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História Herança Veela - Cap 14 - Detenções e acidentes:


Escrita por: AmandaRoss

Notas do Autor


HO HO HO.

Dingle bell, dingle bell, acabou papel.
Não faz mau, não faz mau.
Limpa com jornal!
O jornal ta caro... Caro pra chuchu, o que é que eu vou fazer, pra limpar o meu.... OPA!

Feliz Natal pessoal!!!

Né... Tipo, depois de tanto tempo eu meio que deve explicações não é?

Pra começar primeiro, teve as provas de fim de ano, que simplesmente me deixaram louquinha louquinha, aí depois quando eu achei que teria tempo pra escrever, eu cavala do jeito que sou meio que... Chute o notebook da minha cama e ele caiu no chão '-'... Aí a tela ficou todo corolida (coisa mais lidinha) e eu tive que mandar concertar e.e. Mas tchan tchan tchan... VOLTEI! Com o presentinho de natal de vocês... EEhhh!!

hihihi... Espero que gostem. Beijos para vocês meu delicias.

Capítulo 14 - Cap 14 - Detenções e acidentes:



Cap 14 - Detenções e acidentes:



Finalmente depois de uma semana infernal, Harry se aproximava da sala do professor de defesa contra antes das trevas para sua ultima detenção. Caminhou com presa até lá, não queria se atrasar e dar uma razão para aquela mulher horrível lhe deixar mais alguns dias em detenção... Ele não iria aguentar mais daquela tortura, pois na verdade era realmente o que aquilo era. Uma tortura.


De qualquer forma, ele tinha outra coisa para se preocupar aquele dia. Hoje era o dia dos testes para goleiro no time de quadribol da Grifinória, então já que não podia estar presente, ele tentaria pelo menos, dar uma espiadinhas pela janela da sala da Umbridge, de onde sabia que dava para ver um pedaço do campo de quadribol.


Bateu na porta timidamente, logo recebendo um "entre" que apesar de meloso e gentil, enviou arrepios por seu corpo todo. Entrou e logo viu aquela mulher que mais parecia um sapo, toda vestida de rosa e lhe sorrindo docemente.


      — Sabe o que fazer Sr. Potter. — Disse ela de trás de sua mesa, onde estava sentada.


Harry olhou para a habitual mesinha onde havia sentado a semana toda, ali o esperando estava o pergaminho e a pena preta com a ponta afiada. Suspirando silenciosamente ele sentou-se ali e, discretamente  chegou a cadeira para o lado, para que pudesse ver melhor pela janela. O garoto conseguia apenas ver alguns vultos na pouca luz que ainda tinha, mas já era uma esperança.


Escreveu pela primeira vez, lenta e cuidadosamente, tentando evitar a dor. Porém como sempre, a dor chegou, junto com mais uma vez o rasgo em sua pele em forma das palavras "Não devo contar mentiras". Ali estava novamente, a sua mais nova cicatriz.


Era certo que ela havia desparecido depois que Malfoy usou o feitiço de glamour, ou para ser mais exato, foi apenas "camuflada". O problema era que não tinha durado muito mais tempo do que da ultima vez, e logo ela voltara a reaparecer. Tentou de todas as formas tampar para que não notassem, mas estava sendo difícil... Claro, pedir para Malfoy refazer o feitiço não era uma opção. Afinal tinha decidido nunca mais falar com ele e se pudesse nunca mais vê-lo... Infelizmente isso também não era uma opção.


De qualquer forma depois daquele... "Incidente" como ele vinha chamando em sua cabeça todas as vezes que pensava sobre aquilo. Malfoy não viera mais falar consigo... Ele por mais que negasse isso, gostaria de saber se ele também sentira algo diferente quando eles se beijaram... No incidente. Será que ele sabia que eles eram... Eram... Parceiros?


Uma pontada particularmente dolorosa na sua mão o vez parar de pensar em besteiras. Levantou a cabeça discretamente, para não chamar atenção da professora atrás de si. Olhou para o campo de quadribol. Não conseguia ver muita coisa, mas parecia que o jogador no teste não estava indo muito bem... Ele só esperava que aquele não fosse o Rony.


                                                                 oOo 


Draco estava concentrado pensando, quem olhasse direito poderia até mesmo ver as engrenagens em sua cabeça trabalhando. Porém a única pessoa o olhando naquele momento era Pansy Parkinson e a ultima coisa que ela iria reparar nele, é que estava pensando. Como sempre, ela o olhava como se estivesse tirando suas roupas com os olhos. Ignorando a animada conversa entre Blaise, Theo... E os acenos de cabeça de Crabbe e Goyle.


O loiro percebeu o incomodo olhar de Pansy, interrompendo sua linha de pensamento. Ultimamente a coisa mais normal era receber aquele tipo de olhares das garotas, mas... Parkinson era diferente, incomodava. No mínimo por que ele não queria nem pensar em fazer NADA com ela, mas havia sua família, a família dela e ela que queriam que ele pensasse nisso.
Pobres ingênuos. Draco nem queria ver a cara de todos eles e principalmente de sua família, quando descobrisse quem era seu parceiro. Pois eles iriam descobrir. Afinal, ele queria casar, ter filhos, netos e morrer velhinho ao lado de seu mais do que gracioso parceiro. Isso soava estranho até mesmo para ele, mas não tinha parado de pensar em nenhum segundo, nesses poucos dias que se passara dês de que ele descobrira sobre o seu parceiro. Em como conquista-lo, em como tê-lo somente para si.


É obvio que isso parecia muito simples e fácil, afinal... Ele é Draco Malfoy, lindo, loiro, rico e veela. Conquistar uma pessoa não era difícil para ele. O pequeno probleminha era que seu parceiro era Harry Potter. Ah, aquele garoto pequeno, magricela, com cabelo desarrumado e óculos enormes... 


Era assim que ele costumava ser não é? 


Era difícil dizer agora, já que ele se encontrava incrivelmente delicado e pecaminosamente delicioso... Não que isso vem ao caso agora, é claro... Sobre o que ele estava pensando? Ah, sim... Sobre como conquistar seu parceiro.


Ele já tinha pensado em varias possibilidades, mas nenhuma parecia boa o suficiente. A vida inteira ele teve raiva, inveja e vontade de socar a cara daquele garoto, era realmente estranho agora, pensar em maneiras de como seduzi-lo. Na verdade ele andava tão indeciso do que fazer, que não havia feito nada.


      — Hey, o que está pensando Draquinho? — Ele não havia percebido que Pansy se levantara de seu acento e agora estava escorada do seu lado, com o rosto mais perto do que seria confortável. 


      — Eu... No número de dever de casa que temos que fazer. — Falou a primeira coisa que veio a sua mente, torcendo para que a garota caísse nessa. — E... Falando nisso, eu acho melhor ir a biblioteca. Tenho que terminar a redação sobre poções.


      — O que? — Ela falou com uma voz aguda enquanto fazia beicinho. Draco apenas ignorou e se levantou. — M-Mas você já terminou ela, eu lembro que-


      — Vou fazer alguns centímetros extras... Nota nunca é demais, não é? — Ele sorriu, fazendo Pansy piscar variar vezes, como se tivesse esquecido do que ia falar. Aproveitando a deixa que seu charme veela lhe havia dado, ele se despediu brevemente dos seus amigos e saiu do salão comunal da Sonserina.


                                                oOo


As coisas não estavam indo muito bem... Além de cada vez a noite ir ficando cada vez mais densa e a visibilidade do campo de quadribol menor... Os jogadores não eram nem de longe tão bons quando o antigo goleiro do time, Olívio Wood. Não que Harry esperasse alguém tão bom quanto ele mas... Tinham que ser tão ruins? Um deles havia deixado escapar três goles de cinco, outro quase havia caído da vassoura — Harry rezava internamente que esse não fosse Rony — E o ultimo até tinha ido um pouco melhor. Depois ficou escuro depois para ele poder ver qualquer coisa.


Argh. 


Sua mão fisgou dolorosamente. Olhou na direção e viu sangue... Normal. Ele já havia passado por dores piores. Não é? Isso não era tão ruim... Mesmo assim, seus olhos insistiam em lagrimejar.


      — Vamos ver essa mão, sim? — Ouviu a voz melosa da velha cara de sapa atrás de si. Levantou-se mais rápido do que deveria, mas não podia deixar de ficar feliz por ser sua ultima vez ali... Claro, ele não deixaria que ela percebesse, apesar de parecer uma coisa obvia.


Ficou diante dela, apenas uma mesa separava os dois. Ele entendeu a mão e ela "gentilmente" passou os dedos sobre sua mais nova cicatriz.


Nesse momento foi como se uma corrente elétrica tivesse passado por seu corpo, sacudindo cada parte sua. Foi doloroso, principalmente na cicatriz em forma de raio em sua cabeça. 


Ele puxou sua mão para junto de seu peito e encarou com os olhos arregalados a mulher, não percebendo que ele brilhava levemente agora. 


Não podia se controlar, seu coração batia descontrolado... Não estava esperando um susto desses.


      — Isso dói, não é querido? — Ela lhe sorriu carinhosamente. — Pode ir agora, creio que a mensagem já tenha sido recebida, não é?


Ainda encarando Umbridge de uma forma estranha Harry piscou forte e deu meia volta, seu corpo ainda meio mole por causa do choque e do susto. 


Fechou a porta atrás de si, e com a mão machucado acariciou sua testa... Não doía mais agora. Na verdade, era como se nunca tivesse doido.


Isso foi realmente estranho. A ultima vez que sua cicatriz doera desta forma foi quando... Quando... Voldemort esteve perto.


Ele... Ele não poderia estar perto, poderia? Quer dizer... Ele sentiu dor quando Umbridge o tocou, mas isso necessariamente significava que Voldemort estava escondido em alguma parte daquele corpo baixo e coberto de veludo cor de rosa? Argh. Harry tinha arrepios só de pensar.


Nem tinha como isso acontece, afinal... Voldemort havia recuperado o seu corpo, não é mesmo?


Continuou andando até o seu salão comunal, queria comentar com Hermione sobre o que tinha acontecido, talvez sua amiga tivesse alguma ideia do que acontecera consigo.


Ouviu barulho de passos atrás de si, e parou subitamente no meio do corredor, se virou e observou uma sombra se aproximar. Ele tinha apenas que continuar andando, só isso e não teria problema nenhum... Por que então, ele estava esperando quem quer que fosse, se aproximar? Arrependeu-se até seu ultimo fio de cabelo quando viu quem apareceu virando o corredor.
                                                                    oOo


Draco andou pelos corredores de Hogwarts, subindo as escadas e andando em direção a biblioteca. Não era realmente sua intenção fazer mais lição de casa, até por que já estava tudo pronto. Mas Pansy realmente o irritava com aquele jeito grudento. A ideia era apenas dar um volta pelo castelo. Tecnicamente não era seu  dia de fazer a ronda noturna, mas mesmo assim ele duvidava que alguém fosse lhe punir por aquilo. Ele era monitor afinal..


Estava tudo correndo normalmente, até aquele cheiro lhe atingir novamente. Primeiro fraco, bem fraco. Era como o cheiro estava dês daquele dia em que tinha provado da boca de seu lindo parceiro. Porém, ainda assim ele o sentia, e parecia mais gostoso do que antes... Se é que isso era possível. 


Aos poucos foi ficando cada vez mais forte, o inebriando e deixando difícil qualquer pensamento que não fosse chegar cada vez mais perto.


Deixando-se guiar, seus pés o levaram pelos corredores. Deu sorte de não encontrar ninguém em seu caminho. 


Virou em um dos corredores e quase não conseguia pensar direito agora. Seu parceiro estava perto, ele sentia. Andou devagar, um animal espreitando por sua presa. Até finalmente virar no corredor seguindo e... Ah, meu Merlin. Ali estava ele.


                                                                  oOo


Droga. Por que simplesmente tudo tinha que ir contra ele? Ok. Talvez isso soasse meio dramático, mas... Droga! Ele tinha que encontrar Draco Malfoy agora? Em um corredor vazio? Droga!


Depois de alguns poucos segundos sem reação, Harry deu meia volta e começou a caminhar na direção oposta a passos largos e rápidos. Tentou não correr para não parecer tão patético, o que estava se tornando realmente difícil com seu coração quase saindo pela boca.


      — Hey! Espere! — Ouviu a voz do outro e parou imediatamente, mas sem se virar.


Sentiu-se idiota por fazer aquilo e corou mesmo que o outro não conseguisse lhe ver. Foi mais forte que ele, seu corpo obedeceu o comando como se fosse algo normal. Sacudindo levemente a cabeça ele voltou a andar. Podia ouvir os passos do loiro se aproximando.


      — Potter! Espere, eu... Só quero conversar com você! — Agora havia nitidamente um tom de desespero no tom de voz de Malfoy e perceber isso quase fez Harry parar e ir falar com ele... Quase.


Começou a andar mais rápido. Foi virando o corredor que algo maior que ele atrapalhou sua visão e sem conseguir controlar as próprias pernas ele bateu contra o obstáculo. Quase caiu, mas uma mão um tanto bruta em sua cintura o ajudou a manter o equilíbrio. Nem percebeu que tinha fechado os olhos, provavelmente esperando a queda que não veio, mas de qualquer forma, lentamente ele abriu os olhos, piscando um pouco para finalmente focar na cabeleira ruiva.


      — R-Rony...? — Corando fortemente ao perceber que a mão continuava em sua cintura, Harry se afastou, sem ousar olhar para trás onde sabia que Malfoy estava e observava a cena.


      — Ahn... Ainda bem que encontrei você Harry, adivinha. — Rony falou com animação. Sem dar tempo para a "adivinhação" ele continuou — Sou o novo goleiro do time!


      — Oh meu... Serio? — Harry sorriu radiante. — Isso é maravilhoso!


      — Não é? — Respondeu o ruivo. — Treinar depois das aulas valeu a pena.


Treinar depois das aulas? Ah, agora fazia sentido o porquê de Rony estar tão cansado. Ele nunca havia engolido aquela historia da biblioteca e com certeza Hermione também não. Sentiu o amigo se tencionar e o observou, percebendo imediatamente onde seu olhar estava fixado.

Droga. Ele havia esquecido que Malfoy estava na sua cola.


      — O que quer Malfoy? — Rony perguntou com raiva. 


      — Olha como fala comigo Weasley. — Draco respondeu e Harry se arrepiou ao ouvir sua voz, mas ainda não ousava encara-lo. — Sou monitor, caso não lembre. 


      — Pois eu também sou moni...


      — Ahn... Rony, vamos logo. Não vale a pena brigar. — Harry falou baixinho puxando o braço do maior.


Rony parecia estar com as palavras na ponta da língua, mas não ousava falar. Não depois que Harry havia pedido para ele deixar par lá de um jeito tão... Tão... O pensamento seguinte o fez corar de vergonha. Deixou-se ser guiado para longe do loiro aguado.


Harry timidamente olhou para trás, só para conferir que Malfoy continuava a o observar, parecia indeciso se continuava ali ou os seguia. Tinha uma expressão no rosto, como se a indecisão fosse dolorosa. Harry queria muito se afastar o mais longe que podia mas... Outra parte... Aquela outra parte idiota, queria ficar com ele.


Porém, como fazia e sempre fez. Ignorou. Era o melhor que fazia. Não é?


                                                         oOo


Lá estava. Com aquela adorável pele branca e imaculada, olhos verdes iguais, ou mais belos que esmeraldas e lábios vermelhos e cheios tão beijáveis que era quase um crime deixa-lo andar por aí sozinho e indefeso. Perdido nesses pensamentos, Draco quase não percebeu que seu objeto de desejo já se distanciava.


      — Hey! Espere! — Falou. Ficou realmente surpreendido quando seu pedido foi atendido e viu o outro parar. Quase sorriu, porém o pequeno moreno voltou a andar, dessa vez mais rápido se possível.


"Ah, vamos... Por que ele tem de ser tão difícil?" Sorriu arrogante. Afinal aquilo só o tornava mais delicioso.


      — Potter! Espere, eu... Só quero conversar com você! — Ok, falar que só queria conversar depois de um pensamento como aquele era o eufemismo do século. Mas o que mais ele podia fazer? Potter estava indo embora, e depois de tanto tempo ele realmente tinha uma chance para... Mas que merda...?


Parou abruptamente de andar, observando a cena. Potter com seu jeito tonto de ser, praticamente se atirou nos braços — mas que prontos, Draco percebeu. — do Weasley. Sentiu o sangue ferver ao ver a mão do idiota na cintura estreita do SEU parceiro. SEU parceiro, que não devia ser tocado por mais ninguém além dele. Oh sim... Era sua parte veela falando agora.
Não ouviu a conversa  que se seguiu entre os dois, mas rangeu os dentes ao ver o sorriso radiante do menor para o outro. Ele não deveria sorrir daquele jeito para ninguém além dele. Droga! O que há de errado com o mundo? Ele era Draco Malfoy, era só ir lá e pegar. Não é?


      — O que quer Malfoy? — Ouviu a voz da doninha e piscou, tentando se focar. Respirou fundo para não socar a cara feia do pobretão.


      — Olha como fala comigo Weasley. — Falou com todo o veneno conseguiu reunir na voz. — Sou monitor, caso não lembre. 


      — Pois eu também sou moni...


      — Ahn... Rony, vamos logo. Não vale a pena brigar. — Harry falou baixinho puxando o braço do maior. Draco poderia fazer mais algum comentário acido agora mas... Calou-se. Apenas observando os dois se afastaram. A inveja o corroendo por dentro. Afinal, era para ser ele ao lado de Potter agora. O SEU parceiro.


                                                      oOo


Harry e Rony voltaram para a sala comunal da Grifinória, onde agora rolava uma pequena comemoração para o novo goleiro do time. Porém, Harry estava alheio as comemorações. Ele só conseguia pensar em... Droga, ele queria se bater por isso, mas ele só conseguia pensar em Malfoy.


Se Rony não houvesse chegado naquela hora, o que poderia ter acontecido? O loiro disse que queria falar com ele.... O que seria? Bem, se ele tivesse ficado ao invés de andar igual a um condenado ele saberia. Mas, e se tivesse ficado e... O outro aproveitasse a oportunidade para, sei lá, beijar-lhe novamente?


O garoto corou com esse pensamento, olhando em volta para ver se ninguém tinha percebido, Harry viu Hermione sentada perto da lareira. A garota estava tricotando mais roupinhas para os elfos. Imediatamente o moreno lembrou-se que tinha algo para falar com ele, porém aquele encontro inusitado com o monitor da Sonserina o havia feito esquecer.


Andou por entre os alunos que comemoravam e sentou-se  na poltrona em frente a Hermione. A garota olhou para frente e sorriu, parando de tricotar. Porém antes que ela pudesse começar a falar qualquer coisa, Harry contou sua historia. O que tinha acontecido no fim de sua detenção com Umbridge, o que havia sentido e o que havia pensado sobre isso.


      — Acho que vou escrever para Sirius sobre isso. — Harry disse com a voz baixa.


      — Harry, você não pode colocar algo assim em uma carta! — Hermione falou também em voz baixa e se inclinou como se contasse um segredo. — Não se lembra? Moody nos disse para sermos cuidadosos com o que colocamos nas cartas! Não podemos garantir que as corujas não então sendo interceptadas.


      — Ok! Eu... Eu não vou falar para ele, tudo bem? — Harry falou emburrado e se levantou. — Hum, pode contar ao Rony por mim, então? Eu vou dormir.


      — Ah não. — Hermione disse aliviada e olhou em volta, talvez procurando o ruivo. — Se você se vai dessa maneira, eu também posso ir, sem querer ser rude. Estou exausta e quero fazer mais alguns chapéus amanha. Você pode me ajudar se quiser, é até divertido, sabe? Estou ficando melhor, consigo fazer moldes e bobbles e todo tipo de coisa agora.


      — Ahn... Eu... — Harry tentou parecer, nem que fosse um pouco, interessado pela oferta.  Quer dizer, com tanta coisa que ele tinha na cabeça agora, a ultima coisa que queria fazer eram chapéus para elfos domésticos. Na verdade nesse momento ele queria apenas dormir. — Quem sabe Mione... É que eu... Tenho um monte de lições para fazer...


E saiu em direção ao dormitório masculino. Deixando para trás uma Hermione levemente desapontada.


                                            oOo


Mais um dia de aula, mais especificamente de poções. Harry se encontrava tentando desesperadamente salvar uma poção que tinha dado errado. Era para poções estar laranja e a sua estava mais vermelha que a bandeira da Grifinória e exalando um cheiro tão forte que fazia seus olhos lagrimejarem. Rony logo ao seu lado, já que era sua dupla, procurava alguma coisa que fosse de ajuda, no livro de poções do quinto ano.


Logo o maior estendeu um dos frascos próximos para ele. O moreno pegou o vidrinho e mexeu e a poção, torcendo par que desse certo, despejou duas gotas no caldeirão, mexeu mais um pouco e rezou para que aquilo desse certo. Infelizmente eles acabaram atraindo a atenção do seu mais que querido professor que estava passando por ali cuspindo comentários ferinos para as poções dos seus colegas Grifinório. O homem parou ao seu lado e observou, com um sorriso torto nos lábios sua poção arruinada.


      — O que isso deveria ser Sr. Potter? — A voz grave chegou em seus ouvidos causando arrepios que com esforço foram disfarçados. Fechou as mãos em punhos e respondeu.


      — A poção de encolhimento senhor... 


      — Ah, é mesmo? — Snape sorriu torto. — Então, pode me dizer, por que essa... Poção, não está alaranjada e exalando uma fumaça espiralada, e sim essa aberração que o senhor chama de "poção do encolhimento"?


      — ... Eu... Eu não sei senhor. — Harry falou com os dentes cerrados.


      — Evanesce. — E mais uma vez a possui tinha ido embora. — Bem, parece que nada entra na cabeça oca de vocês dois. Vamos ver se unindo vocês a alunos que não são simplesmente inúteis, saia algo no mínimo proveitoso.


Harry olhou para Rony e percebeu que ele estava tão ou mais furioso que ele mesmo.


      — Sr. Zabine, por favor, venha sentar-se aqui ao lado do Sr. Weasley e... — Snape olhou venenosamente para Harry. — Vá se sentar ao lado do Sr. Malfoy.


O moreno gelou na hora. Ficou parado em seu lugar não conseguindo acreditar em seu professor. Sua vontade era de sair correndo da sala de aula, porém o que fez foi sair de seu lugar com a cabeça baixa e um ótimo olhar para Rony quando Blaise Zabine chegou ao seu lado e caminhar lentamente até o lugar bem ao lado de... Draco Malfoy.


Sentou-se sem encarar o loiro e com isso, não vendo o sorriso, mas que vitorioso em seu rosto.


                                                              oOo


Draco estava tão concentrado mexendo sua poção doze vezes no sentido anti-horário e duas vezes no sentido horário, que não percebeu quando seu companheiro de mesa, Blaise, saiu do seu lado para se sentar ao lado do Weasley pobretão. Só parou de mexer a poção quando aquele cheiro delicioso ficou tão estupidamente forte, que quase o fez flutuar ali mesmo, ou apenas a sua mente, já que aquilo parecia uma droga para si. 


Ficou observando com curiosidade e muita felicidade contida diga-se de passagem, enquanto Potter sentava-se ao seu lado de maneira tímida.


Sorriu vitorioso para si mesmo e voltou a mexer a poção. Conteve uma risada ao sentir o desconforto do outro ao seu lado, que na verdade era quase palpável.


      — Potter, me faça o favor de passar aquele frasco com patas de aranha? — Ele falou. Na verdade nem precisa daquilo, mas duvidava que o outro ia perceber a julgar pelas condições. Na verdade ele só estava louco por uma oportunidade para interagir com seu objeto de desejo.
Descruzando os braços com lentidão o menor pegou o frasco e lhe estendeu, sem nunca o encarar realmente.


Ele, porém, ao invés de pegar o frasco, passou sua mão direto por ele e acariciou a pele desnuda do pulso do menor, fazendo carinho até chegar em sua mão e a agarrar por cima, fechando os dedos finos contra o frasco. Ficou satisfeito quando viu de imediato os olhos esmeraldas o encarando pela primeira vez dês daquele acontecimento... Porém, não o encaravam exatamente como ele queria, expressavam raiva e susto... Diferente do desejo e paixão que ele queria.


Ah, de qualquer forma eram lindos. Mas belos que qualquer joia no mundo. A pele branca e macia, os lábios vermelhos e cheios, o cabelo brilhante e sedoso. E aquele cheiro... Oh, Merlin, era tão perfeito.


Nem percebeu, mas estava se inclinando. Buscando o contado com aquele ser tão perfeito logo a sua frente. 


Plaf.


O som ecoou na sala de aula. Toda a atenção agora estava neles e isso meio que serviu para lhe trazer novamente a consciência. Claro, isso e o tapa que lhe tinha sido dado.


Potter o havia estapeado, e agora estava acuado no barco com a mão segurando o frasco segura contra o peito e o olhando com fúria.


      — Potter! — Snape quase gritou do fundo da sala. — O que pensa que está fazendo agredindo Malfoy desse jeito?


      — Senhor eu... Ele... — Potter parecia não saber onde enfiar a cara, olhava para o chão corando fortemente.


      — Detenção! — O homem sibilou. — Na minha sala, depois das aulas.


Draco não sabia o que pensar agora, não era isso o que queria. Mas que merda! O que ele foi fazer? Agora seria quase impossível conquistar alguma confiança se quer do outro. Bateu-se mentalmente por isso.  


                                                                     oOo


Harry estava furioso. Tinha acabado de sair da sala de Snape, que o tinha feito limpar todos aqueles potes com coisas nojentas dentro. O problema é que algumas daquelas substancias eram acidas e agora sua mão estava ardendo. Bufou enquanto andava pelas masmorras. Tudo que queria agora era tomar um banho e esquecer aquele dia terrível.


E isso era tudo culpa de Malfoy. Droga, como alguém podia ser tão detestável? Aquele loiro aguado quase o beijou na frente de toda a sala. Merda! Ele simplesmente entrou em pânico e estapeou o outro com toda sua força. Nem pensou nas consequências. 


Enquanto Harry andava com pensamentos agressivos, nem percebeu o garoto com cabelo castanho e uniforme da Sonserina andando na direção oposta que a dele. Nem quando o mesmo parou no meio do caminho, o olhando de uma forma... Estranha.


      — Hum... Com licença? — Harry falou um tanto ríspido, mas o garoto simplesmente havia parado no meio de seu caminho. 


Sem obter resposta, ele tentou passar pelo lado, mas sentiu seu braço ser agarrado.


      — Hey, o que pensa que est... Argh.


Sentiu seu corpo bater contra a parede com força. Imediatamente se desesperou e tentou se soltar, mas um corpo maior que o seu o pressionou contra a parede. Chutou tudo o que podia, tentando acertar qualquer coisa que pudesse.


      — Shh... Quietinho aí Potter. — O garoto agarrou seu rosto o fazendo encarar seu olhos. Harry usou sua mão livre para agarrar o braço do garoto.


      — N-Não, me... Me deixa em paz. — Harry gaguejou o olhando assustado. Não conseguia pensar direito agora, mas reconhecia aquele garoto de algum lugar.


      — Quieto eu disse. — Sentiu o aperto em seu braço aumentar dolorosamente.


Sem mais palavras sentiu sua boca ser esmagada contra a do outro, tentou com desespero virar o rosto mais foi inutil. Chutou de novo e desta vez acertou. Com o aperto em seu braço mais fraco, porém ainda ali ele tentou correr enquanto o maior se contorcia de dor. Conseguiu se soltar e quando pensou que estava livre. Sentiu braços fortes em volta de si, logo depois vou jogado no chão e chutado com força. Encolheu-se com dor, seus olhos lagrimejando tornando difícil ver o que acontecia. Ele estava com muito medo agora.


      — Shh... Não chore... Vou cuidar bem de você. — Então sentiu um puxão em seus cabelos, o obrigando a levantar, mesmo com a forte dor no abdômen. — Fica andando por aí sozinho, não sabe que pode ser perigoso? Com esse corpo tão delicioso sempre me provocando...


Sempre... O que? Harry nem sabia quem ele era. Tentou dizer isso, porém mais uma vez sentiu seu corpo se comprimido contra a parede. Com nojo percebeu que mãos grandes e rudes exploravam seu corpo, apertando e deixando marcas, causando dor. 


      — N-Não... P-Por f-favor... — Harry tentou falar, porém um soluço de desespero o impediu e agora as lágrimas já escorriam por seu rosto. Ele estava tão malditamente assustado, não conseguia pensar direito, não conseguia se mexer.


Teve ânsias quando sentiu suas lagrimas serem lambidas, e sentiu quando a língua do garoto desceu até seu pescoço. Gritou quando sentiu seu pescoço ser mordido com força.
Porém... De repente tudo parou, a dor e o nojo foram embora e o garoto estava no chão.


                                                                   oOo


Lá estava ele novamente, fazendo seu trabalho como monitor. Andava entediado pelos corredores procurando algum aluno caminhando por ali fora do horário, quando sentiu um cheiro extremamente estranho invadir suas narinas. Era algo tão repulsivo que o fazia ter ânsias... E de certa forma, seu peito apertar.


A ultima vez que tinha sentido algo vagamente parecido fora quando... Encontrou Potter chorando em uma passagem secreta... Céus, será que...?


Sem pensar muito ele apenas se deixou ser guiado por seus instintos. Suas pernas o levaram até as masmorras, o que achou muito estanho afinal, o que Potter estaria fazendo lá? Estava confuso agora, parou em uma bifurcação que havia entre os corredores. O cheiro estava realmente forte ai, o deixando confuso pra onde ir. 


Foi quando ouviu um grito que seu coração disparou. Correu pelo corredor da esquerda, indo o mais rápido que podia. A cena que viu ao virar o corredor fez seu sangue ferver. Avançou no animal que estava em cima de seu parceiro com o soco mais forte que dera em toda sua vida. Instantaneamente o outro caiu no chão, segurando a mandíbula e gritando de dor.


Porém aquilo não era o bastante nem de longe, não pra quem estava cometendo ato tão extremamente nojento contra o SEU parceiro. Ninguém podia colocar as mãos nele, a não ser ele mesmo.


Chutou com mais força ainda o garoto no chão, inúmeras e inúmeras vezes até ele desmaiar e nem depois disso ele parou. Draco estava cego de raiva.


Só parou quando ouviu um soluço desesperado vindo de trás de si. Virou-se ainda com raiva e olhou para Potter que se encolheu mais ainda no chão, se é que isso era possível. Ele o olhava com medo e não era de se admirar olhando para o estado do garoto caído no chão desacordado.


Olhando em volta rapidamente para ver se estavam sozinhos, Draco deu um passo para perto do moreno que se encolheu contra a parede. Seus olhos tinham rastros de lagrimas, suas roupas estavam amaçadas e... FILHO DA... Draco teve ganas de voltar e acabar com a raça daquele miserável ao ver a mordida no pescoço do moreno. Porém amenizou seu olhar ao perceber que Potter estava completamente assustado. Quase conseguia ouvir seu coração de onde estava e... Céus ele estava lindo, mesmo daquele jeito. Ele também estava... Brilhando?


      — Eu... Me desculpe por isso, eu só... — Draco se enrolou com as palavras. — Você está bem?


Só obteve um soluço como resposta.


      — Calma, eu não vou fazer mal nenhum. — Ele falou com a voz calma se aproximando. Abaixou-se ao seu lado e o olhou profundamente nos olhos marejados. — Por favor, preciso que me diga se está bem, aquele desgraçado fez mais alguma coisa com você?


Ainda soluçando, Potter se jogou para frente e agarrou o pescoço de Draco, apoiando sua cabeça em seu ombro e chorando desesperadamente. O loiro quase poderia sorrir agora, se fosse em uma situação diferente. Abraçou de volta o outro, o trazendo mais para perto e massageando suas costas tentando lhe dar algum conforto.


      — Shhh... Calma... Tá tudo bem agora, ok? — Draco falou baixinho. — Eu... Eu estou aqui.


                                                             oOo


Harry estava tão assustado com tudo aquilo. Foi com horror e satisfação que viu o garoto que lhe agrediu ser chutado até a inconsciência por Malfoy. Porém, seu coração bateu ainda mais forte quando o loiro o olhou, parecia estar com raiva e Harry novamente temeu. Suas pernas estavam tão tremulas... Se não fosse por isso ele provavelmente já teria saído correndo.


Viu Malfoy se aproximar e encolheu-se institivamente. Viu a boca do outro mexer mais não conseguia ouvir nada. O sangue corria tão forte em sua cabeça e deixava sua audição turva, fazendo-o ficar ainda mais confuso.


O loiro se abaixou a sua frente. Naquela hora uma sensação de segurança tão grande tomou conta de seu corpo, ele só queria sentir mais daquilo, precisava quase loucamente. Se atirou no pescoço do outro e deixou a emoção tomar conta de si.


Agora tudo estava bem? Será? Ele sentia que sim, enquanto era abraçado por seu antigo inimigo, Draco Malfoy.
 


Notas Finais


Nossa, o Harry ta rico das detenção. hihihi.
Esses encontros pós traumáticos já estão virando rotina né? Nada mas romântico não é mesmo... Hehehe, mas não vai ser igual da ultima vez com toda certeza, afinal... Gente, o Draco quase matou o coleguinha ali, não tem como isso passar desapercebido né?
Ah, e é claro... Desculpa pela demora. Prometo que não faço de novo *'-'*


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