História Herança Veela - Cap 19 - Um bilhete, um encontro:

Cap 19 - Um bilhete, um encontro:


Já havia passado duas semanas. Duas semanas que tivera uma conversa "amigável" com Draco Malfoy, duas semanas que tinha exposto sua infância carente para ele e duas semanas que tinha sentado em seu colo e o beijado. Sentado na biblioteca com os dois amigos, Harry levantou o livro de poções que estava lendo para que não o vissem corando.

A verdade era que ele estava evitando Draco desde então. Não era algo que ele podia controlar, quando via o loiro simplesmente começava a suar. Não entendia o que estava acontecendo. Harry via o outro cada vez mais agitado, tentando falar com ele, mas sempre fazia questão de andar com os amigos, sabendo que assim ele não iria se aproximar, principalmente por que o tema de sua conversa seria o motivo do enfarte de Rony.

Ele não sabia bem o que estava acontecendo, mas sabia de uma coisa. Estava assustado. Assustado com essa aproximação repentina, quer dizer, de repente começaram a conversar amigavelmente e logo na primeira conversa ele já tinha falado de sua infância e essas coisas. Harry nunca falava de sua infância. Para ninguém. Nem para Hermione e Rony. Simplesmente por que achava que pena era um sentimento desprezível, odiava quando sentiam pena de si e a única coisa que alguém poderia sentir ouvindo relatos de seus tempos na casa dos Dursley é pena, ou raiva em alguns casos.

O fato era que quando estava com Draco ele perdia noção das coisas. Normalmente isso o fazia dizer ou fazer besteiras, muitas besteiras. Ele nunca se sentiu assim em relação a ninguém.

Tinha uma vozinha no fundo de sua cabeça que irritantemente dizia que estava apaixonado. Apaixonado por Draco Malfoy. Merlin, isso era normal? Eles tiveram apenas uma conversa descente, as coisas que tiveram antes definitivamente não contavam já que ele nem saberia explicar o que tinha acontecido naquelas vezes. Foram encontros completamente estranhos... Mas Draco sempre o abraçou e o confortou, mantando seguro... Harry se arrepiava todo só de pensar como era estar nos braços dele. Ah droga, provavelmente estava saindo fumaça de sua cabeça agora de tão quente que seu rosto deveria estar, rezava para que ninguém percebesse.

Ok, mas se estava apaixonado mesmo, o que ele deveria fazer? Continuar a se encontrar com Draco? Ele estava bastante confuso. Quer dizer, não era uma reação racional, nessas duas semanas depois daquele encontro ele não conseguiu chegar perto do outro nenhuma vez sem começar a suar frio e agradeceu por não ter que falar nenhuma das vezes, pois sabia que sua voz não sairia. Draco tinha tentado se aproximar algumas vezes, só que Rony interpretou isso como aquelas antigas brigas que tinham e o afastou o mais rápido possível, dizendo coisas para o loiro que faria a Sra. Weasley o carregar pelas orelhas.

Uma coisa que o estava matando praticamente era saber se seu sentimento, que ainda não estava muito bem definido, era correspondido. "Nossa, mas isso é obvio Harry, não ouviu nada do que Draco falou?" Ok, ok. Ele se lembrava exatamente de quando o loiro expos seus sentimentos, mas... Não era só o seu veela falando? Ou pior, e se só fosse interesse sexual? Harry queria descobrir, mas tinha medo de descobrir. Como ele iria descobrir? Ele teria que conversar com Draco não é? Mas era isso que ele estava evitando a duas semanas. Droga! O que ele fazia agora?

Take me, back into the arms I love
(Tome-me, de volta em seus braços que eu amo)
Need me, like you did before
(Necessite-me, como fazia antes)
Touch me once again
(Toque-me mais uma vez)
And remember when
(E lembre-se quando)
There was no one that you wanted more
(Não existia ninguém que você gostasse mais)

Mas e se ele fosse se encontrar com Draco, começasse a se apaixonar seriamente e depois descobrisse que o que o outro queria era só por causa daquela tensão sexual? Droga, droga. Quem não estava sendo racional era ele. Ele tinha lido sobre veelas, sabia como era a relação entre dois veelas, Draco era definitivamente seu escolhido. Então por que estava com tanto medo?

Talvez por que Harry nunca tivesse se apaixonado antes, ele não sabia como agir. Quem sabe a primeira coisa que devesse fazer para o fim de seu tormento, fosse parar de evitar o seu parceiro.

      — Eu estava pensando — Hermione disse de repente, fazendo Harry quase pular de susto, achando que talvez estive pensando em voz alta. — Se você achasse mais sobre Defesa Contra as Artes das Trevas, Harry.

      — Ahn? — Levou um tempo até que o pequeno veela percebesse que a conversa era com ele. — Ah! Claro, de qualquer forma eu não poderia esquecer... Com aquela sapa velha ensinando.

      — Hum, é... Eu acho que Rony e eu - O ruivo arregalou os olhos na sua direção, ela lhe respondeu revirando os olhos. — Que seja, a ideia que eu tive, de você nos ensinar.

Harry  ficou algum tempo sem piscar, pelo assunto repentino. Ele nem mesmo havia pensado nisso, com sua cabeça completamente ocupada por aquele loiro oxigenado. 

      — Bem... — Disse devagar, arrumando os pensamentos em sua cabeça. Sabia que aquilo era importante para Hermione, mas ele não fazia ideia do que fazer. Aquele também era um assunto serio, já que envolvia grandes consequências. — É eu... Pensei um pouco sobre isso.
Ele terminou, desviando o olhar para que não percebessem sua mentira.

      — E? — A garota perguntou ansiosa.

      — Hum, eu não sei. — Respondeu sinceramente dessa vez. Realmente nem se pensasse saberia o que fazer de qualquer maneira, essa era mesmo uma boa ideia? Olhou para Rony, de alguma forma esperando saber sua opinião.

      — Ah, eu acho uma boa ideia. — O ruivo respondeu um pouco hesitante, feliz pro estar na conversa, mas temeroso com a reação do moreno.

      — Mione eu... — O menor falou hesitante. — Não sei realmente se isso é uma boa deia, quer dizer, eu não sei se eu sou capaz de... Você sabe.

      — Tudo bem Harry. — Ela sorriu gentilmente. — Não tem ninguém dizendo que você é ruim em Defesa Contra as Artes das Trevas, porque você não é. Você foi a única pessoa ano passado que resistiu à Maldição Império completamente, você pode produzir um patrono, você pode fazer coisas que muitos bruxos adultos não pode. Ser um veela não muda nada disso Harry. Vítor sempre disse...

Rony que estava ouvindo tudo, mas ainda prestando atenção no livro, talvez torcendo pra não ter que dar uma opinião e ver Harry chorando novamente, ao ouvir as ultimas palavras da garota, ele virou o rosto tão rápido que poderia quebrar o próprio pescoço. Corando um pouco ele disse.

      — Vítor? O que ele disse?

      — Oh — Hermione fechou um pouco sua expressão antes amigável. — Ele disse que Harry sabia fazer coisas que nem mesmo ele sabia, estando no ultimo ano da Durmstrang.

      — Hum e... Você ainda mantém contato com ele, não é? — Rony falou olhando para ela.

      — E daí? — Hermione disse seriamente porém, seu rosto estava corando. — Eu posso ter um amigo correspondente se eu...

      — Ele não quer ser somente seu amigo correspondente. — Rony observou.

Hermione fez um gesto com a mão, como se limpasse o ar ao redor e, ignorando o ruivo, ela se dirigiu a Harry.

      — Mas então, o que acha? Vai nos ensinar?

Harry mordeu os lábios e desviou o olhar, pensando no que ia responder. Rony que antes fitava a morena ainda um pouco ressentido, não pode evitar olhar o seu amigo de canto de olho, ele não deveria morder os lábios daquele jeito.

      — Ok mas, só você e Rony, está bem? — Ele respondeu, não ciente da situação ao redor.

      — Ah... é... — Hermione torceu as mãos no colo. — Bem... Tenha calma Harry, por favor. Mas eu acho que você poderia ensinar outra pessoa que queira aprender. Eu digo, nós estamos falando de se defender de Voldemort. Poderíamos oferecer a chance de se defender para outras pessoas... Não é?

o garoto maior nem se mexeu ao escutar o nome "Voldemort" o que era bem estranha já que toda vez que ouvia tal palavra ele se encolhia como qualquer outro mago. Mas Harry achou que ele não parecia estar prestando muita atenção no que a garota falava no momento.

      — Ah fala serio Hermione, quem raios gostaria de aprender alguma coisa comigo?

Rony o encarou seriamente por alguns instantes até que corou até a raiz dos cabelos tão vermelhos quanto seu resto estava no momento e fingiu estar tão interessado em seu livro ao ponto de lê-lo de cabeça para baixo.

Hermione que o estava olhando com uma expressão estranha, como quem tenta adivinhar no que ele estava pensando, girou os olhos e se voltou para Harry.

      — Está brincando não é? Harry, por favor. Mais da metade dos meninos dessa escola adorariam  poder... Aprender coisas com você. — Hermione ficou quieta por quase dois segundo até arregalar os olhos e se endireitar na cadeira. — Droga isso não saiu direito. Quer dizer, meninas também viriam é claro, elas te acham a coisa mais fofa e... Não é sobre isso que eu quero falar na verdade. Ora vamos, você é Harry Potter. Tenho certeza que um bocado de pessoas adorariam ouvir o que você tem a disser... É, é isso.

Ele concluiu como quem quer ter certeza do que está fazendo. Harry que tinha ficado um pouco desconfortável não falou nada, vendo que ela continuaria.

      — Olha, o que você acha do primeiro final de semana em Hogsmeade? Podemos disser a quem está interessado para nos encontrar no povoado?

      — Por que isso tem de ser fora da escola? — O menor perguntou confuso.

      — Porque — Hermione olhou em volta rapidamente. — Eu não acho que Umbridge estará feliz se descobrir o que queremos fazer.

E os cabelos da nuca de Harry se arrepiaram.

                                                                oOo

Ok, o que foi agora?

Ele tinha feito alguma coisa? Foi o perfume? A cor das almofadas? O jeito com que ele colocou seu parceiro no colo, o beijando despudoradamente enquanto passeava suas mãos pelo corpo delgado? Talvez... Talvez tenha sido isso.

Ata, talvez, só talvez ele tenha agido um pouco rápido demais, mas... Que droga! Eles eram parceiros! Esse argumento era valido? Bem que podia ser... E Potter estava correspondendo! Então por que... Porque ele fugira depois? Como sempre aliás, porque raios ele sempre ficava tão arisco quando a conversa partia para um lado não tão... Conversa.

Draco estava ficando louco. Já fazia duas semanas. Duas semanas que não tivera noticias de Harry. Ele queria muito ir falar com ele, mas sempre tinha outras pessoas em volta, então quando não podia aguentar mais, ele se aproximou, mesmo com Weasel e Granger próximos. O resultado não foi dos melhores, já que Weasel começou a rosnar e a latir coisas que provavelmente deveriam ofende-lo, mas ele estava muito mais preocupado com sua aproximação com seu parceiro. Que nunca acontecia. Já que o pequeno sempre dava um jeito de escapar.

Isso estava realmente ficando difícil. Ele achou que as coisas iam bem a partir de agora...

Don't go, you know you'll break my heart
(Não vá, você sabe que irá quebrar meu coração)

Estava mais uma vez fugindo de Pansy, quando ouviu sons de alguém de aproximando e parou de andar, cautelosamente se escondeu atrás de uma das armaduras, com receio que Pansy tivesse o seguido até ali. 

Eram apenas duas meninas que conversavam animadamente em uma voz irritantemente aguda enquanto uma delas parecia estar carregando um pacote, Draco observou as duas subirem as escadas do corujal e calmamente saiu de trás da estatua. 

Ficou alguns instantes encarando a porta que levava até as escadas do corujal, aquelas meninas haviam lhe dado uma ideia... Algo tão simples que se funcionasse ele teria que se bater depois disso.

                                                                oOo

Faltava apenas um dia para a visita a Hogsmeade e Harry não tinha mais ouvido Hermione falar nada sobre suas "aulas", mas isso não era exatamente bom, já que o motivo de não estar falando tanto com sua amiga era que ela e Rony estavam escolhendo alguns alunos para o encontro em Hogsmeade. O moreno parabenizava o esforço da garota, do ruivo também, porém ele só ia mesmo de acompanhante, Harry sabia que quem fazia a maior parte é Hermione.

Porém, isso o assustava um pouco. Ele não sabia o que ia acontecer, nem podia imaginar. Iriam muitas pessoas? Como elas reagiriam? E ele?

Ficou mexendo seu café da manha de um lado para o outro, perdido em pensamentos até sentir algo batendo em sua cabeça e logo depois cair em seu prato. Confuso, olhou para cima e viu varias corujas, como de costume no horário da manha. Ele nunca recebia nada, então o que era agora?

Com curiosidade pegou o pedaço de pergaminho enrolado do meio de seus ovos com bacon praticamente intocados. Desenrolou o pequeno pedaço de pergaminho e sentiu um arrepio atravessa-lo da cabeça aos pés quando leu as palavras que estavam escritas nele com uma bonita letra cursiva.

" deixei de ser flor para te dar as minhas pétalas,
  Deixei o meu orgulho para te dar a confiança,
  Deixei o que era para te dar o que nunca fui,
  Deixei de sonhar para te dar o meu pensamento,
  Deixei a minha Terra para te dar o Planeta...
  e tu , simplesmente ... Deixas-me!
Me encontre na mesma hora e no mesmo local, precisamos conversar.
 
                                                             D. M.                                                "

D.M... Seu coração pareceu falhar uma batida. Draco Malfoy... Oh Merlin, borboletas. Varias delas, todas dançando valsa em seu estomago. Olhou para trás, onde se encontrava a mesa da Sonserina e como resposta viu os olhos prateados o encarando fixamente, parecendo brilhar quando finalmente encontrou os seus. Mais do que rápido ele se virou para frente.

Olhando em volta para conferir que Rony e Hermione continuavam a discutir algo ao sussurros. Ele provavelmente tinha corado um pouco agora, mas como encarava fixamente seu prato com o rosto baixo, ninguém pareceu notar. 

Aquele bilhete... Deus, que coisa mais linda! Credo, ele estava pensando como uma menina apaixonada, mas como não agir assim quando se recebe algo como aquilo? Ele provavelmente poderia ronronar agora, mas não ousou olhar para trás novamente, não poderia se controlar se o fizesse.

Guardou o bilhete no bolso e nem se esforçou mais em fingir que comia. Não conseguia pensar em mais nada, aliás... Ele iria nesse encontro.


                                                                 oOo

"Ok ok, não pareça nervoso agora, não pereça nerv... Ah! Ele olhou pra cá" 

E assim estava Draco Malfoy. Praticamente uma pilha de nervos. Claro, sem nunca demonstrar. Afinal ele estava na mesa da Sonserina, rodeado de Sonserinos, ele mesmo era um, e mais importante, também era um Malfoy. Malfoys definitivamente não deliravam de amores como garotinhas adolescentes e... "Mas que droga Potter, olha pra cá!"

E agora? O que aquilo tinha significado? Ele ia? Tinha funcionado? Droga! Ok, sem pânico agora. Não tinha passado por tanto pra escrever aquele bilhete, só para depois o outro ignorar, não foi nada fácil escrever algo tão vergonhoso! Só conseguiu colocar tais palavras no papel, pois era para Potter, se não, nunca. 

De qualquer forma ele iria mesmo assim. Só para ter certeza... Mais uma vez ia tentar arrumar as coisas com seu parceiro. Torcia para que dessa vez desse certo. Já não aguentava mais isso, mas se fosse por Harry, ele aguentaria, até o fim de suas forças.  

I'll be waiting for you
(Eu estava esperando por você)
Here inside my heart
(Aqui dentro do meu coração)
I'm the one who wants to love you more
(Eu sou o único que necessita amar-te mais)
Can't you see I can give you
(Poderá ver que eu posso te dar)
Everything you need
(Tudo o que precisar)
Let me be the one to love you more
(Me permita ser o único amar-te mais)

                                                                     oOo

Então finalmente as aulas do dia haviam acabado, amanha era sábado e agora estavam todos felizes e ansiosos pelo fim de semana. Na sala comunal da Grifinória os alunos jogavam conversa fora espalhados pelo salão. Com o trio de ouro não era diferente, estavam todos os três sentados em poltronas um pouco afastadas dos demais, Rony e Hermione discutiam algo sobre alguns pedaços de pergaminho espalhados pelo braço do sofá onde sentavam e Harry simplesmente olhava o fogo da lareira crepitando, sem realmente enxergar alguma coisa.

A hora estava chegando, os minutos iam passando quase que se arrastando, mas cadê vez mais seu encontro com Draco se aproximava. Estava nervoso, muito nervoso. Mas ao mesmo tempo, estava feliz e ansioso e se sentia bobo por isso, mas não podia evitar.

Então finalmente a hora chegou e apressadamente ele se levantou atraindo o olhar dos amigos, mentiu que estava cansado e já ia dormir. Hermione pareceu um pouco desconfiada mas mesmo assim não falou nada, continuou trabalhando com Rony no que quer que fosse. Então finalmente Harry subiu as escadas do dormitório e afobadamente procurou sua capa de invisibilidade, tirando as roupas do malão e jogando em qualquer lugar. Quando achou o que queria, apenas catou as roupas e enfiou de qualquer jeito de volta no lugar. Logo vestindo a capa e, tomando coragem, desceu as escadas.

Passou pelos alunos com cuidado para que não encostasse em ninguém e agradeceu aos céus por sua sorte de bem na hora em que estava chegando ao quadro da mulher gorda, Neville entrou carregando uma plantinha estranha em um vaso. Aproveitou a oportunidade para se esgueirar para fora sem que ninguém percebesse.

Agora era só tomar cuidado no caminho até a torre de astronomia.
 

                                                           oOo

Depois de quase ser pego por Filch por culpa da gata nojenta, quase dar de cara com professor Snape, Harry finalmente conseguiu chegar até as escadas da torre de astronomia.

E estava a bons dez minutos ali, sem se mover de baixo da capa de invisibilidade. Não sabia o que fazer. Subia? Ou voltava? Depois de tudo... E ele já estava ali... O que custava subir? Subindo ele encontraria... Malfoy. Não, Draco.

Mordeu os lábios com força e com certa relutância subiu o primeiro degrau, assim seguindo em um movimento automático, apenas deixando se levar por suas pernas, afinal se pensasse muito ele sairia correndo de volta para seu salão comunal.

Então finalmente chegou ao topo, vendo nada de diferente da torre de astronomia das outras vezes que esteve ali, tirando claro, a sua ultima visita. Tirou a capa de invisibilidade a guardando na capa da escola e olhou um pouco em volta com uma pontada de decepção, sentindo-se idiota por tal sentimento, afinal o que ele estava esperando? E...

      — Ah, Harry. — Pulou alguns bons centímetros do chão, quase rolando escada a baixo, mas imediatamente reconheceu a voz. — Você veio...

Olhou na direção da voz e estancou no lugar, Draco estava ali, por um momento ele achou que o Soncerino não tivesse vindo, afinal ele não estava ali a um minuto atrás e... Da onde foi que ele saiu?

      — É... — Ele murmurou em resposta, desviando o olhar com vergonha de responder algo tão idiota.

      — Por que tem fugido de mim Harry? — Uou, que direto, o moreno não esperava por essa. — Por que fugiu de mim da ultima vez?

      — ... — Por um momento ele não conseguiu articular alguma resposta, se esforçando em apenas conseguir encarar o loiro. — Eu... Não sei...

      — O que quer dizer com não sabe? — O outro perguntou de forma ansiosa. — Foi algo do que eu fiz? Por que se foi eu peço desculpas, não queria fazer nada que...

      — Não, não foi nada do tipo. — Harry interrompeu. — Ou foi... Só um pouco. Na verdade eu... Tive medo, acho que foi isso.

      — Medo? Harry, sabe que eu nunca o machucaria. — Respondeu se aproximando devagar, estava inquieto depois de tanto tempo longe de seu parceiro e agora o tinha tão perto de si, sentir aquele cheiro, olhar aquela beleza sem poder tocar... Era uma tortura.

      — Não foi medo de você Draco, foi... Eu não sei, droga! — Harry se agitou. — Está tudo indo rápido demais, todas essas coisas e o que eu sinto por você, eu não consigo entender nada disso!

Não saber o que falar e acabar falando o que vinha a cabeça era uma droga, Harry tinha que parar de fazer isso o mais rápido possível, estava estragando seus próprios planos, serio. Amaldiçoando-se por sua boca, ele tentou explicar.

      — Olha... Draco, eu... Nunca passei por nada parecido, eu... Simplesmente não sei como agir! — Falou mexendo as mãos mais do que o necessário. Não vendo o olhar que o outro dirigia a si, obviamente não disfarçando o quando achava fofa tal reação. — E de uma hora pra outra toda essa coisa de veela aconteceu, e todas as outras coisas... E o mais estranho estava acontecendo, nós estávamos nos dando bem. E eu não sabia como encarar isso, por que não tenho certeza se o que eu sinto é o mesmo que... 

Sua voz foi morrendo aos poucos. Malfoy inclinou a cabeça, em um misto de diversão e reflexão, pensando em quais palavras usar a seguir.

      — Ah Harry, também não é fácil pra mim. Mas eu te quero tanto... Pra mim é tudo isso que importa. Também não foi fácil pra mim admitir o que sinto por você, por mais que fosse por inclinações de minha herança veela, fora complicado. Mas agora que aceitei, tudo que quero é poder ficar com você. Talvez tudo isso seja realmente novo para você, esses... Sentimentos. Ah, isso só o torna ainda mais precioso. — Harry corou até a raiz dos cabelos ao ouvir isso, mas não se afastou quando Draco segurou sua mão, junto ao próprio peito, na altura do coração. — Você falou sobre sentimentos. Está sentindo isso? É o meu coração, batendo tão rápido e tão lento que mau posso senti-lo, isso só acontece quando você está por perto, na verdade, ele só bate por você, pois sem você não valeria a pena viver. É o que eu sinto, mas... E você? O que sente por mim?

See me, as if you never knew
(Veja-me, como se não me conhecesse)
Hold me, so you can't let go
(Segure-me, então não te deixarei ir)
Just believe in me
(Isso, acredite em mim)
I will make you see
(Eu o farei ver)
All the things that your heart needs to know
(Todas as coisas que seu coração precisa saber)

Harry encarou aquelas olhos prateados com a respiração descompassada. Sentindo o coração do outro batendo, no mesmo ritmo que o seu. Era mesmo isso que Draco sentia? Isso significava que estava seguro, não é? Ele podia sentir o que estava sentindo então, admitir o que seu próprio coração insistia em dizer a algum tempo.

      — Draco eu... Gosto de você. Gosto mesmo. — Fora tão difícil dizer isso, as palavras estavam engasgadas em sua garganta, no entanto, apenas uma pequena parcela de seu sentimento sairá quando finalmente conseguiu falar, mas... Estava bom, por enquanto.
Draco sorriu tão abertamente que ainda com a mão sobre seu coração, Harry o sentiu descompassar junto com o seu. Não conseguiu se impedir de sorrir um pouco também, contagiado com tão bonita visão.

      — Isso significa que não vai mais fugir de mim? — Ele perguntou levando a mãe direita agora para o resto do menor, acariciando carinhosamente. — Nunca mais?

      — Não... — Harry falou baixinho, tentando não fechar os olhos e inclinar o rosto na direção da mão do outro.

      — Tem certeza? Posso tocar em você e mesmo assim não vai fugir de mim depois?

      —N-Não... — Harry corou ainda mais, desviando os olhos.

      — Que bom.

E com isso atacou os lábios bem feitos de seu parceiro. Harry se assustou um pouco, mas não se afastou, correspondendo e entreabrindo os lábios. As línguas se tocaram e nenhum dos dois poderia querer sensação melhor no mundo. A boca quente era explorada com fervosidade, Draco acariciava levemente a cintura fina, enquanto Harry abraçava o outro pelos ombros, tentando corresponder ao beijo na mesma altura, mesmo sendo muito difícil.

O beijo ainda durou alguns bons momentos, até que tiveram que se separar para tomar ar. Ainda com os rostos muitos próximos, Harry abriu os olhos devagar, se deparando com o lindo brilho prateado, encarando-o com quase devoção. Não se sentia digno de tal olhar, mas tudo bem. Ele podia conviver com isso.

Então para sua surpresa, Draco se separou, porém ainda com a mão em sua cintura. Tirou a varinha de sua capa e com um movimento na direção do aparente nada, um cenário muito parecido com o do ultimo encontro dos dois apareceu. O loiro aparentemente já tinha preparado tudo e estava ocultando aquela parte da torra com um pano, enfeitiçado como a sua capa, porém temporariamente, para esconder apenas aquela parte da torre tendo a mesma função de uma cortina invisível.

      — O que... — Harry olhava confuso para a manta estendida no chão com algumas almofadas em cima, junto com as poucas velas que iluminavam fracamente o ambiente dando um ar bem aconchegante.

      — Você pareceu gostar da ultima vez... — Draco falou como se não fosse nada. — Então achei que se tudo desse certo hoje, você iria gostar de novo.

      — Ah bem... É, eu gostei sim. — Harry falou um pouco envergonhado.

      — Que bom. — Draco repetiu.

E antes que o moreno pudesse responder alguma coisa, sentiu-se ser pego no colo, encarou Draco um pouco assustado, mas se acalmou com o beijo rápido que lhe fora dado, enquanto o loiro caminhava com ele nos braços em direção ao pequeno cenário que fora montado.

Com cuidado Draco sentou-se trazendo Harry para seu colo, de frente para si. Beijaram-se mais uma vez, suas mãos apertavam a cintura estreita, trazendo para perto de seu corpo, enquanto as mãos do outro pousavam em seus ombros. Explorar a boca pequena de seu parceiro, junto a sensação de tê-lo sem seu colo e poder inebriar-se com seu cheiro o quanto quisesse estava levando Draco ao paraíso. Quase não conseguia controlar seus movimentos.

Mordeu os lábios do menor, que agora estavam vermelhos e inchados, saiu distribuindo beijos por todo o pescoço do moreno, que se segurava para não gemer, mas era difícil se controlar diante de sensações tão diferentes e novas, estava achando tudo incrível. Finalmente estava se entregando, correspondendo. 

Draco subiu um pouco, mordendo o lóbulo de sua orelha, finalmente arrancando-lhe um gemido tímido. Harry nem sentiu quando sua capa foi aberta e os botões de sua camisa eram abertos um a um, até ser o suficiente para  deixar o peito livre. Draco mais uma vez beijou e chupou o pescoço do menor, descendo o caminho pela pele alva, deixando um rastro vermelho e molhado. Desceu com a boca até os mamilos rosados, tocando gentilmente com a língua, antes de finalmente chupar. 

Harry soltou um gemido alto dessa vez, mordendo os lábios para não continuar, mas era difícil. Sentia-se quente, sentia-se estranho, como nunca se sentira antes. Não tinha controle das próprias ações ou pensamentos, estava gostando, mas ao mesmo tempo queria que aquilo parecesse, estava quase morrendo de vergonha, mas queria que aquilo continuasse... Queria muito.

E como se adivinhasse seus pensamentos, as mãos de Draco acariciavam seu corpo, indo da cintura paras as coxas, apertando e fazendo carinho ao mesmo tempo. Então quando achou que já era hora, as mãos do maior finalmente se dirigiram até o cinto da calça do moreno. Porém, parou quando sentiu Harry ficar tenso em seus braços.

      — Harry... Eu posso? — Perguntou com a voz rouca, mas ao mesmo tempo tão gentil.

      — P-P-... Uhum... — Respondeu em um gemido manhoso. Ele simplesmente não conseguia responder aquilo direito.

Então devagar e com cuidado, Draco abriu o cinto, tomando libertado de enfiar sua mão dentro das calças de seu parceiro. Harry quase teve uma parada respiratória quando sentiu a mão quente em volta de seu membro, que por Merlin, nunca esteve naquele estado. Gemeu alto e sugestivamente, querendo ao mesmo tempo se enfiar em um buraco de tanta vergonha que tinha. Não podia encarar Draco agora. Este por sua vez, fazia movimentos lentos, o fazendo ir a loucura.

Mordeu a própria mão para não gemer, mas não estava conseguindo, aquilo era bom demais. Jamais sentira algo parecido. Ele nunca se tocara antes, nunca se sentiu confortável para fazer isso nos Dursleys e com certeza muito menos em um dormitório cheio de garotos em volta. Apenas resolvia isso com um banho frio. Então o que estava sentindo agora, era completamente novo e divino.

Sentindo que precisava de mais contado, o loiro tirou o membro do menor para fora da calça e Harry não poderia corar mais, seus olhos lacrimejavam de vergonha, mas quase implorava para que o outro não parece. 

O maior tomou a boca de seu parceiro com sofreguidão, enquanto continuava os movimentos com sua mão, sentindo-se melar pelo liquido pré-gozo do outro. Fazer aquilo quase o fazia se desfazer sem tocar-se, ouvir os gemidos do moreno... Merlin ele iria enlouquecer.

       — Ah Harry — Rompeu o beijo. — Gemendo assim... Olha o que faz comigo.

E levou a mão pequena até o volume em sua própria calça. Harry fechou os olhos com força, gemendo baixinho, pois Draco ainda não parara de masturba-lo.

Mas quando Draco retirou o próprio membro para fora, Harry não pode deixar de olhar e notar, que era muito maior que o seu, completamente duro e com uma gota atrevida saindo antecipadamente. 

      — Harry... — Draco gemeu, puxando o para mais um beijo, enquanto sua mão estimulava os dois ao mesmo tempo, mantendo-os com os corpos praticamente colados.

Harry já não sabia mais o que estava acontecendo, sentia-se derretendo. A situação parecia irreal demais, porém ele não queria que fosse mentira. Queria mais. Gemia quase descontroladamente, mordendo o ombro do outro ou as vezes seu próprio lábios para se controlar. Draco atacava seu pescoço e ao mesmo tempo mantinha movimentos cada vez mais rápidos estimulando os dois ao mesmo tempo. 

Sentir a mão de Draco, sentir o membro de Draco tocando o seu próprio, era alucinante. Estava cada vez mais rápido, cada vez mais quente. Sua visão estava se tornando mais turva, assim como seus pensamentos. Conseguia apenas gemer, se esforçando para não fazer muito alto.

Draco estava nos céus, sentia seu parceiro em todos os sentidos, o gosto de sua pele era melhor do que qualquer outra coisa, sua textura macia, e sua voz de anjo gemendo no seu ouvido. Tudo era estimulante.

Então os movimentos ficaram mais rápido e Harry sentiu uma contração em seu abdômen e seu corpo todo tremeu.

      — Ahn! Draco! — Ele gemeu, finalmente gozando.

      — Harry! — Draco também veio junto com Harry, melando os dois.

Ainda com a respiração ofegante, Draco se deitou, caindo para trás em uma das almofadas, trazendo Harry consigo e o aninhando em seu peito.

O moreno estava ofegante, com os olhos fechados. Quase não acreditava no que acabara de acontecer... Teve o primeiro orgasmo de sua vida nas mãos de Draco Malfoy. Por Merlin! E ele tinha adorado...

Draco olhava para lugar nenhum especificamente, apenas curtia o momento maravilhoso que tivera, havia sido realmente incrível. Olhou para baixo, vendo o rostinho corado de seu parceiro. Pegou a varinha que estava perto e murmurou um feitiço para limpar a sujeira que haviam feito.

      — Harry... — Ele chamou baixinho.

      — O que...? — O menor respondeu hesitante, ainda estava morrendo de vergonha.

      — Promete que não vai mais fugir de mim? — E o abraçou mais apertado em seus braços.

      — ... Prometo. — Respondeu com a voz sonolenta.

I'll be waiting for you
(Eu estava esperando por você)
Here inside my heart
(Aqui dentro do meu coração)
I'm the one who wants to love you more
(Eu sou o único que necessita amar-te mais)
Can't you see I can give you
(Poderá ver que eu posso te dar)
Everything you need
(Tudo o que precisar)
Let me be the one to love you more
(Me permita ser o único amar-te mais)