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História Herança Veela - Cap 01 - A transformação:


Escrita por: AmandaRoss

Notas do Autor


Bom, essa é minha primeira fic de Harry Potter... Então, talvez não esteja lá essas coisas, mas eu me esforcei e juro que vale á pena ler.

Capítulo 1 - Cap 01 - A transformação:



Herança Veela:

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Cap 01 – A Transformação.


Harry Potter entrou em seu quarto na Rua dos Alfeneiros completamente esgotado e dolorido. Sua tia o tinha obrigado a limpar o jardim todo, além de fazer todas as sua inúmeras tarefas diárias. Sua barriga protestava de fome pela pouca comida ingerida no dia inteiro, mas ele simplesmente não podia fazer nada, além de ficar quieto e dormir, pois estava se sentindo muito mal. Suas bochechas estavam quentes, como se estivesse com febre e ele se sentia enjoado.


O garoto se deitou em sua cama, olhando para a janela em quanto esperava adormecer, estava preocupado com Edwiges, sua coruja tinha saído para caçar a dois dias e ainda não voltara. Ela já tinha feito isso antes, porem ele não podia deixar de se preocupar, afinal aquela coruja sempre foi sua ligação com o mundo magico quando ele estava de ferias, uma garantia de que tudo que passava em Hogwarts não era um sonho que ele sempre tinha que acordar quando voltava para os Dursleys.


Preocupação era o seu estado mais frequente, desde o ocorrido no fim do ultimo ano escolar. Harry estava sempre esperando ouvir noticias sobre ataques de comensais ou assassinatos misteriosos, mas nada aparecia no jornal, trouxa ou bruxo.


Sua testa parecia mais quente agora e ele mal conseguia manter seus olhos abertos, tudo parecia estar girando e a qualquer momento ele iria vomitar no tapete. Tentou se controlar para não fazer isso, ou ficaria sem café da manha.


Seu último pensamento coerente antes de cair no sono era se alguém se lembraria de que amanha era o seu aniversario.
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Ele acordou nas primeiras horas da manha de seu aniversario de quinze anos se sentindo muito estranho. Abriu os olhos devagar e se espreguiçou, ainda meio zonzo de sono. 


Parou no meio de um bocejo em choque, piscou varias vezes e levou as mãos até os olhos, verificando se não havia dormindo com os óculos, mas eles não estavam lá. Olhou para o lado e os viu no seu criado mudo. Sua visão estava extremamente clara, muito mais do que com os seus próprios óculos, como se ele nunca tivesse tido uma miopia galopante.

Piscando muito começou a olhar em volta. Tudo parecia novo e a Rua dos Alfeneiros nunca fora tão interessante. Olhou todo novamente, observando as cores, as estampas, as texturas... Tudo estava mais colorido, nítido e bonito. Ele nunca reparou o quanto sua visão era ruim até àquela hora.


Após dez minutos apenas olhando em volta, ou pela janela. Harry abriu a porta de seu quarto silenciosamente, se certificando que os Dursleys continuavam a dormir. Então andou sorrateiramente até o banheiro e quase teve um infarto quando se olhou no espelho. 
Ele simplesmente não podia acreditar que aquele refletido no espelho era ele. 


Levantou uma mão, o reflexo levantou também. Piscou, o reflexo piscou também. Tocou o seu rosto e mais uma vez o reflexo fez o mesmo... Como isso era possível? O Harry do espelho estava... Incrivelmente... Bonito
Suas feições estavam delicadas, seus lábios cheios e vermelhos pareciam ter o formado de um pequeno coração, seus olhos estavam grandes e o verde parecia mais brilhante e vibrante do que nunca. Seu cabelo, sempre espetado pra tudo que é lado, estava brilhoso, macio e no máximo um pouquinho desarrumado, mas isso também era bonito.


E o que era aquilo no seu corpo? Aquilo era... Não, não é possível... Curvas? Harry se afastou um pouco para poder olhar seu corpo. Aquele corpo pequeno e magricela que sempre teve, continuava pequeno. Mas, com toda certeza não magricela. 


Levantou a blusa do pijama e observou o seu peito liso, sem pelo algum, deixando a pele estranhamente macia. Por simples curiosidade o garoto olhou dentro da bermuda do pijama e arregalou os olhos em horror, ali também estava sem pelos. 


      — O... O que tá acontecendo aqui? — Perguntou para o banheiro vazio.


Isso era uma brincadeira de seus tios? Provavelmente não, afinal eles não tinham censo de humor... Mas, então o que estava acontecendo? Ainda ontem ele era um adolescente "normal" e hoje quando acordou ele parecia outra pessoa, de um jeito estranhamente feminino... Fez careta e sacudiu a cabeça com desagrado por esse pensamento.


Pulou de susto quando Duda soltou um ronco especialmente alto no quarto em frente.


Com alguma dificuldade ele desgrudou o olhar do espelho e saiu do banheiro, indo direto para o seu quarto. Tinha que se arrumar e fazer o café da manha rápido, afinal, bonito ou não seus tios não deixariam de puni-lo.


Harry entrou novamente em seu quarto e abriu o guarda roupas, procurando a camiseta mais larga que pudesse vestir, talvez assim conseguisse esconder um pouco das mudanças. Se olhou no pequeno espelho dentro de seu guarda roupas para ver o resultado... As mudanças eu seu rosto ainda eram visíveis á quilômetros, além do fato que sua pele parecia brilhar levemente á medida que seu coração acelerava com o nervosismo da reação de seus tios.


Respirou fundo, uma, duas, três vezes. Lentamente o brilho foi diminuindo, até restar apenas a cor suave de sua pele. "Ah, que ótimo. Agora eu também brilho no escuro... O que tá acontecendo comigo?" Harry se perguntou aquilo pela decima vez aquela manha.


Saiu de seu quarto silenciosamente, com medo de acordar seus tios antes que pudesse deixar o café da manha pronto. Entrou na cozinha e começou a fritar bacon e ovos para o café. Em questão de meia hora sons de pessoas acordando já se podia ser ouvido no andar de cima, o garoto se apressou em arrumar a mesa de café da manha e voltar o seu quarto.


Ficou esperando deitado em sua cama, apenas pensando no que diabos estava acontecendo consigo. Apalpava seu rosto e outras partes do corpo freneticamente, às vezes se olhando no pequeno espelho dentro de seu guarda roupas. Então em certa hora da manha ele ouviu sua tia chamando para que ele fosse tomar café, o que significava que todos já haviam comido e ele poderia ficar com as sobras.


Talvez seus tios nem reparassem que ele havia mudado, afinal nunca ligaram muito para ele. Harry torcia por isso, não sabia o que poderiam fazer, ou qual seria a reação deles, talvez o punissem por isso? Claro, ele não tinha culpa nenhuma... "Quem estou tentando enganar? Eles nunca se importaram se a culpa era ou não minha." Ele pensou tristemente.


Sem muita animação ele desceu as escadas mais uma vez, entrou na cozinha e olhou em volta. Apenas sua tia estava ali, virada de costas para ele lavando a louça, provavelmente seu tio Válter já tinha saído para trabalhar e Duda estava fora de casa, com certeza batendo em crianças menores que ele junto com seus amigos grandalhões... Des de que não fosse nele, Harry ficava feliz.


O moreno sentou-se a mesa e começou a comer sua pequena porção de comida em silencio.


      — Garoto — Começou a falar sua tia Petúnia, ainda sem olha-lo — Quando terminar de comer, eu quero que você...


Então finalmente ela se virou o encarou, secando as mãos em um pano de prato. Quase na mesma hora engasgou de susto. Harry imediatamente terminou de comer o ultimo pedaço de bacon, pois provavelmente ficar sem refeições seria um de seus castigos por... Ele não sabia bem o porquê, ficar bonito da noite para o dia talvez? 


O silencio da cozinha estava quase palpável enquanto a mulher encarava o menino. Então de uma hora para outra Petúnia voltou á respirar, olhava pela janela de um lado para o outro da rua, como se esperasse ver os vizinhos a espiando com binóculos.


     — Suba para o seu quarto. — Falou finalmente, sibilando as palavras pelos dentes serrados — Agora.


Harry saiu da cozinha sem falar nada. Achou um pouco estranha a atitude de sua tia, mas ela provavelmente achava que ele tinha feito isso de proposito e não queria que os vizinhos o vissem, pois qualquer coisa minimamente diferente era assunto por semanas naquela rua.


Enquanto andava em direção as escadas a porta da frente foi aberta por Duda. Nessa hora o coração de Harry disparou, provavelmente seu primo iria ou caçoar dele por se parecer uma menina, ou iria começar a gritar de medo. Ele tentou continuar andando, de cabeça baixa para não encara-lo, porem seu primo havia parado no caminho, bloqueando praticamente todo o corredor com o seu pequeno corpo de filhote de orca. Ele continuava tão largo quanto sempre, mas agora com as aulas de boxe ou "O nobre esporte" como seu tio gostava de dizer, Duda havia ficado muito mais forte. Nem de longe Harry temia seu primo como antes, quando era o seu saco de pancadas pessoal, mas o fato do outro garoto conseguir socar mais forte e com mais precisão, em sua opinião não merecia comemoração alguma.


O garoto maior ficou parado na frente da porta de entrada, abrindo a boca feito um peixe e com os olhos muitos abertos, olhando de cima a baixo o moreno. O menor em questão sentiu seu rosto ficando rubro com aquele olhar, que corria para cada parte de seu corpo, e apesar das roupas largas, estava se sentindo extremamente exposto. 


Tentou passar por Duda o empurrando para o lado, mas quando estava quase chegando no primeiro degrau das escadas o garoto segurou seu braço. Harry o encarou assustado com aquela ação, mas seu primo parecia estar em algum tipo de transe, o encarando com os olhos nublados.


      — Dudinha, é você meu amor? — Chamou tia Petúnia da cozinha, espichando o pescoço comprido para fora da cozinha, sua voz estava ligeiramente ansiosa.


O garoto maior, então piscou com força e olhou em direção a cozinha, olhou novamente para Harry e baixou os olhos até a sua mão que segurava o braço do outro em um dolorido aperto. O menor soltou-se com um movimento brusco e subiu quase correndo as escadas, entrou no seu quarto e se escorou na porta fechada, ofegante. O que tinha acontecido ali?


Ele já não entendia mais nada, será que isso não passava de um sonho muito estranho? Primeiro ele acorda e esta todo diferente, depois seu primo o olha daquela forma esquisita, ninguém nunca o olhou assim antes.
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Harry ficou naquele quarto o dia inteiro, não ousou sair nem para ir ao banheiro. Já achou muita sorte sua não ter que escovar o chão da casa com uma escova de dente. Só estava apreensivo pela chegada de seu tio, com certeza tia Petúnia contaria para ele o que acontecera consigo... Ele não sabia exatamente o que estava acontecendo consigo, mas com toda certeza seu tio ia dar um jeito de arranjar uma desculpa pela surra que ia dar-lhe assim que chegasse em casa.


Os vizinhos já tinham medo dele por achar que era um delinquente, agora ele seria alvo de olhares de pura repulsa. Harry sabia que estava extremamente feminino, tentou negar para si mesmo o dia inteiro, mas era inevitável. Os traços... O corpo... Tudo tinha mudado, do dia para a noite. E se ele mesmo não conseguia explicar para si mesmo, como explicaria para seus tios que não usara magia em si mesmo para ficar mais bonitinho? Harry nunca se preocupou com beleza. 


Bem, agora ele estava preocupado, mas por outros motivos.


O sol começou a baixar lá fora e o coração de Harry começou a disparar de nervoso. Logo seu tio estaria em casa. O menino reparou que na escuridão que tomava o quarto devagar, era possível ver um leve brilho tomar conta de sua pele novamente... Talvez isso acontecesse quando ficava nervoso... O que era ele agora? Um vagalume?


Pensou em escrever uma carta para Rony, Mione ou até mesmo Sirius, mas o que iria escrever? "Socorro, fiquei bonito" ou "Estou me transformando em uma luminária". Isso parecia extremamente ridículo até em sua mente, além do fato de que nenhuma de suas cartas anteriores havia sido respondida e Edwiges ainda não voltara de sua caçada.


O garoto segurou a respiração quando ouviu o som do carro do tio Válter parando na frente de casa. Ficou quieto sentado na cama, apenas esperando. Ouviu quando ele entrou em casa e depois sua tia o chamando, então não conseguiu ouvir nada mais. Cerca de dez minutos depois ouviu os passos pesados de seu tio sacudindo a escada, a cada degrau Harry se encolhia mais, uma coisa inútil pois sua pele estava brilhando mais do que nunca. "Ah, como se apaga esse negocio?" Pensou debilmente. 


Finalmente a porta de seu quarto foi escancarada com violência, o menino observava com olhos arregalados de medo a face de seu tio, ele parecia um tomate de tão vermelho e a bigodeira tremia de raiva. Mas, quando Harry esperava ter seu braço apertado violentamente e ser jogado no chão, nada aconteceu. Válter Dursley estava parado na porta apenas o olhando, com o mesmo olhar nublado que Duda havia tido antes. O garoto observou o que parecia ser uma épica luta interna na cabeça de seu tio, ele estava quase abrindo a boca para falar alguma coisa quando finalmente o mais velho falou entre dentes.


      — Não sei o que pensa que esta fazendo sua aberração. — Rosnou, salpicando o chão de saliva — Mas não vai sair desse quarto até o fim do verão.


O homem fechou a porta com força, em seguida Harry conseguiu ouvir as trancas — que haviam sido colocadas quando ele tinha doze anos, junto com a portinha para a comida e que não foram usadas des de então — serem fechadas, uma por uma. O menino então abraçou as pernas, colocando a cabeça entre os braços e respirando aliviado.


Não sabia o porquê de seu tio apenas tê-lo trancado em seu quarto ao invés de espanca-lo como fazia sempre, não que estivesse reclamando é claro, mas ele se lembrava de quando ficou trancado três anos atrás e não foi nada legal. 


Não saberia dizer por quanto tempo ficou naquela posição, apenas refletindo sobre tudo o que estava acontecendo naquele dia... O seu aniversario de quinze anos. Até se esquecera que hoje era o seu aniversario, ficou mais triste ainda com esse pensamento. Levantou a cabeça e observou a noite escura pela janela, a única iluminação agora era a dos postes da rua.


      — Será que se esqueceram de mim também? — Murmurou tristemente, pensando em seus amigos e padrinho.


Enquanto olhava pela janela um pequeno vulto lhe chamou a atenção. Parecia estar vindo em sua direção. Harry se levantou devagar da cama, se aproximando da janela, o vulto ia ficando cada vez maior e mais claro, até finalmente o menino reconhece-lo, aquela era Edwiges, a sua coruja. Com um leve aumento em sua felicidade, ele abriu a janela para receber o animal.


Edwiges entrou com leveza pela janela, logo em seguida pousando no braço estendido de seu dono. Harry observou com curiosidade a sua coruja, ele ainda tinha alguma esperança de que ela trouxesse cartas de seus amigos, porem estava muito enganado. 


      — Esta cansada? — Perguntou acariciando as penas do pássaro com carinho, a resposta que recebeu foi gentis bicadas em seus dedos.


O garoto então abriu a gaiola de sua coruja que por sua vez se encarrapitou ali, tomando alguns goles de agua do bebedouro.


Soltando um suspiro cansado Harry começou a colocar o seu pijama. Era melhor dormir de uma vez por todas e talvez, com alguma sorte, ele acordasse na manha seguinte e descobrisse que tudo isso não passou de um simples sonho... Ou um pesadelo, que é mais provavel.
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Dois dias se passaram e Harry continuava trancado em seu quarto, saindo apenas de manha e de noite para ir no banheiro e recebendo comida duas vezes por dia — se é que aquilo podia se chamar de comida. — Nesses dois dias nada havia mudado em sua aparência novamente, seu corpo continuava com curvas, seu rosto delicado e seu cabelo nunca brilhara tanto.


Passava o dia inteiro deitado em sua cama, pensando se alguém viria busca-lo quando primeiro de setembro chegasse. Mas, e se isso acontecesse, o que iriam falar de sua nova aparência? O que ele iria falar? Ele não queria nem pensar nessas coisas, mas infelizmente, quando se tem muito tempo para pensar, é exatamente isso o que você acaba fazendo. 


Na noite do terceiro dia Harry pensava seriamente em abrir a porta com sua varinha, descer até a cozinha e pegar algo para comer. A sopa em lata que recebia parecia deixa-lo com mais fome do que se não comesse nada. Já estava com a varinha na mão quando pensou nas consequências... Ele poderia ser expulso de Hogwarts por isso, e ele sinceramente preferia passar mais um mês com fome do que o resto de sua vida, então largou a varinha em cima do criado mudo ao lado da cama e se jogou na mesma. Ficou deitado até a noite chegar. Quando estava quase adormecendo o som das trancas da sua porta lhe chamou a atenção, estava se sentindo tão fraco que apenas virou o rosto em direção a porta.


      — Garoto! — Chamou tio Válter abrindo apenas uma fresta da porta, como se tivesse medo que Harry pudesse fugir se ele abrisse demais. — Eu e sua tia vamos sair hoje, você esta proibido de sair deste quarto, ouviu bem?


      — Como se eu pudesse... — O menino murmurou fracamente, mas não baixo o bastante.


      — O que disse moleque? — Rosnou o homem ameaçadoramente.


      — E Duda? Ele não vai? — Harry respondeu rápido.


      — Não, ele foi dormir na casa de um amigo. — Falou desgostoso em responder algo ao garoto. — Você me escutou? Não vai sair daqui.


Harry respondeu com um fraco "Uhum". Válter interpretou aquilo com um ponto final naquela conversa e fechou a porta de novo, fechando cada tranca novamente. O menino apenas suspirou e virou-se para a janela, se encolhendo em posição fetal. Adormeceu ouvindo o carro partindo e assim deixando a casa completamente vazia e silenciosa.
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Harry acordou confuso, algum barulho o acordara. Olhou em volta meio grogue de sono, ainda era noite. Finalmente conseguiu distinguir o que o acordara, alguém estava abrindo a porta.
Sentando rápido o garoto fixou o olhar na porta. Seu tio ainda não tinha voltado de onde quer que tenha ido e a casa estava vazia, quem poderia estar tentando entrar em seu quarto? Comensais da morte?


A maçaneta girou enquanto Harry segurava a respiração, fez um movimento com a mão em direção a sua varinha, porem parou no meio do ato quando viu quem estava entrando.


      — D-Duda? 


Seu primo entrou devagar, sempre o encarando. Fechou e trancou a porta ainda sem desviar o olhar. O outro estava achando isso muito estranho.


      — Você não estava dormindo na casa de um amigo? — Perguntou nervoso o menor, seus olhos iam de seu primo que estava se aproximando como quem anda ate um animal acuado, para a porta trancada. — O que esta fazendo? Duda para!


Tentou fugir quando o maior pulou em cima de si, mas estava fraco e lento demais, acabou se deixando prender. Duda sentou-se em cima de si, o prendendo entre as pernas e segurando seus dois braços a cima da cabeça. Harry estava completamente imobilizado, tentava se debater em vão, pois o peso de seu primo junto com a força era o suficiente para prende-lo ali.

 
Tudo estava confuso, nunca se imaginou em tal situação, ainda mais com seu primo. Duda então, prendeu seus pulsos com apenas uma das mãos enormes e com a outra começou a levantar a camiseta do garoto abaixo de si. Harry parou de se debater na hora, o olhando em choque e segurando a respiração. Não conseguia acreditar que seu primo estava fazendo aquilo. O maior começou a acariciar o abdômen e o peito do outro, o olhar em seu rosto estava completamente nublado e um sorriso bobo tomava conta de seus lábios, como se nada o deixasse mais feliz do que estar ali.


      — D-Duda! Para, o que está fazendo? — Harry perguntou aflito, se contorcendo na tentativa inútil de sair dali. — Para com essa besteira e me solta agora!


      — Fique quieto! — Um tapa desferido com força fez os olhos Harry lacrimejaram e virar o rosto em direção a janela, mostrando a bochecha machucada e vermelha. — Não sei o que fez comigo sua aberração... Mas, não consigo parar de pensar em você... Argh... Des daquele dia. Não consigo parar de pensar em como seria te tocar... 


Harry o olhou com espanto, esquecendo-se da dor que sentira segundos atrás. Aquilo estava cada vez mais estranho, as próximas palavras foram sussurradas perto o suficiente para lhe causar uma onda de calafrios que atravessou todo o seu corpo.


      — Te beijar... — Então em um movimento brusco, ele usou a mão livre para puxar o rosto de Harry para perto, empurrou seus lábios contra os dele, tentando passar a língua para dentro da boca do menor, mas esse mantinha seus lábios cerrados com força. 


O aperto de Duda aumentou em volta do rosto do outro, fazendo as suas mandíbulas latejarem de dor. Harry soltou um gemido sofrido, o que se mostrou um erro, pôs abrir um pouquinho a boca fez com que o beijo se consumasse. Neste momento o moreno estava se sentindo terrível, estava sujo. A língua do outro era como terra em sua boca, o estava sufocando aos poucos, a qualquer hora ele iria se afogar. Foi quando percebeu que não conseguiria mais aguentar que o menino usou toda sua força para morder a língua invasora.


Duda se afastou urrando de dor, segurando a boca ferida com as duas mãos. A boca parecia severamente machucada e o sangue quase jorrava dali. Harry estava estático olhando com horror em quanto o sangue pingava em suas vestes, mas não teve muito tempo para se recompor pois, um pouco recuperado da dor, seu primo lançou lhe um olhar cheio de ódio.


      — Ora, você vai ver! — Desferiu outro tapa em Harry, desta vez jogando seu rosto para o outro lado. — Sua aberração!


Ele novamente se preparava para avançar em Harry, porem o menor antes de qualquer coisa, talvez por instinto, arranhou o rosto do garoto sentado em cima de si. Duda nem mais gritava de dor, apenas dava pequenos gemidos sofridos segurando a bochecha que possuía marcas fundas e vermelhas com um fino filete de sangue escorrendo até o pescoço. Desta vez o menino pensou rápido e alcançou a varinha em cima do criado mudo.


      — Estupefaça! — Gritou apontando a varinha em direção ao peito do garoto.


Duda foi atingido com tudo por um raio de luz vermelho que o fez bater na parede e cair deslizando até o chão, onde ficou imóvel e desacordado. 


Harry ainda estava parado na mesma posição, paralisado. Ainda não conseguia intender o que se passara ali. Seu primo o tinha agarrado? 


Depois de alguns momentos de choque, Harry percebeu que Duda sangrava muito, tanto na boca, quanto na bochecha. Observou suas mãos e arregalou os olhos de susto, afinal suas unhas estavam com pelo menos dois centímetros, pareciam forte, afiadas e reluziam com as cores de um arco-íris. O garoto então cutucou seus dentes com as pontas dos dedos e percebeu que estavam muito mais afiados e um pouco compridos, sem falar que a luz em volta de si iluminava quase todo o quarto.


Ele correu até o guarda roupas e o abriu, se observando no pequeno espelho. Ofegou observando a sua imagem ali refletida. Ele nunca estivera tão belo antes. A luz em volta de si parecia ressaltar todos os seus melhores traços. Com certeza ele nunca foi de ficar se admirando, mas... Esqueceu que tinha um primo moribundo desmaiado logo ali, apenas para ficar se olhando por alguns momentos, não acreditando que aquele refletido era realmente ele.


Com forme ia se desligando do ambiente a sua volta, a luminosidade também ia diminuindo. Um barulho chamou sua atenção, olhou em volta o procurando até finalmente perceber a bela coruja parda bicando o vidro de sua janela. Novamente seu coração começou a disparar, porem desta vez de ansiedade. Quem será que lhe escrevera? Talvez depois de um verão inteiro sem noticias seus amigos finalmente resolveram lembrar que ele existe?


Correu para abrir a janela e dar passagem ao pássaro, esse por sua vez nem chegou a pousar em lugar algum, apenas deixou cair a carta aos pés do garoto e saiu pela janela novamente. Harry se agachou e examinou a carta com curiosidade, mas levou um grande choque ao perceber o selo do ministério no envelope. Com as mãos levemente tremulas abriu e leu a carta.


"Caro Sr. Potter,


Recebemos informação de que realizou o feitiço um feitiço estupurante ás nove e vinte e três desta noite em um trouxa. A severidade desta violação do Decreto de Restrição a Magia Para Menores resultou na sua expulsão da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Os representantes do Ministério irão á sua casa em breve para destruir sua varinha.
Como já deve ter recebido um aviso oficial por ofensa sob a Seção 13 do Estatuto de Sigilo da Confederação Internacional dos Bruxos, nós lamentamos informar que sua presença é requerida numa audiência disciplinar no Ministério da Magia ás 9 horas da manha do dia doze de agosto.


Esperando que esteja bem,


Sinceramente,


Mafalda Hopkirk


Departamento de Uso Impróprio da Magia
Mistério da Magia"


Com uma exclamação de espanto Harry deixou cair a carta no chão, ainda com o olhar fixo onde ela estava a alguns segundos atrás.
 


Notas Finais


É isso, espero que tenham gostado do primeiro cap, logo no próximo tem a explicação pra tudo isso ai. Talvez semana que vem.

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