritado olhou para baixo rapidamente, pensando no quão idiota são os meninos. Mas foi nesse instante que percebeu um leve brilho em volta de seu corpo... Fazia tempo que não se sentia assim. Sabendo do que acontecia, tentou respirar fundo. Todos os olhos estavam nele agora, não poderia ser diferente já que aquela "luz" funcionava como um mecanismo de defesa quando ficava com muito medo ou raiva, o deixando mais bonito... Por que veelas precisam dessa merda? Já não são cheio de coisas o suficiente? — E-Eu não quero falar sobre Cedrico Diggory, está bem? ... Então... Então se está aqui só por isso, acho que deve ir embora.


E vou para trás de Hermione, cruzando os braços emburrado. A garota o fitou rapidamente e deu um passo a frente. Zacharias ainda o olhava e Harry poderia jurar que ele estava se sentindo até mesmo culpado. Não se impediu de revirar os olhos.


      — Então — Disse a morena, sua voz hesitando em sair. — Então... Como eu falava... Se vocês querem aprender alguma defesa, depois nós trabalharemos como faremos isso, com que frequência e onde iremos...


      — É verdade. — Uma garota de trança interrompeu, e Hermione não poderia parecer mais ultrajada. — Que você pode produzir um Patrono?


Houve um burburinho e novamente todos o olhavam interessado. Harry estava um pouco confuso com a súbita mudança de assunto, mas respondeu.


      — Sim...


      — Um Patrono com forma? 


      — É...


A menina sorriu animada.


      — Uau, isso é incrível! Quando minha tia me contou eu mau pude acreditar. — Agora ele estava muito confuso. — Sou Susan Bones e minha tinha é Madame Bones, você deve conhecer.


Ele assentiu, lembrava vagamente do nome.


      — Uau, isso é incrível Harry! — Lino Jordan disse animado com seus olhos brilhando. — Você é incrível aliás e bonito também... Quer dizer... Eu...


Ele parecia ter mordido a lingua.


      — Ah e Harry, é verdade que você matou um basilisco com a espada do escritório de Dumbledore? — Dessa vez foi Terry Boot quem perguntou, Ah, Harry já tinha tido esse tipo de conversa, mas se as pessoas estavam falando com ele qualquer coisa que não os envolvessem juntos, estava tudo bem. — Um retrato me disse ano passado quando eu estava lá... Sabe, isso é realmente corajoso, um ato lindo! Tão lindo quant-


      — Aham, fiz, fiz sim. — Harry interrompeu, corando. — Obrigado... Aliás.


Terry tinha um sorriso que podia ser visto de costas agora.


      — E... E no nosso primeiro ano. — Neville disse para grande parte do grupo, parecia ter vergonha de olhar Harry nos olhos — Ele salvou a Pedra Filosofante...


      — Filosofal. — Hermione corrigiu rapidamente.


      — Sim, de Você-Sabe-Quem. — Ele disse olhando rapidamente para o moreno e corando. Merlin, como isso era estranho, pensou Harry.


      — E todas as tarefas que ele teve que passar no Torneio Tribruxo, foram realmente perigosas mas ele conseguiu passar por dragões, sereianos e todas essas coisas, uma coisa realmente bonita. — Era um dos meninos da Corvinal que falava agora. — Q-Quero dizer, corajosa, uma coisa realmente corajosa.


Ouve uma serie de murmúrios e Harry não poderia se sentir mais confuso. Todos ali o viam como uma pessoa extremamente corajosa, não como um veela fraco e frágil... Bonito talvez, mas corajoso também. Isso de certa forma o deixava muito mais confiante de si mesmo.


      — Er, olha... — Em menos de segundos toda a atenção estava em si novamente. Bem, até que isso poderia ser útil, as vezes. — E-Eu... Não estou tentando parecer modesto ou algo assim, mas... Eu tive muita ajuda para fazer tudo isso, sério...


      — Não pelo dragão. — Michael Corner disse. — Você voa lindamente... Caham, lindamente bem, eu digo.


      — Er... Obrigado. Mas... — Ah, aquele tipo de conversa era desgastante, por que ninguém nunca aceitava que ele tinha recebido ajuda e pronto, não tinha sido coisas tão incríveis assim, ele só tivera muita sorte em sair vivo.


      — E ninguém o ajudou a desviar dos dementadores esse verão. — Susan Bones disse.


      — É, mas, sem ajuda eu... Eu não teria conseguido... Ok, eu fiz isso sem ajuda, mas grande parte das outras coisas, eu tive muita ajuda e-


      — Você quer nos mostrar como se faz isso tudo? — Perguntou Zacharias Smith, Harry não pode deixar de notar que ele não o olhava nos olhos. De certa forma era bom, pois ele sabia que se fizesse a conversa não faria mais sentido.


      — É essa a ideia. — Rony disse alto e o loiro o encarou. — Por que você não fecha sua boca?

O ruivo parecia bravo com o que o Lufa lufa tinha dito antes, Zacharias não ousou contestar.


      — Ok, ok. Ta certo. — Hermione interrompeu antes que alguém falasse mais alguma coisa, ela ainda parecia irritada depois da interrupção de Susan.. — Chega... A questão é: quem quer ter lições com Harry?


Murmúrios animados romperam por todo lado.


      — Certo. — Hermione murmurou aliviada. — Bom, a próxima pergunta é, com que frequência nós faremos isso? Acho que uma vez por semana esta bom. Alguma oposição?


      — Por favor. — Angelina finalmente disse alguma coisa. — Nós precisamos ter certeza que não há aula durante o treino de quadribol.


      — É verdade. — Cho disse encarando Hermione, e o pequeno veela ainda não sabia como se sentir em relação a garota, pelo visto, nem ela sabia. — Nem no nosso.


           — Nem nosso. — Zacharias Smith disse.


      — Ok. Tenho certeza que podemos encontrar uma noite livre. — Hermione disse impaciente. — Mas vocês sabem, a importância de estarmos falando em aprender a nos defender de Comensais da Morte de Voldemort...


      — Bem dito Harry! — Hermione encarou Ernie Macmillan confusa e o Harry conseguiu ouvi-la sussurrando "mas fui eu que..." — Eu acho que é importante, mais importante do que qualquer outra coisa que vamos fazer esse ano! — E deu uma rápida olhada em volta parecendo apreensivo, esperando alguém dizer que estava errado. Ninguém falou nada. — Eu estou perdido querendo saber por que o Ministro mandou essa professora inútil num período difícil. Obvio, eles não acreditam sobre o retorno de Você-Sabe-Quem, mandar uma professora que não quer que a gente faça qualquer feitiço...


      — Nós achamos que a razão de Umbridge não querer que pratiquemos Defesa Contra as Artes das Trevas. — Hermione disse um pouco mais alto que o necessário, talvez querendo deixar claro que era ela quem falava. — É que ela tem uma ideia ruim de que Dumbledore possa usar os estudantes como um próprio exército. Acha que pode nos mobilizar contra o Ministério.


Todos pareciam espantados com a noticia. 


      — Bem... Ainda temos que decidir com que frequência nós teremos as aulas de defesa. 


      — Ah, uma vez por semana parece legal. — Disse Lino.


      — Só não pode pegar os treinos de quadribol. — Relembrou Angelina.


      — Sim, sim, nós sabemos sobre o quadribol. — Hermione já parecia um pouco irritada. — Mas, outra coisa que temos que decidir, é onde nos encontraremos.


Sem nenhuma ideia, todos ficaram em silencio, algum talvez pensando em um lugar e outros praticando seu esporte preferido de admirar o Potter.


      —Biblioteca? — Katie Bell sugeriu depois de alguns minutos.


      — Eu não acho que daria certo, Madame Pince notaria algo de estranho com tantos pessoas juntas no mesmo lugar na biblioteca. — Harry disse.


      — Então... Talvez em uma sala vazia? — Sugeriu Dino.


      — É, acho que pode dar certo. — Rony falou. — McGonagall deixou Harry praticar em uma sala vazia para o Torneio Tribruxo.


O moreno não estava certo de McGonagall deixaria vários alunos sozinho em uma sala vazia aleatória da escola. Hermione pareceu pensar o mesmo, por que disse:


      — É, talvez... Nós tentaremos achar algum lugar. — A morena falou. — Mandaremos mensagem para todos quando encontrarmos um lugar para o primeiro encontro. Eu acho que todos devem escrever seus nomes, só para sabermos quem está aqui. Eu também acho... — Ela respirou fundo. — Que nós não devemos falar o que estamos fazendo. Principalmente a Umbridge.


Fred foi o primeiro a pegar um pergaminho e assinar seu nome, mas Harry notou que muitos olhavam para o pedaço de pergaminho com um pouco de receio, não muito felizes de terem seus nomes anotados ali.


      — Er, hum... — Começou Zacharias Smith, hesitando ao pegar o pergaminho que Jorge tentava passar para ele. — Bem... Eu  tenho certeza que Ernie me dirá quando será nosso próximo encontro.


Porém, Ernie também parecia hesitante.


      — Bem... Nós somos monitores. — O garoto falou. — E se essa lista for encontrada... Digo, se Umbridge descobrir...


      — Mas você disse para essas pessoas que era a coisa mais importante que fariam esse ano. — Harry falou.


      — Eu... É, eu... Me da essa lista. — Ele falou rápido.


E assim, por mais que alguns parecessem desconfiados, todos assinaram a lista e o grupo estava liberado para ir embora. Assim como eles também fizeram.


      — Ah, foi muito bem até. — Hermione disse parecendo feliz, enquanto andavam de volta para as lojas de Hogsmeade. — Não foi Harry?


      — Uhum... — Ele assentiu. Não prestando muito atenção no que Hermione falava, nesse momento ele fitava o céu. O tempo parecia ter fechado consideravelmente e poderia chover a qualquer momento. — Acho que é melhor andarmos rápido, parece que vem chuva.


      — É verdade. — Rony disse também olhando para o céu.


Tinham passado um bom tempo de seu passeio naquele pub, provavelmente não dava mais tempo de fazer nada. Então os três andaram direto para Hogwarts, porém o caminho era razoavelmente longo e, nesse meio tempo começara a chover. Não era muito forte, mas era uma chuva grossa e gelada que molha até a alma. Junto com o vento, eles estavam tremendo de frio quando finalmente chegaram a Hogwarts.


Os três acabavam de entrar na escola quando Harry ouviu uma voz extremamente irritante e fina. Olhou para o lado e viu Pansy se esfregando no braço de Draco que parecia concentrado conversando com Blaise Zabine. Mesmo que Draco parecesse não ligar, Pansy ainda estava ali. Irritando. Quer dizer, se esfregando nele, SEU parceiro. Mas que droga Draco, por que simplesmente não a chuta daí? O moreno pensou irritado.


      — Ah! Eu vou para a sala comunal, ok gente? — E sem dar tempo dos amigos falarem alguma coisa, Harry saiu andando, enquanto Rony e Hermione se secavam magicamente.


Harry chegou no dormitório tremendo de frio, ficara tão irritado que se esquecera de se secar, sua roupa estava encharcada e fria. Não queria tomar banho agora, então apenas se secou com um feitiço e tirou o casaco, se deitando em sua cama. Seu corpo ainda estava frio, mas isso se resolveria com o tempo em baixo das cobertas. Era fim de semana, então ele poderia passar o dia inteiro ali, até seu frio passar, ou ciúmes. O que fosse primeiro.


No entanto ele começava a se sentir estranho... Estava com frio, mas seu rosto parecia quente... Não sabia dizer se a dor era em sua cicatriz ou na cabeça. Será que ficara doente? Ótimo, uma gripe... Depois ele iria até a enfermaria resolver isso. Dormiria agora, o quarto parecia girar levemente.


                                                                  oOo


Draco estava se mordendo de raiva contida. Não aguentava mais aquela voz fina e esganiçada no seu ouvido repetindo "aí eu disse, e então ela disse, mas aí eu disse que..." Ah! Ele não queria saber! Que inferno, por que Pansy tinha que ser tão insuportável? E hoje parecia estar mais pegajosa ainda, depois de ter passado a noite acordada com ciúmes, ela não parecia disposta a sair de perto do veela loiro. 


Tagarelou o café da manha inteiro, o qual ele chegara atrasado. Depois, não desgrudou de seu lado o passeio inteiro de Hogsmeade.... Aliás, Draco acho ter visto Harry olhando em sua direção um pouco antes de saíram de Hogwarts, mas não teve tempo de fazer nada já que o pequeno desviou o olhar e saiu andando um pouco rápido... Merlin queria que a razão da raiva de seu parceiro não tenha a ver com ele.


Ao sentir Pansy agarrar seu braço, suspirou. Se brigasse com a garota ela com certeza iria correndo falar com seus pais, o que traria problemas que Draco não precisava, então, ele tentava ignora-la o máximo possível. A voz de Pansy era praticamente um zumbido em seus ouvidos a essa hora, mau conseguia prestar a atenção na conversa de seus colegas. Estavam entrando no Três Vassouras quando sentiu o melhor perfume do mundo, a essência invadia seus pensamentos e entorpecia seus sentidos, sabendo a fonte da fragrância olhou em volta procurando seu parceiro, o achou andando para longe do centro do vilarejo. Quase, quase largou tudo para ir atrás dele, mas se aguentou. Harry estava junto com Weasley e Granger, aqueles dois não deixariam nada acontecer ao seu pequeno e eles os agradecia internamente por isso. Mesmo assim ainda morria de curiosidade em saber aonde iam aqueles três.


Queria passar o fim de semana com seu parceiro, não com Parkinson, muito menos com os Sonserinos. Talvez em outros anos ele nem se importaria e estaria mais do que feliz em estar ali, principalmente com Pansy ao seu lado. Mas agora tudo parecia sujo e imundo comparado aos momentos juntos com Harry. Ele fazia tudo parecer mais feliz e iluminado, fazia de sua vida mais doce... Tão doce quanto o saber de seus lábios.


Suspirou em silencio enquanto bebia um gole de sua cerveja amanteigada. Que estranho, o pub parecia estar mais vazio do que de costume.
 


Notas Finais


AAAhhhh não teve potarias.... ;-; sniff, sniff... Não se estressem, no próximo capítulo já tem >.<

E claro, não se esqueça de comentar, é de graça e indolor. Bjs!


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