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História Milonga - Vamos falar de solidão?


Escrita por: Pieterse

Notas do Autor


Antes de ler essa história quero deixar claro que se trata de uma readaptação. A história original pertence a Lika Germano.

Capítulo 1 - Vamos falar de solidão?


CAPÍTULO UM:

"Vamos falar de solidão?"

Sua pele branca, agora parecia tão pálida como um pedaço de neve e tão fria quanto isso. Eu a sentia tão distante agora e as únicas coisas que esquentavam um pouco seu rosto eram minhas lágrimas que escorriam queimando pelo meu rosto - Eu era tão culpada por isso - quando entregamos nosso verdadeiro amor ao fogo de quem não tem sentimentos, deixamos de sermos nós mesmos? Parecemos amar menos? Ela havia gritado tanto o meu nome e eu não pude salvá-la.

Eu observava ela ser enterrada em um lugar tão simples. Eu queria levá-la para casa. Agora eu podia meu amor! Agora eu podia te levar comigo... Se ao menos você abrisse os olhos, se ao menos você me deixasse te tocar mais uma vez. Deslizei os dedos trêmulos sobre o diário que ela havia me entregado. Sua capa parecia tão desgastada, manchada. Quantas vezes ela havia chorado sobre esse pequeno diário? E por que queria tanto que eu o lesse? A voz do padre que fazia sua última oração me parecia tão longe. Ela sempre foi tão fiel... Onde estava Deus agora? Onde estavam as forças em que ela se segurava? Se ao menos ela tivesse ido embora sorrindo...

— Vamos embora, Lauren... — Ouvi a voz de meu pai que me puxava o braço carinhosamente. Deixei-me ser guiada pra fora dali, não que eu estivesse indo realmente embora. Meu coração estava ali, meu coração que mesmo tão quebrado, continuaria sendo parte dela. Estaria sempre ali, enterrado ao lado dela... Eu não viria buscá-lo nunca mais.

 

***

 

O DIÁRIO DE CAMILA CABELLO.

Uma noite fria - Agosto de 1986 - Segunda feira.

 

Mamãe havia saído novamente, dessa vez não quis me levar. De uns dias pra cá ela havia ficado diferente comigo, mesmo que eu tivesse apenas 12 anos eu sabia muito da vida que ela não imaginava. Era madrugada quando eu senti sede, joguei meu pequeno livro de contos infantis no chão e fui arrastando minhas meias cor de rosa pelo piso de madeira. Eu adorava andar pela casa no escuro, me aproximei da geladeira e fiquei olhando pra dentro dela, procurando algo para comer.

— O que faz aqui essa hora?

Meu padrasto havia se aproximado tão rápido que eu não percebi. Respirei fundo e segurei o fôlego ao sentir seu hálito tão forte de bebidas. Normalmente, era assim que ele sempre estava. Bebendo. Depois discutia com a minha mãe e ela aparecia com alguma parte do corpo machucado, ela sempre dizia que havia caído, mas eu deixei de acreditar nisso há muito tempo.

— Eu tô com fome. – Fui me afastando dele para poder respirar. Ele segurou meu pequeno braço, me fazendo ficar parada.

— Onde está a sua mãe? – Ele apertava meu braço e eu fiquei me perguntando se era apenas para se manter em pé.

— Eu não sei... – Balancei os ombros e tentei soltar meu braço, mas ele me empurrou com força ao encontro da parede gelada da cozinha.

— Não vai me dizer? – Sua mão encontrou meu rosto com um tapa que me fez virá-lo para o lado. Mantive a cabeça baixa enquanto sentia as lágrimas correrem de meus olhos. Eu não estava acreditando no que ele havia feito.

— MAS EU NÃO SEI! – Gritei, olhei seus olhos depois. Eu via tanto ódio ali, tanta coisa ruim. Ele encostou seu corpo suado no meu e eu tive vontade de vomitar com o cheiro de bebida. — O que você tá fazendo? – Perguntei, observando ele puxar meu pequeno short pra baixo. Tentei me soltar, mas com apenas uma das mãos ele conseguia segurar meus pulsos pequenos.

— Vou te ensinar a me respeitar, garota. – Seu riso ecoou por toda a cozinha que parecia tão vazia agora. Empurrou-me para o chão me fazendo bater a cabeça em uma cadeira. Eu fechei os olhos, esperei desmaiar, mas não consegui. Ele rasgou a blusa do meu pijama e eu comecei a gritar. Ele não podia fazer aquilo comigo, era o meu corpo!

— PARA, POR FAVOR, PARA. – Gritei, como se em um último grito de socorro. Um último grito que o fizesse perceber o quanto estava errado. Ele arrancou o resto da minha pequena blusa e colocou em minha boca, me impedindo de gritar. Ficou de joelhos e foi derrubando sua calça. Eu não queria olhar, eu não queria estar ali. Bati as mãos no chão, tentando fazer algum barulho mais ninguém parecia me ouvir. Ele tirou a minha calcinha e encostou seu membro em minha coxa enquanto passava suas grandes mãos em meus pequenos seios. Eu sentia as lágrimas ensoparem meu rosto, mas não conseguia mais gritar. Eu estava completamente travada com tudo. Senti ele me penetrar e mordi o pano com muita força. Eu via todos os meus sonhos irem embora, eu não seria mais aceita em família nenhuma. Eu não poderia me casar, eu não era mais ninguém. Eu me sentia sendo cortada por dentro, girei os olhos e observei o sangue que escorria em minhas coxas. Levei minha mão até o rosto gordo dele, dando lhe um tapa com toda a força — que eu não tinha — ele riu baixo e bombou com tanta força dentro de mim que eu pensei que quebraria no meio. Eu me sentia destruída com aquilo.

— Vou te mostrar como se dá um tapa de verdade. – Levou sua mão até o meu rosto novamente, estapeando-me diversas vezes. Eu me remexia com muita dificuldade embaixo do seu corpo, tentando sair dali. Mas parecia impossível, parecia que eu tinha todos os problemas do mundo sobre o meu corpo. Ele continuou estapeando meu rosto e meus olhos cansados foram fechando.

Eu estava morrendo. Eu estava morrendo, nunca mais teria que passar por aquilo. Deus havia me escutado! Observei o sangue que escorria de diversas partes do meu corpo, e agora o peso que ele fazia ali, o quanto ele me penetrava parecia não surgir mais efeito. Eu não estava mais ali. Fechei os olhos por completo e me deixei morrer... Do outro lado a vida deveria fazer mais sentido.



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